Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cine Dica: Em DVD: UM CONTO CHINÊS

AS COISAS ACONTECEM E PRONTO, OU NÃO?
Sinopse: Um veterano da Guerra das Malvinas chamado Roberto (Ricardo Darín) vive recluso em sua casa há quase vinte anos por causa de um sofrimento do passado. A sua rotina é alterada pela chegada a Buenos Aires do chinês Jun (Ignácio Huang). O homem veio à capital argentina para procurar um parente perdido e começa uma inusitada amizade com Roberto. Os dois homens mal conseguem se comunicar por conta das diferenças culturais e de idiomas.
Às vezes, á historia mais absurda não é ficção, mas sim a realidade, mas pensamos que é ficção, porque ouvimos ela, ou lemos sobre ela, mas não a vemos, portanto é difícil de acreditar em tais fatos. O caso que a vida prega-nos uma peça sejam por qual motivo, talvez por nos ajudarmos, ou simplesmente elas acontecem e temos que administrá-la com naturalidade. Ao assistir Um Conto Chinês, não tem como não pensar sobre isso tudo e não ter como não se identificar com o protagonista (Ricardo Darín, ótimo como sempre) ao ver sua vida cheia de regras e toda certinha, ser quebrada pela aparição do chinês Jun (Ignacio Huang) que surge do nada, não falando nenhuma palavra em Espanhol e unicamente com uma tatuagem de um endereço no braço, onde se encontra possivelmente o seu tio. Até ai tudo bem, pois já vimos encontros de personagens diferentes um do outro, mas que devido a circunstancias, acabam tendo que ficar juntos, mas antes desse encontro, o prólogo do filme é que amarra o espectador de tal forma, que ficamos nos perguntando como aconteceu aquilo. O inicio mostra Jun, com sua namorada dentro de um barco, numa lagoa na China, e quando ele vai pedir ela em casamento, uma vaca cai do céu e cai justamente em cima dela. Mas daí a pessoa se pergunta: O que esse inicio inusitado tem haver com o encontro dos protagonistas? Como Jun saiu da China e foi parar justamente na Argentina? E o que isso tudo tem haver com Ignácio?
Surpreendentemente, o filme possui pequenas respostas, mas difíceis de acreditar, mas não será por isso, que deixaremos de apreciar o filme que nos conquista de uma forma absurdamente contagiante. Talvez isso se deva a dupla central, pela forma como eles terão que se lidar um com o outro, em meio aos obstáculos que irão aparecer, durante os dias que passaram juntos, e de alguma forma, a união de ambos irá mudar vida de cada um deles, pelo menos de Ignácio e com seu passado obscuro. Dirigido pelo ainda desconhecido Sebastián Borensztein, Um Conto Chinês atraiu mais de um milhão de Argentinos no cinema e ficando mais de 14 semanas em cartaz aqui na capital gaucha, e mesmo já chegando em DVD, o filme ainda se encontra em exibição na sala GNC Moinhos, provando que tem potencial para ir mais longe, não só por aqui, mas também no mercado internacional. O cinema Argentino ainda vai longe.


Me Sigam no Facebook e Twitter

Cine Clássico: JOVEM E INOCENTE

BÁSICO, MAS NÃO MENOS GENIAL!
Sinopse: Homem acusado de assassinato foge e recebe, por acaso, ajuda de uma moça jovem e inocente. Ela se sente atraída por ele e dá continuidade à fuga, mesmo sem saber se ele é mesmo culpado.
Ainda em sua fase inglesa, Hitchcock fazia como ninguém um bom filme de suspense, mesmo quando a historia em si não apresentava grandes desafios, mas nem por isso, o torna dispensável, como no caso desse filme. Com uma trama simples, Hitchcock, cria a velha historia do homem errado, que vai a busca de pistas que o discrimine do crime que não cometeu, ao mesmo tempo, o diretor aproveita, para injetar bons momentos de humor e até mesmo uma espécie de comédia romântica involuntária.
Conheci mais a respeito desse filme, quando participei do curso, com relação ao diretor, pelo  CENA UM (administrado por Carlos Primati), onde ele serviu de exemplo que, mesmo ainda nos anos 30, Hitchcock já tinha o maior domínio por seqüências abertas sem cortes com a câmera. Bom exemplo disso é no ato final, onde esta acontecendo uma festa, em que os protagonistas estão atrás do verdadeiro assassino, mas como o diretor sempre gostou de fazer o espectador sempre ficar a um passo dos personagens principais, ele então afasta a câmera deles, sobe ela num ângulo, para aqueles que estão assistindo, ver tudo que esta acontecendo na festa, com um olhar de cima. A câmera começa a se mover para frente, numa cena, aparentemente, sem corte (mas tem, é só prestar bem atenção) e ela vai até chegar num palco, onde uma banda está tocando. De repente, a câmera começa a focar no baterista da banda (que está maquiado), a tal ponto, que da um zoom, até então inédito naquela época, e com isso, descobrimos que ele é o assassino, devido tíquete nervoso nos olhos, o mesmo que ele havia demonstrado nos primeiros minutos do filme.
Como eu disse no inicio do texto, uma trama de suspense simples, mas tecnicamente impecável.


Me Sigam no Facebook e Twitter

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cine Dica: Em DVD: MELANCOLIA

UM DOS MELHORES FILMES DO ANO
Leia minha critica, já publicada, clicando aqui.

Cine Dica: Em Cartaz: MOSTRA DE CINEMA VENEZUELANO:

1, 2 e 3 Mulheres
Sinopse: A temática da mulher e sua relação com a sociedade a partir de diferentes perspectivas e propostas estéticas através das histórias de Eloína, Rosário e Gregoria. Eloína mostra a grandeza e o valor de assumir determinadas posições no papel materno. Rosário mostra a experiência da ingenuidade no contexto da solidão e Gregoria mostra a debilidade versus o ímpeto com que toma decisões para garantir sua estabilidade emocional.
Por ser dirigida por três diretores, a trama é dividida em três historias diferentes, mas com pequenas interligações, que se por lado são quase imperceptíveis, por outro, torna essa trama muito mais rica e enigmática. A primeira trama vê a protagonista encontrando a oportunidade, mas de uma forma arriscada, na segunda, uma jovem perdida em suas escolhas e na terceira, uma família, liderada por uma dona de casa, jogados na própria sorte em um fim do mundo.
De comum, vemos a determinação de ambas perante os obstáculos que a vida reserva, e se vemos o trio em situações que parecem perdidas, o roteiro reserva soluções, que embora meio artificiais, funciona com a proposta que o filme quer passar para o espectador, que não se pode perder a esperança, aja o que houver. Com fotografia, montagem e trilha diferente em cada seguimento (e bem feitas) 1,2 e 3 Mulheres é umas das melhores opções desse Festival Venezuelano.

Comando X

Sinopse: Uma divertida comédia de enredos, que narra vícios e dilemas de Manuel, um rapaz pobre que se apaixona por Lucia, uma jovem de classe média alta de Caracas. Ela é filha do chefe do "Comando", um grupo de oposição extremista que planeja um atentado para derrubar um governo legítimo. Trata-se de uma divertida história que, pouco a pouco, se transforma em uma trama sombria quando o "Comando", assessorado por agentes estrangeiros, irá executar um terrível atentado e Manuel precisa tomar uma difícil decisão: deter o tétrico atentado e perder o seu amor ou salvar a cidade desse horror.
Se Hugo Chavez assistiu a esse filme, ele deve ter adorado, pois a trama retrata o grupo de oposição de uma forma tão hilária, que não me surpreenderia se tivesse se tornado o filme preferido dele. Vemos o protagonista Manuel, com o único interesse de se dar bem na vida, mas que jamais se levantaria contra o governo, mas devido a circunstancias, se transforma numa espécie “de grande homem” a serviço da oposição. O que começa como uma espécie de comedia romântica, bem ao estilo do cinema americano, se transforma em uma espécie de humor negro, que por hora boba, por hora divertida, aliado a uma ótima montagem, que de uma forma inteligente, brinca com o universo das HQ, quando termina uma parte e começa outra. Embora seja um filme claramente a favor da direita, Comando X é apenas um filme divertido e não se levar muito a serio, apesar de estar no lado errado da situação atual da Venezuela.

Macuro
Sinopse: A história de Macuro, uma comunidade pesqueira do oriente do país, que se vê afetada por uma grande falta de eletricidade. Frente à ausência de energia, a comunidade decide pedir ajuda a uma grande fábrica de cimento que conta com um grande gerador. O desprezo da fábrica motiva os cidadãos a tomar medidas inesperadas, criando rebeliões com grandes conseqüências individuais e coletivas.
Apesar de ser baseado em fatos verídicos, podemos ver muito bem nesta produção, uma espécie de metáfora com relação ao povo da Venezuela, perante o governo atual. Ficando sem energia na cidade, o povo de Macuro começa a passar necessidade, se colocando a prova o teste resistência físico e psicológico de cada um dos personagens, onde que, o roteiro aproveita para explorar cada camada de personalidade dos personagens. Destaque para a seqüência na praia, onde ocorre a primeira oposição, e o ato final, que embora seja solucionado todas as pontas, há conseqüências irreversíveis, mas necessárias. Seria a produção uma forma do povo venezuelano dizer chega ao governo Chavez? Não me surpreenderia se fosse isso mesmo!


Em Cartaz: :CineBancários
Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230
Fone (51) 3433-1205.


Me Sigam no Facebook e Twitter

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: FINAL

PORQUE SOMENTE DEU ELES??
Por fim, como o curso sobre Nouvelle Vague, que eu irei participar, começa amanhã, encerro hoje esse especial, relembrando esse movimento que mudou a cara, não só do cinema Francês, como também fortaleceu o termo “cinema de autor”. Porém, gostaria de dar algumas explicações sobre o do porque de eu ter focado tanto os filmes de François Truffaut e Jean-Luc Godard, enquanto outros filmes importantes como os de Robert Bresson, Claude Chabrol, Alain Resnais, Chabrol, e de tantos outros ficaram de fora.
Para começar, quando conheci esse movimento, que começou na virada dos anos 50 e 60, foi através de um simpático livro intitulado Cinema: De Lumière a Tarantino (de Luis Carlos Merten), que focava os principais acontecimentos do cinema, durante o século 20.
Ao chegar ao Nouvelle Vague, o escritor começou a falar sobre as origens da Nova Onda, e os principais diretores que ele citava, era sempre Truffaut e Godard, e isso se reprisou, quando ele relançou o livro com novos extras alguns anos depois. Fora isso, em 2009, eu havia comprado um especial da revista Bravo, falando sobre os 100 melhores filmes de todos os temos, e dentre eles, lá estavam Acossado e Uma Mulher para Dois, onde cada texto falava mais e mais sobre a carreira, tanto de Truffaut como de Godard. Devido a isso, imediatamente comecei a ficar viciado em pegar todos os filmes de ambos, para poder assistir e conhecer mais sobre esse movimento. Porém, a filmografia do resto da turma de críticos da revista intitulada L’Express, ficou meio que de lado, e somente comecei a assistir mais sobre os seus filmes agora, principalmente de Robert Bresson, que gostei bastante apartir do filme O Abatedor de Carteiras. Mas sejamos honestos com nos mesmos, se pegarmos uma lista dos melhores filmes da Nouvelle Vague, imediatamente iremos perceber que, boa parte dos filmes ali são dessa dupla de diretores carismática, que na tristeza e na doença, juntos, fizeram um punhado de filmes mais deliciosos que o outro. Mesmo assim, peso desculpas, para aqueles que esperavam mais filmes dos outros diretores, mas quem sabe né, eu me vicie por um deles e faça um especial de cada um, ou melhor, faça um curso sobre um deles e faça os especiais. Ai ficara maneiro né. Até o próximo especial.

Reveja o especial Nouvelle Vague: Parte: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12.

Cine Dica: Estréias no final de semena: 09 12 11

Final de semana chegando, e eu estaremos ocupado até o pescoço. Estarei participando do curso sobre o movimento Nouvelle Vague (aguarde o final do especial sobre o curso ainda hoje), além de assistir a outros filmes do Festival Venezuelano que está acontecendo aqui na capital, no Cinebancários.
Confiram as dicas para esse final de semana, e para todos um bom descanso.

Gato de Botas 3D
Sinopse: Conheceremos o divertido Gato de Botas desde seu nascimento como um fofo gatinho até ele se tornar o felino visto em Shrek. No filme Gato de Botas irá se juntar a mais dois amigos Humpty e Kitty para tentar capturar a famosa e cobiçada galinha que põe ovo de ouro. Será que essa quadrilha vai conseguir concretizar o plano?

As Canções

Sinopse: Documentário que se interessa profundamente em ouvir seus personagens. Nele, os entrevistados cantam músicas que marcaram sua trajetória de alguma forma e explicam por que aquelas se transformaram nas canções de suas vidas.

Noite de Ano Novo
Sinopse: Enquanto Idas e Vindas do Amor se passa no Dia dos Namorados Noite de Ano Novo acompanha personagens durante a véspera de Ano Novo. O filme celebra o amor a esperança o perdão uma segunda chance e um novo começo no entrelaçamento de histórias de casais e solteiros em meio à pulsação e promessas da cidade de Nova York na noite mais deslumbrante do ano.


Uma Professora Muito Maluquinha
Sinopse: Catharina (Paola Oliveira) foi enviada à cidade grande para estudar, quando era criança. Hoje, aos 18 anos, retornou à sua cidade natal e passou a lecionar em uma escola primária. O único problema é que sua chegada começa logo a provocar certos rebuliços na cidade porque seu comportamento totalmente diferente do tradicional, pessoal e profissionalmente falando, começa a incomodar as pessoas. Mas a cidade também recebe o padre Beto (Joaquim Lopes), discípulo de Monsenhor Félix (Chico Anysio), que também retorna e acaba sendo procurado pela tradicionais professoras que querem derrubar a querida professorinha que conquistou o coração de sua turma com seus métodos não convencionais de ensino. Sem contar que ele desperta atração nos homens da cidade, como Mário (Max Fercondini) Carlito (Cadu Fávero) e Pedro Poeta (odrigo Pandolfo). Pressionada, Amanda encontra-se dividida entre a paixão pelo ensino e o amor proibido, que aflora em seu coração e fica cada vez mais forte.



TRIÂNGULO AMOROSO (2011)
Sinopse: A história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge a pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?"


Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em Cartaz: MOSTRA DE CINEMA VENEZUELANO: ZAMORA

Sinopse: Venezuela. Na segunda metade do século XIX, a polarização entre Liberais e Conservadores marcava o momento político. As desigualdades sociais herdadas ainda na Colônia mantinham os campesinos e os escravos sob o poder da oligarquia. Ezequiel Zamora, mobilizado por profundos ideais de liberdade, encabeça uma luta para tentar apagar a opulência de poucos e a miséria de muitos e repartir equitativamente as terras.
É interessante como certo filme, quando agente assisti, agente já ter uma vaga idéia do que esperar no seu final. No caso de filmes, que retratam com tamanha fidelidade, fatos históricos do país, normalmente temos essa sensação, principalmente quando for ao caso da historia retratar um grande revolucionário local, e no caso de Zamora, filme de Roman Chalhaud não é diferente. O grande problema, quando esse tipo de historia é feita, justamente no local de origem do fato histórico, normalmente os produtores se preocupam em tentar ao maximo ser fiel a historia verdadeira, enquanto a arte de se fazer cinema, fica um pouco de lado. É como se você pegasse um livro de grande sucesso, adapta ele para o cinema, e para não desapontar os fãs fervorosos, acaba no final, a produção sendo tão fiel, que ela se torna vazia e pálida.
Não que Zamora seja dispensável, para ser assistido, pois Roman Chalhaud faz até um bom esforço para transformar a trama em bom cinema, com montagem e fotografia que se alinha, a tal ponto, que disfarça um pouco a falta de recursos da produção, que poderia muito bem funcionar melhor como uma mini serie para a tv, e o que se vê, parece exatamente uma saída da telinha, só que condensada para ser levada a tela grande. E ainda que as interpretações do elenco compensassem, fazendo os protagonistas principais da trama, infelizmente fica com suas interpretações travadas, para se manter fiel a fatos históricos, principalmente o ator Alexander Solorzáno, que por mais que se esforce nos momentos dramáticos, não convence muito, o que não ocorre com outros atores que fazem pequenos personagens, que pelo fato não terem muita relevância nos fatos históricos, tem muito mais liberdade em atuarem em cena.
O filme é mais indicado para as pessoas que buscam historias do passado da Venezuela, principalmente fazendo uma comparação de questões políticas de ontem e hoje por lá, e que a meu ver, não mudou muito não.

Em Cartaz: :CineBancários
Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230
Fone (51) 3433-1205.


Me Sigam no Facebook e Twitter

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 12

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

Nas Garras do Vício
Sinopse: Depois de 12 anos, François (Jean-Claude Brialy) retorna à sua vila, na França, onde passou toda a infância. Ele percebe que a localidade não sofreu grandes mudanças, ao contrário das pessoas, que nem mais reconhece. François dedica especial atenção ao seu problemático amigo Serge (Gérard Blain), que passa o dia inteiro às voltas com a bebida, sem dar qualquer atenção à esposa grávida.

A partir de meados da década de 1950, Chabrol e os seus colegas críticos - Eric Rohmer, François Truffaut, Jean-Luc Godard e Jacques Rivette - foram veementes na condenação do cinema francês contemporâneo, expressando a insatisfação com a tradição, enquanto que foram simultaneamente chamados para uma revisão radical da forma em que os filmes eram feitos e o que seria mais relevantes para um público moderno. Na década que se seguiu, todos estes cinco cinéfilos tiveram a sua oportunidade de pegar numa câmera e mostrar a sua própria visão do cinema. Claude Chabrol foi o primeiro a fazê-lo, mas, ironicamente, seria o último a encontrar o sucesso neste novo trabalho.
Os primeiros filmes de Chabrol são muito diferentes dos filmes com os quais ele é mais conhecido hoje, dramas psicológicos com um toque hitchcockiano, sombrios e um pouco bem-humorados. Estes filmes parecem ser obra de um realizador completamente diferente - mais experimental, mais ousado, mais disposto a chocar o público. Le Beau Serge não é o mais ilustre dos trabalhos iniciais de Chabrol, mas é um dos seus filmes mais interessantes, em que já podemos ver os temas que predominam nos últimos anos, nomeadamente um desgosto para a moralidade burguesa falhada. Estilisticamente, o filme parece ter sido influenciado por obras italianas neo-realistas da década anterior. Chabrol rodou o filme inteiro em exteriores, empregando atores não profissionais para todos os papéis secundários e autores bastante inexperientes para os papéis principais. O local é sombrio, fotografia de baixo contraste a preto e branco com ausência de iluminação artificial dão ao filme um sentido austero da realidade que não poderia ser mais diferente da elegância polida de filmes posteriores de Chabrol.
Le Beau Serge reúne três dos atores que viriam a ser estreitamente associados à Nouvelle Vague francesa: Jean-Claude Brialy, Gérard Blain e Bernadette Lafont. Muitos especialistas consideram este, verdadeiramente, o primeiro filme da Nouvelle Vague.


Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Planeta dos Macacos: A Origem

Leia minha critica, já publicada, clicando aqui

Leia também: Por Dentro do Planeta dos Macacos: Parte 1, 2, 3, e mais,  dublagem x legenda.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 11

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

 Beijos Proibidos
TERCEIRA PARTE DA SAGA DE ANTOINE DOINEL ONDE O LEVA PARA O CAMINHO DO AMADURECIMENTO

Sinopse: Terceiro capítulo da série Antoine Doinel, o alter-ego do diretor François Truffaut. Neste episódio, Doinel (Jean-Pierre Leaud) é afastado do exército por insubordinação. Ele arruma um emprego de vigia noturno num hotel e, depois, de investigador particular. Enquanto isso, Antoine apaixona-se pela charmosa Sra. Fabienne Tabard (Delphine Seyrig).
Devido ao sucesso com o seu filme Os Incompreendidos, François Truffaut decidiu o que para muitos naquela época era uma raridade, criar uma série de filmes com o mesmo personagem. Nesta terceira parte Antoine conhece aquela que em breve irá se casar, ao mesmo tempo se mete em inúmeras situações aliadas com bom humor e refinamento. Infelizmente o segundo filme de Antoine Doinel (O Amor aos Vinte Anos) ou continua inédito para o Brasil, ou nunca tive sorte de achar ele nas locadoras. Mas, segundo minhas pesquisas pela rede, todos estrelados pelo personagem Daniel, podem ser encontrados pela internet, que são eles: Os Incompreendidos, O Amor aos Vinte Anos, Beijos Proibidos, Domícilio Conjugal, O Amor em Fuga. Portanto, quem não conseguiu comprar, ou a locadora perto de sua casa lhe deu cano, vale então a pena seguir esse meio alternativo, pois a cine série com Daniel, é inesquecível.

Curiosidades: Oscar 1969 (EUA). Indicado na categoria melhor filme em língua estrangeira. Globo de Ouro 1969 (EUA). Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.


Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em Cartaz: MOSTRA DE CINEMA VENEZUELANO: BLOQUES

Sinopse: No edifício Bloque 1, vive Manuel, um homem solitário e taciturno cujo comportamento afasta todos à sua volta, incluindo seu próprio filho. Em meio à rotina e ao álcool, surge para ele a esperança de um novo amor: Norma, cozinheira de um bar, que entra em sua vida sem se dar conta. Para o edifício Bloque 2, mudam-se os Aristigueta, família venezuelana de classe alta, empobrecida por conta das más decisões financeiras do pai. Alejandra, a filha mais velha, vive em Nova York há alguns anos, ignorando a realidade em que vivem sua família e seu país.
Bloques (ou vida em bloco) é um retrato de indivíduos que se entregam e outros que não se entregam ao mundo que vive. Dirigido por Alfredo Hueck e Carlos Caridad, acompanhamos a primeira historia de Manuel (qualquer semelhança desse personagem com o do filme O Grande Lebowski é mera coincidência) que não se importa nem um pouco com o seu jeito perante as pessoas ou muito menos com a situação em que vive, simplesmente, deixa as coisas acontecerem. Quando surge a personagem de Norma, vê nela uma chance de dar a volta por cima na vida, mesmo numa situação que já parece ser tarde demais. Um dos grandes destaques desse segmento, fica por conta da montagem engenhosa em que agiliza a trama, além de vários planos seqüências sem cortes (como a cena do banheiro), ao mesmo tempo em que faz um belo casamento com uma fotografia pálida e cinzenta, onde representa o aspecto interior de cada um dos personagens. Com um final em aberto, o primeiro seguimento do longa, é o melhor desde já.
Bloque 2, ao retratar a vida de uma mãe, com seus dois filhos, depois de perderem seus bens após o patriarca ser preso, o tom da produção muda completamente, mesmo que a trama se passe no mesmo prédio da trama anterior. O filme retrata personagens que simplesmente não querem pertencer aquele mundo e tentam de todas as formas desvencilharem dele, mesmo que a trama retrate o ambiente com uma fotografia colorida e reconfortante. Talvez por isso, esse segmento se torne um tanto deslocado e muito mais lento, principalmente com as situações que são resolvidas com soluções um tanto que fáceis demais, mas felizmente, é compensado pelo jovem elenco desse seguimento, principalmente pela atriz que faz Alejandra.
Apesar dos passos em falsos, o filme é um ótimo pequeno retrato do individuo comum da Venezuela, onde uns aceitam e outros não, viverem em determinada situação, sendo que, às vezes o mundo não é cruel e miserável com agente acha, mas às vezes, somos-nos mesmos que não tomamos jeito. Sendo que, basta um empurrão para ajeitar as coisas.


Em Cartaz: :CineBancários
Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230
Fone (51) 3433-1205.


Me Sigam no Facebook e Twitter:

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 10

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

Masculino-Feminino

Sinopse: A relação entre dois jovens, um militante e uma cantora, em meio às transformações ideológicas e comportamentais na França dos anos 60, momentos antes de Maio de 68.
Algumas pessoas mal informadas acabam dizendo que assistindo a um filme de Jean-Luc Godard é como assistir no final das contas toda a sua filmografia, isso porque sempre quando forem assistir outros de seus filmes sempre encontrara a mesma coisa. Claro que eu da minha parte discordo completamente, mas a um motivo para essas pessoas mal sintonizadas pensarem dessa forma. Muito se deve ao fato do diretor sempre tocar nas feridas da época como a política que se dividia entre a esquerda e a direita, ao mesmo tempo em que começou a surgir cada vez mais inúmeros grupos de jovens que representavam ambos os lados e que acabavam por gerar esses conflitos.
Em meio a isso surgiam certas revoluções, tanto culturais como de costumes e é ai que esse genial filme toca no assunto sobre a difícil vida do homem daquele tempo de tentar de todas as formas interagir com a mulher numa época em que cada vez mais ela se torna independente. E assim, o diretor cria uma historia original em meio a esses diversos assuntos, e isso é muito bem retratado no jovem casal central, interpretados de forma brilhantes pelos atores Jean-Pierre Léaud e Chantal Goya cujos diálogos beiram ao surrealista e ao mesmo tempo com um humor negro que até hoje não envelheceu.
Jean-Pierre Léaud, por exemplo, possui momentos sublimes e ao mesmo tempo seu personagem não foge muito do padrão adotado em outro personagem em que ele interpretou por anos apartir do filme Os Incompreendidos de François Truffaut. Tanto, que por alguns momentos inclusive, vemos os mesmos trejeitos do personagem Antoine neste personagem que aqui ele interpreta o que não significa que ele ficou marcado por um único personagem, muito pelo contrario, mas essa sempre foi à forma de Jean atuar e não é por isso que será rotulado como um ator limitado.
No final das contas, Masculino, Feminino é um excelente filme da 'nouvelle vague' francesa, e se pensarmos bem, era algo bem a frente do seu tempo e ao mesmo tempo um verdadeiro retrato das mudanças das relações amorosas que estavam surgindo, Coisa que o cinema americano demorou a engrenar e mostrar em suas telas.

Curiosidade: A bela Brigitte Bardot (que havia trabalhado com o diretor em Desprezo) faz uma pequena ponta numa seqüência rodada num Café parisiense.


Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: Em DVD: APROXIMAÇÃO (2007)

Sinopse: Após a morte de seu pai, Ana (Juliette Binoche), uma mulher francesa de origem israelense, sai em busca de sua filha, que ela abandonara quando era adolescente. Essa jornada a leva à Gaza, durante a desocupação de Israel.

Aproximação, é um drama que mostra toda a habilidade do israelense Amos Gitai, que mais do que nunca, ligado ao seu país. O diretor divide aqui seu enredo em duas partes, que se completa com um prólogo e um epilogo. O prólogo, alias, é um longo plano-sequência dentro de um trem, onde mostra o israelense Uli (Liron Levo) conhecendo e beijando uma palestina, interpretada por Hiam Abbass ("O Visitante"). Quando questionados por um oficial sobre a estranheza daquele envolvimento, o israelense diz que aquilo não é nada político, simplesmente são apenas duas pessoas que se cruzaram por ali. Hiam logo completa: "Não é nada simbólico. Só estamos no mesmo trem." Nesse momento, o diretor mostra um encontro simples de dois mundos diferentes, mas que basta isso, para gerar certa desconfiança para outros olhos preconceituosos e paranóicos.
Após essa pequena historia, o filme tem inicio a primeira parte, onde vemos um reencontro da francesa Ana (Juliette Binoche, formidável) com seu meio-irmão Uli (visto no prólogo) para o funeral do pai deles. Neste momento, é construída a forma de relação de ambos os irmãos, que por um momento, sentimos certo ar ambíguo, já que Ana está muito feliz com a morte do pai, e por alguns momentos, percebemos que ela começa, sutilmente, a dar em cima do próprio irmão, e mesmo que, minutos depois somos informados que eles não são irmãos de sangue, não deixa de haver no ar, certo desconforto, e tudo se deve a isso ao desempenho assombroso de Juliette Binoche. Atriz que me fez mudar de opinião, tudo de que eu achava dela como atriz profissional, ao assistir o filme Copia Fiel que estreou neste ano. Aqui, é mais do que uma prova, da versatilidade que ela tem, por dentro e por fora.
Com o final da primeira parte, (com a participação da lendária atriz Jeanne Moreau) o filme muda radicalmente e mostra uma nova faceta de Ana, onde ela se vê obrigada a regressar a Israel após ler uma cláusula no testamento de seu pai. Lá, ela vai reencontrar num kibutz a filha, a quem abandonou criança e que virou herdeira dos bens do avô. Quanto a Uli, ele vai para Gaza, como soldado do Exército, que terá a difícil missão de retirar judeus assentados em territórios palestinos. Curiosamente, o diretor já havia tocado no assunto sobre esse acontecimento histórico em Free Zone (2005), contudo, não torna esse filme repetitivo, muito pelo contrário. Ao criar uma historia de busca, perdas e redenção, o diretor cria momentos (já citados aqui) formidáveis e um desfecho arrebatador, onde há um longo plano seqüência, onde ocorre o desencontro de duas personagens, e o publico ao assistir isso, fica impotente, tanto com relação aos personagens que se separaram, como também situação daquele povo que sofreu por questões políticas.
Com trama e planos de câmera formidáveis, pela sua originalidade, Aproximação talvez seja apenas um aperitivo do que esta por vir nos próximos projetos de Amos Gtai, e se for esse o caso, o jantar promete ser arrebatador.



Me Sigam no Facebook e Twitter:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 9

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

A Noite Americana
François Truffaut. aqui faz uma verdadeira declaração de amor a sétima arte

Sinopse: Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.
François Truffaut sem duvida é um dos gênios do cinema francês. Aqui ele faz uma verdadeira declaração de amor e retrata de uma maneira bem humorada o dia á dia de um set de filmagens que durante o percurso, de semanas de filmagens, até a da finalização de um filme, pode acontecer de tudo. Atenção pelas cenas em que o diretor presta seu amor e carinho ao cinema. Seu alter-ego (Ferrand), em flashbacks, relembra sua infância, quando roubava pôsteres dos filmes em cartaz, entre eles, do filme Cidadão Kane, coisa que o próprio Truffaut confessou que fazia quando jovem, ou então na cena quando o diretor recebe um telefonema do compositor do filme para mostrar-lhe uma música, que esta seria o tema de amor de outro filme de Truffaut. Neste momento, enquanto ouve a música ao telefone, ele abre uma encomenda que recebera de vários livros sobre cinema e diretores como Hitchcock e Godard, que vão sendo exibidos com a música de amor ao fundo.

Curiosidades: O nome do filme é uma alusão à técnica criada nos Estados Unidos para filmar uma cena noturna durante o dia, usando um filtro especial nas lentes da câmera. O filme é dedicado às irmãs Lillian e Dorothy Gish.


Me Sigam no Facebook e Twitter:

Cine Dica: MOSTRA DE CINEMA VENEZUELANO

6 a 18 de dezembro de 2011
Entrada Franca

Dentro da sua proposta de dar espaço e visibilidade às cinematografias da América Latina, o CineBancários, em parceria com o Consulado Geral da República Bolivariana da Venezuela no Brasil realizam, entre os dias 6 e 18 de dezembro, uma mostra dedicada ao cinema venezuelano contemporâneo.
Praticamente desconhecido no Brasil, os filmes produzidos na Venezuela tem uma forte tradição política e costumam privilegiar temas históricos e sociais. Ao longo de duas semanas, o público local poderá conhecer seis títulos recentes que ilustram o vigor e a qualidade dessa cinematografia.: Bloques, 1, 2 e 3 Mulheres, Zamora, Miranda Regressa, Comando X e Macuro.
Uma oportunidade única para nos aproximarmos de um país e de uma cultura que tem tanto em comum com a nossa, mas que conhecemos tão pouco.
Coquetel de abertura acontece no dia 6 de dezembro, às 19h, seguido da exibição do filme Bloques, com a presença do Cônsul geral da Venezuela no Brasil, Sr. Robert Torrealba, e da Consul geral da Venezuela no Brasil Srª Ingrid Ojeda.

PROGRAMAÇÃO

Bloques, de Alfredo Hueck e Carlos Caridad (Venezuela, 2008, ficção, 126 minutos)

No edifício Bloque 1, vive Manuel, um homem solitário e taciturno cujo comportamento afasta todos à sua volta, incluindo seu próprio filho. Em meio à rotina e ao álcool, surge para ele a esperança de um novo amor: Norma, cozinheira de um bar, que entra em sua vida sem se dar conta. Para o edifício Bloque 2, mudam-se os Aristigueta, família venezuelana de classe alta, empobrecida por conta das más decisões financeiras do pai. Alejandra, a filha mais velha, vive em Nova York há alguns anos, ignorando a realidade em que vivem sua família e seu país.

1, 2 e 3 Mulheres, de Andrea Herrera, Anabel Rodriguez e Andrea Ryos (Venezuela, 2008, ficção,103 minutos)

A temática da mulher e sua relação com a sociedade a partir de diferentes perspectivas e propostas estéticas através das histórias de Eloína, Rosário e Gregoria. Eloína mostra a grandeza e o valor de assumir determinadas posições no papel materno. Rosário mostra a experiência da ingenuidade no contexto da solidão e Gregoria mostra a debilidade versus o ímpeto com que toma decisões para garantir sua estabilidade emocional.

Zamora, de Román Chalbaud (Venezuela, 2009, ficção,131 minutos)

Venezuela. Na segunda metade do século XIX, a polarização entre Liberais e Conservadores marcava o momento político. As desigualdades sociais herdadas ainda na Colônia mantinham os campesinos e os escravos sob o poder da oligarquia. Ezequiel Zamora, mobilizado por profundos ideais de liberdade, encabeça uma luta para tentar apagar a opulência de poucos e a miséria de muitos e repartir equitativamente as terras.

Miranda Regressa, de Henry Herrera (Venezuela, 2007, ficção,145 minutos)

Um repórter entra clandestinamente na cela de Miranda, na Carraca, em 10 de julho de 1816. O jovem jornalista pediu ao General que lhe concedera uma entrevista, a fim de propagar seu pensamento anticolonial em um importante jornal que é publicado furtivamente em Cádiz. Miranda, já um macaco velho da geopolítica internacional, desde o século passado, desconfia do impetuoso repórter que, aos poucos, ganha a sua confiança, até que o prisioneiro se compromete a conceder-lhe a entrevista. Aqui começa uma retrospectiva, uma jornada da vida do general onde o retorno ao passado, os momentos mais significativos na construção de formação do jovem general, o sedutor, o soldado espanhol, o iluminado, o desertor, o independentista, a política, o guerreiro, o contrabandista, o espião, o herege, o conspirador e o precursor, é narrado para revelar a magnitude de Francisco Miranda, para sempre, talvez, o mais universal de todos os venezuelanos.

Comando X, de José Antonio Varela (Venezuela, 2007, ficção, 92 minutos)

Uma divertida comédia de enredos, que narra vícios e dilemas de Manuel, um rapaz pobre que se apaixona por Lucia, uma jovem de classe média alta de Caracas. Ela é filha do chefe do "Comando", um grupo de oposição extremista que planeja um atentado para derrubar um governo legítimo. Trata-se de uma divertida história que, pouco a pouco, se transforma em uma trama sombria quando o "Comando", assessorado por agentes estrangeiros, irá executar um terrível atentado e Manuel precisa tomar uma difícil decisão: deter o tétrico atentado e perder o seu amor ou salvar a cidade desse horror.

Macuro, de Eduardo Troche (Venezuela, 2008, ficção, 91 minutos)

A história de Macuro, uma comunidade pesqueira do oriente do país, que se vê afetada por uma grande falta de eletricidade. Frente à ausência de energia, a comunidade decide pedir ajuda a uma grande fábrica de cimento que conta com um grande gerador. O desprezo da fábrica motiva os cidadãos a tomar medidas inesperadas, criando rebeliões com grandes consequências individuais e coletivas.



GRADE DE HORÁRIOS


6 a 11 de dezembro


6 de dezembro (terça-feira)
19h – Coquetel de abertura, seguido da exibição do filme Bloques, com a presença Cônsul geral da Venezuela no Brasil, Sr Robert Torrealba, e da Consul geral da Venezuela no Brasil Srª Ingrid Ojeda.

7 de dezembro (quarta-feira)
15h– 1, 2 e 3 Mulheres
17h– Macuro
19h– Miranda Regressa

8 de dezembro (quinta-feira)
15h – Macuro
17h– Comando X
19h – Zamora

9 de dezembro (sexta-feira)
15h – 1, 2 e 3 Mulheres
17h – Macuro
19h – Bloques

10 de dezembro (sábado)
15h – Comando X

17h – 1, 2 e 3 Mulheres
19h– Miranda Regressa

11 de dezembro (domingo)
15h – Macuro
17h – Comando X
19h – Zamora

13 de dezembro (terça-feira)
15h – Macuro
17h – Comando X
19h – Miranda Regressa

14 de dezembro (quarta-feira)
15h– 1, 2 e 3 Mulheres
17h – Macuro
19h – Bloques

15 de dezembro (quinta-feira)
15h – Macuro
17h – Comando X
19h – Zamora

16 de dezembro (sexta-feira)
15h – 1, 2 e 3 Mulheres
17h – Macuro
19h – Miranda Regressa

17 de dezembro (sábado)
15h – Comando X
17h – 1, 2 e 3 Mulheres
19h – Zamora

18 de dezembro (domingo)
15h – Macuro
17h – Comando X
19h – Bloques

Fonte: :CineBancários
Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230
Fone (51) 3433-1205
cinebancarios@sindbancarios.org.br
cinebancarios.blogspot.com
cinebancarios.sindbancarios.org.br
twitter:@cine_bancarios

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 8

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
VIVER A VIDA
Sinopse: Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris.
De todos os seus filmes, esse é o meu preferido de Godard. Talvez por brincar com a nossa perspectiva em determinadas cenas, como a cena inicial em que câmera, ao em vez de focar os personagens, vemos somente eles conversando de costas para o bar e por minutos só ficamos vendo um leve vislumbre de seus rostos em um espelho. Outro belo exemplo é quando a protagonista, com mais um personagem, estão conversando no que parece ser em uma sacada com uma bela vista, mas a câmera vai para o lado e nos revela que é uma parede pintada. Inúmeros momentos como esse ocorrem durante o filme, seja pela perspectiva vinda do diretor, seja também em cenas que é vinda da própria perspectiva da protagonista, como na cena em que ela dança em um bar. Muito se deve isso, não somente pela ótima direção de Godard, mas também pela colaboração do seu colega de produção, o fotografo Raoul Coutard, que ganharia prestigio em injetar sua própria visão em determinadas seqüências de cena em outros filmes da época, nas quais se tornaram sua marca registrada, que por muitas vezes, eclipsava a direção do próprio diretor.
Anna Karina (na época, esposa do diretor) tem aqui um dos seus melhores desempenhos na carreira ao retratar uma mulher, por vezes, determinada, mas desiludida com a vida ao embarcar no submundo da prostituição. Se a momentos chaves nos quais ela se sobressai, se entregando em seu papel de corpo e alma, podemos citar dois momentos, sendo que o primeiro é a cena em que ela está no cinema, se identificando e sofrendo com a protagonista de “A Paixão de Joana D’Arc”, de Dreyer. Neste momento, Godard responde em forma de cena, as perguntas que são levantadas em outra obra sua (O Demônio das Onze Horas) sobre o que é o cinema? Aqui, a resposta é de uma forma simples, direta, e ao mesmo tempo, uma homenagem a sua própria arte. E por fim, a cena em que ela conversa com um senhor em um bar, sendo que esse ultimo desencadeia a conversa para filosofia pura e, em meio a conversa, faz a protagonista concluir que nos somos responsáveis pelos nossos atos (Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável).Frase como esta que resume seu destino em toda a película.
Um filme indispensável e que acho, por vezes, superior se comparado a Acossado.


Me Sigam no Facebook e Twitter: