2023 será lembrado como o primeiro ano em que o gênero de Super Heróis para o cinema obteve o seu primeiro declínio e muitos fatores contribuíram para isso, desde o fato de o público estar cansado da mesma fórmula, como também devido aos erros cometidos pelos próprios estúdios Warner/Dc e Marvel/Disney. Em contrapartida o cinema em si, ao menos, respirou um cinema autoral que fazia tempo que não se via e do qual atraiu multidões para as salas. "Oppenheimer" de Christopher Nolan foi o mesmo tipo de exemplo do que foi visto em "Top Gun - Maverick" em 2022, onde o público abraçou uma superprodução mais com ares de pé no chão e de que tudo o que era visto na tela fosse mais verossímil.
Do cinema autoral também se destacou com "Barbie", filme vendido para toda a família, mas cuja realização de Greta Gerwig serviu mais para gerar debates acalorados sobre o papel da mulher de ontem e hoje no mundo e se tornando uma das mais gratas surpresas do ano. O mestre Martin Scorsese provou que ainda tem força ao criar um filme provocativo e que toca o dedo na ferida com o seu "Assassinos da Lua das Flores" e cuja produção sendo da empresa Apple talvez seja uma tendência maior da poderosa se envolver cada vez mais em produções como essa. Wes Anderson não se intimidou com as críticas contra ele e novamente ele manteve um casamento entre o cinema e o teatro com o seu "Asteroid City".
Fora do território americano tivemos o maravilhoso "Anatomia de uma Queda" e que será um crime capital se caso o filme não esteja na cerimônia do próximo Oscar. "Afire" me encantou pela sua trama que presta uma homenagem a própria literatura e que merece ter maior reconhecimento ao longo da história. Quanto ao nosso cinema brasileiro parece que houve realmente uma recuperação após o encerramento do último desgoverno e pós-pandemia.
Kleber Mendonça Filho presta uma homenagem aos cinemas de rua no fantástico "Retratos Fantasmas" enquanto atriz Vera Holtz nos brinda com uma de suas mais poderosas interpretações da carreira no filme "Tia Virginia". A história da nossa música brasileira foi muito bem representada com os ótimos "Elis e Tom - Só Tinha de Ser com Você", "Meu Nome é Gal" e "Nosso Sonho". O cinema nordestino retorna fortalecido com os títulos "Pedágio" e "Propriedade" e revelando as verdadeiras facetas escondidas do povo brasileiro.
Quanto a mim procurei ao máximo frequentar os cinemas na medida do possível neste último ano e sempre acompanhando o que há de melhor nas Cinematecas da capital Gaúcha como no caso, por exemplo, da Cinemateca Paulo Amorim. Sendo socio do Clube de Cinema da capital eu vi o mesmo completando impressionantes 75 anos de existência, crescendo o número de associados e nos passando a esperança de que sempre haverá um público interessado em assistir aos filmes em uma tela grande. Já o Cine Um retornou aos cursos de cinema presencial na Cinemateca Capitólio e ao que tudo indica teremos atividades que valeram cada centavo para serem conferidos.
Para 2024 eu desejo para mim que novas portas se abram e que a sétima arte esteja envolvida nisso, pois é através dela que eu realmente respiro. E desejo a todos os cinéfilos que continuem apreciando os filmes em uma tela de cinema, pois é somente na sala escura que nós adentramos em diversas histórias para serem contadas.
Feliz 2024 e abaixo confira o meu Top 10 do cinema nacional e internacional.
Top 10 do Cinema Internacional
1º Oppenheimer
2º Assassinos da Lua das Flores
3º Anatomia de uma Queda
4º Barbie
5º Afire
6º Asteroid City
7º Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
8º Beau Tem Medo
9º Babilônia
10º Resistência
Top 10 do Cinema Nacional
1º Retratos Fantasmas
2º Tia Virginia
3º Elis e Tom - Só Tinha de Ser com Você
4º Noites Alienígenas
5ª Propriedade
6 Pedágio
7º A Primeira Morte de Joana
8º Meu Nome é Gal
9º Nosso Sonho
10º Medusa
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