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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - ‘GYURI’

Sinopse: Judia, sobrevivente da Segunda Guerra, Claudia Andujar exilou-se no Brasil e dedicou a vida à salvaguarda dos povos yanomami. 

Os documentários brasileiros vão, gradualmente, registrando a linha do tempo de nossos fotógrafos que tiveram papel essencial em nossa história. “Gyuri” (2022), primeiro longa-metragem da pernambucana Mariana Lacerda, cujo o seu olhar com relação a sueca, Claudia Andujar, tenta explorar a ligação dessa última com o povo Yanomani. O documentário participou de mostras como "É Tudo Verdade" e o que acabou revelando para os interessados do ramo da fotografia, além daqueles que lutam pela causa indígena, o papel fundamental de Claudia Andujar, que hoje se encontra ainda viva com os seus 91 anos, mas disposta a falar sobre as suas décadas de luta e de sua ligação com a floresta Amazônica como um todo.

O filme se inicia, curiosamente, com duas presenças falando em língua húngara. Vemos então Claudia dialogando com o filosofo Peter Pál Plbert, professor da PUC paulistana. A curiosidade se dá em primeiro lugar porque sempre ouvimos de que Claudia era da Suíça e quando nós a ouvimos falando húngaro ficamos nos perguntando qual é sua real origem.  Ela nasceu na Europa Ocidental, porém, de origem de família Judia e que da qual foi transferida pela região da Hungria nas proximidades da Transilvânia Romena.

Quando se iniciou a terrível Segunda Guerra Mundial, com o advento do horror do nazismo, vieram as mortes e partidas. Sua família de sangue foi morta em campos de concentração, porém, ela conseguiu regressar a Europa Ocidental, passando por Viena e imigrando para os EUA. Em 1955, Claudia Andujar chegou, enfim, nestas terras brasileiras e da qual decidiu criar raízes nela.

Durante os seus anos dourados, decidiu dedicar os seus esforços para manter vivo o povo Yanomami. Realizar o riquíssimo acervo iconográfico sobre a Etnia que habita o extremo norte do Brasil e cerrou fileiras ao lado de socialistas em luta constante pela demarcação Indígena Yanomami, reconhecida pelo governo brasileiro no ano de 1992. Depois da abertura em Húngaro, a história de luta orquestrada ao lado dos Yanomami será narrada pelos diálogos com o Xamã Davi Kopenawa, visto recentemente no premiado "A Última Floresta" (2021) e com o ativista e missionário Carlo Zacquini.

A fotografa, infelizmente, já não tem a mesma agilidade que antes colocava em prática para defender no que ela acreditava. Precisando quase sempre de uma cadeira de rodas e quando caminha com os seus próprios pés é com certa dificuldade. Porém, ela surge na tela feliz por estar na aldeia Urihi-A, território Yanomami em plena Amazônia e visto no já citado "A Última Floresta".

A presença dela novamente em meio ao verde permite que o documentário registre imagens, costumes e os valores universais do povo desta terra que, infelizmente, luta contra a invasão do homem branco, ou mais precisamente por garimpeiros, madeireiros e posseiros. Esperasse, portanto, por dias melhores quando o local voltar a ser defendido como exige constituição Brasileira, por governos verdadeiramente democráticos e não fascistas e retrógrados como esse atual.

Embora boa parte da obra se passe em território Yanomami, Mariana Lacerda escolheu uma palavra húngara, “Gyuri”, ligada à primeira parte da trama para pronuncia-lo. A palavra se refere a um menino judeu, que deu um único beijo na pré-adolescente Claudia e presenteou-a com uma foto minúscula, que ela guarda até nos dias de hoje. O retrato convive ao lado do retrato do seu pai que teve destino trágico, pois ambos faleceram nos campos de extermínio.

Ao longo das décadas ela guardou os retratos numa espécie de escapulário e afetivo. São fotos que fizeram dela uma mulher forte, uma razão para viver e praticar a sua maior virtude. Ao defender o povo Yanomami, ela não somente protegeu vidas, como também salvou um universo rico de conteúdo e que deve ser compartilhado para todo o mundo.

“Gyuri” é o retrato de força e determinação de uma única pessoa, mas que fez toda a diferença para um povo que se encontra sempre ameaçado pela ambição do homem branco. 


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