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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 19 de julho de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Boa Sorte, Leo Grande'

Sinopse: A viúva Nancy Stokes (Emma Thompson) tem 55 anos e nunca teve uma vida sexual satisfatória. Professora recém aposentada, ela decide botar um audacioso plano em prática para quem sabe, aprender mais sobre o prazer. 

Mesmo em pleno século 21 é interessante observar que ainda vivemos em uma sociedade presa pelas velhas regras impostas pelo conservadorismo vindo das igrejas ou de qualquer religião que nos assombra. Isso acaba gerando pessoas cada vez mais frustradas, seja sexualmente ou até mesmo com relação ao que poderiam ter sido ao longo da vida se não tivessem se travando por terem tido medo com relação ao que os outros pensariam. "Boa Sorte, Leo Grande" (2022) fala sobre esses assuntos com um humor inteligente, alinhado com momentos apimentados, mas que acontecem através de diálogos que nos prende atenção a todo momento.

Dirigido por Sophie Hyde, o filme conta a história de Nancy Stokes, uma professora que acabou de se aposentar. Apesar de ter tido uma vida satisfatória, existe uma coisa que ela nunca teve: Nancy nunca fez um sexo digno de chamar de bom. Na verdade, Nancy nem sabe se o que ela fez foi de fato sexo. Ela então chama um jovem trabalhador do sexo e reservará (anonimamente) um bom quarto em um hotel. Leo Grande (Daryl McCormack) sabe o que faz e sabe que faz bem o seu trabalho, mas algo de especial acontece durante esse encontro.

Não será a primeira e nem a última vez que o cinema nos apresenta uma trama em que basicamente é protagonizada por poucos personagens e quase em um único cenário. Pegamos, por exemplo, o francês “Qual é o Nome do Bebê?" (2011) em que retrata os atritos durante a reunião de um grupo de amigos dentro de um apartamento e gerando um humor bombástico, mas alinhado com momentos até mesmo claustrofóbicos devido ao único cenário. É mais ou menos isso que acontece com o filme de Sophie Hyde, cuja a temática do sexo permeia toda a obra como um todo, mas não se limitando a isso.

Para começar, Nancy está completamente nervosa no princípio, já que nunca havia feito algo parecido e fazendo com que o primeiro encontro se torne claustrofóbico, não somente para ela, como também para aqueles que estão assistindo. Por outro lado, Leo se apresenta, em um primeiro momento, como uma pessoa segura de si, alinhado perfeitamente com a sua profissão e conquistando gradualmente a protagonista e com diálogos que fazem com que a tensão se amenize ao longo do percurso. Uma vez que se encerra o primeiro ato, ao todo sendo quatro, sentimos um certo alivio, já que o ato sexual finalmente é consumado, mesmo quando o ato quase nunca é visto.

Isso acontece porque a diretora Sophie Hyde procura não deixar as cenas de sexo em primeiro plano, já que a intenção nunca foi essa, mas sim apresentar essas duas pessoas solitárias, que se achavam seguras de si na vida, mas que ambas se dando conta que podem aprender uma com a outra mais do que se imagina. Nancy é uma conservadora, da qual jamais sentiu os verdadeiros prazeres da vida, mas tendo que, finalmente, corresponder com o que o seu corpo sempre pedia. Leo, por outro lado, tem receio de deixar a máscara cair, pois pode revelar a sua verdadeira pessoa através das dores vindas do passado e que não deseja compartilha-las mesmo quando começa a ter um certo carinho pela sua cliente.

Tanto Emma Thompson como Daryl McCormack estão ótimos em seus respectivos papeis, pois ambos têm o desafio de atuarem em um projeto que transita quase com os elementos do mais puro teatro e isso já é um grande feito. Mas se McCormack faz com que o seu personagem vá se revelando gradualmente, por outro lado, Thompson vai se descascando do segundo ao quarto ato final de forma surpreendente, ao ponto de que sua cena final é corajosa, porém, bastante humana. Vale destacar a ligeira, mas engraçada participação da atriz Isabella Laughland, vista na franquia "Harry Potter", e que aqui ela quebra por alguns momentos a sensação de que aquele universo particular somente pertencia ao casal central da trama.

Curiosamente, há sim cenas de sexo, mas elas somente acontecem no ato final da trama, de uma forma selvagem e até mesmo quase explicita. Até lá, tudo foi uma espécie de preliminares, para que os personagens centrais se conhecessem profundamente e que aprendessem um com outro de uma forma que jamais haviam imaginado. Ao meu ver, o filme nos passa a lição de que nunca é tarde para nos descobrirmos, seja com relação ao sexo, ou ao que realmente queremos com nós mesmos.

"Boa Sorte, Leo Grande" é uma comédia de humor refinado, alinhado com momentos apimentados, reflexivos e que nos faz pensar em tentar quebrarmos certos tabus conservadores para obtermos, enfim, o nosso voo mais alto. 

Nota: O filme somente estreia dia 28 de Julho.   


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