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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Aquela Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou'

Sinopse: Ann enfrenta a estagnação em um relacionamento casual de BDSM, um emprego medíocre e uma família judaica conflituosa.  

O ser humano vs sistema não é novidade dentro da história do cinema, pois basta pegarmos exemplos clássicos como "O Clube da Luta" (1999) para termos uma vaga ideia. Porém, uma vez que o ser humano não age contra um mundo cheio de regras cabe seguir o seu curso ou ficar estagnado em um único ponto de sua vida e fazendo se perguntar o que irá fazer no seu amanhã. "Aquela Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou" (2024) sobre tempos contemporâneos onde as pessoas se encontram presas em suas bolhas ao ponto de não terem mais forças para fazer algo de diferente na vida, mesmo quando ainda existe um fio de esperança.

Dirigido, roteirizado e estrelado pela atriz Joanna Arnow, o filme conta a história de Ann, uma mulher de 30 anos que se sente frustrada em diversos cenários de sua vida. A mesma sente que o seu tempo está passando velozmente e dando a entender que ela não obteve as conquistas que ela sonhava em algumas ocasiões de sua vida. Por conta disso ela acaba se submetendo em relações onde a mesma fica submissa, além de querer se afastar ainda mais de uma família problemática.

Joanna Arnow cria para o seu filme algo claustrofóbico, onde as pessoas não se encontram presas em lugar algum, mas sim paralisadas perante uma realidade fria e crua onde os sentimentos ficam em segundo plano e dando lugar somente as sensações do prazer passageiras. Ao se despir perante a câmera, a realizadora nos transmite uma frieza até mesmo incomoda, onde procura nos passar sobre alguém que se encontra desligada das emoções e procurando somente algum significado dessa vida aliena, ou até mesmo uma redenção por realizações nunca alcançadas. Enquanto as respostas não vêm testemunhamos cenas sexuais em que ela se submete e fazendo a gente se perguntar se há alguma satisfação nesta sua jornada indefinida.

Joanna Arnow cria, portanto, um cenário que sintetiza o mundo real em que vivemos, onde somos cada vez mais tragados por empregos que não desejamos, mas que precisamos para o nosso sustento e de relações que não é nenhum conto de fadas, mas que nos submetemos para não ficarmos sozinhos na vida. Por outro lado, o filme acaba ganhando cores mais quentes quando a protagonista começa agir para conhecer alguém e poder se descascar perante a possibilidade de ser alguém neste mundo sempre desejava, mas que nunca teve coragem de degustar a ideia. O ato final nos revela uma outra Ann, mais alegre e receptiva, porém, não desvencilhando do que a pouco foi um dia.

Não é um filme para todos, principalmente para aqueles que ainda acreditam em contos de fadas em pleno século vinte um tão movimentado e cheio de altos e baixos. Joanna Arnow procura nos passar da maneira mais fria possível de que estamos nos encaminhando para nos tornamos simples objetos de energia para um sistema que somente nos alimenta enquanto nós alimentamos ele e fazendo com que isso percamos sobre o que realmente nos fazia sermos pessoas. Ao final, constatamos que a estagnação mostrada na ficção está muito mais próxima do que imagina.

"Aquela Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou" é uma viagem sobre alienação do ser humano em busca de alguma razão para continuar existindo perante uma realidade moldada somente por números e prazeres passageiros. 

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