Sinopse: Ayaka Ichijo, uma estudante de ensino médio que, após assistir a uma fita de vídeo amaldiçoada, tem só 24 horas para quebrar a maldição e salvar a irmã.
O cinema de horror se encontra atualmente em seu melhor momento, principalmente quando é comandado por cineastas autorais como Jordan Peele e Ari Aster. Porém, infelizmente, vivemos também em tempos que o cinemão norte americano se sustenta através de franquias e basta um filme fazer um grande sucesso para gerar continuações desnecessárias. Basta lembrarmos, por exemplo, do ótimo e humilde filme independente "Atividade Paranormal" (2007) que foi gerando continuações que foram cada vez piorando ao longo dos anos.
Hollywood, por sua vez, vive em um estado de falta de ideias novas para se criar bons filmes e, portanto, se rende em até mesmo fazer refilmagens de sucesso do mundo a fora. Belo exemplo disso foi o filme "O Chamado" (2004), apontado por alguns como um dos grandes filmes de horror do início do século vinte um, mas que era uma refilmagem de um filme japonês lançado em 1998 e que era baseado em um livro de Kôji Suzuki de 1991. Pois bem, depois de duas continuações norte americanas chega agora "O Chamado 4: Samara Ressurge" (2022), mas cujo título é o maior fake news do cinema recente.
Dirigido por Hisashi Kimura, o filme conta a história de Ayaka Ichijo (Fuka Koshiba), uma estudante que é cética em relação ao vídeo e à lenda que o cerca, que se tornou uma sensação viral. Ela logo descobre que sua irmã Futaba (Yuki Yagi) viu uma cópia da fita e descobre que a morte dela não ocorrerá em sete dias, mas em 24 horas, levando-a a desvendar a maldição de Sadako para salvá-la, ela está acompanhada de seu namorado Oji Maeda (Kazuma Kawamura), bem como o talentoso médium e cartomante Mestre Kenshin (Hiroyuki Ikeuchi).
Para aqueles que não sabem esse na verdade é o nono filme da franquia japonesa lançado por lá e dando continuidade aos eventos que já foram vistos nos filmes anteriores. Portanto, para aqueles que achavam que era uma continuação do terceiro filme da versão americana é bom se sentir lesado, pois realmente foi um jogo de marketing escancarado para dizer o mínimo. Uma vez embarcando na brincadeira de mal gosto acabamos nos defrontando com diversos clichês que acabam se tornando difíceis de ver.
Para começar o filme não mete medo, sendo que a trama transita até mesmo por momentos de humor e sendo representados pelas atuações canastronas de seus intérpretes principais. O filme mais parece um cruzamento com a franquia já estabelecida com outra conhecida que é "Sobrenatural" (2010), sendo que o médium e cartomante que surge na trama nos passa uma sensação de Déjà vu principalmente em sua primeira cena. Se o elenco não ajuda, tão pouco a figura da menina com os seus clássicos cabelos pretos molhados, sendo que a fórmula do seu sucesso já se desgastou há muito tempo.
O filme só serve para aqueles que respiram terror e não se preocupando com a qualidade do roteiro, mas sim de todas as vezes que a menina fantasmagórica surge em cena. A meu ver, ela anda precisando tirar umas férias e voltar para o seu poço infinito, pois aqui em cima não há nada a oferecer, a não ser se contentar com o obvio. "O Chamado 4: Samara Ressurge" é a maior pegadinha recente do cinema, dispensável e não provocadora de nenhum susto válido.
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