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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 1 A 7 DE DEZEMBRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

 A ACUSAÇÃO


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


15h – DEUS TEM AIDS    ESTREIA  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 80min). Documentário de Fábio Leal e Gustavo Vinagre. Vitrine Filmes, 18 anos.

Sinopse: Quarenta anos depois do início da epidemia de AIDS, sete artistas e um médico ativista - todos vivendo com o HIV -, oferecem novas imagens e perspectivas para lidar com a sorofobia no Brasil. O filme participou da mostra competitiva do 29º Mix Brasil e também ganhou os prêmios de melhor filme e de público no Queer Porto.


16h30 – A ACUSAÇÃO Assista o trailer aqui.

(Les Choses Humaines - França, 2022, 138min). Direção de Yvan Attal, com Ben Attal, Suzanne Jouannet, Charlotte Gainsbourg, Mathieu Kassovitz, Pierre Arditi. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Alexandre é um jovem educado e inteligente que estuda em uma concorrida universidade americana. Quando vai a Paris, por motivos familiares, Alexandre conhece Mila, a filha do novo namorado de sua mãe. Os dois jovens vão juntos a uma festa e, no dia seguinte, Mila denuncia Alexandre por estupro. Toda a aparente harmonia familiar desaparece e tem início um complexo julgamento que apresenta verdades opostas. O filme é adaptado do romance homônimo da francesa Karine Tuil.


19h - LICÍNIO AZEVEDO – UM GAÚCHO EM MOÇAMBIQUE.

Mostra com os filmes do diretor – ENTRADA FRANCA


02/12 (sexta) - 19h - O Grande Bazar + Nhinguitimo

03/12 (sábado) - 19h - Colheita do Diabo + A Ilha dos Espíritos

04/12 (domingo) - 19h - Marracuene + Hóspedes da Noite

06/12 (terça) - 19h – Desobediência

07/12 (quarta) - 19h - A Árvore dos Antepassados + Acampamento de Desminagem

08/12 (quinta) - 19h - Comboio de Sal e Açúcar

09/12 (sexta) - 19h - Virgem Margarida

10/12 (sábado) - 19h - Night Stop + Mãos de Barro


SINOPSES:

MARRACUENE

(1991, Moçambique-Alemanha-Reino Unido, 43min, documentário).

Sinopse: Marracuene é uma vila abandonada pelos seus moradores, símbolo de um país destruído pela guerra. Todas as noites os habitantes fogem da morte refugiando-se na capital ou do outro lado do rio.


A ÁRVORE DOS ANTEPASSADOS

(1994, Reino Unido-Moçambique, 48min; para a série Developing stories / BBC (UK)).

Sinopse: Durante os 15 anos de guerra em Moçambique, um milhão e meio de moçambicanos procuraram refúgio nos países vizinhos. Um deles foi Alexandre Ferrão, que, em 1984, foi escolhido pelos tios para levar a família para o Malawi. Dez anos depois, com o fim da guerra, Alexandre decidiu que era altura de regressar para se reconciliarem com a árvore dos antepassados. Este filme é a história da viagem de regresso à casa da família.


NIGHT STOP

(2002, Moçambique, 48min; para a série Steps for the future).

Sinopse: Elas acordam ao fim da tarde, quando os primeiros caminhões chegam à Vila de Moatize, no norte de Moçambique, próxima à fronteira de vários países da região. Os caminhões param diante do Montes Namuli – Rooms, uma pensão, bar e restaurante onde os condutores passam a noite. Para lá elas convergem, bem vestidas, maquiladas – e vão surpreendendo a todos com suas revelações.


MÃOS DE BARRO

(2003, Moçambique, 50min).

Sinopse: A ceramista Reinata Sadimba nasceu em 1945. Dos 20 aos 30 anos participou na guerra pela independência de Moçambique, ao lado do pai e do marido. Artista de renome, já expôs as suas obras em vários países. O filme a segue em uma viagem à sua terra natal, o planalto de Mueda, terra dos Makondes, célebres escultores de ébano.


ACAMPAMENTO DE DESMINAGEM

(2005, Moçambique, 60min).

Sinopse: Os sapadores são um grupo muito especial de homens. Alguns combateram em lados opostos, na guerra que assolou Moçambique. Outros eram civis e o trabalho na desminagem foi uma opção ao desemprego, à criminalidade. Em comum, eles vivem longos períodos longe afastados das suas famílias, em tendas coletivas, e arriscam suas vidas todos os dias.


A ILHA DOS ESPÍRITOS

(2009, Moçambique, 63min).

Sinopse: Muito antes de dar nome ao país, a Ilha de Moçambique teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegantes. Neste filme, os moradores da ilha mostram suas atividades, hábitos e cultura, incluindo uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário coletivo dos ilhéus.


HÓSPEDES DA NOITE

(2007, Moçambique, 53min).

Sinopse: Em 1953 foi inaugurado em Moçambique, na cidade da Beira, o Grande Hotel. Um estabelecimento de luxo, com 370 quartos. Atualmente serve de residência a 3.500 pessoas que ocupam também a cave, corredores e o terraço. Algumas famílias vivem no Grande Hotel há mais de 20 anos, sem eletricidade e sem água.


COLHEITA DO DIABO

(1988, Moçambique-França, 54min).

Sinopse: “O diabo plantou na nossa machamba e não precisa de chuva para fazer a sua colheita”. A seca e a presença maléfica de bandidos ocultos na floresta ameaçam a vida quotidiana de uma aldeia defendida por cinco veteranos da guerra de independência.


O GRANDE BAZAR

(2006, Moçambique, 55min).

Sinopse: Num grande mercado africano, há o encontro entre dois meninos com vivências diferentes e objetivos opostos. Um deles procura trabalho para readquirir o que lhe foi roubado e poder voltar à casa. O outro faz de tudo, e até mesmo rouba, para não ter que viver com a família. Apesar destas diferenças, eles tornam-se amigos e juntos enfrentam o adversário comum.


DESOBEDIÊNCIA

(2002, Moçambique, 92 min).

Sinopse: Rosa, uma camponesa moçambicana, é acusada de ter causado o suicídio do marido. Numa carta descoberta durante as cerimônias fúnebres, e que é lida diante de todos os presentes, o suicida determina que os cinco filhos que teve com Rosa sejam entregues ao seu irmão gêmeo, para não viverem com a mulher que arruinou a sua vida. Para provar a sua inocência, recuperar os filhos e os poucos bens que o casal possuía, Rosa submete-se a dois julgamentos: o primeiro com um curandeiro, o segundo num tribunal.


VIRGEM MARGARIDA

(2012, Moçambique-França-Portugal-Angola, 83min).

Sinopse: Ao fim da guerra de 1975, as prostitutas de todo Moçambique são enviadas para um centro de reeducação, em plena selva, onde ficarão sob a guarda de mulheres militares que têm métodos para transformar as prostitutas em “mulheres novas”. Em meio a elas vai Margarida, uma camponesa adolescente, virgem, enviada para a reeducação por engano.


COMBOIO DE SAL E AÇÚCAR

(2016, Portugal-Moçambique-França-África do Sul-Brasil (RS), 88min).

Sinopse: Em plena guerra civil, o comboio que liga Nacala ao Malawi é a única esperança para centenas de moçambicanos garantirem a subsistência das suas famílias. Entre estes estão Mariamu, uma viajante frequente; Rosa, enfermeira que vive a realidade da guerra pela primeira vez; o idealista tenente Taiar; o brutal alferes Salomão; e o comandante Sete Maneiras, dotado de poderes mágicos.


NHINGUITIMO

(2021, Moçambique, 23min).

Sinopse: Sul de Moçambique, 1960. Nas noites quentes, na pequena vila do vale fértil do Rio Incomati, os homens reúnem-se na cantina do Rodrigues, dividida em duas partes. Uma, com balcão frigorífico, boas mesas e cadeiras confortáveis, é apenas para os brancos, os chefes da administração colonial. A outra, sem nenhum conforto, é para trabalhadores agrícolas e jovens moçambicanos da vila, frequentada também por prostitutas.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


14h – MEU FILHO É UM CRAQUE  Assista o trailer aqui.

(Fourmi - França/Bélgica, 2022, 105min). Direção de Julien Rappeneau, com François Damiens, Maleaume Paquin, André Dussollier. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Théo tem doze anos e é um talento no futebol. O garoto está bastante preocupado com Laurent, seu pai, porque ele está se afundando no alcoolismo após se divorciar. Quando um recrutador do clube inglês Arsenal F.C. se interessa por ele, o garoto vê uma oportunidade de devolver alguma esperança ao pai.


16h – PEQUENOS GUERREIROS    ESTREIA  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 75min). Direção de Bárbara Cariry, com Georgina Castro, Bruno Goya, Juan Calado, Lara Ferreira e Daniel Almeida. Sereia Filmes, Livre. Comédia dramática.

Sinopse: Uma família de pescadores sai do litoral do Ceará em direção a uma cidade da região do Cariri, no sertão, para pagar uma promessa na Festa do Pau da Bandeira. Tudo é novidade para as crianças Benedito, Matheuzinho e Bruna, que se encantam com as paisagens, as histórias e as riquezas culturais do sertão. O roteiro foi escrito a partir das próprias lembranças de infância de Bárbara Cariry, que mostra como esses cenários fizeram parte de sua vida e resistiram ao tempo.


17h30 – KOBRA AUTO RETRATO *ESTREIA*  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 85min). Documentário de Lina Chamie. Imovision. 10 anos.

Sinopse: Em uma noite de insônia, Eduardo Kobra revê sua vida desde a infância difícil na periferia até o sucesso mundial como muralista. Nessa trajetória de vida, do grafite ilegal nas ruas de São Paulo até pintar grandes murais em mais de 30 países, Kobra passa a entender a arte de rua como voz política e democrática.


19h15 – OS BRAVOS NUNCA SE CALAM  Assista o trailer aqui.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NOS DIAS 2 E 6, SEXTA E TERÇA)

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Marcio Schoenardie, com Duda Meneghetti, Edu Mendas, José Rubens Chachá. Lança Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Dias antes de lançar seu novo livro sobre um grande esquema de corrupção, o autor é encontrado morto. Durante a despedida, os filhos se reencontram e o que parecia ser uma morte acidental se transforma em um possível caso de assassinato. Seguindo rastros e pistas, os atrapalhados “detetives" se veem cercados por inimigos, ameaças e falsos relatos, descobrindo que nem tudo é o que parece.

*Sessão com o jogo interativo baseado nas pistas do roteiro do filme.*


SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA

ESPECIAL: QUATRO FILMES COM RAFA SIEG

Ator homenageado no Festival Santa Maria Vídeo e Cinema


SALA EDUARDO HIRTZ


DIA 01, QUINTA

19h30 – CORTEJO NEGRO, curta de Diego Muller;

ESPELHO HEXAGONAL, curta de Mauricio Canterle.

Sessão com a presença do ator para uma conversa com o público.


SALA NORBERTO LUBISCO


DIA 02, SEXTA

19h30 – A ÚLTIMA ESTRADA DA PRAIA, de Fabiano de Souza.


SALA NORBERTO LUBISCO


DIA 6, TERÇA    ENTRADA FRANCA

19h30 – SESSÃO ESCOLA DE CINÉFILOS

Exibição de O Mundo Odeia-me (1953), de Ida Lupino, na abordagem do Cinema Moderno.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 01 A 07 DE DEZEMBRO

 ESTRÉIAS:

DEUS TEM AIDS

Direção: Gustavo Vinagre e Fabio Leal.

Brasil/ Documentário/2021/ 82 min.

Sinopse: Deus Tem Aids é um documentário que explica e dá luz a uma nova perspectiva sobre a AIDS. Sete artistas e um médico ativista dão depoimentos, marcando quarenta anos após o início da pandemia do vírus no Brasil e buscando o enfrentamento da sorofobia nos dias de hoje.

Elenco: Carué Contreiras, Ernesto Filho, Flip Couto, Kako Arancibia, Marcos Visnadi, Micaela Cyrino, Paulx Castello, Ronaldo Serruya



BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE

Direção: Santiago Loza

Brasil/Argentina/Alemanha/Drama/2019/75min.

Sinopse:"Nós somos um pouco estranhos”, diz Pedro na presença de Daniela e Tania. Eles estão prestes a revelar para alguém o que há dentro da maleta que carregam: um alienígena do tamanho de uma criança, com coloração roxa e grandes olhos pretos. Os três amigos estão passando por uma fase de diversos desencantos em suas vidas e estiveram nos últimos dias seguindo um mapa deixado pela avó de Tania, que acabou de falecer. Seu último desejo era de que o alien retornasse ao lugar onde aparecera na Terra. Levemente surpresa, mas relativamente despreocupada com a descoberta de que sua avó passara os últimos anos de sua vida como cuidadora de um fofo alienígena, Tania, uma mulher trans, embarca com seus amigos em uma jornada através de uma pequena cidade argentina. Com o desenrolar de sua viagem, o vazio emocional que vivem dá lugar a uma força recém-descoberta.

Elenco:Romina Escobar (Tania), Paula Grinszpan (Daniela), Luis Soda (Pedro)


EM CARTAZ:


SERIAL KELLY

Direção:René Guerra

Brasil/ Comédia, musical/ 2022/ 85min

Sinopse: Ao cumprir uma agenda de shows nas casas noturnas do sertão, Kelly, cantora de forró eletrônico, também deixará um rastro de mortes pelo caminho. Em sua trajetória de consumo compulsivo e violência, ela passa por um novo Nordeste, espiral de um desenvolvimento apocalíptico. Quando passa a ser investigada pelo assassinato de três homens, sua viagem instável também se torna uma estratégia de fuga. E de uma estrela em ascensão ela se torna uma heroína marginal, temida e procurada por Serial Kelly, a primeira mulher serial killer do Brasil.

Elenco: Gaby Amarantos (Kelly) Igor de Araújo (Tempero) Paula Cohen. (Fabíola) ; Aline Marta Maia (Faisca) Márcio Fecher .(Pastor Josias).


HORÁRIOS DE 01 A 07 DE DEZEMBRO:

(não há sessões nas segundas-feiras)


15h: SERIAL KELLY

17h: BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE

19h: DEUS TEM AIDS


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Kobra Auto Retrato'

 Segue a programação do próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Norberto Lubisco, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 03/12/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Kobra Auto Retrato"

Brasil, 2021, 85 min, 10 anos


Direção: Lina Chamie

Elenco: Eduardo Kobra

Sinopse: Em uma noite de insônia, Eduardo Kobra revê sua vida desde a infância difícil na periferia até o sucesso mundial como muralista. Nessa trajetória de vida, do grafite ilegal nas ruas de São Paulo até pintar grandes murais em mais de 30 países, Kobra passa a entender a arte de rua como voz política e democrática.


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Cine Dica: Programação Cinemateca Capitólio 1º a 7 de dezembro de 2022

 Cinemateca Capitólio inicia o mês de dezembro com muitas atrações e exibições únicas

O mês de dezembro começa movimentado na Cinemateca Capitólio. No dia 1º, quinta-feira, às 19h, a Capitólio recebe a programação do Dia Sem Arte/Day With(out) Art, evento que ocorre simultaneamente em espaços culturais do mundo inteiro, marcando a passagem do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Em Porto Alegre, a organização do Dia Sem Arte está a cargo do grupo Somos, organização que atua com a população LGBTQIA+ e pessoas vivendo com HIV/AIDS. Esta é a primeira vez que a capital gaúcha sedia o Dia Sem Arte, exibindo uma programação de vídeos que destacam as histórias não contadas de HIV e AIDS a partir da perspectiva de artistas que vivem com HIV em todo o mundo. O tema de 2022 é "Sendo e Pertencendo” e o evento conta com 7 obras de artistas, ativistas e criadores da Argentina, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Estados Unidos e México.

No sábado pela manhã, dia 2, às 11h, acontece a última edição do ano do projeto Concertos Capitólio, com a apresentação do Coral da UFRGS, sob a regência do maestro Lucas Alves. Também no sábado, às 17h, a Sessão Plataforma exibe o monumental City Hall (2020), obra-prima do mestre do cinema documental Frederick Wiseman, com quatro horas e meia de duração.

Como ocorre tradicionalmente no primeiro final de semana do mês, sábado e domingo, às 15h, teremos mais uma edição da Sessão Vagalume, que desta vez exibe o premiado longa gaúcho Antes que o Mundo Acabe (2009),  de Ana Luiza Azevedo, recomendado para crianças a partir de 10 anos e adolescentes. O cinema gaúcho também é destaque com a exibição de Disforia, de Lucas Cassales, que encerra a mostra de filmes apoiados pela Porto Alegre Film Commission, e com exibições do recentemente lançado Os Bravos Nunca se Calam, de Marcio Schoenardie.

Já nos dias 2 e 6 de dezembro ocorrem as derradeiras sessões da mostra As Musas do Cinema Italiano, com A Bela Moleira, um dos primeiros sucessos da carreira da atriz Sophia Loren (dia 2), e A Moça com a Valise, obra-prima de Valerio Zurlini, protagonizada por Claudia Cardinale (dia 6).

E finalmente na quarta-feira, dia 7 de dezembro, a Cinemateca Capitólio recebe uma das atrações do festival Porto Alegre em Cena, com duas sessões do espetáculo-filme Ítaca, de Christiane Jatahy. Ítaca dá continuidade à pesquisa de linguagem da diretora (que em janeiro deste ano foi premiada pela Bienal de Veneza, com o Leão de Ouro pela sua trajetória artística), entre o teatro e o cinema, entre o ficcional e o documental, entre o passado e presente. Trazendo, a partir da ficção histórica de Homero, uma lente de aumento sobre os dias de hoje, sobre as guerras, os movimentos de partida e de chegada, a tentativa de chegar em casa concreta e metaforicamente. Para a construção dramatúrgica foram realizadas entrevistas com refugiados, alem de um período de trabalho com os atores para gerar cenas através de improvisos. Em seguida, durante um mês, Christiane Jatahy escreveu a dramaturgia final do texto. No elenco de Itaca estão as atrizes Isabel Teixeira (que ficou nacionalmente conhecida como a Maria Bruaca da novela Pantanal), Julia Bernart e Stella Rabello e os atores Cédric Eeckout, Karim Bel Kacem e Matthieu Sampeur.


GRADE DE HORÁRIOS

1º a 7 de dezembro de 2022


1º de dezembro (quinta-feira)

17h – Os Bravos Nunca se Calam

19h – Programação Dia Mundial de Luta Contra a AIDS (Dia Sem Arte)


2 de dezembro (sexta-feira)

19h – A Bela Moleira (Mostra As Musas do Cinema Italiano)


3 de dezembro (sábado)

11h – Concertos Capitólio (Coral da UFRGS)

15h – Sessão Vagalume (Antes que o Mundo Acabe)

17h – Sessão Plataforma (City Hall)


4 de dezembro (domingo)

15h – Sessão Vagalume (Antes que o Mundo Acabe)

17h – Os Bravos Nunca se Calam

19h – Disforia (Mostra Porto Alegre Film Commission)


6 de dezembro (terça-feira)

15h – Os Bravos Nunca se Calam

17h – Os Bravos Nunca se Calam

19h – A Moça com a Valise (Mostra As Musas do Cinema Italiano)


7 de dezembro (quarta-feira)

17h – Porto Alegre em Cena (Ítaca, de Christiane Jatahy)

20h – Porto Alegre em Cena (Ítaca, de Christiane Jatahy)

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Cine Dica: 'TUBARÃO - MAR DE SANGUE'

Sinopse: Um grupo de amigos aproveitam um fim de semana e roubam alguns jet skis para ir para o mar, mas acabam em um terrível acidente. 

"Tubarão" (1975) do mestre Steven Spielberg ainda é até hoje o melhor filme sobre um tubarão assassino que se torna uma entidade da natureza fora do comum. De lá pra cá não faltou imitações baratas que pegasse carona com o sucesso, sendo que os únicos que merecem uma conferida é "Mar Aberto" (2003) e "Águas Rasas" (2016), sendo que eu até estou sendo bonzinho com esse último que foi citado. No caso de "Tubarão - Mar de Sangue" (2022) ele até que nos prende graças ao seu suspense nervoso, mas que se perde nas soluções fáceis e fazendo a gente antecipar como a trama termina mais rápido do que se imagina.

Com direção de James Nunn, o filme conta a história de um grupo de amigos que aproveitam um fim de semana e roubam alguns jet skis para ir para o mar, mas acabam em um terrível acidente. Eles lutam para encontrar o caminho de casa carregando um amigo gravemente ferido enquanto terríveis predadores os perseguem no mar.

O filme até que me lembrou do recente "A Queda" (2022), já que em ambos os casos vemos os protagonistas isolados no nada e tendo que lidar com a possibilidade de terem que se virar para não morrer de fome ou sede. Troca o topo de uma grande antena para o meio do mar e teremos o mesmo filme, sendo que as traições amorosas acontecem aqui também e gerando até mesmo um Déjà vu para aqueles que já haviam assistido ao filme de Scott Mann. Porém, a peça central que é um Tubarão branco gigantesco faz com que o filme ganhe um certo tempero.

Contudo, não espere um ser assustador e tão pouco convincente, já que dá a impressão que é um mero tubarão digital em diversos momentos e não chegando aos pés do tubarão de borracha criado pelo mestre Spielberg em 1975. Ele somente está ali para se tornar uma grande ameaça, fazendo com que os protagonistas tenham que enfrentar um novo desafio a cada segundo e tendo que se virarem em situações que jamais imaginavam. É aquela velha história de sempre de um filme de terror, onde já temos uma nítida noção de quem irá morrer e quem irá sobreviver e isso já fica muito claro já no início do filme.

Na reta final é aquela velha história da luta pela sobrevivência, onde as soluções surgem de forma inverossímil, mas que acontecem para que a trama chegue ao seu final previsível. Ao final concluímos que é apenas uma passa tempo, mas que fará somente desejarmos revisitar o clássico dos anos setenta, pois esse sim foi feito para entrar para história. "Tubarão - Mar de Sangue", por outro lado, não passa de um verdadeiro caça-níquel e bem ao estilo cara de pau do cinema atual hollywoodiano.      

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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Cine Dica: Streaming - 'O Milagre'

Sinopse: Em 1862, uma enfermeira inglesa assombrada por seu passado vai até um remoto vilarejo irlandês para investigar o jejum supostamente milagroso de uma jovem. 

Sebastián Lelio é um de muitos diretores latinos que tem chamado atenção ao conseguir dirigir diversos temas, tanto dentro como fora do seu país de origem. Se por um lado ele havia surpreendido em "Glória" (2014) e "Mulher Fantástica" (2017), do outro, ele provou não ter limitações em território estrangeiro ao dirigir o surpreendente "Desobediência" (2018). Em "O Milagre" (2022) ele adentra em um tema espinhoso, cuja a fé das pessoas pode acobertar o lado mais errôneo do ser humano.

No filme, inspirado no fenômeno do século 19 das "garotas em jejum" e adaptado do aclamado romance de Emma Donoghue (Quarto), na Irlanda de 1862, uma jovem para de comer, mas permanece milagrosamente viva e bem. A enfermeira inglesa Lib Wright é levada a essa pequena vila para observar Anna O'Donnell, de onze anos. Turistas e peregrinos se reúnem para testemunhar a menina que teria sobrevivido sem comida por meses. Nesse thriller psicológico, o grande mistério gira em torno dessa aldeia, que pode estar abrigando um santo - ou mistérios mais sinistros do que parecem.

Com uma bela reconstituição de época, da qual sintetiza o lado mais belo daqueles tempos da Irlanda, Sebastián Lelio procura não julgar de imediato os seus respectivos personagens, mas sim joga-los na tela para que assim o próprio espectador julgue pelas suas ações no decorrer da trama. Na medida em que ela avança, vamos conhecendo melhor Lib, a enfermeira incumbida de observar e registrar um fato incomum, mas que aos poucos é revelado a sua verdadeira pessoa. Com um passado trágico, a personagem transita entre a fé perdida e a razão e para que então a mesma possa solucionar o possível milagre que está acontecendo naquele local.

Com um tema delicado, a história não é muito diferente de muitas que acontecem atualmente, onde o papel da igreja se torna uma mera cortina de fumaça para ocultar as reais intenções das pessoas e cuja as mesmas procuram a salvação mesmo que se encontre em uma situação perdida. Lib nos transmite a todo momento um ar de ceticismo com relação ao que está acontecendo e não demorando muito para desvendar o fatídico mistério. Sendo uma das melhores revelações dos últimos anos, Florence Pugh novamente dá um verdadeiro show de atuação, pois ela constrói para a sua personagem inúmeras camadas complexas e das quais aos poucos se revelam uma arma a favor para ela se separar da embriaguez provocada pela fé naquele local.

No ato final conhecemos, enfim, a verdadeira razão do possível milagre vindo da menina e cuja a revelação é chocante, porém, não muito surpreendente se compararmos aos inúmeros abusos que o machismo dentro da igreja comete contra a inocência de crianças que mal sabem ainda qual é o seu real papel em vida. Ao final, concluímos que o papel da mulher na trama se divide entre a submissão e na tentativa de reagir perante uma instituição que prega regras, por vezes, absurdas e que as vezes é unicamente para se tornar cada vez mais poderosa. A solução para o conflito pode até soar um pouco forçado, mas não há como negar que se torna um alívio depois de tanto martírio que a menina havia sofrido.

"O Milagre" é uma reconstituição de uma época em que a sociedade buscava a solução através da fé, mas que no final era usada como mera ferramenta para ocultar outras intenções e que até hoje nos soa familiar. 


Onde Assistir: Netflix 

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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Cine Especial: Revisitando 'A Dama de Shanghai'

Sinopse: Michael O'Hara é um marinheiro que é contratado para trabalhar no iate do marido aleijado da bela Elsa Bannister durante uma viagem que o casal fará. Ele acaba envolvido numa perigosa trama de intriga e crime. 

Orson Welles era um cineasta autoral em um tempo que diretores quase nunca obtinham carta branca para realizar o filme da sua maneira.  Por conta disso, não é de se admirar que o Welles, considerado por muitos como o melhor diretor de todos os tempos, não tenha prevalecido por muito tempo entre as engrenagens de Hollywood, pois a mesma nunca foi interessada em visões pessoais, mas sim somente nos cifrões. "A Dama de Shanghai" (1947) é um desses casos em que diretor e produtores se digladiaram durante a produção, mas que felizmente o tempo fez com que o filme ganhasse um novo olhar através dessa nova geração.

O filme conta a história de Michael O'Hara (Orson Welles), um marinheiro que vê a bela Elsa Bannister (Rita Hayworth) passeando de charrete no parque. Ele a ajuda quando ela é assaltada por três homens, levando-a até seu carro. No dia seguinte Michael recebe a visita de Arthur Bannister (Everet Sloane), marido de Elsa e um advogado criminalista consagrado, que deseja que ele trabalhe em seu iate durante uma viagem que o casal fará. Inicialmente relutante, Michael aceita o trabalho devido à atração que sente por Elsa. Na viagem também está George Grisby (Glenn Anders), sócio de Arthur, que oferece a Michael US$ 5 mil caso ele o mate.

O filme pega carona com a tendência da época, mais precisamente do subgênero “Noir”, onde damas fatais, crimes peculiares e luz e sombras moldavam esses filmes e criando simpatia por aqueles que procuravam algo mais peculiar e menos o padrão habitual que Hollywood tinha a oferecer em tempos de Código Hays. Porém, o filme não foge das regras exigidas pela censura da época, ao ponto de que se alguns pontos que iam contra os bons costumes do cidadão comum daqueles tempos os mesmos seriam julgados de acordo com o desenrolar da trama. Por conta disso, vemos o protagonista de Welles sendo jogado em um redemoinho de tentações, traições, dinheiro e cobiça, mas fazendo dele alguém que irá lutar contra tudo isso, mesmo quando em alguns momentos isso não aparenta ser tão verossímil.

Em narração off, vemos o mesmo conhecendo a dama fatal da trama, mais precisamente Rita Hayworth que a recém havia conquistado os corações dos homens do mundo todo através do clássico "Gilda" (1946). Logicamente o público que assiste logo é persuadido a não confiar na personagem, pois a mesma surge do nada, como se a sorte tivesse sorrido para o protagonista, porém, tudo que vem fácil sai caro. O protagonista a deseja, ao ponto de querer livra-la do mundo vazio cheio de dinheiro e do qual a está, aparentemente, lhe sugando.

Deste universo de boa fartura está o advogado Arthur Bannister (Everet Sloane), marido da personagem de Rita e o seu sócio George Grisby (Glenn Anders). Ambos se encontram embriagados em meio ao mar de dinheiro que o poder lhes dá, mas não obtendo a merecida felicidade que tanto gostariam de obter. Curiosamente, vemos o protagonista contando uma curiosa história de pescaria, onde um tubarão ferido começa a sangrar e atraindo os demais tubarões. Ao final, todos estavam devorando uns aos outros e fazendo, portanto, uma referência peculiar com relação ao mundo em que a personagem de Rita estava convivendo.

Embora confuso em alguns momentos, principalmente com relação sobre quem quer armar para quem, o filme flui de acordo com a maneira que Welles dirige as cenas, fazendo delas dinâmicas e criando um belo jogo de luz e sombras. Além disso, é preciso destacar os inúmeros planos de fundo de determinadas cenas, fazendo com que determinados objetos ou situações se sobressarem e fazendo com que os personagens quase fiquem em segundo plano. Belo exemplo disso é o diálogo entre o protagonista e a Dama Fatal em um parque aquático e cujo os peixes vistos no vidro ficam enormes na medida em que eles vão caminhando em meio ao cenário.

Curiosamente, o filme é também um interessante estudo sobre os simbolismos dos sonhos, já que parece que o protagonista adentra no começo de um belo sonho de salvador da mocinha, quando na verdade começa a descer em um pesadelo que começará desejar em acordar. O terceiro ato, por exemplo, é impressiona com os seus belos cenários, por vezes, abstratos em que o personagem se envolve, ao ponto de parecer algo construído pelo pintor Salvador Dalí e algo que remete ao que havia sido inserido no clássico "Quando Fala o Coração" (1945) do mestre Alfred Hitchcock. Porém, o ápice do filme se encontra na famosa cena dos espelhos, cuja a edição faz com que o momento se torne claustrofóbico e que não me surpreenderia que tenha servido de inspiração para a cena final do clássico filme de kung fu "Operação Dragão" (1973).

Em termos de bilheteria "A Dama de Shanghai" acabou se tornando um fracasso para época. Muitos questionam até hoje os motivos do fracasso, mas alguns apontam que a obra não é uma visão exata que o diretor queria, já que os produtores mexeram no resultado final, sendo que o próprio Welles queria um longa mais longo num total de 155min. A partir disso o diretor quase nunca obteria total liberdade em seus projetos, sendo que ele voltaria somente a dirigir nos EUA com o filme "A Marca da Maldade" (1958), outra obra Noir que lhe daria uma nova chance em Hollywood, porém, a liberdade da maneira como ele queria nunca conseguiria.

"A Dama de Shanghai" é um exemplo de como Orson Welles poderia ter ido ainda mais longe na carreira se não fosse pela ambição de Hollywood de sempre querer dar a palavra final em suas obras. 

Onde Assistir: Lançado recentemente em DVD pela Classicline. 

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