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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 3 de março de 2023

Cine Especial: Revisitando 'O Maior Espetáculo da Terra'

Sinopse: espetáculo deslumbrante da vida nos bastidores com o Ringling Bros-Barnum and Bailey Circus. Que celebra o extravagante circo com três picadeiros e retrata as cenas apaixonadas de amor e ciúme por trás do maior espetáculo da Terra. 

Ao assistir recentemente "Os Fabelmans" (2022), o mais recente filme de Steven Spielberg e do qual fala um pouco sobre a sua infância, me deparei com uma cena de abertura que logo fez despertar as lembranças de uma parte específica de quando eu era criança. No início do filme os pais levam o pequeno Spielberg para assistir ao clássico "O Maior Espetáculo da Terra" (1952) e do qual o pequeno e futuro cineasta ficou deslumbrado e fazendo com que se apaixonasse e se dedicasse a sétima arte dali em diante. Ao final, me dei conta que o cineasta e eu tínhamos algo em comum.

Embora não seja o meu filme preferido "O Maior Espetáculo da Terra" foi um dos filmes que mais me encantou na minha infância. A primeira vez que eu assisti foi em uma época em que passava grandes filmes na saudosa "Sessão da Tarde" e uma vez que comecei assistir não desgrudei o olho da tela. Era a visão de uma criança de que aquilo era um verdadeiro espetáculo e as mais de duas horas e meia de duração acabei não sentindo em nenhum momento.

Porém, ao longo dos anos eu acabei ouvindo que o filme para muitos é considerado o pior longa a ganhar a principal estatueta do Oscar, sendo que na época o longa ganhou de obras primas do cinema como, por exemplo, "Matar ou Morrer" (1952). Revendo hoje com a mentalidade mais madura, não há como negar que Cecil B. DeMille queria a todo custo lançar nos cinemas o mesmo espetáculo que ele testemunhava ao vivo quando ia assistir aos incríveis números no meio do picadeiro de diversos circos que ele visitou ao longo dos anos. Por conta disso, o filme é uma grande alegoria de luz e cores, com o direito aos diversos números circenses que ocupam boa parte do tempo e fazendo com que alguns arcos dramáticos fiquem em segundo plano.

Nesse último caso, o protagonismo fica por conta de Brad Braden (Charlton Heston) que lidera a todo custo a sua equipe em manter o circo nos trilhos e ganhar lucro que precisa para que o espetáculo continue existindo. Curiosamente, o visual de Heston neste filme me lembrou muito de Indiana Jones e sendo que não me surpreenderia se ele serviu de inspiração para o ícone personagem. Infelizmente ele protagoniza um triangulo amoroso entre o trapezista Sebastian (Cornel Wilde) e a também trapezista Holly (Betty Hutton), sendo essa última fica correndo de um lado para o outro para dois durante toda a projeção e fazendo com que alguns momentos torne a personagem insuportável.

É bem na verdade que o filme envelheceu muito mal em alguns aspectos, sendo que a imagem do circo em si mostrada no filme já não existe mais, principalmente pelo fato de que hoje é proibido o uso de animais nestes eventos. O longa, portanto, vale mais para aqueles que ficavam maravilhados ao irem aos espetáculos, sendo que com o tempo essas lembranças se tornaram mais douradas e o filme fortalece nesta questão de sensação nostálgica. Curiosamente, o personagem de James Stewart, em que ele interpreta um palhaço com um passado misterioso, ainda é a melhor coisa do filme como um todo.

Revendo agora com uma mentalidade crítica reconheço que o filme em si não merecia realmente ter levado Oscar de Melhor Filme, mas não significa que seja o pior exemplo, pois a cerimônia de 1999 ainda não havia acontecido e tão pouco alguém imaginava a existência de "Shakespeare Apaixonado" (1998). Polêmicas à parte, o filme, ao menos, ainda possui cenas que ainda hoje impressionam, como o incrível acidente de trem que ocorre no terceiro ato e que hoje é lembrado no filme "Os Fabelmans". Só por essa cena o filme já vale a pena ser conferido, desde que tenha uma mente aberta, ao aceitar o cenário e os costumes da época.

"O Maior Espetáculo da Terra" talvez não seja o melhor exemplo de Vencedor do Oscar de Melhor Filme, mas diverte e nos faz relembrar de tempos mais inocentes. 


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