Sinopse: A trama conta a
história das loucuras da mãe e dona de casa Hermínia uma mulher de meia idade
aposentada e sozinha que tem como preocupação maior procurar o que fazer.
O cinema brasileiro atualmente
vive de duas formas: entreter e refletir, sendo que o primeiro é o que acaba
rendendo para os bolsos dos produtores, que cada vez mais investem em filmes de
comedia para atrair as massas interessadas em ir ao cinema do shopping
unicamente para se descontrair. É claro que conforme o tempo passa boa parte
dessa safra humorística irá se perder com o tempo, pois quem vai se lembrar do
filme E ai Comeu? daqui a dez anos? Nem toda piada que se preze sobrevive ao
tempo é claro. Eis que então cheguemos a Minha Mãe é Uma Peça, baseado numa peça
de teatro de grande sucesso (um milhão de espectadores), cuja essa versão cinematográfica
possui um grande acerto: Paulo Gustavo.
Assim como na versão teatral,
Gustavo interpreta aqui Hermínia com uma intensidade absurda, onde simplesmente
incorpora a personagem de tal forma, que chegamos até esquecer que é um ator e
não atriz que está diante de nossos olhos. Com trejeitos amalucados, piadas
certeiras e sem papa na língua, a personagem Hermínia e seu interprete é o típico
exemplo cada vez mais raro atualmente no cinema de um casamento perfeito e que dificilmente
da para imaginar de outra forma na pele de outro ator. Praticamente com o filme
no bolso, todo o foco da trama se concentra nela, sendo que seus filhos (Mariana
Xavier e Rodrigo Pandolfo) ex marido (Herson
Capri) e amante (Ingrid Guimarães) pouco podem fazer perante a essa entidade cheia
de energia e que nos faz rir em boa parte da historia.
A trama em si não traz muita
novidade, sendo que o atrito e magoa que a protagonista tem com os seus filhos
no inicio do filme, serve unicamente para a trama se adentrar aos flashbacks e
é aonde possui os melhores momentos: a seqüência da reunião dos moradores do prédio
com a sindica é digna de nota. Curiosamente, o filme escapa de uma enrascada,
quando por uns momentos o roteiro é invadido pelo lado melodramático, mas
quando isso acontece, serve unicamente mais para compreendermos melhor a obsessão
pelo cuidado e carinho em abundancia que a protagonista tem pelos seus filhos.
Nunca é demais também refletirmos dentro do universo do humor.
Com cores quentes, que
remetem as melhores fases das comedias espanholas, Italianas e do nosso próprio
cinema, Minha Mãe é uma Peça entra e sai sem ambições, sendo que a produção
veio unicamente para entreter publico,
mas que felizmente nos rimos e continuamos com o sorriso no rosto depois que saímos
da sala de cinema.
4 comentários:
Essas comédias não são muito a minha cara. Prefiro o segundo estilo: o da reflexão.
abraços
Pois é, pegamos um exemplo: vc esta andando na rua daqui a dez e de repente vc para e começa a se de um filme brasileiro lá atras. A pergunta é...estará se lembrando do Som ao Redor ou E ai Comeu?
Minha mãe é uma peça se sai melhor mais graças ao seu interprete.
Gostei muito de Som ao Redor.
A mistura de gêneros é que salvará de vez nosso cinema nacional.
abs
Na verdade, no Brasil, os filmes pra divertir sempre ganharam dos filmes pra refletir.
Faz parte da própria mentalidade do brasileiro evitar o ´papo cabeça` e preferir se preocupar só com futebol, carnaval e novela.
Não que seja errado falar sobre futebol, carnaval ou novela. Mas pensar SÓ nisso sempre foi uma característica brasuca, infelizmente.
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