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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Cine Dica: Streaming - 'A Primeira Profecia'

Sinopse:Uma mulher começa a questionar a sua própria fé quando descobre uma terrível conspiração para provocar o nascimento do mal encarnado em Roma. 

Existe um retorno cada vez mais forte do gênero de horror ao cenário do convento e que nos últimos tempos tem nos chamado atenção. O ótimo "Imaculada" (2024) obteve os olhares do público e da crítica mesmo não sendo um arrasa quarteirão como caso de filmes como "A Freira" (2018) que se tornaram esquecíveis na medida que o tempo passa. "A Primeira Profecia" (2014) é outro que surpreende em não se prender as velhas fórmulas e nos surpreendendo pela sua coragem ao nos apresentar uma trama que poderia se tornar comum nas mãos de outros que poderiam optar pelo convencional.

Dirigido pela estreante Arkasha Stevenson, o filme conta a história da jovem Margaret (Nell Tiger Free), que é enviada a Roma para viver a serviço da igreja. No local, ela se afeiçoa por Carlita, uma jovem quieta e sozinha, que também mora no convento. Ao questionar o passado e a situação da garota para as outras irmãs da igreja, ela é alertada para se manter afastada, mas coisas acontecem no local e a situação piora quando um padre (Ralph Ineson) revela a Margaret algo aterrador.

Por serem lançados no mesmo ano muitos irão comparar "Imaculada" a esse filme, muito embora "A Primeira Profecia" siga para um caminho que transite entre a originalidade e o lado um pouco mais convencional que o público está acostumado. Porém, a realizadora  Arkasha Stevenson surpreende ao filmar a trama de uma maneira em que ela foge do que a gente está mais acostumado em franquias como "Invocação do Mal" e optando por algo mais realístico e que fale um pouco sobre o que estava acontecendo, por exemplo, no início dos anos setenta. Eram tempos mais questionadores, onde a juventude estava saindo as ruas protestar por diversos direitos e ao mesmo tempo a própria igreja estava perdendo os seus seguidores.

É a partir desse ponto que a obra transita entre o realismo com o sobrenatural, muito embora esse último fique em seguindo plano e fazendo a gente questionar sobre o que realmente está acontecendo naquele convento. Isso é sentindo principalmente pelo fato de vermos pela perspectiva de Margaret, sendo que a própria já havia sofrido de alucinações no passado e fazendo provocar em nós a dúvida sobre tudo o que está acontecendo. Embora tenhamos a sempre ótima Sonia Braga em cena, quem realmente se sobressai é a própria Nell Tiger Free que obtém a nossa atenção através do seu protagonismo e não dando espaço para os demais intérpretes, pois na medida em que a trama avança, a sua personagem cresce de tal forma que até mesmo nos assusta em uma determinada cena próximo ao fim da história.

O filme, por sua vez, não nos poupa de algumas cenas bastante peculiares, assustadoras e que até mesmo nos faz perguntar como foram liberadas. Há, por exemplo, a cena de uma horripilante parte do qual Margaret testemunha e possuindo uma peça subliminar nas entrelinhas da cena que irá dar o que falar se alguém mais atento fisgou esse momento. Pelo visto, Arkasha Stevenson foi astuta em provocar o público e exigindo maior atenção para aqueles que mergulharam na história como um todo.

Com uma belíssima edição de arte e fotografia de primeira, o filme só peca um pouco pelo seu final, do qual nos desafia pelo puro terror em cena, mas falha em querer deixar algumas pontas soltas para se ter uma eventual sequência. Nada que atrapalhe o resultado, pois é um longa que se diferencia de muitos filmes de horror convencionais e que tem pouco a dizer. Curiosamente, falo tudo isso e digo somente agora que esse é um prelúdio do clássico "A Profecia" (1976), mas que funciona com as suas próprias pernas e não se perdendo em referências aos clássicos e que somente elas surgem na reta final da trama.

"A Primeira Profecia" é um ótimo filme de horror ao saber brincar com a nossa perspectiva e obtendo assim a sua alma própria. 

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