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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Cine Dica: Fantaspoa na Cinemateca Capitólio

A partir de quinta-feira, 11 de abril, a Cinemateca Capitólio recebe a programação do Fantaspoa, o maior festival de cinema dedicado exclusivamente a filmes de gênero fantástico (fantasia, ficção-científica, horror e thriller) da América Latina.

A histórica vigésima edição do festival será realizada entre os dias 10 e 28 de abril de 2024 em quatro diferentes espaços culturais de Porto Alegre: Cinemateca Capitólio, Casa de Cultura Mário Quintana, Cine Cult Victória e Instituto Ling.


INFORMAÇÃO SOBRE A VENDA DE INGRESSOS: https://www.capitolio.org.br/novidades/7224/fantaspoa-2/


GRADE DE HORÁRIOS


11/04 – Quinta

13h00 –  Inquilinos

14h45 –  Rainha dos Ossos

16h30 – M

18h15 – Bark + Debate

20h30 – Inspirando + Debate


12/04 – Sexta

13h00 – Encontros

14h45 –  Mastergame

16h30 – Cat Call

18h15 – Fracasso! + Debate

20h30 – As Coisas Serão Diferentes + Debate


13/04 – Sábado

13h00 – Bark

14h45 – Inquilinos

16h30 – Visitantes – Edição Completa

18h15 –  A Ilha Entre as Marés + Debate

20h30 – Banquete de Haloween + Debate


14/04 – Domingo

13h00 – M

14h45 – Com Amor e um Órgão Essencial

16h30 – Rainha dos Ossos

18h15 – Rio + Debate

20h30 – PinkCity: Uma Meditação + Debate


16/04 – Terça

13h00 – A Ilha Entre as Marés

14h45 –  Inspirando

16h30 – Rio

18h15 – O Charco

20h30 – Mais uma Vez (Pela Primeira Vez) + Debate


17/04 – Quarta

13h00 – PinkCity: Uma Meditação Psicodélica

14h45 – As Coisas Serão Diferentes

16h30 – Visitantes – Edição Completa

18h15 – Pária + Debate

20h30 – Rats! + Debate


18/04 – Quinta

13h00 – Pária

14h45 – Fracasso!

16h30 – Banquete de Halloween

18h15 –  O Charco

20h30 –  Self Driver + Debate


19/04 – Sexta

13h00 – Rats!

14h45 – Com Amor e um Órgão Essencial

16h30 – Consumed

18h15 –  (ICONIC) + Debate

20h30 –  Dark My Light + Debate


20/04 – Sábado

13h00 – Mastergame

14h45 – Mais uma Vez (Pela Primeira Vez)

16h30 –  All you Need is Blood

18h15 – A Game in the Woods + Debate

20h30 – O Velociraptor Invisível + Debate

23h00 – Madrugadão Fantaspoa


21/04 – Domingo

13h00 – Cat Call

14h45 – Dark My Light

16h30 – A Game in the Woods

18h15 – Faceless After Dark + Debate

20h30 – Puddysticks + Debate


23/04 – Terça

13h00 – O Velociraptor Invisível

14h45 –  Faceless After Dark

16h30 –  Puddysticks

18h15 – A Síndrome do Verão Interminável + Debate

20h30 –  Júpiter + Debate


24/04 – Quarta

13h00 – Azrael

14h45 – A Síndrome do Verão Interminável


16h30 – Self Driver

18h15 – Ba + Debate

20h30 – Mami Wata + Debate


25/04 – Quinta

13h00 – Júpiter

14h45 – Mami Wata

16h30 –  Ba

18h15 – Matéria Escura + Debate

20h30 –  Filha do Sol + Debate


26/04 – Sexta

13h00 –  Matéria Escura

14h45 –  All you Need is Blood

16h30 – (ICONIC)

18h15 – O Desconvidado + Debate

20h30 –  Escuta Bem + Debate


27/04 – Sábado

13h00 – Filha do Sol

14h45 – Consumed

16h30 –  O Desconvidado

18h15 – The G + Debate

20h30 – Azrael


28/04 – Domingo

13h00 – Escuta Bem

14h45 –  Encontros

16h30 – The G

18h15 – Trenque Lauquen+ Debate

Cine Dica: Em Cartaz - 'Godzilla e Kong: O Novo Império'

Sinopse: Godzilla e o todo-poderoso Kong enfrentam uma ameaça colossal escondida nas profundezas do planeta. 

Quando Hollywood criou pela sua segunda vez uma tentativa de levar a sua versão de Godzilla para o cinema em 2014 eu nunca imaginei que isso renderia uma franquia, mas foi exatamente isso o que aconteceu. A pista para isso surgiu em "Kong: A Ilha da Caveira" (2017) e selando a união dos maiores monstros do cinema em "Godzilla vs Kong" (2021). Com dinheiro no bolso e querendo mais, eis que Warner lança agora "Godzilla e Kong: O Novo Império" (2024), longa que abre ainda mais o leque desse universo expandido, mas com o intuído de somente entreter nem que para isso custe os nossos olhos e cérebros.

Dirigido novamente por Adam Wingard, Kong e Godzilla se unem contra uma colossal ameaça mortal escondida na Terra Oca e cuja ambição é invadir a superfície. Em meio a isso uma equipe de cientistas liderada pela Dra. Ilene Andrews (Rebecca Hall) encontra uma civilização antiga e que possui uma forte ligação com a pequena Jia (Kaylee Hottle). Essas duas linhas narrativa revelam novos seres escondidos embaixo da terra e fazendo expandir novas possibilidades deste mundo escondido.

Ao assistir ao filme percebo que ele é extremamente fiel a franquia de Godzilla do cinema japonês de antigamente, já que após a obra prima de 1954 as continuações pisaram no acelerador e fazendo com que cada uma se tornasse ainda mais absurda. Aqui não é diferente, sendo que a única diferença que os monstros de agora são moldados por um CGI quase perfeito, mas que infelizmente se torna o seu principal calcanhar de Aquiles. Por mais que a Warner tenha investido pesado em criar um fantástico mundo de seres gigantes tudo é excessivamente absurdo e não nos restando nada a não ser desligar os nossos cérebros para conseguir apreciar a obra como um todo.

Outro grande problema deste filme, e talvez algo apontado desde o filme de 2014, é o fato de os personagens humanos serem facilmente descartáveis, já que eles estão ali para a gente poder se identificar com um calor humano dentro da história, mas se tornando meramente enfeites e que somente nos incomoda durante a projeção. Rebecca Hall, por exemplo, já demonstrou grande talento em filmes como "Vicky Cristina Barcelona" (2008), mas aqui nada ela pode fazer, a não ser interpretar no piloto automático e seguir o bonde andando. Por mais absurdo que seja, o grande calor humano se encontra no próprio Kong em cena.

Deixando Godzilla como mero coadjuvante, Kong é muito mais expressivo do que qualquer humano em cena, cuja suas ações e expressões a gente compreende mesmo com nenhuma fala e isso se estendendo nos demais gorilas gigantes que surgem em cena. Agora, convenhamos, os realizadores abusaram da sorte, ao ponto de inventarem um super vilão megalomaníaco que faz pose perante o Kong e sendo algo inacreditável de tão ridículo. A situação dele só não é pior quando surge um mini Kong, talvez a coisa mais absurda que o cinema norte americano inventou e que só não é pior se formos comparar com o bebê Kong visto em "A Volta de King Kong" (1986).

Tirando todos esses absurdos ditos acima até que você pode se entreter com o filme, desde que seja em uma grande Sala IMAX, pois só assim você irá se maravilhar com as diversas cenas da Terra Oca e que talvez seja a melhor coisa do filme como um todo. E para a nossa sorte, ou azar, temos o direito de ver o nosso Rio de Janeiro servir de palco para a grande batalha final, com direito de vermos uma praia de Copacabana sendo congelada enquanto as gigantes feras destroem por tudo por onde passa. Só falta agora enviarem esses monstros consagrados do cinema para a lua, pois no cinema norte americano desesperado por lucro tudo é possível.

"Godzilla e Kong: O Novo Império" é mais um capítulo cuja criatividade é zero, mas enquanto gerar lucro hollywood não estará se importando com isso. 


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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Licença para Enlouquecer'

Sinopse: Sara (Mônica Carvalho), Lia Danielle Winits) e Leia (Michele Muniz) são amigas inseparáveis, mas devido a pandemia elas são forçadas a conviverem. 

No decorrer dos próximos anos com certeza haverá vários filmes dos quais irão explorar o período em que o mundo viveu perante a sombra do Covid 19. No caso de fazer comédia sobre o assunto se torna um tanto que delicado, principalmente pelo fato de que várias vidas se foram devido a esse período. "Licença para Enlouquecer" (2024) procura nos fazer rir sobre aquele período nebuloso, mas cujo resultado se torna um tanto que forçado.

Dirigido por Hsu Chien, o filme se passa durante os tempos da Pandemia, onde as personagens Sara, Lia e Léia precisam dividir um pequeno apartamento e aprender a conviver. Depois de receber uma proposta irrecusável, as três partem para Maragogi, em Alagoas, para animar uma festa secreta e respirar outros ares durante aquele período cheio de incertezas.

O filme nada mais é do que aquelas típicas comédias plásticas brasileiras que procura fazer a gente rir de diversas situações corriqueiras e que aqui é justamente perante a situação de como as pessoas lidavam com a pandemia. Neste último caso, por exemplo, o trio central se mete em diversas confusões em não saber lidar com a nova realidade, desde a ter que sempre usar máscaras, álcool gel e manter a distância entre as pessoas. Claro que são três protagonistas que aparentemente são da elite e tendo que limitar certos prazeres que fazem com que o trio enfrente situações que as colocam à beira de um ataque de nervos.

Mônica Carvalho, Danielle Winits Michele Muniz até que se saem bem em cena, mesmo em situações em que a comédia que nos passa não nos provoque muitos risos. Vale destacar a presença do síndico Carlos (Nelson Freitas), um personagem até mesmo complexo e que reage perante as protagonistas como uma representação com relação a responsabilidade sobre os tempos em que o vírus estava à espreita em tempo todo. Curiosamente sentimos aos poucos que ele guarda um certo segredo sobre si, mesmo sendo revelado somente no ato final da trama.

Neste último caso, por exemplo, a praia paradisíaca onde o trio central foge para fugir do isolamento se torna o cenário principal de uma trama em que as protagonistas procuram tirar o máximo proveito e se metendo em diversas situações inusitadas. Claro que tudo é uma tentativa de nos fazer rir, mas cujo resultado fica aquém do esperado, pois brincar sobre o assunto acho que ainda é muito cedo, pois a dor sobre aquele período ainda se encontra fresco na mente de muitas pessoas. A tentativa é até válida, mas se tornando ineficaz na maioria das vezes.

"Licença para Enlouquecer" é apenas uma comédia brasileira bobinha sobre tempos de pandemia, mas cujo resultado nos soa estranho quando nos lembramos daqueles tempos sombrios. 

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Cine Dica: “Descomemorar” os 60 anos do Golpe Militar na Sala Redenção

De 01 a 12 de abril, a Sala Redenção apresenta a mostra “60 anos do Golpe Militar: Tão Longe, Tão Perto”. Contando com a curadoria de Nilo Piana de Castro, professor de história do Colégio de Aplicação da UFRGS, a programação exibe oito filmes que retratam a ditadura militar. A proposta é “descomemorar” o golpe de 1964, que, apesar de completar 60 anos em abril, segue até hoje influenciando movimentos anti-democráticos.

A abertura oficial da mostra exibe “O Dia que Durou 21 Anos”, que reflete sobre a influência do governo dos Estados Unidos no golpe de 1964. Também em cartaz na programação, “Ibiúna, Primavera Brasileira” e “A Batalha de Maria Antônia” retratam dois acontecimentos significativos de outubro de 1968 protagonizados por estudantes. “Mario Wallace Simonsen, Entre a Memória e a História”, “Pastor Cláudio” e “Codinome Clemente” focam na história de personalidades que marcaram o regime militar de diferentes maneiras. Além dos seis documentários, a mostra exibe os dramas “Deslembro” e “Verdes Anos”, que tem seus enredos baseados na ditadura e em suas consequências.

A fim de relembrar a História para não repeti-la, a mostra apresenta cinco exibições acompanhadas de bate-papo com os diretores das obras. Junto com o público, os cineastas terão espaço para destacar a necessidade de esclarecimento e posicionamento perante o passado, para que se possa vislumbrar um futuro de plena liberdade cidadã democrática. As sessões têm entrada franca e são abertas à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação no site oficial da sala clicando aqui. 

Cine Dica: Clube de Cinema - Evento de Lançamento

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!

DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

ENTRADA GRATUITA

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domingo, 7 de abril de 2024

Cine Dica: Clube de Cinema exibe "Utopia e Barbárie" na Sala Redenção (UFRGS)

Queremos te convidar para o Ciclo de Cinema Documentário promovido pelo Clube de Cinema de Porto Alegre em parceria com a Sala Redenção (UFRGS).

No próximo dia 9 de abril, terça-feira, às 19h, exibiremos "Utopia e Barbárie", documentário de Silvio Tendler (2009). O filme discute os eventos políticos e econômicos que, desde a 2ª Guerra Mundial, elevaram o risco do desaparecimento dos sonhos de igualdade, justiça e harmonia. A sessão terá participação dos integrantes do Caminhos da Ditadura em Porto Alegre, projeto que desde 2016 busca mapear espaços ligados à história da ditadura civil-militar brasileira na capital gaúcha.

A exibição acontecerá na Sala Redenção, localizada no campus central da UFRGS, com acesso pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. Todas as sessões da sala são gratuitas e abertas a toda a comunidade.


Se puder, ajude-nos a divulgar também para quem possa se interessar!


Quando: 9 de abril, 19h

Onde: Sala Redenção - Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333

O que: Exibição do documentário “Utopia e Barbárie”, sessão comentada por integrantes do projeto Caminhos da Ditadura em Porto Alegre.

Para quem: A entrada é franca e aberta à comunidade. O filme possui classificação de 12 anos.


UTOPIA E BARBÁRIE

"Utopia e Barbárie" é um road movie histórico que atravessou 15 países, capturando testemunhos e protagonistas dos principais eventos do século XX. Do Holocausto à queda do Muro de Berlim, o documentário oferece uma jornada pela história recente, explorando momentos como as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o ano de 1968 em várias nações e a Operação Condor. Com entrevistas notáveis, incluindo figuras como Dilma Rousseff, Eduardo Galeano e Fernando Solanas, o filme ganhou reconhecimento internacional, incluindo os prêmios Margarida de Prata e da Jornada Internacional de Cinema da Bahia em 2005.


CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

Fundado em 13 de abril de 1948 por Paulo Fontoura Gastal, o Clube de Cinema de Porto Alegre é o mais antigo do Brasil em atividade. Tradicionalmente fazemos sessões aos sábados às 10h15min nas salas parceiras: Cinemateca Paulo Amorim, CineBancários, Cinemateca Capitólio, Espaço de Cinema Bourbon Country e Sala Redenção, oferecendo uma programação diversificada que inclui lançamentos, filmes experimentais, ciclos temáticos e clássicos. Associar-se é simples: basta participar de uma sessão e informar a diretoria do clube, ou entrar em contato pelos nossos canais. Em 2018, o clube recebeu o prêmio Luiz César Cozzatti – Destaque Gaúcho da ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul), reconhecendo seu papel na valorização da produção audiovisual e cultural no Rio Grande do Sul.

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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Cine Especial: Conhecendo 'O Jardim Dos Prazeres'

Alfred Hitchcock não somente se tornou o mestre do suspense como também um dos maiores gênios do cinema. Realizador autoral, o diretor deixou a sua marca registrada ao longo da história e fazendo com que muitos prestassem a sua devida homenagem a ele como no caso de realizadores como Brin De Palma. Mas toda a história tem o seu início e por vezes complicado.

"O Jardim dos Prazeres" (1925) foi uma coprodução inglesa com Alemanha. Na época Hitchcock era somente assistente de direção, porém, a sua dedicação foi o suficiente para chamar atenção dos engravatados e fazendo com que adquirisse a sua primeira chance como diretor. Mesmo com um orçamento apertado, "O Jardim dos Prazeres" possui algumas características que veríamos posteriormente ao longo de sua carreira.

É notório, por exemplo, que o filme se difere das demais produções da época, já que o realizador tinha predileção com relação ao que já havia assistido nos tempos do Expressionismo alemão. Curiosamente, na época das filmagens, o diretor havia se cruzado com F. W. Murnau e Fritz Lang, sendo dois grandes gênios daquela época expressionista e que com certeza haviam dado algumas dicas para o até então jovem diretor com apenas 25 anos de vida. A meu ver, o realizador com certeza havia anotado algumas dicas em sua agenda.

Baseado no romance de Oliver Sandys, o filme conta a história da relação de duas garotas com seus pretendentes. Ambas as dançarinas, cada uma tem um sonho para realizar, mas tendo que enfrentar o machismo e o abuso dos homens da época e fazendo que ambas tomem rumos distintos. Não demora muita para que uma delas perceba o passo em falso em que está cometendo.

Embora seja o seu primeiro longa-metragem é notório que o realizador nos apresenta aqui ingredientes que ele usaria posteriormente em sua filmografia. Para começar, por exemplo, achamos que Jill Cheyne será a grande protagonista da trama quando na verdade quem se torna é a própria Patsy Brand. Como podem ver, desde cedo o realizador já gostava de brincar com relação com a nossa perspectiva sobre quem seria o grande protagonista e isso é sintetizado em dobro vários anos mais tarde quando lançaria uma de suas obras primas que foi "Psicose" (1960).

Outro fator interessante é a forma como determinado personagem sai dos trilhos em meio a diversos erros, sendo que um deles se torna fatal e fazendo com que comece a ser assombrado. É neste ponto, por exemplo, que vemos a primeira vez que Hitchcock elabora um personagem atormentado pela imagem de alguém do passado, sendo que isso seria potencializado, seja no já citado "Psicose", como também outros filmes menores de sua autoria como "Marnie - Confissões de uma Ladra" (1964). Notasse também já na abertura que vemos um determinado personagem observando as mulheres dançando de acordo com a sua perspectiva e sendo um dos primeiros casos em que o realizador exploraria o voyeurismo.

Isso por sinal teria o seu ápice anos mais tarde no seu clássico "Janela Indiscreta" (1954) e fazendo com que cada janela dentro da trama obtivesse a sua própria história a ser contada. Embora aqui isso passe de uma forma rápida é na realidade somente uma pequena semente que germinaria posteriormente na carreira do diretor. Além disso, esse filme é um exemplo como o realizador logo cedo gostava de brincar com as luzes e a sombra e fazendo com que a trama ganhasse ainda maior peso peculiar, mesmo quando não era necessariamente um filme de suspense. Tendo esse artificio em mãos não é à toa que ele demorou em aderir ao cinema colorido, sendo que ele cederia somente a partir de 1948 com o seu "Festim Diabólico".

Mas apesar de todos esses ingredientes que posteriormente moldaria a sua carreira, esse filme não possui uma qualidade de peso narrativo e fazendo com que se torne apenas uma peça de estudo sobre o início de sua carreira. Não que seja de todo descartável, muito pelo contrário, pois se comparado a outros diretores de hoje que começam bem por baixo, ao menos, Hitchcock começou meio por cima ao se aproximar das pessoas certas e fazendo com que obtivesse ainda mais carta branca para realizar filmes de sua autoria logo em seguida. Pode-se dizer que a largada foi certeira e não demoraria muito para que ele chegasse ao status que obteve ao longo das décadas.

"Jardim dos Prazeres" é uma obra que soa mais experimental do que um ótimo filme, mas todos tem um início e podemos reconhecer que Alfred Hitchcock começou com certo pé direito. 

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