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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: PONTO ZERO

Sinopse: O adolescente Ênio (Sandro Aliprandini) tem um pai tempestuoso e uma mãe nervosa. Ele se vê entre os dois sem saber ao certo que rumo tomar em sua vida, tentando escapar de uma rotina claustrofóbica.

Adolecencia é uma faca de dois rumes, pois o adolescente em si segue em linha reta, ou se perde na curva da vida. Isso se deve pelo fato de que, querendo ou não, é preciso ter uma mão de apoio e faze-lo com que siga o caminho certo que venha a trilhar. No prólogo de Ponto Zero há uma comparação desse fato com os astronautas do espaço, que precisam um do outro para cumprir determinadas missões nos confins do universo, pois uma vez perdido não tem como mais econtra-lo por lá.
Em sua estréia em longa metragens, o cineasta José Pedro Goulart cria um retrato sobre adolecência contemporânea, através do olhar do jovem protagonista Ênio (Sandro Aliprandini): ridicularizado por seus colegas de escola, Ênio é um garoto quieto, que vai descobrindo o que chega junto com adolecencia, mas ao mesmo tempo tendo que encarar os atritos de seus pais, vividos pelos atores Eucir de Souza (O Gorila) e Patricia Selonk. Nesse cenário em que sua realidade se vê em estado de mudanças, o mundo em volta, por vezes, não faz nenhum sentido.
José Pedro Goulart  cria como ninguém uma cidade de Porto Alegre familiar, mas  com um olhar particular, do qual se extrai uma visão jamais vista. Por vezes, Ênio (e nós) enxergamos o ambiente da cidade distorcido, fora do lugar e um sinal de até mesmo retrocesso do mundo em que vivemos: a cena em que vemos pessoas e carros andando para trás sintetiza muito bem isso. Esse clima cria uma sensação de verdadeiro contraste quando é comparado com as lembranças do protagonista, sendo elas uma época mais dourada, mas já sinalizando pelos tempos dificieis que viria.
Embora atuando pela primeira vez num longa metragem, Sandro Aliprandini se sai muito bem como protagonista da trama, pois ele acaba nos transmitindo, mesmo que sem palavras, todo um conflito interno sobre não saber o que fazer nesse mundo caotico dentro e fora de sua casa. Com o marido ausente, a mãe recorre o filho numa cena , por exemplo, um pouco de carinho a muito tempo não sentido, mas Ênio não sabe como reagir sobre isso. Isso então se cria no jovem protagonista a sensação de não interesse pelas coisas que acontecem com as pessoas em volta e fazendo com que sua posição se desmorone perante o terceiro ato final que ele virá enfrentar.
Falando nesse ato, é preciso dar palmas para esse momento, pois o cineasta coloca o protagonista numa situação que nos faz lembrar aqueles terriveis pesadelos dos quais a gente não consegue acordar. Tudo isso moldurado numa Porto Alegre que sofre uma chuva torrencial insessante e que não deve nada a uma Los Angeles humida e perigosa como foi vista no clássico Seven de David Fincher. Porém, o cinéfilo irá reparar que há elementos  que lembram até mesmo a filmografia do cineasta  David Lynch (Mulholland Drive), pois nesse labirinto desconcertante que o personagem passa, surge personagem dos quais desafiam a sua propia sanidade.
Com um  epílogo que se casa muito bem com o prólogo do início do filme, Ponto Zero, é um pequeno mas grande filme do qual fala sobre pessoas x realidade e as consequências sobre falta de interesse delas de ajudar e ouvir o próximo, ou ente querido. 



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