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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Corvo'

Sinopse: As almas gêmeas Eric Draven e Shelly Webster são brutalmente assassinadas quando os demônios de seu passado sombrio os alcançam. Atravessando os mundos dos vivos e dos mortos, Draven retorna em busca de vingança sangrenta contra os assassinos.  

"O Corvo" (1994) de Alex Proyas é sem sombra de dúvida uma das melhores adaptações de HQ para o cinema, ao saber nos passar uma história sobre vingança e com algumas pinceladas do gênero fantástico. Infelizmente o filme rendeu diversas continuações, sendo uma pior do que a outra e sempre existindo a possiblidade de um reboot surgir no horizonte. Eis que então surge "O Corvo" (2024), filme que dá nova roupagem ao conto, mas não obtendo o mesmo brilho do clássico.

Dirigido agora pelo diretor Rupert Sanders, de "Branca de Neve e o Caçador" (2012), nesta nova versão, Eric Draven (Bill Skarsgård), é um rapaz viciado em drogas que se apaixona por Shelly Webster (FKA Twigs) em uma penitenciária de reabilitação. Após fugirem do local, ambos são brutalmente assassinados a mando de um misterioso homem, visto que a jovem possuía provas de um crime cometido. Sem conseguir descansar e determinado a corrigir os erros do passado, Eric então retorna do além em busca de vingança, caçando até o fim do mundo o responsável pelo assassinato da sua amada.

Basicamente a história é a mesma, mas sendo reescrita para ser apresentado para as novas plateias e eu acho que é aí que se encontra o pior erro do filme. Se no original havia uma simplificação coerente com relação ao lado sobrenatural da trama, aqui nós somos bombardeados por informações, por vezes, vazias sobre a vida pós morte  e do qual não ajuda em nada com relação a sua sustentação. Aliás, o filme peca ao fingir ser gótico através de diversos recursos, com o direito de um CGI dispensável ao ser usado no mundo do além.

E se na versão original não havíamos testemunhado a construção da relação entre Eric Draven e Shelly Webster, aqui eles gastam mais de meia hora para sabermos como eles se conheceram e se apaixonaram. O problema neste caso está na falta de química de ambos os interpretes, sendo que não nos convence e não faz a gente acreditar que há ali um amor de verdade. FKA Twigs é uma conhecida cantora da música pop, mas por enquanto não nos convence como atriz e prejudicando o primeiro ato em si.

Porém, é preciso reconhecer que Bill Skarsgård carrega o filme nas costas, ao construir um Eric Drave que se difere com relação ao que Brandon Lee havia feito e obtendo assim a sua  identidade própria. Mas, se na versão original os vilões eram bem apresentados, principalmente por aquele interpretado por Michael Wincott, aqui quase nenhum merece destaque, sendo que nem ao menos é explicado direito o lado sobrenatural em volta deles e não restando nada para nós a não ser aceitar essa proposta superficial. Mesmo sendo vilão principal, Danny Huston nos últimos tempos tem abraçado somente o lado caricato de suas interpretações e muito distante dos seus bons desempenhos em início de carreira.

Ao menos, a direção capricha em algumas cenas de ação, sendo que a violência aqui é quase cartunesca, pois é muito sangue exagerado, ao ponto de tudo ficar gore. Nestas cenas, por exemplo, Bill Skarsgård está quase sempre ensanguentado, mas fazendo com que isso colabore para que o seu olhar nos transmite alguém indo de encontro com o lado irracional da situação. O ápice disso se concentra na sequência do teatro onde acontece uma grandes opera.

É uma pena, portanto, que temos que aguentar todos os poréns desse filme para chegarmos até esse momento, pois ela é muito bem filmada, onde o protagonista atira, corta os oponentes com a sua espada e se casando com perfeição com a música ouvida na apresentação. Tudo é muito belo, cartunesco, estiloso e sendo, talvez, uma das melhores cenas que Rupert Sanders filmou em sua carreira. Porém, por mais épica que seja, ela não salva o filme de correr o sério risco de cair no esquecimento.

Ao meu ver, a produção foi filmada de um modo para que se diferenciasse das mais diversas adaptações de HQ para o cinema recente. Contudo, não adianta somente se diferenciar pela superfície, mas também saber tratar a proposta principal da história com mais carinho, menos pirotecnia e sem muitas explicações, pois por demais nubla a sua essência. Alex Proyas em 1994 conseguiu tudo isso com um orçamento minúsculo, mas sendo filmado de  coração acima de tudo.

"O Corvo" é um filme por vezes belo, porém, vazio na sua maioria do tempo e desperdiçando a chance de nos brindar com um grande espetáculo.  

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO DE 2024

 ESTREIAS:

QUANDO EU ME ENCONTRAR

ASSEDIABILIDADE

Brasil/ 2023/ Documentário/ 86 min.

Direção: Daniel Gonçalves

Sinopse: ASSEXYBILIDADE conta histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Queremos mudar a ideia de que são seres assexuados, angelicais, especiais e, até mesmo, desprovidos de desejos. Nós fodemos e fodemos bem, dizem por aí.


ATENÇÃO: AS SESSÕES DESTE FILME TERÃO LEGENDAS DESCRITIVAS.


QUANDO EU ME ENCONTRAR

Brasil, Drama/2023, 77'

Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena

Sinopse:A partida de Dayane se desenrola na vida daqueles que ela deixou para trás. Sua mãe, Marluce, faz de tudo para não demonstrar o choque que a partida da filha lhe causou. A irmã mais nova de Dayane, Mariana, enfrenta alguns problemas na nova escola onde está estudando. Antônio, noivo de Dayane, se vê num vazio diante da partida dela e busca obsessivamente por respostas.

Elenco:Luciana Souza, David Santos, Pipa, Di Ferreira, Adna Oliveira, Lucas Limeira, Larissa Goes, Lis Sutter, Claudia Pires, Alisson Emanoel, Bruno Kunk, Patricia Dawsom, Rafael Martins, Caru Lina



EM CARTAZ:

PRISÃO NOS ANDES

Chile, Brasil | Drama |105 minutos | 2023

Direção: Felipe Carmona

Sinopse: Os cinco torturadores mais cruéis da ditadura de Pinochet cumprem penas, que somam séculos, em uma luxuosa prisão aos pés da cordilheira dos Andes. O local possui piscina, jardins e aviários, e os presos são vigiados por guardas que mais parecem empregados. Quando uma equipe de televisão entrevista um dos internos, as declarações desse homem têm um impacto inesperado. Temendo uma transferência para um presídio comum, os militares condenados farão o possível para permanecer no local, desencadeando uma onda de delírio e violência em meio às montanhas.

Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, AlejandroTrejo, Óscar Hernández, Daniel Alcaíno


HORÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

15H: PRISÃO NOS ANDES

17H: QUANDO EU ME ENCONTRAR

19H: ASSEXYBILIDADE (COM LEGENDAS DESCRITIVAS)


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Curiosidade: *Cobertura da Rua da Saúde é obra-prima de inovação arquitetônica e de engenharia*

_Com estrutura em aço aparente, projeto apresenta soluções inovadoras, que transformam espaço degradado em ótimo exemplo de como a construção em aço contribui com os espaços urbanos_


A cobertura da Rua da Saúde, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, é uma obra- prima de inovação arquitetônica e de engenharia. Utilizando estrutura em aço esbelta e de forma livre, o projeto apresentou desafios significativos e destacou soluções inovadoras que transformaram um espaço degradado em ótimo exemplo de como o sistema construtivo em aço pode contribuir com os espaços urbanos. 
“Fomos convidados pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para participar da concorrência do projeto e da construção da cobertura. O programa anterior não foi viável devido a problemas geométricos e interferências das fundações com a infraestrutura hospitalar”, conta Miriam Sayeg, engenheira estrutural do escritório Schlaich Bergermann Partner (SBP), acrescentando que principal desafio foi tornar a estrutura gridshell viável para a cobertura da Rua da Saúde, reduzindo o número de apoios para minimizar interferências com a infraestrutura hospitalar.
A utilização de aço e vidro na cobertura trouxe tanto funcionalidade quanto estética ao espaço, com o aço aparecendo como elemento estrutural da gridshell, gerando uma configuração extremamente esbelta, generosa em seus vãos, e definindo uma área de proteção aos usuários do complexo hospitalar. “Além de gerar uma experiência de conforto e acolhimento nas áreas sob a cobertura, a transparência do vidro, combinada com a leveza do aço, transformou o ambiente de circulação em um espaço convidativo e protegido”, explica Miriam.

Estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares

Para garantir a estabilidade e eficiência da cobertura, destacam-se os fatos de que a estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares e que o conceito estrutural foi ajustado cuidadosamente. “A posição final dos 14 pontos de apoio foi definida em um processo contínuo, levando em conta os edifícios existentes e as instalações subterrâneas,” explica a engenheira, acrescentando que as cargas horizontais são direcionadas principalmente aos apoios do impluvium e ao contraventamento em forma de M, enquanto as colunas em forma de V suportam cargas horizontais menores e as colunas verticais transmitem cargas diretamente aos pontos de base.
Outro ponto relevante do projeto é a estrutura da cobertura, que é composta por uma grelha triangular em aço com perfis tubulares, conectada a amarrações soldadas por meio de seis placas de aço e um tubo cônico maciço. “Esse design proporciona estabilidade e também uma estética esbelta e impressionante”, acrescenta Miriam.
A estrutura metálica influenciou diretamente essa criação, uma vez que a esbeltez do aço permitiu que as áreas verdes e de convivência na praça da Rua da Saúde pudessem ser os verdadeiros pontos focais. “A cobertura funciona como um véu transparente que protege os usuários e harmoniza com a natureza”, conclui a engenheira.
Para o CBCA, a cobertura da Rua da Saúde é uma obra de referência mundial, combinando estética, funcionalidade e engenharia de forma exemplar. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre foi modernizada, tornando-se um marco icônico da cidade. Com os painéis de vidro e a estrutura em aço aparente, a Rua da Saúde redefine o espaço hospitalar, proporcionando um ambiente protegido, acolhedor e esteticamente agradável para todos os seus usuários.
Sobre o CBCA
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, acesse: www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'O Mal Não Existe'

 Nota: Filme Exibido para os associados no dia 14/09/24 

Sinopse: Takumi e sua filha moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida pacata, um dia os moradores descobrem a existência de um plano para construir um acampamento.  

Ryūsuke Hamaguchi já pode tranquilamente entrar na lista dos melhores diretores autorais do cinema recente, pois em seus filmes testemunhamos a relação entre os personagens e como isso os afeta mesmo que indiretamente. Se no premiado "Drive My Car" (2022) vemos aproximação de pessoas cuja as suas vidas em um primeiro momento são distintas uma da outra, por outro lado, "Roda do Destino" (2022) fala sobre o reencontro de determinados personagens solitários e obtendo, enfim, uma segunda chance. "O Mal Não Existe" (2024). porém, fala sobre atos e consequências de pessoas que convivem no mesmo mundo, mas não sabendo ao certo sobre isso.

Na trama, Takumi (Hitoshi Omika) e sua filha, Hana (Ryo Nishikawa), moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida relativamente simples, um dia os moradores acabam descobrindo o surgimento de um plano para construir um acampamento próximo à casa de Takumi, oferecendo aos moradores da cidade uma “fuga” confortável para se conectar com a natureza. No entanto, o que pode ser bom para alguns é o pesadelo de outros, pois toda esta movimentação afeta diretamente a vida de Takumi e Hana como um todo.

Ryūsuke Hamaguchi procura nos mostrar já em sua abertura o cenário principal em que ocorrerá os principais eventos da trama. Nota-se, por exemplo, que testemunhamos um plano-sequência onde vemos as arvores, a neve e o céu encoberto. Porém, repare que nunca sabemos ao certo se estamos diante da neve que está passando, ou se é o próprio céu nublado, pois as cenas registradas pela câmera são continuas e fazendo com que a transição entre o céu e o chão se tornem quase imperceptíveis.

Contudo, o primeiro vislumbre da pequena Hana é dela olhando para cima e dando a entender que as imagens eram uma representação do seu olhar com relação a sua realidade em volta. Ao chegar a essa conclusão, portanto, fazem com que os primeiros minutos se entrelaçam com o enigmático final e do qual muitos irão obter mais perguntas do que respostas com relação ao que irão ver. Porém, até lá, há uma construção sobre os dois lados da mesma moeda.

Se no primeiro ato existe uma apresentação minuciosa sobre a relação entre pai e filha, logo em seguida adentramos no que eu acho um dos pontos altos do filme como um todo, onde ocorre uma reunião entre os moradores e os representantes da empresa que querem fazer um acampamento para turismo e podendo gerar um desiquilíbrio na região. Com diálogos afiados vindo dos moradores, há uma verdadeira desconstrução com relação as palavras vindas dos representantes da empresa e fazendo com que fiquem com a guarda baixa.

Curiosamente, se em um primeiro momento sentimos certo desprezo com relação a esses últimos, por outro lado, o diretor Ryūsuke Hamaguchi se encarrega para que nos simpatizemos com eles, já que são meros funcionários de uma grande empresa, mas que nunca tiveram grande contato fora do sistema em que eles convivem no dia a dia. Interpretados por Ryuji Kosaka e Ayaka Shibutani, ambos nos brindam com diálogos afiados enquanto os seus personagens estão dentro do carro e indo em direção a vila de Mizubiki. Curiosamente, sinto uma certa predileção Ryūsuke Hamaguchi ao inserir os seus protagonistas dentro de veículos e onde os mesmos revelam as suas reais personalidades e cujo artificio é algo similar no que eu acompanhei na filmografia do cineasta iraniano Abbas Kiarostami.

Logicamente existe nas entrelinhas da trama uma crítica acida ao sistema capitalista e cujo as pessoas que controlam as engrenagens não fazem a menor ideia do que é melhor para as pessoas daquela vila. Porém, os habitantes de lá, também possuem os seus próprios sistemas de regras e dos quais fazem com que aquela natureza, por vezes, se torne implacável para aqueles que desconhecem ela como um todo. Uma vez que há o encontro entre esses dois mundos nota-se que há um grande muro que gera a falta de comunicação e da qual se encaminhará para o enigmático final.

Esse, por sua vez, com certeza irá dividir a opinião da maioria, mas que ao meu ver, como eu disse acima, se entrelaça com os minutos iniciais da trama. Se a minha teoria estiver certa, o final acaba se tornando menos pesado, mas não aliviando o fato sobre o real destino de determinados personagens e fazendo com que a trama siga em frente em nossas mentes. Ao meu ver, Ryūsuke Hamaguchi  nunca teve o interesse de criar uma história que tivesse uma autoexplicação, pois uma vez ela não tendo o filme segue dentro de nós por um longo tempo.

"O Mal Não Existe" é o cinema autoral em nível máximo de Ryūsuke Hamaguchi e que com certeza gerará sempre um grande debate. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 19 a 25 de novembro de 2024

Here

MOSTRA FILMÍTICOS

De 19 a 25 de setembro, o Circuito Mitológicas apresenta a Mostra Filmíticos na Cinemateca Capitólio. Com entrada franca, a seleção traz 15 títulos com viés antropológico em produções de curta, média e longa-metragem. As temáticas dos filmes giram em torno da mitologia dos povos originários e afro-religiosos. A atividade integra o Circuito Mitológicas, que comemora na capital gaúcha os 60 anos de “Mitológicas”, obras do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009).


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7679/mostra-filmiticos/


FILMES DA ZETA EM CARTAZ

Na quinta-feira, 19 de setembro, entram em cartaz na Cinemateca Capitólio duas obras distribuídas pela Zeta Filmes: Here, do belga Bas Devos, e Music, da alemã Angela Schanelec. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7651/here/

https://www.capitolio.org.br/eventos/7654/music/


SESSÃO ESPECIAL DE ANITA – GUERREIRA DE DOIS MUNDOS

Neste sábado, 21 de setembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial gratuita de Anita - A Guerreira de Dois Mundos, apresentada pelo diretor Guilherme Suman e integrantes da equipe.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7645/anita-a-guerreira-de-dois-mundos/


GRADE DE HORÁRIOS

19 a 25 de setembro de 2024


19 de setembro (quinta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 1: A Propósito de Tristes Trópicos + Abigal + A Menina e o Pote + Fè Mye Talè


20 de setembro (sexta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 2: Xupapoinãg + Lá nas Matas Tem


21 de setembro (sábado)

15h – Filmíticos 3: Sessão Vagalume Especial

17h30 – Here

19h – Anita – A Guerreira de Dois Mundos


22 de setembro (domingo)

15h – Filmíticos 4: Luz nos Trópicos

19h30 – Here


24 de setembro (terça-feira)

15h – Filmíticos 5: Pattaki + YamiYhex: As Mulheres-Espírito

17h30 – Here  

19h – Palavra Presa


25 de setembro (quarta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 6: A Transformação de Canuto

Cine Dica: Mostra Alemã e “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

 Mostra de cinema celebra o bicentenário da imigração alemã no Brasil

Até 30 de setembro, a Sala Redenção, em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre, exibe a mostra “Identidades em deslocamento: migrações na Alemanha contemporânea”. A programação celebra os 200 anos da imigração alemã no Brasil e propõe uma reflexão sobre o processo migratório na Alemanha moderna. A sessão de “Exílio” (2020), nesta terça-feira, às 19h, é seguida de debate com o professor Nilo Piana de Castro, doutor em Ciência Política pela UFRGS. Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

Sala Redenção exibe o premiado “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

Nesta quinta-feira, dia 19, às 19h, o cinema da UFRGS recebe sessão única do documentário nacional “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra” (2022). O longa retrata trajetórias de mulheres indígenas brasileiras, cujas lutas são marcadas pela conexão com a memória ancestral de seus territórios. A exibição é seguida de conversa com a diretora, Paola Mallmann. Haverá arrecadação de alimentos, além de exposição e venda de artesanatos. A entrada é gratuita.Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 15 de setembro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Língua das Mariposas'

Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, 

Muitos filmes retratam determinado ponto da história de acordo com a perspectiva e olhar inocente de uma criança. No clássico "A Vida é Bela" (1997), por exemplo, vemos o personagem de Roberto Benigni usar todos os métodos fantasiosos para que o seu filho não possa testemunhar os horrores do holocausto. Já "A Língua das Mariposas" (1999) vemos a transição da inocência de um menino para o conhecimento e para que o mesmo tivesse uma noção sobre horror da guerra que estaria vindo.

Dirigido por José Luís Cuerda, o filme retrata a realidade do pequeno Moncho, começando pela escola, como vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola. Antes disso, porém, o menino adquire conhecimento através do seu professor republicano e através dele obterá um conhecimento até então inédito sobre o seu próprio mundo.

Assim como o já citado filme de Roberto Benigni, aqui vemos a curiosidade do pequeno personagem através do seu olhar, onde vemos ele ter contato pela primeira vez com relação aos mais diversos tipos de amor, assim como também a beleza da natureza que não pode ser vista ao olho nu. Porém, José Luís Cuerda procura retratar um jovem que não esconde a sua curiosidade, mas ao mesmo tempo sua frustração com relação a certas coisas que antes mesmo ele desconhecia. Ao mesmo tempo, ele precisa amadurecer, por vezes, de forma precoce e compreender melhor o mundo dos adultos em que vive.

Embora seja uma trama que sirva de prelúdio com relação a Guerra Civil Espanhola, o filme não tem pressa em revelar a sombra deste conflito, mas sim retratar pessoas com opiniões distintas uma da outra com relação a política, mas que na maioria das vezes vivem em harmonia.  Por conta disso, conhecemos a faceta distinta de cada um, desde um professor de mente aberta, como também os pais do menino que possui pensamentos diferentes com relação a igreja. Enquanto a mãe se posiciona de forma conservadora com relação a religião e política, por outro lado, o pai age de forma crítica com relação ao estado e o sistema religioso e o que faz dele se diferenciar dos demais adultos dentro da história.

Com algumas pitadas de humor, o filme também possui passagens até mesmo pesadas para o olhar de uma criança, mas que faz com que a mesma compreenda o lado sombrio do ser humano e que por vezes age somente por extinto. Os livros, por sua vez, se tornam peça central para abertura de uma nova janela para o pequeno protagonista, mesmo quando a sombra da guerra comece a dominar o local em que ele vive e fazendo com que ele tome certas decisões precocemente. Portanto, a cena final com ele se torna poderosa, porém, bastante ambígua, pois ou ele está jogando tudo fora com relação ao que ele havia aprendido desde então, ou guardando para si o conhecimento e se defendendo para que o mesmo não seja arrancado em meio ao conflito que está vindo.

"A Língua das Mariposas" é sobre a perda da inocência de uma criança perante o conflito político, mas obtendo uma nova janela para conhecer até então um desconhecido mundo.   

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