Sinopse: Mario é um encanador junto com seu irmão Luigi. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach, mas ameaçado pelo rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares.
Muitas pessoas se perguntam por que as adaptações de video game para o cinema falham quando são lançadas. Se já houve um tempo que adaptar HQ já era complicado, por outro lado, levar um jogo para as telas e que desse certo era quase impossível, mas isso se deve ao fato que esse entretenimento somente funcionava em sua fonte original, já que a sua trama era simples e direta e sendo praticamente complicado adaptar história como essa sem que faça alguns ajustes para que se torne um grande filme. E se no passado já era complicado a missão de hoje é ainda mais complexa, já que os jogos de hoje já são praticamente um filme então para que adaptar para o cinema?
Talvez o segredo para que uma adaptação não falhe é saber ser sincero com a sua fonte original e ao mesmo tempo poder casar-se com a linguagem cinematográfica. "Mortal Combate - O Filme" (1995), foi por muito tempo uma das melhores adaptações, ao ser fiel, simples, mas possuindo uma linguagem que o cinéfilo entenderia do começo ao fim dela. Pois bem, chega então aos cinemas "Super Mario Bros: O Filme" (2023), que não tem vergonha de ser fiel a sua fonte original e o que faz dele ser tão bom.
Dirigido por Aaron Horvath e Michael Jelenic, o filme conta a história de Mario (Chris Pratt), um encanador qualquer no bairro de Brooklyn junto com seu irmão Luigi (Charlie Day). Um dia, Mario e Luigi vão para no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach (Anya Taylor-Joy), mas ameaçado pelo rei dos Koopas, Bowser (Jack Black), que vai fazer de tudo para conseguir reinar todos os lugares. É então quando Luigi é raptado por Bowser e o usa para procurar Mario, o único capaz de deter o Koopa e restabelecer a paz.
Basicamente é somente isso a trama, onde os dois protagonistas principais se envolvem em uma situação surreal, mas que era funcional no jogo. Falando nele, é surpreendente que todos os desafios, artifícios e prêmios são adaptados fielmente para o filme, desde o fato de Mario bater em caixas especiais para se tornar forte, como também as flores e cogumelos que lhe dão, tanto a força para vencer, como também enfraquecer. Aliás, o cenário do reino dos cogumelos é desde já um dos mais fantásticos do ano, onde cada detalhe de luz e cores formam um belo mosaico surreal e cuja profundidade é ainda mais sentida principalmente se você for em um cinema de qualidade e que respeite a obra.
Rápido no gatilho, o roteiro não dá espaço para dramas ou apresentação muito longa sobre os personagens principais, sendo que tudo é feito de uma forma básica, ligeira, mas ao mesmo tempo compreendida por todas as idades. Acho que o segredo do sucesso está neste ponto, ao saber vender a obra para essa nova geração, mas não se esquecendo daqueles que ficavam jogando o jogo pela Nintendo até tarde da noite. Portanto, não se surpreenda, por exemplo, se você começar a sentir certa vertigem em alguns momentos, pois os personagens nunca param, correm e pulam a todo momento e tudo embalado com uma trilha sonora familiar e que remete aos bons e velhos tempos dos anos oitenta.
É claro que algumas readaptações precisavam serem feitas, como no caso da Princesa Peach, que aqui não é uma mera princesa indefesa que espera ser salva, mas sim uma grande guerreira e que protege o seu povo não importa o que aconteça. Os demais seguem a cartilha de fidelidade pura, como no caso do vilão Koopas, cuja suas ambições podem até ser unidimensionais, mas que ao menos ganha uma veia cómica graças a voz de Jack Black. Já Mario e Luigi são 100% corretos na prática do bem, sendo personificações sobre a típica jornada do herói e que aqui funciona de acordo com a proposta principal da obra.
"Super Mario Bros: O Filme" é bom ao não ter vergonha alguma de ser o que é de acordo com a sua fonte original e os fãs de ontem e hoje só tem que agradecer.
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