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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Último Lance' - O Mistério das Artes

Nota: Filme exibido no último sabado (01/06/19) para associados do Clube.  

Sinopse: Olavi (Heikki Nousiainen) é um negociante de arte obcecado com trabalho que vem sendo deixado para trás com a modernização da indústria, que favorece cada vez mais grandes conglomerados. Quando o que pode ser um obscuro ícone de um pintor russo acaba em suas mãos, ele recebe a ajuda surpreendente de seu neto para recuperar suas finanças, o reaproximando de sua filha. 

Embora não chega a ser um subgênero, é notório que, ao longo da história do cinema, exista alguns filmes cujo o foco principal são obras de artes valiosas e que acabam movendo as peças principais da trama. Temos, por exemplo, o recente "O Caravaggio Roubado" (2018), do qual transita entre o humor, com pitadas de história policial, e cuja a obra de arte se torna o verdadeiro foco principal da trama. "O Último Lance" segue para um caminho parecido, porém, mais humano e destacando os laços familiares em meio as artes.
Dirigido por Klaus Härö, do filme "O Esgrimista" (2015), o filme conta a história de Olavi (Heikki Nousiainen), um vendedor de obras de artes e que procura uma nova obra prima para obter uma boa venda. Certo dia, ele dá de encontro com uma rara pintura russa, mas não possui dinheiro o suficiente para adquiri-la. Ao mesmo tempo, há uma reaproximação entre ele, seu neto e sua filha e que aos poucos vai se revelando os motivos que levaram ao afastamento.
Klaus Härö cria um belíssimo jogo de câmera através do ambiente em que se encontra os personagens. Na medida em que a câmera avança, nós acabamos conhecendo aos poucos esse universo particular das artes desse protagonista e revelando a sua real personalidade perante o mundo em que vive. Se em um primeiro momento não sentimos nenhuma simpatia por ele, por outro lado, isso é dissipado quando entra em cena o seu neto (Amos Brotherus) e despertando em ambas as partes a curiosidade de se conhecer mundos distintos, mesmo aparentando ser algo quase impossível.
O filme, portanto, transita por momentos de comédia dramática, para situações até mesmo misteriosas, já que a pintura principal da trama se torna um enigma, principalmente que não se sabe o real nome de sua autoria. Na medida que se descobre quem é o verdadeiro pintor, logo se constrói um cenário de jogo de poderes para ver quem obtém a obra, mesmo quando alguns mal sabem o tamanho do seu valor. Portanto, a sequência em que acontece um leilão, para ver quem dá o maior lance da pintura, se torna uma passagem cheia de suspense e do qual sentimos adrenalina ao lado do protagonista.
Após isso, o filme se encaminha para o lado feio, para não dizer hipócrita do mundo das artes. Ao mesmo tempo, ficamos conhecendo mais a fundo o protagonista, na medida em que ele tenta se reaproximar de sua família. Se há um egoísmo quase doentio vindo de sua pessoa, por outro lado, figuras gananciosas do mundo das artes fazem ele se tornar uma criatura frágil perante uma realidade que ele tanto amou, mas que não foge das regras da ambição.
Heikki Nousiainen está ótimo em cena, ao criar um Olavi forte em suas convicções, mas frágil perante uma realidade que sempre tentou ignorar. E se atuação do jovem Amos Brotherus é apenas ok, por outro lado, a interprete Pirjo Lonka, que faz a filha do protagonista, rouba a cena toda vez que surge ela na tela. Um filme, não somente moldado pelo universo das artes, mas também pela contagiante humanidade vinda dos seus respectivos personagens.
"O Último Lance" é, tanto uma singela carta de amor para aqueles que amam as obras de artes, como também uma sedutora fábula sobre os laços familiares. 

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