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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 15 de março de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'TÁR'

NOTA: Esse texto eu escrevi horas antes do Oscar 2023.

Sinopse: O filme examina a natureza mutável do poder, seu impacto e durabilidade em nosso mundo moderno. 

Quando eu estiver escrevendo esse texto faltará poucas horas para o Oscar 2023 e do qual o filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" (2022) é o favorito para levar a maioria das estatuetas. Michelle Yeoh, por exemplo, pode se tornar a primeira atriz asiática a levar um Oscar de melhor atriz para casa e fazendo história. Porém, "Tár" (2022) é um daqueles filmes que surgem do nada e podem surpreender na noite da cerimônia devido a sua poderosa proposta.

Dirigido por Todd Field, do filme "Pecados Íntimos" (2006), o filme conta a história de Lydia Tár (Cate Blanchett), a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim e está no topo do mundo. Como regente, Lydia não apenas orquestra, mas também manipula. Como uma pioneira, a virtuosa apaixonada lidera o caminho na indústria da música clássica dominada por homens. Além disso, Lydia se prepara para o lançamento de suas memórias enquanto concilia trabalho e família. Ela também está disposta a enfrentar um de seus desafios mais significativos: uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. No entanto, forças que nem mesmo ela pode controlar lentamente destroem a elaborada fachada de Lydia, revelando segredos sujos e a natureza corrosiva do poder. E se a vida derrubar Lydia de seu pedestal?

Todd Field começou a carreira como ator secundário em filmes ótimos como "De Olhos Bem Fechados" (1999), mas foi através da direção que ele encontrou o seu verdadeiro caminho. Infelizmente foram poucas as chances que ele teve para revelar para nós o seu grande potencial, pois antes de "Tár" tínhamos somente dois ótimos exemplo, o já citado "Pecados Íntimos" e "Entre Quatro Paredes" (2001). Em "Tár", ele dá uma verdadeira aula de como se deve dirigir uma trama em que todas as atenções se voltam para uma grande protagonista.

É preciso destacar a sua edição, não somente ágil, como também em surpreendentes planos sequências, principalmente em uma passagem sem cortes durante um ensaio em a protagonista começa a se descascar e revelando o seu real ser. Com uma bela direção, o filme nos passa a sensação de nunca sabermos ao certo se estamos diante de algo que está realmente acontecendo ou se não passa de delírios da protagonista que começa a ter a sua realidade ruindo, pois a mesma não conseguiu obter o controle por muito tempo. Talentosa, porém, manipuladora em todos os sentidos, a protagonista irá enfrentar uma gradual queda e da qual enfrentará os seus demônios mais profundos para dizer o mínimo.

Cate Blanchett novamente nos surpreende em uma atuação digna de nota, da qual nos transmite através de sua personagem uma pessoa segura de si e que se acha no direito de derrubar qualquer um que lhe venha atrapalhar. Não deixa de ser pesado, por exemplo, uma cena em que ela ameaça uma criança, ou quando ela tenta manipular as pessoas que podem revelar segredos sujos que podem vir à tona. Cada vez mais que questionamos a personagem mais temos o desejo de seguirmos em frente ao lado dela e sabermos qual será o seu verdadeiro destino na reta final da história.

O filme é um retrato de tempos atuais em que todos nós nos encontramos sendo observados e cujo um erro é o suficiente para arruinar a vida da pessoa como um todo. Portanto, ao vermos um celular no primeiro plano do filme é uma espécie de sintetize sobre tempos em que, aparamente, vivemos em Democracia, quando na verdade é uma espécie de "1984", mas cuja diferença que há diversos olhos nos observando e nos julgando o tempo todo. A protagonista, por sua vez, é falha, mas também humana e cabe a mesma buscar as raízes da simplicidade da vida para dar a volta por cima, pois é neste ponto que talvez todos nós busquemos a nossa redenção pessoal uma vez que fomos banidos de nossa própria área de conforto em que sentíamos poderosos.

"Tár" é um poderoso filme sobre a arte da música e de seus talentos, mas cujo seus pecados estão sendo sempre observados por todos. 

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