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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: "Los Silencios" - O Silêncio dos Outros

Sinopse: Amparo precisa lidar com o desaparecimento da filha e do marido. Enquanto isso, espera seus documentos para passar pela fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru, fugindo dos conflitos armados na região. 

Uma coprodução entre Brasil, Colômbia e França e da qual nasceu para sintetizar um problema universal. O filme é uma espécie de denúncia contra as guerras civis que acontecem nas fronteiras desses países e que, infelizmente, os governos locais ignoram e a mídia em si dá pouco crédito. Um filme, não só consciente sobre os fatos, como também carregado de poesia e de questões sociais a serem discutidos.
Para representar esse conflito, nada melhor do que a trama focar em poucos personagens, mas basicamente em uma família e que vive numa encruzilhada de mazelas. Temos, então, Amparo (Marleyda Soto), cujo o seu marido brasileiro se encontra desaparecido e atualmente tem que se virar sozinha para sustentar os seus dois filhos. Amparo vive de alguns bicos, enquanto pede ajuda para outros morados que, infelizmente, se encontram em situações semelhantes.
É pela cruzada de sua personagem principal que o filme retrata esse universo escondido para o resto do mundo e do qual clama por ajuda. O título, aliás, sintetiza o posicionamento dos próprios moradores que, por vezes, optam em se preocupar consigo mesmos do que ajudar o próximo. Porém, isso não é muito diferente dos poderosos que surgem em cena, mas que nada mais são do que pessoas gananciosas e que somente querem tirar proveito próprio da situação daquele mundo esquecido por Deus.
Tecnicamente o filme possui uma trilha vinda do ambiente e que merece grande destaque. Os realizadores foram eficazes em registrar cada ruído do ambiente, desde o mais pequeno inseto, como também o som dos ventos da floresta uivando. Isso faz, portanto, com que mergulhemos naquele universo verde de uma maneira muito mais fácil e sem o uso de recursos de ponta necessários.
Ao mesmo tempo, a fotografia obtém um grande sucesso ao captar toda a sua sujeira do ambiente, do qual os moradores convivem em seu dia a dia, mas que para nós se torna um mosaico de detalhes peculiares. Esse quadro, aliás, sintetiza o clima mórbido que os habitantes convivem, mas que tentam sempre contornar essa situação. Na reta final, por exemplo, há um encontro entre os habitantes, do qual a fotografia consegue representar o estado de espírito de cada um deles e tornando esse efeito o melhor momento do filme.
Por outro lado, é um filme que exige dos pensamentos do cinéfilo que assiste, já que o conflito político que levou esses habitantes a se isolarem nesse ponto do mundo quase nunca aparece. Porém, a ideia com relação aos fatos acaba se tornando muito mais poderosa do que qualquer outra imagem explicita, principalmente pelo fato de que, boa parte da trama, ela é sim verídica e isso só já basta. Em tempos em que documentário e ficção transitam em harmonia, o filme é mais um de uma lista de títulos desse subgênero que merecem ser conferidos.
"Los Silencios" constrói uma experiência bem detalhada e da qual nos convida para mergulharmos nela. A mensagem da diretora Beatriz Seigner é vista com clareza e em momentos de total potência.  Em tempos de crise imigratória em diversas partes do mundo, o filme vem numa hora mais do que acertada.  

NOTA: O filme vem acompanhado do curta metram "Kairo". Em uma escola na periferia de São Paulo, a Assistente social Sônia precisa retirar o garoto Kairo, de nove anos, da sala de aula para ter uma conversa difícil.

"Kairo" é o segundo curta-metragem do diretor Fábio Rodrigo.


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