Sinopse: Victor (Charlie
Tahan) adora fazer filmes caseiros de terror, quase sempre estrelados por seu
cachorro Sparky. Quando o cão morre atropelado, Victor fica triste e
inconformado. Inspirado por uma aula de ciências que teve na escola, onde um
professor mostra ser possível estimular os movimentos através da eletricidade,
ele constrói uma máquina que permita reviver Sparky. O experimento dá certo,
mas o que Victor não esperava era que seu melhor amigo voltasse com hábitos um
pouco diferentes.
Quando se vê um filme de Tim
Burton, sempre você vera características que ele usou em outros filmes, ou
seja, uma obra sombria, embalada com um toque de humor negro e protagonizada
por personagens excêntricos e sombrios. Os filmes dele, nada mais são do que
uma forma do cineasta se expressar sobre o que ele é e foi quando criança, que
cresceu assistindo a filmes clássicos de horror e ficção B. Tudo isso se viu
antes e se verá novamente neste Frankenweenie, refilmagem de um dos seus
primeiros curtas criado dentro do estúdio Disney, mas que havia sito vetado por
ser considerado sombrio demais para as crianças na época. Como o diretor encheu
o bolso do estúdio com Alice no País das Maravilhas, era mais do que natural dele
ganhar sinal verde e realizar, o que talvez seja a sua obra mais pessoal desde
o Peixe Grande.
Interessante observar, como
por exemplo, que quando ele criou Edward: Mãos de Tesoura no inicio dos anos 90,
ele quis passar um contraste entre o seu protagonista gótico, com os cidadãos
comuns de uma cidade comum, que se vestiam e agiam da forma mais comum e chata possível.
Os tempos são outros, onde ser diferente se tornou legal, e Burton sabendo
disso, não se intimidou em criar cada personagem de Frankenweenie com um visual
sinistro, que tanto lembram as suas obras anteriores, como também os clássicos de
horror do expressionismo alemão e dos filmes de horror da Universal dos anos 30.
Portanto, o cinéfilo atento, irá contar com inúmeras referencias, que vão desde
o Gabinete do Dr. Gargali, há Drácula, Frankenstein (e a sua Noiva), Múmia e O
Homem Invisível. Mas as homenagens não param por ai, porque fiel como ele é com
os seus ídolos antigos, ele chega ao cumulo de criar um personagem importante
para a trama, que nada mais é do que uma copia perfeita do jaz falecido mestre
do horror Vincent Price e que caso ele ainda estivesse vivo com certeza ficaria
orgulhoso.
Claro que o marinheiro de
primeira viagem, talvez não compreenda todas essas referencias saltando na tela
a todo momento, mas esse problema logo é contornado, não só graças ao belíssimo
visual gótico em preto branco que enche os nossos olhos, como também a delicada
historia que nos conquista, sobre o menino solitário e seu cão amigo inseparável.
A partir do momento em que ocorre a morte do animal, Burton é gênio de tratar
esse assunto com delicadeza, pois mesmo hoje, com cada vez mais crianças
maduras e aprendendo rápido sobre diversos assuntos, a morte ainda é tabu no
qual elas não gostam de ouvir, mas que no final das contas, para o bem ou para
o mal, é algo que é preciso ser explicado e compreendido. Talvez Burton tenha passado
por algo parecido quando era pequeno e quis passar esse sentimento da sua
maneira para nos, de que um dia todos nos temos que enfrentar essa dor, mas que
devemos acreditar acima de tudo, que nossos entes queridos mesmo partindo, irão
viver no nosso coração.
Com um final que nos
reserva várias outras homenagens, como referencias explicitas a Godzilla e gremlins, Frankenweenie é um filme que
facilmente faz com que qualquer um solte lagrimas dos olhos, mesmo quando a
trama solte soluções fáceis para não tornar tudo tão triste, mas é algo compreensível,
porque é um filme para ser visto por todos, mesmo aqueles não acostumados com o
estilo de Burton, que aqui cria uma obra particular e com amor acima de tudo.
2 comentários:
Tim Burton é um verdadeiro mestre na arte de criar filmes,suas preferências e excentricidades resultam em obras peculiares.
Essa é uma delas,com certeza o filme merece ser assistido.
Abraço!
Bruno
Com toda a certeza Bruno.
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