Sinopse: Quando Rina morre repentinamente, a vida de sua irmã e companheira de vida Marcela é completamente abalada. O velório é sobreposto por conversas sobre o passado e assuntos familiares que incomodam Marcela, principalmente por estar recebendo todos em sua casa.
Em "Família Submersa" a cineasta e escritora Maria Alché consegue obter certo grau de delicadeza, além de sintetizar uma melancolia sobre o que é estar sozinho em meio a uma situação cheia de conflitos internos e dos quais desejam somente transbordar fora do copo. Mas esse feito somente é obtido graças a estupenda interpretação da atriz Mercedes Morán, já que o trabalho de cenografia e o trabalho da diretora de fotografia Hélène Louvart, conseguem se casar com perfeição com a presença da atriz e criar uma atmosfera mórbida, porém, surpreedente. Os cenários, um tanto caóticos e poluídos, representam a protagonista como um todo, da qual deseja gritar a todo momento, mas guardando essa força no mais profundo do seu eu interior.
"Família Submersa" é, acima de tudo, um filme sobre a força da mulher atual. Não somente por ser dirigido e protagonizado por mulheres, mas principalmente por Alché ser bem-sucedida em dar forma ao olhar da mulher moderna que é mãe, esposa, trabalhadora e tendo tantos obstáculos a serem enfrentados que a própria não possui mais o seu tempo para senti-los. O filme se torna um retrato sobre a mulher sobrecarregada, da qual luta para não se tornar uma mera sombra em vida.
"Família Submersa" não é um filme que se preocupa em seguir convenções narrativas ou que respeite estritamente a causalidade de seus personagens, mas constrói de maneira bastante atraente a figura da protagonista e dos familiares que a rodeiam. Com merecidos destaques para a atuação de seu elenco e a maneira delicada com que Alche conduz sua direção mais do que precisa.
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