Sinopse: Sequestradores raptam uma menina de um famoso milionário e pedindo resgate. O problema é que mal sabem o que eles aguardam.
Eu nunca me esqueço a minha surpresa quando eu assisti pela primeira vez "Um Drink No Inferno" (1996), de Robert Rodriguez e com roteiro de Quentin Tarantino. À primeira vista parecia um filme de assalto, para logo se tornar um verdadeiro banho de sangue quando os protagonistas encaram um bando de vampiros em uma boate no fim do mundo. Quem for assistir desinformado "Abigail" (2024) pode realmente se surpreender, o que é uma pena pelo fato de a grande revelação ter sido exposta nos trailers.
Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, o filme conta a história de um grupo de criminosos que aceita um curioso trabalho, ao raptar a filha única de um grande milionário enquanto ela está voltando de suas aulas de bailarina. O grupo pede um resgate de R$ 50 milhões de dólares enquanto aguardam isolados em uma mansão. Porém, algo de estranho acontece aos poucos com os envolvidos e a garota não é o que aparenta ser.
O início do filme até engana em um primeiro momento, já que mais parece uma trama policial que envolve um sequestro. É interessante observar, por exemplo, que cada personagem ali tem a sua motivação em querer participar desse crime, seja por questões de dinheiro, ou até mesmo por buscar alguma redenção. Não demora muito para já termos uma noção de quem vai viver e morrer na trama, mas isso é mais sentido quando toda a loucura transborda.
Para começar, é preciso reconhecer o talento da pequena Alisha Weir ao dar vida Abigail, pois em um primeiro momento ela se apresenta como uma singela menina, para logo depois virar um verdadeiro monstro sangue suga. Curiosamente, ela consegue até mesmo construir um teor sarcástico para a sua personagem e fazendo com que ela brinque com as custas dos demais sequestradores e fazendo deles apenas peças para a sua sangrenta brincadeira. Atenção para as cenas em que ela dança um balé e que presta uma bela homenagem ao ótimo "Cisne Negro" (2009).
Misturando elementos de horror com pitadas de humor sombrio, o filme é uma espécie de retorno ao subgênero "terrir" que começou a mais ou menos nos anos oitenta quando Sam Raimi lançou a trilogia "Uma Noite Alucinante", onde você fica horrorizado pelo grau de violência, mas ao mesmo tempo ri das situações absurdas. O resultado é um filme cheio de litros de sangue, onde praticamente os personagens ficam vermelhos de tanto líquido vermelho espalhado pelos cenários e com direito a corpos explodindo, cabeças rolando e muitos sustos.
Do elenco principal destaque para Melissa Barrera, protagonista dos últimos filmes da franquia "Pânico" e que aqui faz a típica protagonista que busca uma redenção devido um passado complexo, mas direcionando as suas intenções pelo caminho errado. Já Giancarlo Esposito, por mais talentoso que seja, ao que tudo indica ele está em uma fase na carreira em que ele faz tudo no piloto automático, atuando nos mais diversos gêneros, mas nunca indo além disso e sempre fazendo a gente se lembrar do seu melhor momento da carreira que foi na série "Breaking Bad". Ou seja, um filme que reúne grandes talentos, mas deixando isso de lado e fazendo eles escorregarem em litros de sangue para todos os lados.
"Abigail" é diversão garantida para aqueles que desejam ver muito sangue escorrendo na tela.
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