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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 19 A 25 DE MAIO NO CINEBANCÁRIOS

A FELICIDADE DAS COISAS
 

FILMES:

O PAI DA RITA

Brasil/ Comédia/97 min/2021/ Classificação indicativa: 16 anos

Direção: Joel Zito Araújo

Elenco: Ailton Graça, Paulo Betti, Wilson Rabelo

Sinopse: Em O Pai da Rita, Roque (Wilson Rabelo) e Pudim (Aílton Graça) são dois compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma kitnet, décadas de amizade, e o amor por sua escola de samba. Mas, uma dúvida do passado sempre atormentou os dois amigos: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos? É quando o surgimento de Ritinha (Jessica Barbosa), filha da passista, surge para desvendar esse mistério - todavia, também ameaça desmoronar essa grande amizade. O longa se desenvolve a partir de uma disputa de paternidade, travada pelos dois sambistas e velhos amigos, com roteiro inspirado livremente nas músicas “A Rita” e “O Samba de um Grande Amor” de Chico Buarque.


A FELICIDADE DAS COISAS

Brasil/ Ficção, 87 minutos, 2021

Direção: Thais Fujinaga

Sinopse: Paula sonha em construir uma piscina para os filhos na sua modesta casa de praia. Quando os planos se desfazem por conta de problemas financeiros, ela se vê cada vez mais sufocada pelo peso das responsabilidades.

Elenco: PATRICIA SARAVY – Paula, MAGALI BIFF – Antonia, MESSIAS BARROS GÓIS – Gustavo, LAVÍNIA CASTELARI – Gabriela


ARTHURRAMBO – ÓDIO NAS REDES

França/Drama/97min/ 2022

Direção: Laurent Cantet

Sinopse: A carreira do escritor Karim D explode depois que Arthur Rambo, seu alter ego online, é exposto. Apesar da fama, o jovem começa a ser atacado pelas suas antigas postagens que tinham piadas homofóbicas e anti-semitas. Será que ele vai conseguir reverter essa situação?

Elenco: Elenco: Rabah Naït Oufella (Karim D.), Antoine Reinartz (Nicolas), Sofian Khammes (Rachid), Bilel Chegrani (Farid), Sarah Henochsberg (Léa), Hélène Alexandridis (Louise de Blossière), Chouaïb Arif (Driss), Malika Zerrouki (Mãe de Karim), Anne Alvaro (Escritora)

Prêmios e Festivais: 69º San Sebastián International Film Festival, 2021 (Espanha)

46º Toronto International Film Festival (TIFF), 2021 (Canadá)

Festival Varilux de Cinema Francês, 2021 (Brasil)


HORÁRIOS DE 19 A 25 DE MAIO

NÃO ABRIMOS NAS SEGUNDAS FEIRAS


15h – A FELICIDADE DAS COISAS

17h – ARTHURRAMBO- ÓDIO NAS REDES

19h - O PAI DA RITA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS: Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 34331205/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 17 de maio de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: ‘A Máquina Infernal’ / ‘Pão e Gente’

 “A Máquina Infernal” 

Sinopse: Uma gigantesca fábrica enfrenta a crise financeira e a quebra sucessiva das máquinas. Quando uma funcionária é contratada para investigar o problema, ela percebe ruídos estranhos vindos da estrutura do prédio. 

No filme "Trabalhar Cansa" (2011) de Juliana Rojas e Marco Dutra vemos o temor dos personagens centrais perante a possibilidade de não possuir um trabalho estável que os ajude e fazendo com que eles temem pelo seu próprio futuro. Curiosamente, uma misteriosa criatura se encontra enterrada dentro de uma parede, mas a própria se torna secundária dentro da trama, já que o verdadeiro monstro pode estar do lado de fora. O monstro, aliás, poderia estar dando ainda os seus primeiros passos naquele ano de 2011 e tendo o seu primeiro vislumbre quando os retrocessos políticos vindos de Brasília começaram aos poucos a pipocar e tirando os direitos dos trabalhadores por todo o país como se vê hoje em dia.

Com o advento do cinema "pós-terror" atualmente isso colaborou para que houvesse cada vez mais filmes brasileiros que falassem dos temores que os brasileiros sentem atualmente, seja nas questões políticas ou até mesmo da insegurança em meio a realidade opressora. Por conta disso, muitos realizadores com mentes criativas realizaram nos últimos tempos curtas e longas que falassem dos seus medos e mostrando a cara do verdadeiro Brasil de hoje como um todo. "Máquina Infernal" (2021) é um reflexo de uma sociedade trabalhadora cada vez mais se fundindo em seu ambiente de trabalho e tornando tudo mais tenebroso na medida em que o tempo vai passando.

Dirigido pelo estreante Francis Vogner Dos Reis, o filme se passa em uma gigantesca fábrica que enfrenta a crise financeira e a quebra sucessiva das máquinas. Quando uma funcionária chamada Sarah (Carol Castanho) é contratada para investigar o problema, ela percebe ruídos estranhos vindos da estrutura do prédio. A tragédia envolvendo um trabalhador anuncia uma catástrofe de grandes proporções. 

Embora seja uma ficção é curioso que o filme me fez lembrar do documentário "Estou Me Guardando Quando o Carnaval Chegar" (2019) de Marcelo Gomes, já que naquela obra testemunhamos uma sociedade presa no que acredita, ao achar que se tornarão bem sucedidos ao fabricarem sem parar roupas de brim para vender no mundo a fora. Já aqui vemos um grupo de trabalhadores dispostos a continuarem trabalhando, mesmo já estando desempregados, pois o mundo de fora não possui mais espaço para eles obter algum sustento. Na medida em que a trama avança percebemos que aquele ambiente se torna cada vez mais opressor e fazendo com que os funcionários presentes comecem a se comportarem das formas mais estranhas, assim como também começarem a ouvirem ruídos estranhos em volta.  

Em uma determinada cena, por exemplo, vemos um funcionário revelando para a protagonista Sarah uma mão artificial, mas não demonstrando melancolia com relação a situação, mas nos passando certo prazer ao fazer parte dessa fusão entre carne e aço. Se David Cronenberg mostrou essa fusão em "Crash - Estranhos Prazeres" (1996), aqui Francis Vogner Dos Reis vai para um caminho familiar, porém, cujo o resultado se deve as mudanças e retrocessos em que o nosso país convive nestes últimos tempos. O resultado é uma sociedade cada vez mais em estado vegetativo, sem nenhum perceptiva e fazendo com que qualquer monstro de filme de horror tradicional se torne mera brincadeira de jardim da infância. 

Claro que o filme é moldado com todos os ingredientes dos filmes de terror, porém, eles se tornam apenas uma cortina de fumaça para não revelar de imediato com relação ao que realmente acontece em cena. Até o realizador nos surpreende na construção atmosférica mórbida, ao ponto de realmente nos assustarmos em alguns momentos e cuja determinadas situações dentro da fábrica geram mais dúvidas do que respostas. Ao final, não há uma solução plausível para os que convivem com aquele cenário da trama, pois o próprio Brasil do mundo real se encontra com o seu futuro indefinido...pelo menos por enquanto.  

"A Máquina Infernal" é sobre a dependência do homem no seu ambiente de trabalho e do qual não lhe dará nenhum conforto nesta realidade cheia de retrocessos. 


“Pão e Gente” 

Sinopse: Longa aborda o desemprego como tema central, explorando as mazelas vividas pelas pessoas que buscam o pão de cada dia. 

A transição entre o cinema e o teatro pode render uma experiência, no mínimo, curiosa. O problema está no fato que, em alguns casos, a linguagem do teatro funciona somente em um palco, enquanto no cinema a ideia se expande, mas não significa pode dar certo. "Pão e Gente" (2020) é um desses casos em que a obra se divide entre a criatividade e a limitação.

Dirigido por Renan Rovida, "Pão e Gente" é uma adaptação do texto "A Padaria", do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Baseado nessa obra escrita na década de 30, o longa aborda o desemprego como tema central, explorando as mazelas vividas pelas pessoas que buscam o pão de cada dia.

A trama se passa em um bairro qualquer de uma cidade grande do Brasil. Embora seja de origem alemã, é curioso como a proposta se casa com a realidade de muitos brasileiros de hoje, do qual o mesmo precisa lutar para obter recursos para comer no seu novo dia e tendo que sobreviver com a miséria que obtém no decorrer das horas. Com poucos personagens, observamos a divisão entre classes, basicamente entre o trabalhador e o seu empregador, sendo que esse último explora a mão de obra mesmo achando que está sendo correto de explora-la.

O problema, talvez, seja a linguagem quase poética impregnada dentro da história. Não que isso prejudique a obra como um todo, mas soa artificial em alguns momentos e ao ponto de algumas passagens soarem forçadas demais para dizer o mínimo.  Ela funcionaria dentro de um palco, mas feito para um longa-metragem acho que acabou se perdendo no meio do caminho.

Em compensação a fotografia em preto e branco sintetiza tempos nebulosos para aqueles personagens, como se a falta de cor simbolizasse a falta de esperança que se encontra em meio a eles. Vale salientar que a fotografia nos lembra ainda mais as raízes da peça e cuja a música alemã ao fundo simboliza ainda mais de onde ela veio. Essa mistura entre a nossa realidade atual com a de tempos antigos do país alemão pode até ter algum fundamento, mas que precisava ser ainda melhor trabalhado.

"Pão e Gente" talvez venha servir de exemplo que determinados contos funcionem somente em um pequeno palco para aí sim criar um grande espetáculo. 

Em Cartaz: Cinebancários - R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15h. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO dos dias 19 a 25 de maio de 2022

 E.T. – O EXTRATERRESTRE EM DEBATE

A programação da mostra O Cinema Veio do Espaço destaca a sessão comentada de E. T. – O Extraterrestre, de Steven Spielberg, no dia 22 de maio, às 18h, com a participação do pesquisador e cineasta Giordano Gio e do cineasta Davi de Oliveira Pinheiro. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4988/o-cinema-veio-do-espaco/


EDIÇÃO ESPECIAL DO PROJETO RAROS APRESENTA INSPIRAÇÕES DO E.T.

Uma edição esp
ecial do Projeto Raros apresenta nesta sexta-feira, 20 de maio, às 19h30, um programa duplo com E.T.s que inspiraram E.T. de Spielberg. Dois médias ingleses serão exibidos: Supersonic Saucer (1956, legenda em espanhol), de Guy Fergusson, e The Glitterball (1977, sem legendas), de Harley Cokliss. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4988/o-cinema-veio-do-espaco/


INVASÃO ALIENÍGENA DE VALIE EXPORT NO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

O Cineclube Academia das Musas apresenta a obra cinematográfica da artista austríaca Valie Export neste domingo, 22 de maio, às 14h, a partir do longa-metragem Oponentes Invisíveis, realizado em 1977. Com entrada franca e abertura introdutória da cineclubista Yasmin Borges, a obra será exibida com legendas em inglês.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5057/cineclube-academia-das-musas-valie-export/   


NOITE DOS MUSEUS NA CINEMATECA CAPITÓLIO

Atrações especiais que unem música, performance e cinema ocuparão a Cinemateca Capitólio durante a Noite dos Museus deste sábado, 21 de maio. Haverá projeção de um trecho do longa-metragem "Vento Norte", de Salomão Scliar, com trilha sonora ao vivo do duo instrumental formado por Ângelo Primon e Oly Jr. Gravado em uma comunidade de pescadores em Torres, no Litoral Norte, o filme foi o primeiro longa de ficção a ser rodado no Rio Grande do Sul. Depois, o público poderá conferir o curta "Vicious", de Rogério Brasil Ferrari, que foi estrelado em 1988 por Julio Reny, cantor e compositor que fará um dos shows da noite, acompanhado pelos Irish Boys, logo após a exibição. Para fechar a data, será realizada ainda uma sessão musicada, em parceria com o Fantaspoa, que combinará o clássico filme italiano "O Inferno" com música ao vivo de Carlos Ferreira e Fu_k The Zeitgeist.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5061/noite-dos-museus/


GRADE DE HORÁRIOS

19 a 25 de maio de 2022


19/05 (quinta)

15h – O Milagre Veio do Espaço (dublado)

17h10 – O Gato que Veio do Espaço

19h – O Segredo do Abismo


20/05 (sexta)

15h – Contatos Imediatos do Terceiro Grau

17h30 – O Voo do Navegador

19h30 – Projeto Raros Especial: Os E.T.s que inspiraram E.T. (Supersonic Saucer + The Glitterball)


21/05 (sábado) NOITE DOS MUSEUS

19h15 - Irmãos Rocha! (música)

20h30 - Projeção de trechos do filme "Vento Norte" com trilha sonora ao vivo por Ângelo Primon e Oly Jr. (cinema + música) 22h - Exibição do curta-metragem "Vicious", de Rogério Brasil Ferrari, com atuação de Julio Reny (cinema)

22h30 - Julio Reny e os Irish Boys (música) 23h30 - Sessão musicada de "O Inferno" com trilha sonora ao vivo de Carlos Ferreira e Fu_k The Zeitgeist (cinema + música)


22/05 (domingo)

14h – Cineclube Academia das Musas: Valie Export

16h – O Gato que Veio do Espaço

18h – E.T. – O Extraterrestre + debate


24/05 (terça)

17h – Cocoon

19h – O Milagre Veio do Espaço


25/05 (quarta)

15h – O Irmão que veio de Outro Planeta

17h – Starman – O Homem das Estrelas

19h – Viagem ao Mundo dos Sonhos

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate: 'The Butterfly's Dream'

Sinopse: Obrigados a trabalhar em uma mina de carvão durante a Segunda Guerra Mundial, dois jovens poetas encontram algum alento através da escrita.  

Nós somente seremos lembrados se cada um de nós fazermos a diferença com relação ao tempo em que vivemos. No meu caso, por exemplo, escrevo todos os dias sobre os filmes que eu assisto, para que alguma pessoa desse mundo possa ler os meus textos e venha ser reconhecido, seja em vida ou não. "The Butterfly's Dream" (2013) fala sobre a dura vida de dois jovens poetas, que lutaram para serem lembrados pelas suas escritas, mas cuja a tarefa eles tiveram vários obstáculos a serem travados ao longo de suas cruzadas.

Dirigido por Yılmaz Erdoğan, a trama se passa em plena Segunda Guerra Mundial, quando a Turquia está tomada pela fome e pela destruição, dois amigos decidem fazer uma aposta. Ambos são poetas, e ambos sofrem de tuberculose, doença contra a qual lutam há anos. Quando os dois se apaixonam por Suzan, eles decidem que cada um escreverá um poema de amor, e entregará à garota, deixando que ela decida com quem quer ficar. Aquele que não for escolhido deve aceitar a derrota e partir.

Com uma ótima reconstituição de época, Yılmaz Erdoğan nos convida já na abertura a testemunhar a vida dos turcos em uma mina de carvão e cujo o plano sequência nos surpreende pelos seus inúmeros detalhes e o lado cru daquela realidade. Após isso, somos apresentados aos dois amigos, dos quais possuem o grande sonho de serem tão bons poetas quanto o seu professor, mas em meio a isso tem o amor e a luta contra a própria doença que eles enfrentam. O filme escancara o grande fato de grandes talentos do passado serem sucumbidos pelos mais diversos conflitos, seja pela divisão de classe, guerras ou doenças.

Embora em um primeiro momento o filme soe como o clássico "Jules e Jim" (1961) de François Truffaut, o filme fala por si por se enveredar por outros caminhos, principalmente por não se encaixar em um único gênero, mas unicamente por retratar tempos que não podem ser esquecidos. Se hoje temos talentos que enfrentam de tudo para manter a sua cultura, houve tempos que abraçar isso significava ir contra até mesmo do sistema trabalhista, mas era justamente ir contra a maré que os faziam ser mais inspirados com relação ao que escreviam. Aliás, os dois jovens protagonistas se tornam dois lados da mesma moeda e cuja as dores da doença que eles carregam compartilham juntos, pois talvez seja essa única maneira de continuarem vivos.

Embora arrastado em alguns momentos, o filme possui momentos surpreendentes, principalmente quando os jovens tentam adentrar o lado obscuro e pesado da mão de obra que molda o mundo. A passagem em que um dos jovens e sua amada decidem adentrar as minas de carvão escondidos é desde já a melhor parte do filme, pois somente naquele momento é quando eles encaram a vida verdadeiramente crua de homens que se veem forçados a trabalhar mesmo contra as suas vontades. Os momentos finais dessa passagem são cheios de tensão, mas gerando uma nova direção para ambos.

Dali em diante vemos os dois amigos, aos poucos, realizarem os seus objetivos, mesmo que em parte, já que estamos falando de uma época que a Segunda Guerra Mundial estava explodindo e mudando a vida da maioria naqueles tempos. Em meio a perdas e ganhos, vemos ambos se encaminharem para os seus possíveis destinos, mesmos quando os mesmos corram o sério risco de serem esquecidos ao longo do tempo. Porém, é graças a arte da escrita e do próprio cinema é que conhecemos um pouco a vida desses pequenos talentos, pois nunca é tarde para desfrutarmos desse achado.

"The Butterfly's Dream" é sobre uma geração de poetas que se viram impedidos de voarem mais alto, mas foi graças ao tempo que acabaram sendo redescobertos. 

Onde Assistir: Netflix. 

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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Cine Especial: Revisitando 'Darkman'

Sinopse: Um brilhante cientista descobre uma forma de produzir pele humana artificialmente. Atacado por criminosos, ele fica desfigurado e recebe um tratamento experimental que o salva. Agora, ele busca vingança contra seus agressores. 

Sam Raimi é um diretor autoral que se criou fazendo cinema independente e fazendo o que bem entender de acordo com o que vinha em sua mente. Se Uma Noite Alucinante - "A Morte do Demônio" (1981) já dava pistas do que viria posteriormente, "Uma Noite Alucinante 2" é tudo aquilo o que ele sabe fazer de melhor, desde a cortes rápidos, sua câmera em movimento continuo, humor sombrio em doses cavalares e sempre tudo moldado com um orçamento modesto, porém, com grande criatividade envolvida. Porém, o o cineasta não queria se limitar em um único gênero.

Por bons anos Raimi queria comprar os direitos para dirigir um filme de Batman, mas cujo o projeto acabou caindo no colo de Tim Burton e o resto é história. Com o grande sucesso do homem morcego em 1989, os estúdios rapidamente procuraram uma forma de ganhar com esse gênero e em meio a essa tempestade Sam Raimi queria fazer um filme pessoal dele sobre o assunto, mas não obtendo muita sorte nesta cruzada. Se ele perdeu a chance com o Batman o mesmo aconteceu com "O Sombra" e que viria ganhar uma adaptação pelas mãos de Russell Mulcahy em 1994.

Cansado em tentar alcançar projetos dos quais ele perderia, Sam Raimi decidiu então criar um novo personagem de sua própria autoria, mas que possuísse elementos de personagens conhecidos pelo público, além de ter uma linguagem de HQ em movimento. O resultado é "Darkman" (1990), um personagem de originalidade ímpar, já que o mesmo lembra bastante o personagem O Sombra que Raimi tentou adaptar, mas ganhando elementos trágicos e até mesmo de terror em alguns momentos. O resultado é uma obra dinâmica, vertiginosa e puramente Sam Raimi do começo ao fim dela.

O filme conta a história de Peyton Westlake (Liam Neeson em início de carreira), um cientista que descobriu recentemente uma pele sintética. Peytoné atacado por uma quadrilha e dado como morto, mas ele sobrevive e graças ao seu invento pode se vingar, pois pode ter qualquer rosto. Mas há um problema: a pele sintética só dura 99 minutos quando é exposta à luz.

Com pouco mais de uma hora e meia é impressionante como Raimi cria uma história envolvente mesmo em tão pouco tempo de projeção. Isso se deve pelo fato de a obra possuir todos elementos de sucesso, desde ao apresentar a origem do personagem de uma forma trágica, como também do próprio sofrer devido ao dilema de tentar resgatar a sua vida que tinha ao lado de sua amada (Frances McDormand) ou partir em busca de vingança. Neste último caso o personagem não tem dó contra os seus inimigos, ao ponto que sentimentos até mesmo pena dos mesmos quando se encontram nas mãos de Darkman.

Simples e direto, o filme possui um dos visuais mais cartunescos  de uma HQ para o cinema e olha que o filme havia estreado no mesmo ano da super produção "Dick Tracy" (1990), de Warren Beatty e da qual a mesma parecia uma HQ viva, colorida, com personagens cartunescos e muito bem feitos. Porém, Sam Raimi consegue fazer ainda melhor graças ao seu modo de dirigir cada cena, cujos os enquadramentos soam falsos propositalmente e remetendo aos filmes de aventura de antigamente. Vale destacar os diversos planos em cima de planos, como se as cenas quase se tornassem um 3D sem os recursos dos óculos e cujo o resultado impressiona até mesmo nos dias de hoje.

As cenas de ação em si, principalmente aquelas apresentadas no terceiro ato, foram consideradas para época como uma das mais impressionantes daqueles tempos e olha que falamos de uma época que não se havia recursos digitais, ou seja, era tudo feito a mão e na raça. A cena de Darkman pendurada em um helicóptero enquanto é jogado de um lado para o outro em meio a prédios e carros serviu de inspiração até mesmo para "Matrix" (1999), sendo que as irmãs Wachowski são outras que são fanáticas por HQ. O filme ganharia duas continuações inferiores, além de sem autoria de Raimi, que iriam direto para vídeo e não superando de forma nenhum esse pequeno clássico.

Com uma trilha sonora magistral de Danny Elfman, "Darkman" é cinema autoral de Sam Raimi na veia, além de ser uma bela aula de como se faz uma adaptação de HQ de super heróis para o cinema e sem apelar para nenhuma fórmula continua. 


Onde Assistir: Em DVD, Google Play Filmes, Apple TV e locação pelo Youtube. 

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Cine Dica: Próximas Sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre: "O Jovem Frankenstein" e "Vitalina Varela"

O Jovem Frankenstein


Segue a programação do Clube de Cinema para o próximo final de semana.


SESSÃO DE SÁBADO 

Local: Cine Farol Santander, Farol Santander

Data: 14/05/2022,  às 10:15 da manhã


"O Jovem Frankenstein"

EUA, 1974, 106 min, Livre.

Direção: Mel Brooks

Elenco: Gene Wilder, Peter Boyle, Marty Feldman, Madeline Kahn, Cloris Leachman, Teri Garr, Kenneth Mars

Sinopse: O Dr. Frederick Frankenstein viaja à Transilvânia para reivindicar a herança prevista no testamento de seu avô. Ao chegar ao local, e se deparar com vários personagens excêntricos e esquisitos, ele começará uma grande aventura.


SESSÃO DE DOMINGO 

Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 15/05/2022, às 10:15 da manhã


"Vitalina Varela"

Portugal, 2021, 124 min, 12 anos.

Direção: Pedro Costa

Elenco: Vitalina Varela, Ventura, Manuel Tavares Almeida

Sinopse: Aos 55 anos, Vitalina Varela sai de Cabo Verde em direção à capital portuguesa para receber o corpo do marido. Há muito tempo que ela esperava por esta viagem a Lisboa e, agora, só lhe resta saber o que o falecido planejava. A relação colonialista entre Portugal e Cabo Verde serve de pano de fundo para a produção, amparada em enquadramentos bem estudados e na valorização das sombras. Prêmios de melhor filme e atriz no Festival de Locarno em 2020.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

 

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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (12/05/2022)

O HOMEM DO NORTE

Sinopse: Do aclamado diretor Robert Eggers (A Bruxa, O Farol) chega O HOMEM DO NORTE estrelando Alexander Skarsgard, Anya Taylor-Joy, Nicole Kidman, Ethan Hawke, Willem Dafoe, e Björk. O HOMEM DO NORTE é um épico thriller de vingança que explora como um príncipe Viking irá buscar justiça pelo assassinato do seu pai.


ÁGUAS SELVAGENS

Sinopse: Quando o investigador Lúcio Gualtieri (Roberto Birindelli) aceita um trabalho para solucionar um crime cometido na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, ele se vê perseguido por uma organização criminosa envolvida em uma trama macabra de assassinatos. 



O TREM DA UTOPIA

Sinopse: A dignidade é um bom motivo para lutar ou para se ir embora? Um professor de coral em viagem a uma São Paulo surreal, que de vez em quando se transforma em cidade italiana, usando a música e a letra como meio de transporte para atravessar histórias nacionais, mas ainda assim íntimas. 

 

Veja Também: Programação do Cinebancários:   


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