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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Cine Especial: 'O Esquadrão Suicida - Do Desastre ao Triunfo'

Sinopse: O governo envia os supervilões mais perigosos do mundo para a remota ilha de Corto Maltese, repleta de inimigos. Armados com armas de alta tecnologia, eles viajam pela selva perigosa em uma missão de busca e destruição com o Coronel Rick Flag.  

No clássico "Os Doze Condenados" (1967) a trama se passa durante a 2ª Guerra Mundial. Reisman (Lee Marvin), um major americano, tem a missão de treinar 12 soldados, que estão sentenciados à morte ou com sentenças de no mínimo 20 anos. O objetivo do treinamento é uma missão quase suicida atrás das linhas inimigas, para destruir um QG nazista e provocar a maior destruição possível às vésperas do Dia D. Os sobreviventes serão perdoados e reintegrados.

A premissa serviu de base para inúmeros filmes de ação que viriam posteriormente ao longo das décadas, mas serviu também de base para a criação das HQ de "O Esquadrão Suicida". Ganhando popularidade nos anos oitenta a partir da saga "Lendas" (1987), a trama reunia um grupo formado por super vilões em missões suicidas e sendo liderados pela mão de ferro da personagem Amanda Waller. Com o sucesso das adaptações de HQ para o cinema o material renderia uma boa adaptação, porém, não foi isso que aconteceu em um primeiro momento.

Lançado em 2016, "Esquadrão Suicida" foi vítima dos produtores da Warner/DC, pois quando viram que o teor sombrio e violento de "Batman vs Superman" (2016) não agradou a todos eles decidiram mexer no que já havia sido filmado. O resultado é uma edição confusa, história desconecta e que não soube aproveitar o potencial máximo dos personagens. Quem acabou saindo mais prejudicado disso tudo foi Jared Leto e que viu sua participação no projeto como Coringa sendo reduzida em cena e sendo duramente criticada pelos fãs.

Após reconhecer que fizeram uma bagunça sem tamanha, os realizadores da Warner decidiram voltar atrás e não mexer em seus projetos seguintes e dando mais liberdade para os seus realizadores. O resultado é o lançamento da edição especial de "Liga da Justiça" de Zack Snyder, da qual temos total plenitude da visão autoral que o diretor fez para a produção de 2016. Por conta disso, muitos achavam que haveria um tratamento similar com o filme do esquadrão de 2016, mas ao invés disso os produtores chamam ninguém menos que James Gunn, realizador autoral dos filmes "Os Guardiões da Galáxia" para criar algo do zero e gerando assim um dos filmes mais malucos e imprevisíveis do ano.

A premissa é a mesma: Liderados por Sanguinário (Idris Elba), Pacificador (John Cena), Coronel Rick Flag (Joel Kinnaman), e pela psicopata favorita de todos, Arlequina (Margot Robbie), o Esquadrão Suicida está disposto a fazer qualquer coisa para escapar da prisão. Armados até os dentes e rastreados pela equipe de Amanda Waller (Viola Davis), eles são jogados (literalmente) na remota ilha Corto Maltese, repleta de militantes adversários e forças de guerrilha. O grupo de super-vilões busca destruição, mas basta um movimento errado para que acabem mortos.

O grande acerto do filme é dele levar o título realmente a sério, já que ali não há nenhum personagem com garantia de chegar vivo até o final da trama. O prólogo, por exemplo, simboliza muito bem isso, já que o primeiro personagem que surge em cena é muito bem apresentado, ao ponto de achamos que ele será o protagonista da trama, mas para logo em seguida ter a sua cabeça explodida. O filme acerta por essa imprevisibilidade, acerta por não se levar a sério em nenhum momento e com isso nós saímos ganhando.

Sendo inadequado para menores de 18 anos, James Gunn aproveitou ao máximo tudo o que ele não havia feito no estúdio Marvel e, portanto, pode se preparar de tudo um pouco, desde a um humor ácido, como também muita violência, mortes explicitas e tudo moldado de uma forma muito cartunesca. A edição, alinhada com uma fotografia vibrante, faz com que o filme ganhe ares de uma HQ em movimento e sendo algo que estava sendo um pouco esquecido nas últimas produções do gênero. É neste ponto, aliás, que vemos a real visão de Arlequina no momento de pura ação e tendo uma dimensão do universo em que ela enxerga em sua volta.

Curiosamente, a premissa não é muito diferente de tantos filmes de ação dos anos oitenta que víamos naquela época, sendo que é uma verdadeira piada eles invadirem um país latino dominado pelo poder autoritário. Mas a intenção é exatamente essa, sendo que essa grande piada sobra até mesmo para o governo dos EUA e do qual é o verdadeiro responsável pelo grande conflito em cena. Atenção para o surgimento de um grande vilão clássico de uma época mais inocente das HQ, mas caindo como uma luva pelo olhar sarcástico de James Gunn.

Do elenco, nem preciso dizer que Margot Robbie rouba novamente as nossas atenções, já que atriz nasceu para ser Arlequina. Porém, a relação quase paternal entre Sanguinário (Idris Elba) e Caça-ratos 2 (Daniela Melchior) se torna o coração do filme, sendo que essa última possui uma origem absurda, mas nos convence graças a boa atuação da interprete. E se Tubarão Rei (voz de Silvester Stallone) se tornou apenas uma piada fofa ambulante em cena, Bolinhas (David Dastmalchiam) é uma piada pronta, trágica e absurdamente genial.

Dito isso, o filme tem começo, meio e fim bem definidos, cumprindo com louvor para o que veio e nos criando um largo sorriso. Porém, logicamente, estamos falando de um filme que pode gerar uma nova franquia lucrativa e, portanto, não saia da sessão até o final dos créditos, pois é revelado algumas surpresas. Resta saber se a Warner/DC realmente aprendeu com os seus erros e deixe os realizadores terem mais liberdade para nos brindar com pérolas como essa.

Com participação especial da nossa Alice Braga, "O Esquadrão Suicida" é um filme que faz jus ao seu nome e nos rendendo duas horas de pura diversão, humor ácido, violência extrema e pura criatividade na medida certa. 


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