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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Castigo'

Nota: O filme irá estrear dia 11/12/25. 

Sinopse: um casal que, após deixar seu filho de sete anos, Lucas, na beira de uma floresta como castigo por mau comportamento, retorna para encontrá-lo desaparecido.  

Em tempos atuais é cada vez mais complexo a ideia de ter filhos, principalmente em um mundo atual em que certos valores estão se tornando cada vez mais secundários. Ao mesmo tempo, o dilema em continuar sendo o que é e ao mesmo tempo assumindo a responsabilidade paternal é outro fator que faz da pessoa não tomar certa decisão, mas uma vez que escolhe não há mais retorno para tal. "O Castigo" (2025) é um drama psicológico onde se descasca o lado mais complexo do ser humano perante o peso da responsabilidade que talvez nunca quisesse.

Dirigido por Matías Bize, na trama conhecemos Ana (Antonia Zegers) que dirige séria e irritada. Mateo (Néstor Cantillana), seu marido, pede que ela faça a volta e retorne ao lugar na estrada onde o casal abandonou o filho desobediente de sete anos, Lucas, como forma de castigo. Apenas dois minutos se passaram, mas o menino desapareceu. Não demora muito para que o casal entre e desespero e que certos sentimentos acabam aflorando.

Em tempos atuais em que a tecnologia está cada vez mais avançada acaba sendo bem difícil separar o que é real e o que é feito com determinados recursos. Apresentando em tempo real, a história nos é apresentada em plano-sequência, onde os atores não se separam da câmera da diretora e fazendo da experiência ainda mais dinâmica. Se há um corte em cena isso se torna impossível de saber, pois assisti sem reparar nenhum corte brusco, ou algum truque de CGI e o que faz do desempenho dos atores ainda mais interessante.

A partir do momento que sabemos o que realmente aconteceu é então que conhecemos melhor o casal central, sendo que em um primeiro momento somente o pai está mais preocupado, enquanto a mãe parece fria por demais naquele momento. Na medida em que a trama avança e a criança ainda não é encontrada é então que nós acabamos nos tornando juízes perante a situação inusitada e fazendo com que rapidamente julguemos a mãe pela sua negligência.

Porém, o filme não cai no óbvio, principalmente pelo fato de termos uma noção já no início da trama que aquele casal não está exatamente em harmonia, seja pelos seus olhares, ou até mesmo pelos seus gestos que já falam por si só. Embora tenha a participação de mais dois atores que interpretam a polícia local, os intérpretes Antônia Zegers e Néstor Cantillana são os que seguram o filme nas costas do início ao fim e tendo a responsabilidade de fazer com que os seus respectivos personagens se descasquem aos poucos na frente da câmera na medida em que o tempo vai passando.  Antonia Zegers, por sua vez, é a que dá um verdadeiro show de atuação, cujo seu olhar sombrio perante a situação nos revela um ser complexo e do qual se revela aos poucos.

O filme procura não necessariamente em colocar um culpado em cena devido a situação, mas sim nos mostrar o retrato de um casal atual cuja união não seja mais necessariamente devido ao amor, mas sim pelas escolhas que haviam tomado um dia. Ana, por exemplo, se abre para despejar revelações que nos chocam, mas que nos soam sinceras e humanas. É claro que a pessoa mais conservadora irá julgá-la do modo mais fácil, mas o problema se encontrará muito mais embaixo.

Se há um erro que a diretora comete talvez seja nos seus segundos finais em que nos dá uma solução mais reconfortante perante a situação. Porém, o filme termina mesmo assim em aberto com relação ao destino daquele casal, assim como também sendo uma representação de todo casal do mundo real atual que se vê perdido entre as escolhas, frustrações e o desejo de continuar em ser o que já foi um dia. Toda a responsabilidade tem um preço e deve ter a consciência se deve ou não o sustentá-lo.

"O Castigo" é um drama com pitadas de suspense psicológico e que revela o lado mais complexo do ser humano com relação à paternidade em tempos contemporâneos. 

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Um comentário:

Anônimo disse...

Só um reparo: o filme é de 2022 e já rodou em torrent por aí há bom tempo.