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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 18 A 24 DE AGOSTO

 ESTRÉIAS:

MEU ALBUM DE AMORES

PAIXÕES RECORRENTES

B rasil, Drama, 2021, 100 min.

Direção: Ana Carolina

Da Seleção Oficial do 51a Festival Rotterdam, "Paixões Recorrentes", novo filme de Ana Carolina, estreia em 18 de agosto nos cinemas. Eleita pela renomada revista francesa Cahiers du Cinema a única brasileira entre as 100 cineastas mais influentes do século e considerada uma das mais autorais do País, diretora retorna às telonas após oito anos.


Sinopse: Em 1939, o mundo está em convulsão e a guerra é inevitável. Não há refúgio seguro, no entanto, no Atlântico Sul sempre haverá uma rota de fuga. Os navios que viajam pela costa sul-americana frequentemente fazem paradas obrigatórias para recapturar os fugitivos imigrantes que escaparam de outros navios. Nessas paradas, imigrantes desesperados preferem se atirar ao  mar do que enfrentar a deportação ou a dor da nova realidade. Praias deslumbrantes, bebidas e traições os transformam em amantes vagabundos. Na tentativa vã de evitar a morte de suas  ideologias, estes estrangeiros preferem vidas imaginárias e paixões sem fim.

Elenco: Thérèse Cremieux, Luciano Cáceres, Pedro Barreiro, Silvana Ivaldi, Danilo Grangheia, Iran Gomes e Luiz Octavio Moraes.


MEU ALBUM DE AMORES

Brasil, Drama, 2021, 101 min.

Diretor: Rafael Gomes

Sinopse: Júlio é um jovem dentista careta e conservador. Após ser abandonado pela namorada de muitos anos, recebe a notícia de que é filho de Odilon Ricardo, um popular e mulherengo cantor  dos anos 70. E conhece também um meio-irmão em tudo diferente de si, com quem nunca conviveu. A convivência com estes novos afetos e sentimentos fará Júlio repensar suas aspirações  românticas e descobrir quantos amores da vida cabem em uma vida. 

Elenco:  Gabriel Leone, Carla Salle, Felipe Frazão, Laila Garin


HORÁRIOS DE 18 A 24 DE AGOSTO (NÃO HÁ SESSÕES NAS SEGUNDAS-FEIRAS):


15h: PAIXÕES RECORRENTES

17h: MEU ALBUM DE AMORES

19h: PAIXÕES RECORRENTES


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'X'

Sinopse: Na década de 1970, um grupo de filmmakers descem para uma antiga casa de fazenda no interior de uma cidade no Texas para gravar um filme pornográfico. Mas quando os reclusos e idosos anfitriões da antiga casa os pegam em flagrante, o elenco logo se vê em uma luta desesperada por suas vidas. 

O clássico "O Massacre da Serra Elétrica" (1974) foi o que definitivamente inaugurou o subgênero de terror "Slasher", nome que dá aos filmes de orçamento apertado, onde retratava psicopatas matando jovens que somente pensavam em sexo e que ficavam perdidos em lugar nenhum no interior dos EUA. Entre a década de setenta oitenta esses filmes fizeram um tremendo sucesso, mas que, curiosamente, o que começou como uma crítica acida com relação ao lado obscuro e derrotado dos EUA daqueles tempos, se tornou posteriormente como um alerta sobre os perigos do sexo em tempos em que a AIDS estava se alastrando. O subgênero acabou tendo sobreviva na década seguinte através da franquia "Pânico" (1996), mas nunca mais retornando aos seus tempos mais dourados.

Retornando ao "Massacre da Serra Elétrica", o filme possuía várias camadas interpretativas, desde ao fato de uma geração moldada por drogas, sexo  rock roll dar de cara com o lado obscuro da sociedade norte americana, como também a mesma estava em mutação no momento em que sofria com crise financeira, governo Nixon e a ressaca sem fim devido a derrota no Vietnã. Em meio a isso, havia uma rixa entre o conservadorismo religioso versus "paz e amor" de uma geração que se via na não obrigação de seguir uma linha reta com relação a sua própria vida. "X" é um filme que presta uma homenagem, não somente ao subgênero "Slasher", como também faz um paralelo dos tempos conservadores hipócritas de ontem e hoje.

Dirigido por Ti West, o filme acompanha um grupo de cineastas pornográficos em sua gravação de um novo longa. Em 1979, Maxine, uma atriz pornô, Wayne seu namorado e produtor e mais um grupo de atores e pessoas vão para o Texas em uma fazenda, propriedade de Howard e Pearl, um casal idoso, para gravar o novo filme pornográfico The Farmer's Daughters. Quando o grupo chega na propriedade, são recebidos pelo casal - que apresenta estranhas características.

Com um prólogo que consegue obter a nossa atenção, o filme começa já dando indícios que veremos muitas homenagens com relação a esse subgênero, ao ponto de que as regras do mesmo já disparam em nossas cabeças e já fazendo com que nos preparemos por elas. Porém, diferente do que acontecia nos anos oitenta, não é pelo fato de um ou outro protagonista em “não fazer sexo” que irá salva-lo, pois aqui ninguém está salvo do perigo iminente que irá acontecer posteriormente. Essa mensagem subliminar é deixada de lado e fazendo com que o destino de alguns personagens entre em contramão com relação ao que estávamos imaginando.

Além disso o filme é uma curiosa homenagem dos tempos de um cinema mais independente, do qual bastava uma ideia na cabeça para pôr a mão na massa. Ao mesmo tempo o filme sintetiza tempos em que a pornografia fazia um grande sucesso, desde quando o clássico "Garganta Profunda" (1972) se tornou um grande sucesso e levantando a hipótese de se tornar um gênero lucrativo para aqueles tempos. Porém, tanto aqui como no clássico "Boogie Nights" (1999) é mostrado que o advento de novas tecnologias faria com que tudo se tornasse mais fácil para ser feito, mas ao mesmo tempo perdendo o espaço das grandes salas de cinema e sendo sucateado no advento do vídeo cassete.

Com uma reconstituição de época precisa, da qual a mesma sintetiza os tempos quentes dos anos setenta, o filme se encaminha para um verdadeiro banho de sangue, daqueles que todos imaginam quando embarcam neste tipo de subgênero. Curiosamente, o filme fala sobre os desejos reprimidos pelo sistema da igreja, cuja a mesma sempre uma hora e outra surge do nada, mas para somente se casar com a proposta principal da obra. Ti West talvez procura passar para nós a teoria de que nada pode ser reprimido em uma realidade em que o conservadorismo deseja sufoca-lo, pois quanto mais se estica a corda mais existe a chance de arrebenta-la.

"X" é um dos filmes de horror mais criativos do ano, onde presta uma curiosa homenagem ao subgênero  "Slasher" e tendo a coragem de quebrar certas regras criadas pelo conservadorismo. 


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Cine Dica: Próximas Sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Cabascabo' / 'Carro, Casa, Dinheiro'

Cabascabo

 Boa Noite

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Exibiremos dois filmes da mostra Câmeras da África: "Cabascabo" e "Mulher, Carro, Casa, Dinheiro".


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Cinemateca Capitólio

Data: 20/08/2022, sábado, às 10:15 da manhã 


"Cabascabo"

Níger, 1969, 45 min

Direção: Oumarou Ganda

Elenco: Oumarou Ganda, Zalika Souley, Balarabi

Sinopse:  Um fuzileiro a serviço da força expedicionária francesa na Indochina retorna ao Níger. Aos poucos ele se vê abandonado por todos seus amigos. O filme é uma resposta de Oumarou Ganda ao filme “Eu, um negro” (1958) do cineasta francês Jean Rouch, no qual Ganda viveu seu próprio personagem, o de um fuzileiro senegalês alistado na guerra da Indochina. Restaurado em 2K em 2019. Parceiros do Institut Français na restauração: Orange Studio, Cinémathèque Afrique, Argos Films.


"Mulher, Carro, Casa, Dinheiro" (F.V.V.A)

Níger, 1972, 68 min

Direção: Moustapha Alassane

Elenco: Zingare Abdoulaye, Sawadogo Bintou, Hemazro Ivonne, Sotigui Kouyaté

Sinopse:  Ali é um modesto funcionário público que tem uma vida agradável na cidade. Um dia, forçado por seus pais a se casar com uma mulher que não quer, Ali é arrastado para um vórtice formado por “Mulheres (Femmes), Carros (Voitures), Vilas (Villas) e Dinheiro (Argent)” que, no Níger, é sinônimo de sucesso social. Original em 16mm, será exibido a partir de uma master digital.


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Cine Dica: Streaming - 'O Predador: A Caçada'

Sinopse: Uma habilidosa guerreira Comanche tenta proteger seu povo de um predador alienígena altamente evoluído que caça humanos por esporte. Ela luta contra a natureza, colonizadores perigosos e essa criatura misteriosa para manter sua tribo segura. 

Se o filme "O Predador" (1987) ainda segue sendo o melhor filme da franquia até hoje é porque muito se deve ao fato de que os realizadores posteriores tentaram beber muito da fonte do original, mas sem tentar ao menos ter personalidade própria. Após "O Predador" (2018) eu sinceramente achava que era o último prego para o caixão, mas estamos falando de Hollywood e que sempre a mesma insiste em ressuscitar franquias para obter algum lucro futuro. Surpreendentemente, "O Predador - A Caçada" (2022), não é uma mera continuação, mas sim um filme que fala por si e tendo a sua própria luz do começo ao fim.

Dirigido por Dan Trachtenberg, do filme "Rua Cloverfield, 10" (2016), o longa conta a história não contada de Naru (Amber Midthunder), uma jovem guerreira qualificada, que deseja proteger seu povo do perigo. Criada entre os maiores caçadores que vagavam pelas Grandes Planícies e confiante de que é tão capaz quanto os outros jovens caçadores, ela se propõe a proteger seu povo quando seu acampamento Comanche é ameaçado por uma criatura misteriosa. Começa então uma verdadeira caçada e que somente um sobreviverá a ela.

Diferente das continuações anteriores o filme não se prende na tarefa de ser obrigado a fazer alguma referência ao clássico, mas sim em se preocupar em nos apresentar um cenário novo e cuja a protagonista é apresentada de uma forma gradual e fazendo com que simpatizemos com ela facilmente. Naru é uma jovem curandeira, mas que deseja ser uma caçadora assim como é o seu irmão e nos surpreendendo pela sua persistência na medida em que a trama avança. A jovem atriz Amber Midthunder se sai muito bem no papel da jovem protagonista, ao passar para nós determinação e uma fúria contida que se encontra em seu profundo olhar.

O cenário si é outro grande atrativo do filme, já que a trama se passa nas planícies no mundo da Nação Comanche no início de 1700 e quando o homem branco a recém estavam chegando. Neste último caso, eles acabam sendo retratados como os verdadeiros caçadores selvagens da trama e cuja a cena dos búfalos mortes não é muito diferente do que foi debatido no já clássico "Dança com Lobos" (1990). Em tempos atuais, nada mais lógico em colocar em pauta sobre quem eram os verdadeiros donos da terra, muito embora esse assunto deveria vir à tona já desde sempre.

Dan Trachtenberg, por sua vez, capricha na alta tensão em diversas passagens do filme, cujo o suspense nos faz temer pelo que irá acontecer a cada momento e fazendo a gente respirar mais fundo. Se em uma cena de uma determinada arvore a gente já teme pelo pior, o que dizer no momento em que a jovem protagonista tenta de todas formas se salvar para não morrer na areia movediça e sendo uma das melhores e mais tensas cenas do filme. Mas e o Predador si?

Bom, o original ainda é insuperável, muito embora esse não seja muito diferente em termos de ser implacável e que não medirá esforços para caçar a sua presa. Curiosamente, é interessante observar o seu equipamento de caça, parecendo antecessor ao que vimos nos filmes anteriores, mas não menos que mortíferos. Com uma presença imponente parece até mesmo forçado a gente pensar que a pequena jovem protagonista tenha alguma chance contra esse caçador.

Porém, o roteiro colabora para que todas as situações soem verossímeis, ao ponto dos efeitos visuais quase não parecem tão artificiais e não prejudicando na verossimilhança que é incrementada nas cenas de ação. O ato final, por exemplo, é implacável, sangrento e até mesmo cru em alguns momentos. Para a minha surpresa, um pequeno detalhe ao final do filme responde uma pergunta que existe desde o final de "O Predador 2" (1990) e cuja a sua resposta contradiz ao que a gente imaginava, mas não menos do que satisfatória.

"O Predador - A Caçada" é desde já um dos melhores filmes da franquia desde o clássico original, mas obtendo esse feito por construir para si uma luz própria e sabendo nos passar um verdadeiro cenário de tensão e até mesmo claustrofóbica. 

Onde Assistir: Star+  

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Cine Dica: Abertura das Comemorações dos 75 anos do Clube de Cinema de Porto Alegre

Boa Noite

Segue o convite do evento:


ABERTURA DAS COMEMORAÇÕES DOS 75 ANOS DO CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

O Festival de Cinema de Gramado, o Museu do Festival de Cinema de Gramado, a ESPM e o Clube de Cinema de Porto Alegre convidam para o evento de Abertura das Comemorações dos 75 Anos do Clube de Cinema de Porto Alegre que será realizado na manhã da próxima quarta-feira.

Local: Museu do Festival de Cinema de Gramado (Av. Borges de Medeiros, 2659 - Centro, Gramado - RS). Data: 17/08/2022, quarta-feira, às 11:00 horas da manhã 


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Cine Especial: ‘Robocop’ - 35 Anos Depois

Sinopse: Policial é morto em combate e transformado por cientistas da empresa que dirige a força policial em um ciborgue ultrassofisticado a fim de ser usado na luta contra o crime na cidade de Detroit. 

Talvez o mais poderoso filme de Paul Verhoeven. Ele é forte até mesmo nos dias de hoje e funciona tanto como uma crítica acida quanto para aqueles que buscam somente ação. Raro caso de um filme carregado de duas camadas e das quais funciona para todos os públicos.

Após ser morto violentamente por criminosos, o policial Alex Murphy (Peter Weller) se torna um ciborgue da organização OCP. Com o intuito de ser a nova peça central da companhia, Alex é transformado em um ser robótico que tem como diretrizes a obedecer a lei a qualquer custo. Porém, mesmo nesta situação, ele aos poucos descobre a sua humanidade e irá atrás daqueles que arruinaram a sua vida.

Embora aparentemente simples, o roteiro de Edward Neumeier e Michael Miner cria uma verdadeira sátira política e social sobre o consumismo desenfreado que se encontrava encrustado na sociedade norte americana dos anos oitenta e que se encontra até nos dias de hoje. Além disso, o filme deixa mais do que em evidencia que o fascismo se encontrava vivo mesmo em um país que se diz democrático, porém, não para todos. Isso é muito bem representado nas chamadas de tv que surgem ao longo da história, vendendo, por exemplo um jogo de guerra nuclear, enquanto os âncoras falam sorrindo falsamente sobre a situação de violência e caos que ocorre pelo mundo.

E mesmo aqueles que trabalham na OCP, figuras moldadas de forma caricata para os empresários sem nenhum escrúpulo, simbolizam o lado errôneo provocado pelo capitalismo, por se acharem poderosos, não escondendo para si o lado fascista do cenário e que obrigam as pessoas comuns a servirem ao sistema de qualquer jeito. Tanto o protagonista robótico quanto ED-209 foram programados para usar a força para que o cidadão obedeça a "lei". Não deixa de ser irônico, por exemplo, a desculpa coloca em pauta no filme sobre a criação de ED-209, com o intuito de pacificar, quando na verdade não passa de um grande tanque ambulante que destroça qualquer ser humano com a sua metralhadora.

Tudo não passa de uma grande cortina de fumaça, já que o intuito da empresa OCP é a criação da chamada cidade Delta City, da qual riscara do mapa a cidade antiga de Detroit, mas não se importando com o futuro daqueles habitantes que vivem ali. Ou seja, quem pagar mais sairá ganhando e explicitando o fato que somente irão morar no conforto os bem ricos.  Fora todas essas camadas reflexivas, o clássico é um ótimo trailer de ação, onde vemos um homem lutar contra as suas próprias engrenagens que o fazem continuar vivo e poder alcançar a sua, enfim, vingança contra aqueles que lhe tiraram tudo.

Aos poucos, vemos Murphy se livrar das cordas, onde se destaca a cena em que o protagonista consegue derrotar ED-209 de uma maneira simples e humana, ao fazê-lo cair das escadas em uma cena antológica. ED é uma representação do que a OCP queria com Robocop, em transforma-lo em uma máquina sem sentimentos e para somente obedecer a ordens sem nenhum custo. A cena em que vemos o herói finalmente se vendo no espelho é fantástica, graças a sutileza que Peter Weller cria para o seu personagem, ao reconhecer que um dia foi ser humano, mas não conseguindo ainda sentir os velhos sentimentos.

O trabalho de Verhoeven para o filme está entre os seus melhores momentos de sua carreira, pois ele consegue orquestrar tudo o que foi dito acima de uma forma centrada, verossímil e muito bem pensada. Destaque para a violência retratada no filme, da qual ela se diferente de outras obras, pois ela é crua, chocante e realista. Na cena, por exemplo, em que o protagonista é morto por diversos tiros no início da trama sentimos toda a sua dor naquele momento e sendo um dos momentos mais angustiantes da história do cinema.

Mais de três décadas depois desde o seu lançamento se percebe que o filme envelheceu muito pouco, já que o capitalismo e o fascismo estão cada vez mais de mãos dadas atualmente e criando todos os métodos possíveis para a sociedade continuar alienada e sem muita força para reagir. O protagonista, ao menos, consegue se livrar das amarras que o faziam estar preso a esse sistema, mas para nós seres humanos o trabalho é muito mais árduo, mas não impossível de ser feito.

"Robocop" é um clássico filme dos anos oitenta que nos convida para testemunhar um mundo violento e capitalista ao extremo, ou seja, o futuro que se tornou o nosso presente em tempos nebulosos. 


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (12/08/2022)

CLARA SOLA

Sinopse: Em um vilarejo remoto na Costa Rica, Clara, uma mulher de 40 anos, embarca em uma jornada a fim de se libertar das convenções religiosas e sociais para se tornar a dona de sua sexualidade e seus poderes.


A BATALHA DE SHANGRI-LÁ

Sinopse: João busca por sua mãe biológica que o abandonou há quase 40 anos. Numa jornada física e emocional, por um Brasil profundo, o passado dessa mulher surge pouco a pouco e as convicções e preconceitos de João rompem tabus. A aproximação entre filho e mãe é intensa, dolorosa e feroz, trazendo a  tona angústias e revelações que irão afetar a vida dos dois para sempre.


A FERA

Sinopse: Em A Fera, o Dr. Nate Samuels (Idris Elba) é um homem que perdeu a mulher recentemente, e decide fazer uma viagem com as filhas para uma reserva na África do Sul, onde conheceu a esposa. Mas o que começa como uma viagem tranquila, acaba se tornando um pesadelo quando eles passam a ser perseguidos por um leão.


IL BUCO

Sinopse: Durante o boom econômico da década de 1960, o edifício mais alto da Europa está sendo construído no próspero norte da Itália. Do outro lado do país, jovens espeleólogos exploram a caverna mais profunda da Europa no intocado interior da Calábria. O fundo do Abismo Bifurto, 700 metros abaixo da Terra, é alcançado pela primeira vez. A aventura dos intrusos passa despercebida pelos habitantes de uma pequena aldeia vizinha, mas não pelo velho pastor do planalto de Pollino, cuja vida solitária começa a se entrelaçar com a jornada do grupo.



PAPAI É POP

Sinopse: O filme conta a história de Tom, um homem comum que vê sua vida mudar ao se tornar pai. Ao lado da esposa Elisa, Tom precisa aprender na prática como cuidar da filha, e em meio a si tuações divertidas e emocionantes da vida cotidiana, apresenta uma transformação interior que conflita com a forma como a sociedade enxerga um pai presente.


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