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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de junho de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - ‘A Vida dos Outros’

 Nota: Filme exibido para associados no último dia (22/06/24). 

Sinopse: Nos anos 80, o Ministro da Cultura da Alemanha Oriental se interessa por Christa, uma atriz que namora um famoso dramaturgo. Suspeitos de infidelidade ao comunismo, são vigiados por um capitão do serviço secreto, que fica fascinado pelas suas vidas.  


Ao longo do tempo a literatura nos apresentou tramas que exploravam temas sobre governos ditatoriais e dois quais sintetizavam sobre certos países do mundo real. Se por um lado tivemos George Orwell com o seu "1984", do outro, tivemos Ray Bradbury com o seu "Fahrenheit 451". O filme "A Vida dos Outros" (2006) transita entre a ficção e fatos verídicos e que, curiosamente, me fez relembrar desses grandes clássicos da literatura como um todo.  

Dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, o filme conta a história de Georg Dreyman (Sebastian Koch) um dramaturgo da Alemanha Oriental, sendo por muitos considerado o modelo perfeito de cidadão para o país, já que o mesmo não se opõe ao governo nem seu regime político. Porém, o ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) acha que é preciso acompanha-lo de perto e passando a tarefa para Anton Grubitz (Ulrich Tukur), perito em escutas e que descobre quem são os inimigos do Estado. Durante o trabalho, porém, ele escuta a relação do dramaturgo com a sua namorada e atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck) e desse trabalho nasce algo incomum para si.  

Florian Henckel von Donnersmarck criou esse filme com uma linguagem cinematográfica semelhante ao que Pedro Almodóvar faz, principalmente quando esse último explorou o lado mais doce e singelo do homem através de "Fale com Ela" (2002). É através dessa exploração dos dois lados da mesma moeda que encontramos dois homens que não se conhecem, mas que compartilham diversos dilemas em meio a uma realidade em que pensar diferente pode trazer duras consequências. Ulrich Tukur se sobressai em um papel complexo, onde no princípio o seu personagem demonstra total fidelidade ao seu país, mas que logo vai revelando certa metamorfose na medida em que o seu trabalho se torna cada vez mais íntimo e obsessivo.    

Curiosamente, o protagonista me fez lembrar de Gury Montag, bombeiro que queima livros no clássico literário "Fahrenheit 451", mas que aos poucos abre a sua mente com relação a realidade em que vive quando começa a lê-los escondido. Através da arte que a humanidade diz o que quer, se liberta e é por isso mesmo que é a primeira ao ser atingida em governos totalitários e dos quais são censurados. O filme também possui uma overdose de "1984", já que tanto o protagonista como os seus demais colegas estão a todo momento vigiando e ouvindo os seus principais alvos, como se não houvesse nenhum momento de paz para ambas as partes, sejam aqueles que estão sendo observados, como também os próprios observadores que são obrigados a pôr em prática isso.   

Florian Henckel von Donnersmarck capricha até mesmo nos momentos de suspense, tendo até mesmo uma pincelada bem ao estilo Alfred Hitchcock, principalmente quando o Estado começa a procurar pistas na casa do dramaturgo que o incrimine. O resultado são desdobramentos trágicos, que revelam as ações e consequências, tanto de personagens que temem as ações do Governo, como também aqueles que se opõem a ele mesmo nas beiradas conflito. Ao final, ambos os lados saem perdendo, como também saem ganhando quando o muro de Berlim, enfim, acaba ruindo.   

Ao final, trata-se de um filme que levanta a questão de que as nossas ações é o que nos define como pessoa. Ou você age contra o totalitarismo da sua maneira, ou convive com ele sem olhar para cima e jamais olhar a sua bandeira, porém, também ignorando o que está sendo silenciado ou até mesmo executado a sua volta. Os que agem de forma indiferente, portanto, não se diferem daqueles que assombraram no poder através do tempo.

"A Vida dos Outros" é uma carta de amor para aqueles que prezam a arte perante tempos autoritários, mas que irão sucumbir perante os seus próprios erros através do tempo. 



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