Sherlock Holmes é a criação máxima do escritor Árthur Conan Doyle, sendo que o próprio jamais imaginaria que o seu personagem iria tão longe e sendo até mesmo lembrado em pleno século vinte um. Mas sinceramente eu demorei a conhecer os seus livros protagonizados pelo personagem, sendo que o mesmo só fui conhecê-lo em desenhos animados dos anos oitenta, ou em filmes que posteriormente fui assistir. O primeiro que me vem à cabeça é "O Enigma da Pirâmide - 40 Anos Depois" (1985).
Embora seja protagonizado pelos personagens criados por Árthur Conan Doyle, o filme possui uma trama original, onde nos coloca a frente com uma proposta interessante: e se Sherlock Holmes e Dr. Watson tivessem se conhecido quando ainda eram jovens? A resposta veio nesta produção dirigida por Barry Levinson, com roteiro de Chris Columbus e produção de Steven Spielberg. Revendo o filme percebo uma coisa curiosa.
A trama se passa em Londres no ano de 1985, onde a dupla central se conheceram em uma grande escola. Já se nota que o local remete ao que veremos posteriormente na franquia Harry Potter, sendo que até mesmo alguns personagens lembram bastante aqueles que foram escritos pela escritora J. K. Rowling. O filme teria servido de inspiração para a escritora?
Revendo o filme quarenta anos depois se nota certa semelhança, tanto é que o próprio Chris Columbus viria a dirigir os dois primeiros filmes do jovem bruxo no início do século vinte um. Porém, o filme possui muito do dedo de Steven Spielberg, sendo que o diretor era também produtor dos principais sucessos de filmes de aventura dos anos oitenta. Portanto, em determinada passagem do filme, qualquer semelhança com o longa "Indiana Jones: E o Templo da Perdição" (1984) não é mera coincidência.
Outro fator que vale destacar desta produção é que foi o primeiro filme a apresentar um personagem totalmente feito em CGI. A famosa cena do cavaleiro de vitral foi desenvolvida pelo estúdio Industrial Light & Magic de George Lucas e gerando algo extremamente realista para a época. Porém, o filme é muito bem lembrado também com o uso de efeitos práticos da época, como no caso do stop motion que ainda estava na moda.
Tanto Nicholas Rowe como Alan Cox se saem bem como a dupla central da trama, sendo que Nicholas nos convence muito bem como o futuro Sherlock e nos passando os sinais da pessoa que viria a se tornar. Curiosamente, há elementos sobre o seu passado que são rapidamente explorados, mas que com certeza teriam sido melhor aprofundados se tivesse havido uma continuação. Vale destacar a boa atuação da até então jovem atriz Sophie Ward, que aqui faz o par romântico de Sherlock e tendo papel primordial na construção de sua personalidade.
Embora o filme seja lembrado com carinho por aqueles que assistiram diversas reprises em uma distante Sessão da Tarde, a produção não foi o sucesso esperado pelos produtores e nunca obteve uma continuação. Porém, todos os sinais que haveria uma sequência estava lá, sendo que uma grande revelação somente acontece nos segundos finais do longa e fazendo com que os fãs de Árthur Conan Doyle ficassem eufóricos na época. Curiosamente, o filme somente termina após o término dos créditos finais, sendo algo raro para aquela época e algo similar o que outro clássico "Curtindo a Vida Adoidado" (1987) faria.
"O Enigma da Pirâmide" é uma bela homenagem à obra de Árthur Conan Doyle e que boa parte da geração dos anos oitenta conheceu a sua principal criação neste bom filme de aventura escapista.
Faça parte:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948



Nenhum comentário:
Postar um comentário