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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO DE 2024

 ESTREIAS:

QUANDO EU ME ENCONTRAR

ASSEDIABILIDADE

Brasil/ 2023/ Documentário/ 86 min.

Direção: Daniel Gonçalves

Sinopse: ASSEXYBILIDADE conta histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Queremos mudar a ideia de que são seres assexuados, angelicais, especiais e, até mesmo, desprovidos de desejos. Nós fodemos e fodemos bem, dizem por aí.


ATENÇÃO: AS SESSÕES DESTE FILME TERÃO LEGENDAS DESCRITIVAS.


QUANDO EU ME ENCONTRAR

Brasil, Drama/2023, 77'

Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena

Sinopse:A partida de Dayane se desenrola na vida daqueles que ela deixou para trás. Sua mãe, Marluce, faz de tudo para não demonstrar o choque que a partida da filha lhe causou. A irmã mais nova de Dayane, Mariana, enfrenta alguns problemas na nova escola onde está estudando. Antônio, noivo de Dayane, se vê num vazio diante da partida dela e busca obsessivamente por respostas.

Elenco:Luciana Souza, David Santos, Pipa, Di Ferreira, Adna Oliveira, Lucas Limeira, Larissa Goes, Lis Sutter, Claudia Pires, Alisson Emanoel, Bruno Kunk, Patricia Dawsom, Rafael Martins, Caru Lina



EM CARTAZ:

PRISÃO NOS ANDES

Chile, Brasil | Drama |105 minutos | 2023

Direção: Felipe Carmona

Sinopse: Os cinco torturadores mais cruéis da ditadura de Pinochet cumprem penas, que somam séculos, em uma luxuosa prisão aos pés da cordilheira dos Andes. O local possui piscina, jardins e aviários, e os presos são vigiados por guardas que mais parecem empregados. Quando uma equipe de televisão entrevista um dos internos, as declarações desse homem têm um impacto inesperado. Temendo uma transferência para um presídio comum, os militares condenados farão o possível para permanecer no local, desencadeando uma onda de delírio e violência em meio às montanhas.

Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, AlejandroTrejo, Óscar Hernández, Daniel Alcaíno


HORÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

15H: PRISÃO NOS ANDES

17H: QUANDO EU ME ENCONTRAR

19H: ASSEXYBILIDADE (COM LEGENDAS DESCRITIVAS)


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Curiosidade: *Cobertura da Rua da Saúde é obra-prima de inovação arquitetônica e de engenharia*

_Com estrutura em aço aparente, projeto apresenta soluções inovadoras, que transformam espaço degradado em ótimo exemplo de como a construção em aço contribui com os espaços urbanos_


A cobertura da Rua da Saúde, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, é uma obra- prima de inovação arquitetônica e de engenharia. Utilizando estrutura em aço esbelta e de forma livre, o projeto apresentou desafios significativos e destacou soluções inovadoras que transformaram um espaço degradado em ótimo exemplo de como o sistema construtivo em aço pode contribuir com os espaços urbanos. 
“Fomos convidados pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para participar da concorrência do projeto e da construção da cobertura. O programa anterior não foi viável devido a problemas geométricos e interferências das fundações com a infraestrutura hospitalar”, conta Miriam Sayeg, engenheira estrutural do escritório Schlaich Bergermann Partner (SBP), acrescentando que principal desafio foi tornar a estrutura gridshell viável para a cobertura da Rua da Saúde, reduzindo o número de apoios para minimizar interferências com a infraestrutura hospitalar.
A utilização de aço e vidro na cobertura trouxe tanto funcionalidade quanto estética ao espaço, com o aço aparecendo como elemento estrutural da gridshell, gerando uma configuração extremamente esbelta, generosa em seus vãos, e definindo uma área de proteção aos usuários do complexo hospitalar. “Além de gerar uma experiência de conforto e acolhimento nas áreas sob a cobertura, a transparência do vidro, combinada com a leveza do aço, transformou o ambiente de circulação em um espaço convidativo e protegido”, explica Miriam.

Estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares

Para garantir a estabilidade e eficiência da cobertura, destacam-se os fatos de que a estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares e que o conceito estrutural foi ajustado cuidadosamente. “A posição final dos 14 pontos de apoio foi definida em um processo contínuo, levando em conta os edifícios existentes e as instalações subterrâneas,” explica a engenheira, acrescentando que as cargas horizontais são direcionadas principalmente aos apoios do impluvium e ao contraventamento em forma de M, enquanto as colunas em forma de V suportam cargas horizontais menores e as colunas verticais transmitem cargas diretamente aos pontos de base.
Outro ponto relevante do projeto é a estrutura da cobertura, que é composta por uma grelha triangular em aço com perfis tubulares, conectada a amarrações soldadas por meio de seis placas de aço e um tubo cônico maciço. “Esse design proporciona estabilidade e também uma estética esbelta e impressionante”, acrescenta Miriam.
A estrutura metálica influenciou diretamente essa criação, uma vez que a esbeltez do aço permitiu que as áreas verdes e de convivência na praça da Rua da Saúde pudessem ser os verdadeiros pontos focais. “A cobertura funciona como um véu transparente que protege os usuários e harmoniza com a natureza”, conclui a engenheira.
Para o CBCA, a cobertura da Rua da Saúde é uma obra de referência mundial, combinando estética, funcionalidade e engenharia de forma exemplar. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre foi modernizada, tornando-se um marco icônico da cidade. Com os painéis de vidro e a estrutura em aço aparente, a Rua da Saúde redefine o espaço hospitalar, proporcionando um ambiente protegido, acolhedor e esteticamente agradável para todos os seus usuários.
Sobre o CBCA
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, acesse: www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'O Mal Não Existe'

 Nota: Filme Exibido para os associados no dia 14/09/24 

Sinopse: Takumi e sua filha moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida pacata, um dia os moradores descobrem a existência de um plano para construir um acampamento.  

Ryūsuke Hamaguchi já pode tranquilamente entrar na lista dos melhores diretores autorais do cinema recente, pois em seus filmes testemunhamos a relação entre os personagens e como isso os afeta mesmo que indiretamente. Se no premiado "Drive My Car" (2022) vemos aproximação de pessoas cuja as suas vidas em um primeiro momento são distintas uma da outra, por outro lado, "Roda do Destino" (2022) fala sobre o reencontro de determinados personagens solitários e obtendo, enfim, uma segunda chance. "O Mal Não Existe" (2024). porém, fala sobre atos e consequências de pessoas que convivem no mesmo mundo, mas não sabendo ao certo sobre isso.

Na trama, Takumi (Hitoshi Omika) e sua filha, Hana (Ryo Nishikawa), moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida relativamente simples, um dia os moradores acabam descobrindo o surgimento de um plano para construir um acampamento próximo à casa de Takumi, oferecendo aos moradores da cidade uma “fuga” confortável para se conectar com a natureza. No entanto, o que pode ser bom para alguns é o pesadelo de outros, pois toda esta movimentação afeta diretamente a vida de Takumi e Hana como um todo.

Ryūsuke Hamaguchi procura nos mostrar já em sua abertura o cenário principal em que ocorrerá os principais eventos da trama. Nota-se, por exemplo, que testemunhamos um plano-sequência onde vemos as arvores, a neve e o céu encoberto. Porém, repare que nunca sabemos ao certo se estamos diante da neve que está passando, ou se é o próprio céu nublado, pois as cenas registradas pela câmera são continuas e fazendo com que a transição entre o céu e o chão se tornem quase imperceptíveis.

Contudo, o primeiro vislumbre da pequena Hana é dela olhando para cima e dando a entender que as imagens eram uma representação do seu olhar com relação a sua realidade em volta. Ao chegar a essa conclusão, portanto, fazem com que os primeiros minutos se entrelaçam com o enigmático final e do qual muitos irão obter mais perguntas do que respostas com relação ao que irão ver. Porém, até lá, há uma construção sobre os dois lados da mesma moeda.

Se no primeiro ato existe uma apresentação minuciosa sobre a relação entre pai e filha, logo em seguida adentramos no que eu acho um dos pontos altos do filme como um todo, onde ocorre uma reunião entre os moradores e os representantes da empresa que querem fazer um acampamento para turismo e podendo gerar um desiquilíbrio na região. Com diálogos afiados vindo dos moradores, há uma verdadeira desconstrução com relação as palavras vindas dos representantes da empresa e fazendo com que fiquem com a guarda baixa.

Curiosamente, se em um primeiro momento sentimos certo desprezo com relação a esses últimos, por outro lado, o diretor Ryūsuke Hamaguchi se encarrega para que nos simpatizemos com eles, já que são meros funcionários de uma grande empresa, mas que nunca tiveram grande contato fora do sistema em que eles convivem no dia a dia. Interpretados por Ryuji Kosaka e Ayaka Shibutani, ambos nos brindam com diálogos afiados enquanto os seus personagens estão dentro do carro e indo em direção a vila de Mizubiki. Curiosamente, sinto uma certa predileção Ryūsuke Hamaguchi ao inserir os seus protagonistas dentro de veículos e onde os mesmos revelam as suas reais personalidades e cujo artificio é algo similar no que eu acompanhei na filmografia do cineasta iraniano Abbas Kiarostami.

Logicamente existe nas entrelinhas da trama uma crítica acida ao sistema capitalista e cujo as pessoas que controlam as engrenagens não fazem a menor ideia do que é melhor para as pessoas daquela vila. Porém, os habitantes de lá, também possuem os seus próprios sistemas de regras e dos quais fazem com que aquela natureza, por vezes, se torne implacável para aqueles que desconhecem ela como um todo. Uma vez que há o encontro entre esses dois mundos nota-se que há um grande muro que gera a falta de comunicação e da qual se encaminhará para o enigmático final.

Esse, por sua vez, com certeza irá dividir a opinião da maioria, mas que ao meu ver, como eu disse acima, se entrelaça com os minutos iniciais da trama. Se a minha teoria estiver certa, o final acaba se tornando menos pesado, mas não aliviando o fato sobre o real destino de determinados personagens e fazendo com que a trama siga em frente em nossas mentes. Ao meu ver, Ryūsuke Hamaguchi  nunca teve o interesse de criar uma história que tivesse uma autoexplicação, pois uma vez ela não tendo o filme segue dentro de nós por um longo tempo.

"O Mal Não Existe" é o cinema autoral em nível máximo de Ryūsuke Hamaguchi e que com certeza gerará sempre um grande debate. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 19 a 25 de novembro de 2024

Here

MOSTRA FILMÍTICOS

De 19 a 25 de setembro, o Circuito Mitológicas apresenta a Mostra Filmíticos na Cinemateca Capitólio. Com entrada franca, a seleção traz 15 títulos com viés antropológico em produções de curta, média e longa-metragem. As temáticas dos filmes giram em torno da mitologia dos povos originários e afro-religiosos. A atividade integra o Circuito Mitológicas, que comemora na capital gaúcha os 60 anos de “Mitológicas”, obras do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009).


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7679/mostra-filmiticos/


FILMES DA ZETA EM CARTAZ

Na quinta-feira, 19 de setembro, entram em cartaz na Cinemateca Capitólio duas obras distribuídas pela Zeta Filmes: Here, do belga Bas Devos, e Music, da alemã Angela Schanelec. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7651/here/

https://www.capitolio.org.br/eventos/7654/music/


SESSÃO ESPECIAL DE ANITA – GUERREIRA DE DOIS MUNDOS

Neste sábado, 21 de setembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial gratuita de Anita - A Guerreira de Dois Mundos, apresentada pelo diretor Guilherme Suman e integrantes da equipe.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7645/anita-a-guerreira-de-dois-mundos/


GRADE DE HORÁRIOS

19 a 25 de setembro de 2024


19 de setembro (quinta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 1: A Propósito de Tristes Trópicos + Abigal + A Menina e o Pote + Fè Mye Talè


20 de setembro (sexta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 2: Xupapoinãg + Lá nas Matas Tem


21 de setembro (sábado)

15h – Filmíticos 3: Sessão Vagalume Especial

17h30 – Here

19h – Anita – A Guerreira de Dois Mundos


22 de setembro (domingo)

15h – Filmíticos 4: Luz nos Trópicos

19h30 – Here


24 de setembro (terça-feira)

15h – Filmíticos 5: Pattaki + YamiYhex: As Mulheres-Espírito

17h30 – Here  

19h – Palavra Presa


25 de setembro (quarta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 6: A Transformação de Canuto

Cine Dica: Mostra Alemã e “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

 Mostra de cinema celebra o bicentenário da imigração alemã no Brasil

Até 30 de setembro, a Sala Redenção, em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre, exibe a mostra “Identidades em deslocamento: migrações na Alemanha contemporânea”. A programação celebra os 200 anos da imigração alemã no Brasil e propõe uma reflexão sobre o processo migratório na Alemanha moderna. A sessão de “Exílio” (2020), nesta terça-feira, às 19h, é seguida de debate com o professor Nilo Piana de Castro, doutor em Ciência Política pela UFRGS. Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

Sala Redenção exibe o premiado “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra”

Nesta quinta-feira, dia 19, às 19h, o cinema da UFRGS recebe sessão única do documentário nacional “Kunhã Karaí e as Narrativas da Terra” (2022). O longa retrata trajetórias de mulheres indígenas brasileiras, cujas lutas são marcadas pela conexão com a memória ancestral de seus territórios. A exibição é seguida de conversa com a diretora, Paola Mallmann. Haverá arrecadação de alimentos, além de exposição e venda de artesanatos. A entrada é gratuita.Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 15 de setembro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Língua das Mariposas'

Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, 

Muitos filmes retratam determinado ponto da história de acordo com a perspectiva e olhar inocente de uma criança. No clássico "A Vida é Bela" (1997), por exemplo, vemos o personagem de Roberto Benigni usar todos os métodos fantasiosos para que o seu filho não possa testemunhar os horrores do holocausto. Já "A Língua das Mariposas" (1999) vemos a transição da inocência de um menino para o conhecimento e para que o mesmo tivesse uma noção sobre horror da guerra que estaria vindo.

Dirigido por José Luís Cuerda, o filme retrata a realidade do pequeno Moncho, começando pela escola, como vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola. Antes disso, porém, o menino adquire conhecimento através do seu professor republicano e através dele obterá um conhecimento até então inédito sobre o seu próprio mundo.

Assim como o já citado filme de Roberto Benigni, aqui vemos a curiosidade do pequeno personagem através do seu olhar, onde vemos ele ter contato pela primeira vez com relação aos mais diversos tipos de amor, assim como também a beleza da natureza que não pode ser vista ao olho nu. Porém, José Luís Cuerda procura retratar um jovem que não esconde a sua curiosidade, mas ao mesmo tempo sua frustração com relação a certas coisas que antes mesmo ele desconhecia. Ao mesmo tempo, ele precisa amadurecer, por vezes, de forma precoce e compreender melhor o mundo dos adultos em que vive.

Embora seja uma trama que sirva de prelúdio com relação a Guerra Civil Espanhola, o filme não tem pressa em revelar a sombra deste conflito, mas sim retratar pessoas com opiniões distintas uma da outra com relação a política, mas que na maioria das vezes vivem em harmonia.  Por conta disso, conhecemos a faceta distinta de cada um, desde um professor de mente aberta, como também os pais do menino que possui pensamentos diferentes com relação a igreja. Enquanto a mãe se posiciona de forma conservadora com relação a religião e política, por outro lado, o pai age de forma crítica com relação ao estado e o sistema religioso e o que faz dele se diferenciar dos demais adultos dentro da história.

Com algumas pitadas de humor, o filme também possui passagens até mesmo pesadas para o olhar de uma criança, mas que faz com que a mesma compreenda o lado sombrio do ser humano e que por vezes age somente por extinto. Os livros, por sua vez, se tornam peça central para abertura de uma nova janela para o pequeno protagonista, mesmo quando a sombra da guerra comece a dominar o local em que ele vive e fazendo com que ele tome certas decisões precocemente. Portanto, a cena final com ele se torna poderosa, porém, bastante ambígua, pois ou ele está jogando tudo fora com relação ao que ele havia aprendido desde então, ou guardando para si o conhecimento e se defendendo para que o mesmo não seja arrancado em meio ao conflito que está vindo.

"A Língua das Mariposas" é sobre a perda da inocência de uma criança perante o conflito político, mas obtendo uma nova janela para conhecer até então um desconhecido mundo.   

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Cine Dica: Estreia da restauração de Um é Pouco, Dois é Bom

 Cinemateca Capitólio estreia na próxima semana a nova cópia do primeiro longa-metragem restaurado de seu acervo 

 No próximo dia 17 de setembro, às 20h, a Cinemateca Capitólio apresenta pela primeira vez ao público gaúcho a longamente aguardada restauração em 4K do clássico do cinema gaúcho Um é Pouco, Dois é Bom (1970), de Odilon Lopez (1941-2002), primeiro longa assinado por um diretor negro no Rio Grande do Sul. O projeto de restauração digital de Um é Pouco, Dois é Bom foi viabilizado através de uma parceria entre a Cinemateca Capitólio, a Indeterminações, plataforma de crítica e cinema negro brasileiro, e a Mnemosine Serviços Audiovisuais, e contou ainda com o apoio do Itaú Cultural. O filme é produzido, roteirizado, protagonizado e dirigido por Odilon Lopez e tem diálogos assinados por um jovem Luis Fernando Verissimo, então ainda em início de carreira. Dividido em dois episódios, “Com... um Pouquinho de Sorte”, protagonizado por Araci Esteves e Carlos Carvalho, e “Vida Nova... por Acaso”, em que Odilon Lopez é o protagonista ao lado de Francisco Silva, o filme equilibra drama e humor para falar das desigualdades do país durante a ditadura militar, além de trazer uma abordagem pioneira sobre o racismo.

A estreia da restauração digital de Um é Pouco, Dois é Bom aconteceu no 13º Olhar de Cinema, em Curitiba, no último mês de junho. O filme integrou a seção Olhares Clássicos deste que é um dos eventos cinematográficos mais prestigiados do Brasil. Na ocasião, Gabriel Borges, um dos diretores artísticos do festival, destacou que “na história do casal Jorge e Maria ou na jornada pelas desventuras dos cativantes Magrão e Crioulo, o cineasta adentra, pelo particular, o debate de questões sociais, como o racismo e a marginalização cíclica de seus personagens, neste que é o primeiro longa-metragem dirigido por uma pessoa negra no Sul do Brasil”. Além da exibição, o filme de Odilon Lopez foi objeto de uma mesa de debate no festival paranaense, que contou com a participação de Vanessa Lopez (filha de Odilon Lopez), Lorenna Rocha e Gabriel Araújo (da Indeterminações), Debora Butruce (responsável pela restauração) e Marcus Mello (representando a Cinemateca Capitólio). Desde então, o filme já tem convites para exibições em Lisboa, em Londres, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

 

A restauração digital

O processo de restauração digital em 4K de Um é Pouco, Dois é Bom se deu a partir dos negativos originais de imagem e som em 35mm do filme, que se encontram depositados em perfeito estado de conservação na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Até o momento, apenas a segunda parte do filme, formado por dois episódios, estava disponível (digitalizada em baixa resolução em 2006 pelo ator, diretor e produtor Zózimo Bulbul), limitando o conhecimento da obra em sua integralidade. O primeiro episódio, protagonizado por Araci Esteves e Carlos Carvalho e visto por muito poucos espectadores, agora poderá ser assistido e certamente surpreenderá os espectadores pela contundência de sua crítica ao milagre econômico brasileiro.

O cotejo dos negativos com a única cópia positiva em 35mm ainda disponível do filme, depositada desde 2017 no acervo da Cinemateca Capitólio, possibilitou a descoberta de material inédito, com sequências mais longas e planos nunca antes vistos. Devido ao excelente estado de conservação do material, também foi possível recuperar a exuberância de suas cores.

A digitalização em 4K de Um é Pouco, Dois é Bom foi realizada no laboratório da Link Digital, no Rio de Janeiro, O trabalho teve a supervisão de Debora Butruce, conceituada profissional da área da preservação audiovisual, responsável pela restauração de obras importantes do cinema brasileiro como Rainha Diaba, A Hora da Estrela e Os Mucker.


Serviço:

Exibição da cópia restaurada de Um é Pouco, Dois é Bom, de Odilon Lopez

Data: 17 de setembro de 2024

Hora: 20h

Local: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085)

Entrada gratuita (retirada de ingressos a partir das 19h)

Lotação: 164 lugares