Nos dias 11 e 12 de julho,
eu estarei participando do curso Zumbis no Cinema: Eterno Retorno, criado pelo
Cine Um e ministrado pelo critico, editor e tradutor César Almeida. Enquanto os
dias da atividade não chegam, por aqui eu estarei relembrando os principais
clássicos desse gênero que, para a nossa sorte, teima em não morrer.
(Para morrer de rir)
A Volta dos Mortos Vivos (1985)
Misturando terror clássico
com humor negro, além de várias referências aos filmes de mortos-vivos, A
Volta dos Mortos-Vivos é um filme muito divertido e que acrescenta coisas
à mitologia dos zumbis. Neste filme, eles são capazes de falar e são até bem
inteligentes (uma sacada genial é a cena quando um dos zumbis escuta o rádio da
ambulância, deixa de devorar o cérebro do paramédico e responde ao chamado
falando "Mandem mais paramédicos"). Uma mudança é o fato dos zumbis
se alimentarem apenas dos cérebros das pessoas, e não mais de seu corpo inteiro
como em outros filmes (daí vem a clássico expressão "BRAAAAAAINS",
dita por um dos zumbis e repetida até hoje nos Zombie Walks da vida). O elenco
é ótimo e parece muito a vontade durante o filme inteiro com destaque para a
dupla protagonista Karen e Matthews. Para os homens, quem rouba a cena,
entretanto, é Linnea Quigley, como a punk conhecida como Trash, na clássica
cena em que ela dança nua em cima de uma sepultura. Linnea tornou-se a rainha
dos filmes B depois de estrelar várias produções de baixo orçamento, a maioria
inéditas no Brasil.
Fome Animal (1992)
A primeira vez que eu
assisti a esse filme foi no saudoso Cine Band Trach. Nunca mais me esqueci do
verdadeiro banho de sangue que o filme proporciona, do agito da câmera
ensandecida, mas acima de tudo, o humor negro dos mais divertidos. Mesmo com um
baixo orçamento, Peter Jackson deitou e rolou fazendo esse filme, não poupando
nenhum pouco nas cenas de violência, sangue e bizarrice (como a cena de um
intestino vaidoso). Na época, nem imaginava quem era o diretor, muito pouco
imaginava que um dia ele filmaria uma das melhores trilogias do cinema de todos
os tempos (Senhor dos Anéis), mas é assim que os grandes diretores começam, por
baixo, mas com grande estilo.
Todo mundo quase morto
(2004)
Eu fico me perguntando se
George A, Romero sabia que, com a sua criação de A Noite dos Mortos Vivos,
geraria tamanhos frutos, tanto para inúmeros filmes com o mesmo tema, como
também inúmeros debates que esses filmes proporcionam. No caso da deliciosa
produção inglesa Todo Mundo Quase Morto, o filme não é somente uma mistura do
gênero terrir com os filmes de zumbis, mas sim uma critica sobre a alienação
das pessoas durante o dia a dia, no qual chegam a um ponto, que não precisaria
de um vírus ou outra coisa para se tornarem zumbis, pois eles próprios estão se
tornando isso. Belo exemplo é a fantástica cena do protagonista (Simon Pegg,
hilário) onde ele sai da casa, atravessa a rua, vai para a calçada e chega ao
mercado, sendo que durante o trajeto, a cidade já esta tomada de zumbis, mas
ele simplesmente não se dá conta, porque ele sempre faz todo o santo dia o
mesmo trajeto e esquecendo o que rola em volta. Infelizmente, o filme teve uma
distribuição infeliz para cá, chegando apenas em DVD, mas rapidamente
conquistou uma legião de fãs.
Zumbilândia (2009)
Todo mundo quase morto fez
escola, tanto que, o diretor estreante Ruben Fleischer, sempre deixou claro que
ao ver o filme inglês queria porque queria fazer algo parecido: um filme de
zumbis, mas embalado com bom humor, sem ser uma sátira. Inicialmente para ser
um piloto para uma serie de tv, o projeto acabou indo para o cinema e o
resultado é pra lá de positivo. O filme toca num assunto muito divertido, que
são as regras de sobrevivência num mundo de zumbis, algo que é sempre mostrado
em outros filmes de gênero, mas nunca dito. O quarteto central é um sucesso a
parte: Jesse Eisenberg (Rede Social) se sai bem como protagonista, narrador e o
que dita às regras. Woody Harrelson está mais do que a vontade fazendo o papel
de durão que, não da mole para morto vivo e por fim, Emma Stone e Abigail
Breslin defendem a ala feminina com honras. Atenção para a hilária participação
de Bill Murray que aqui faz ele próprio.
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