Sinopse: Durante a Dinastia Tang, Nie (Shu Qi) foi raptada e é treinada para ser uma assassina. Sua missão é relembrar feridas do passado quando é incumbida de matar seu primo, líder da força militar da China. Mas ela sente dúvidas em executá-lo, pois na verdade é apaixonada por ele.
Vencedor do Prêmio de Melhor Diretor em Cannes 2015, A assassina chamou atenção entre os fãs de cinema autoral quando foi anunciado a sua produção. Isso se deve ao fato do cineasta Hou Hsiao Hsien é reconhecido pelos seus filmes como Barão Vermelho, onde então se criou um cinema mais minimalista. Em A assassina, de forma inédita, o cineasta trabalha no gênero de artes marciais.
Contudo, não esperem por algo parecido como foi visto em filmes como Tigre e o Dragão, longe disso. O filme não é ação que possui o foco principal, mesmo possuindo belissimas cenas de combate das quais não deve nada ao já citado clássico filme. Porém, é o drama, os conflitos interiores dos personagens, como no caso de Yinniang ( Qi Shu de Carga explosiva).
No Séc 9, durante a Dinastia Tan, Yinniang é enviada, aos 10 anos de idade, para as mãos da freira Jiaxin, que a treina para ser uma assassina. Durante uma missão, Yonniang falha: vendo a sua vitima abraçada ao filho pequeno, ela desiste de matá-lo. Por conta dessa fraqueza humana, Jiaxin a envia até Weibo, cidade onde Yinniang nasceu, com a incumbência de matar o seu primo, que outrora haviam se apaixonados e impedidos de se amar pelos pais de Yinniang. Agora, ela precisa decidir se cumpre a sua missão, ou se deixa mais uma vez o seu coração comandar as suas ações.
O que poderia render um tipico filme de ação de artes marciais, o cineasta vai contra a maré e cria um filme belíssimo, com fotografia espetacular de Pin Bing Lee (um dos fotógrafos de Amor à for da pele, de Wong Kar Wai), Direção de arte, figurino e trilha sonora que se torna o verdadeiro foco principal. Para aqueles que esperam ação, o filme filme tem um ritmo extremamente lento, e recomenda-se que quem for assistir ao filme em ter paciencia com ele, pois estará perdendo uma grande obra para ser assistida na tela grande.
Contudo, as suas cenas de ação são ótimas, mas nem dá para comparar com as coreografias malabarísticas dos filmes de Zhang Yimou. Há planos longos, fixos e com panorâmicas, uma marca até do cinema de Mizogushi em "O intendente Sancho" e "Ohayo". Planos gerais e muito raramente, fecha-se em closes. É um cinema do qual a gente somente observa, do qual nos faz analisar tudo que se encontra no quadro. Aplaudido em Cannes no ano passado, o filme é uma curiosa e bela experiencia e que vai contra as nossas expectativas.
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