Nos dias 5 e 6 de novembro, estarei participando do curso, “INGMAR BERGMAN – O Cinema da Angústia Existencial”, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme pertencente, a uma filmografia incomum, de um diretor incomum.
A Fonte da Donzela
Sinopse: Na Suécia, século XIV, a população oscilava entre o cristianismo e o paganismo. Herr Töre (Max von Sydow) e Märeta Töre (Birgitta Valberg) formam um casal que tem uma propriedade rural. Eles são cristãos fervorosos e incumbiram Karin Töre (Birgitta Pettersson), sua filha, uma adolescente de quinze anos, de levar velas para a igreja da região e acendê-las para a Virgem Maria. Karin sonha em só se entregar para um homem quando estiver casada e esta posição é reforçada pois Ingeri (Gunnel Lindblom), uma serviçal que mora em sua casa, está grávida. No caminho da igreja Karin é estuprada e assassinada por dois pastores de cabras. Quando a noite chega ironicamente os criminosos vão pedir comida e abrigo para os pais de Karin. São recebidos cordialmente e Herr Töre lhes promete trabalho. Märeta está nervosa, pois a filha não retornou, mas o marido tenta tranqüilizá-la dizendo que em outras ocasiões Karin dormiu na cidade. Porém o temor da mãe se concretiza quando um dos pastores, sem imaginar, quer vender uma peça de roupa de Karin para sua mãe. Ela reconhece a roupa da filha, mas diz que vai pensar e logo que pode tranca a porta e fala ao marido. Eles já têm certeza do triste destino da filha, pois a peça está suja de sangue. O casal agora só pensa em se vingar.
Baseado numa lenda medieval, Bergman constrói aqui um drama poético de profunda ressonância moral, mesmo onde os protagonistas ficam diante da duvida com relação a sua fé em Deus. O filme possui momentos de tensão e angustia, como por exemplo, a cena do destino da protagonista, um verdadeiro terror físico e psicológico, mas muito bem filmado A dramaticidade da situação é muito bem reforçada pela bela fotografia em preto e branco do seu habitual colaborador Sven Nykvist. Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Gritos e Sussurros
Sinopse: Em uma casa no campo uma mulher está bastante enferma e recebe cuidados de suas duas irmãs e de uma empregada da família, que precocemente perdeu sua filha e por isso extravaza seu amor de mãe dando o maior carinho possível para aquela moça tão debilitada. Dentro deste contexto lembranças, frustrações e imaginações em um misto de amor e ódio surgem no interior de cada pessoa..
Um retrato de amor e ódio perante a inevitável morte, que é difícil de aceita-la, embora ela tenha acontecer, para o bem ou para o mau. Aqui, Bergman está com a mão mais pesada e sem piedade para aqueles que forem assistir a esse filme, pois a trama possui cenas chocantes e desagradáveis, para pessoas mais sensíveis e que não estejam familiarizadas com o universo de Bergman. Mas o diretor se torna esplêndido ao saber captar os sentimentos humanos, mesmo em situações incomuns, embora realistas. O filme levou o Oscar de melhor fotografia, devido a sua brilhante forma que foi apresenta, com os seus tons vermelhos, criados (novamente) por Sven Nykvist.
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