FOX APRENDE COM OS
ERROS DO PASSADO E CRIA UMA TRAMA QUE RESPEITA A ESSÊNCIA DO HERÓI.
Sinopse: Esta aventura épica
cheia de ação leva Wolverine o mais icônico personagem dentro do universo X-men
ao Japão moderno. Em um mundo desconhecido ele enfrenta seu nêmesis definitivo
e uma batalha de vida ou morte que o deixará marcado para sempre. Vulnerável
pela primeira vez pressionado até o limite ele confronta não apenas o mortal
aço samurai mas sua própria imortalidade que emerge mais forte do que ele
jamais viu.
Sempre quando começa a fazer
muito frio aqui no RS, me faz me lembrar de uma HQ de Wolverine nº 28 da
editora Abril, em que no inicio da trama o herói está no Canadá, dentro de uma
lagoa, nu e caçando peixe. Embora simples a trama, é o que melhor sintetiza
o que é o personagem, que embora seja mutante com poderes incríveis, ele não
deixa de ser um ser humano, que prefere as coisas mais simples como viver na
natureza e ao lado dos animais que o cercam como os lobos. Felizmente essas características
finalmente surgem no inicio do filme Wolverine: Imortal, que após os trágicos eventos
de X-Men 3, vemos o herói (Hugh Jackman, mais a vontade do que nunca com o
personagem) abatido, como um eremita e sem nenhum rumo, mas apenas usando a
natureza como o seu conforto.
Limando por completo dos
erros que cometeram em Wolverine: Origens, a Fox decidiu levar mais á sério a
sua pepita de ouro e decidiu explorar um lado mais sombrio e humano do personagem.
Para isso, decidiram adaptar a essência principal da clássica HQ Eu, Wolverine,
em que vemos um personagem mais humano, se apaixonando pela personagem Mariko e
tendo que encarar inúmeros samurais no sol nascente. Para isso, a idéia do
personagem querer ser um mortal e ter a oportunidade de alcançar isso, através de
alguém que ele salvou na explosão de Nagasaki (numa seqüência espetacular) é
uma mera desculpa para o protagonista mudar de cenário e ter que encarar novos
desafios até então inéditos para ele.
Vale lembrar que um dos principais
problemas de Origens a meu ver, foi o acumulo desenfreado de inúmeros personagens
inseridos ali sem propósito, mas que aqui é diferente, sendo que eles surgem
por um motivo e por nossa sorte são muito bem explorados. Para nossa surpresa,
a personagem Yukio (Rila Fukushima) é quem rouba a cena, ao se tornar uma espécie
de companheira mirim de Logan e nos fazendo nos lembrar de suas parceiras
jovens dos quadrinhos (vide Jubileu e kitty pryde). Os seus momentos em que
contracena com o herói, principalmente num intenso momento no final do segundo
ato da trama, estão entre os melhores momentos do filme.
Porém, a força matriz do
filme está no relacionamento que Logan começa a ter com Mariko (Tao Okamoto),
sendo que o nascimento de um possível amor entre eles nos convence, mesmo quando
ela no principio demonstra certa frieza perante o protagonista. É interessante
observar, que embora seja um filme de aventura e ação estrelado por um dos
personagens mais populares das HQ, o filme não se intimida ao se entregar aos
momentos de calmaria, onde o casal se mistura com a cultura japonesa e rendendo
momentos singelos e muito bem construídos. Mas ao mesmo tempo em que isso soa
positivo para o filme, acaba se tornando meio que estranho, quando de uma hora
para outra surge às cenas de ação cheia de adrenalina (como as do trem) e
fazendo a gente ter a sensação que os personagens entraram em outro filme
completamente diferente do que a gente estava assistindo.
Além disso, o terceiro ato
da trama acaba meio que se entregando ao esquema de entreter a todo o custo o
espectador, sendo que a ação incessante desvirtuou um pouco a proposta inicial
da trama. Para piorar, a vilã Víbora, mesmo perigosa em alguns momentos, não
nos convence com suas caras e bocas pra lá de canastronas, que são vindas da
atriz sem sal Svetlana Khodchenkova. Pelo menos, os minutos finais nos brindam
com revelações importantes de certos personagens e da um novo rumo ao
protagonista, que por fim, consegue vencer os seus demônios interiores
(representado por certa ruiva conhecida nossa).
Embora não tendo a perfeição
de X-Men 2 e tão pouco de X-men: Primeira Classe, Wolverine: Imortal pelo menos
respeita a nossa mentalidade em boa parte das mais de duas horas de projeção e
comprova que os estúdios estão cada vez mais querendo melhorar através dos seus
próprios erros. Resta saber se o equilibro de boa historia e entretenimento terá
longa vida nas adaptações de HQ a seguir.
NOTA: Não deixe de ver o
inicio dos créditos, pois nela há uma importantíssima cena extra, que da uma
deliciosa dica do que virá ano que vem em X-Men: Dias do Futuro Esquecido.
Leia também: X-Men: Do inicio ao fim e X-Men: Primeira Classe.
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