MOSTRA APRESENTA FILMES FAVORITOS DE CINÉFILOS
NOUVELLE VAGUE INDIANA NO PRIMEIRO RAROS DE 2019
The Rocky Horror Picture Show
A partir de terça-feira, 8 de janeiro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a mostra Dez Cinéfilos, Dez Filmes, com obras escolhidas por alguns dos frequentadores mais assíduos da Capitólio desde a sua reabertura, em 2015. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. Na sexta-feira, 11 de janeiro, a Cinemateca Capitólio Petrobras realiza a primeira edição de 2019 do Projeto Raros com a exibição de Duvidha (1973, 82 minutos), de Mani Kaul, uma das principais obras-primas da Nouvelle Vague Indiana. A sessão será comentada pelo diretor e pesquisador Bruno Carboni. Exibição em HD com legendas em português. Entrada franca.
OBRA-PRIMA DA NOUVELLE VAGUE INDIANA NO PROJETO RAROS
Duvidha, de Mani Kaul, é um capítulo essencial da história do cinema indiano. O diretor disse, certa vez, que conseguiu se curar da doença chamada realismo com dois mestres: Robert Bresson e Ritwik Ghatak (seu professor de cinema e um dos mais importantes realizadores modernos indianos). Apropriando-se de uma história fantástica em seu terceiro longa-metragem, o realizador intensifica a ruptura com as duas correntes máximas que dominavam a produção nos anos 1960, a dos grandes espetáculos melodramáticos, realizados especialmente na indústria de Bombaim, e a do realismo poético, representado em seu esplendor pelos filmes de Satyajit Ray, o autor da Trilogia de Apu e outras obras-primas. Ambientado em uma área rural do Rajastão, Duvidha é baseado em uma história do poeta Vijayadan Detha, que relata um conto popular da região sobre o filho de um comerciante, Krishanlal (Ravi Menon), cuja relação com sua jovem noiva, Lachhi (Raisa Padamsee), é frustrada por duas razões: as viagens de trabalho e a aparição de um fantasma. Com um trabalho radical no uso do som e forte influência das pinturas em miniatura de Kangra e Basholi na construção visual, Duvidha ganhou reconhecimento imediato, alcançando o status de obra-prima do cinema de vanguarda dos anos 1970. Para o ensaísta indiano Amit Chaudhuri, “em Duvidha, Kaul torna-se o primeiro artista a dar uma expressão cinematográfica consciente ao fato de que a Índia moderna, desde a metade do século dezenove, foi atraída pela iconografia religiosa ou folclórica não por motivos relacionados à busca por uma essência ou tradição indiana, mas porque essa iconografia contém em si um jogo livre de abstração, forma e sinédoque”.
Mani Kaul nasceu em Jodpur, Rajastão. Graduou-se no Film and Television Institute of India em Pune, onde foi aluno de Ritwik Ghatak e, posteriormente, acabou lecionando. Seu primeiro filme, Pão Cotidiano, explora novas formas de expressão definindo o que viria ser a Nouvelle Vague Indiana. Sua elaborada teoria sobre a prática estética contemporânea, “Seen from Nowhere”, foi publicada no livro Conception of Space: Ancient and Modern. Morreu em 2011, aos 66 anos.
Duvidha Índia, 1973, 82 minutos, HD
Direção: Mani Kaul
Elenco: Raisa
Padamsee, Ravi Menon
DEZ CINÉFILOS, DEZ FILMES
Com clássicos e obras cultuadas, a seleção da mostra Dez Cinéfilos, Dez Filmes foi feita por espectadores de diferentes gerações que frequentam a Cinemateca Capitólio Petrobras desde a sua reabertura, em 2015: Aida Ferraz (Tempos Modernos, de Charles Chaplin), Leandro Hardt (The Rocky Horror Picture Show, de Jim Sharman), Marcos Newton Pereira e Gisela Schuler (O Sol por Testemunha, de René Clement), Eric Pedott (Céline e Julie Vão de Barco, de Jacques Rivette), Pedro Juan (Harakiri, de Masaki Kobayashi), Carla Oliveira (Crônica
de Anna Magdalena Bach, de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub), Luiz Carlos Lisboa (A Roda da Fortuna, de Vincente Minnelli), dois Santos dos Santos (Madre Joana dos Anjos, de Jerzy Kawalerowicz) e Terezinha Lisboa Rodrigues (O Terror das Mulheres, de Jerry Lewis). A programação tem o apoio das distribuidoras Versátil e MPLC.
A programação também realiza homenagem ao grande amigo Décio Andriotti, um dos cinéfilos mais queridos de Porto Alegre, que nos deixou em 2018, com a exibição de um dos seus filmes favoritos, o clássico faroeste Paixão dos Fortes, uma das grandes obras-primas de John Ford. valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. As sessões de Crônica de Anna Magdalena Bach e Madre Joana dos Anjos têm entrada franca.
FILMES
Tempos Modernos
(Modern Times)
Estados Unidos, 1936, 86 minutos, HD
Direção: Charles Chaplin
O icônico Carlitos está empregado em uma fábrica, onde as máquinas inevitável e completamente o dominam e vários percalços o levam para a prisão. Em suas passagens pela prisão, ele faz amizade com uma garota órfã. Os dois vão tentar lidar com as dificuldades da vida moderna.
Paixão dos Fortes
(My Darling Clementine)
Estados Unidos, 1946, 97 minutos, HD
Direção: John Ford
Wyatt Earp (Henry Fonda) é um pacífico e respeitado criador de gado, negócio que comanda junto com os irmãos Morgan (Ward Bond), Virgil (Tim Holt) e James (Don Garner). Quando James é assassinado e sua criação roubada, Earp aceita tornar-se xerife de Tombstone para instaurar a paz na cidade, encontrar os criminosos que procura e vingar a morte do irmão.
A Roda da Fortuna
(The Band Wagon)
Estados Unidos, 1953, 112 minutos, HD
Direção: Vincente Minnelli
Tony Hunter (Fred Astaire), um ator em decadência, aceita o convite para participar de uma nova montagem teatral em versão musical de Fausto, liderada por um diretor em ascensão e escrita por seus amigos. A peça contará com a presença de Gabrielle Gerard (Cyd Charisse), belíssima e competente bailarina, mas o relacionamento conflituoso entre ela e Tony pode colocar o sucesso da peça em risco.
O Sol por Testemunha
(Plein Soleil)
França, 1960, 117 minutos, HD
Direção: René Clément
A um jovem americano, Tom Ripley, é oferecida uma bela recompensa de um rico empresário para trazer o filho, Philip Greenleaf, de volta para casa. Durante vários anos, Philip tem vivido a vida como um playboy em Itália, divertindo-se com a namorada Marge, à custa das despesas do pai. Longe de convencer Philip de voltar para casa, Tom acaba por se tornar o objeto das suas piadas cruéis. Depois de um incidente desse tipo, Tom consegue separar Marge de Philip e mata-o a sangue frio, assumindo a sua identidade…
O Terror das Mulheres
(The Ladies Man)
Estados Unidos, 1961, 90 minutos, HD
Direção: Jerry Lewis
Depois de ser chutado por sua garota, o deprimido Herbert (Lewis) jura renegar os relacionamentos românticos e decide viver sua vida como um solteirão convicto. Porém, por acaso, ele arranja emprego em uma hospedaria feminina em Hollywood, gerando uma série de confusões.
Madre Joana dos Anjos
(Matka Joanna od Aniolów)
Polônia, 1961, 110 minutos, HD
Direção: Jerzy Kawalerowicz
Baseado numa história de Jaroslaw Iwaszkiewicz, o filme passa-se no século 17, num convento remoto na região de Smolenszczyzna. As freiras, juntamente com sua prioresa Joana, estão possuídas por demônios, e o jovem padre Suryn chega para exorcizar o convento.
Harakiri
(Seppuku)
Japão, 1962, 133 minutos, HD
Direção: Masaki Kobayashi
Após o colapso de seu clã, o samurai desempregado Hanshiro Tsugumo (Tatsuya Nakadai) chega ao castelo do Senhor Iyi, a quem pede licença para cometer ritual suicida em suas terras. Os membros do clã de Iyi, que acreditam estar o desesperado ronin apenas buscando abrigo, tentam forçá-lo a remover suas próprias vísceras – subestimando assim sua honra e seu passado.
Crônica de Anna Magdalena Bach
(Chronik der Anna Magdalena Bach)
Alemanha, 1968, 90 minutos, digital
Direção: Jean-Marie Straub & Danièle Huillet
Apresentando mais de vinte das composições de Bach, interpretadas por um dos mais proeminentes músicos do século XX, o cravista e organista holandês Gustav Leonhardt, Crônica utiliza a música, como Straub certa vez disse, não como acompanhamento, não como pano-de-fundo, mas sob um aspecto estético. Co-escrito pela esposa e colaboradora de longa data de Straub, Danièle Huillet, o filme apóia-se em excertos recolhidos de registros históricas, trazidos à vida por Leonhardt, como Bach, e sua companheira cravista, Christiane Lang, retrato de Anna Magdalena, segunda esposa docompositor. Com uma narração em off do diário da verdadeira Anna Magdalena, Lang fornece o contexto dramático e a tensão do dia-a-dia deste grande compositor, adornado com cenas de performances de orquestra.
Céline e Julie Vão de Barco
(Céline et Julie vont en bateau)
França, 1974, 193 minutos, HD
Direção: Jacques Rivette
Céline (Juliet Berto) e Julie (Dominique Labourier) se conhecem por acaso em Montmartre e tornam-se inseparáveis, dividindo cama, noivo, roupas e imaginação. Juntas elas descobrem que suas vidas são antecipadas por um melodrama antigo, num processo que mistura alucinação e realidade paralela.
The Rocky Horror Picture Show
Estados Unidos, 1975, 100 minutos, HD
Direção: Jim Sharman
Um casal de noivos se vê obrigado, em virtude de um problema com o carro, a irem a um estranho castelo pedirem auxílio, sem saberem que ele é habitado por alienígenas do planeta Transexual e que o anfitrião é um bissexual, que exatamente naquela noite vai ver uma criatura criada por ele apenas para lhe dar prazer.
GRADE DE HORÁRIOS
8 a 16 de janeiro de 2019
8 de janeiro (terça)
14h - O Sol por Testemunha
16h - Crônica de Anna Magdalena Bach
18h - Harakiri
20h30 - Tempos Modernos
9 de janeiro (quarta)
14h - Paixão dos Fortes
16h - Madre Joana dos Anjos
18h - A Roda da Fortuna
20h - The Rocky Horror Picture Show
10 de janeiro (quinta)
14h - Tempos Modernos
16h - O Terror das Mulheres
18h - Tinta Bruta
20h – Yara (estreia)
11 de janeiro (sexta)
14h - The Rocky Horror Picture Show
16h - Yara
18h - Rasga Coração
20h - Projeto Raros (Duvidha, Mani Kaul)
12 de janeiro (sábado)
14h - Crônica de Anna Magdalena Bach
16h - A Roda da Fortuna
18h - Tinta Bruta
20h – Yara (estreia)
13 de janeiro (domingo)
14h - Celine e Julie Vão de Barco
18h - Rasga Coração
20h - Asako I & II (pré-estreia)
15 de janeiro (terça)
14h - Rasga Coração
16h – Yara (estreia)
19h - Sessão ACCIRS: O Desprezo + debate
16 de janeiro (quarta)
14h - Harakiri
16h30 – Yara (estreia)
19h30 - Temporada + debate