A Cinemateca
Capitólio exibe a partir do dia 14 de julho,
terça-feira, o ciclo Nas Garra de Chabrol,
com quatro obras emblemáticas de Claude
Chabrol, um dos fundadores da Nouvelle
Vague, incluindo seu longa-metragem de estreia, Nas Garra do Vício (1958). Realização da Coordenação
de Cinema, Vídeo
e Fotografia de Porto Alegre em
parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français, a mostra segue em exibição até o dia 26 de
julho. Os filmes A Visitante Francesa, de Hong Sang-soo e Almas
Silenciosas, de Aleksei
Fedorchenko, seguem em cartaz.
O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da
Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre,
proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
CLAUDE
CHABROL
Serão exibidos quatro
filmes de Claude Chabrol: Nas Garras do Vício (Le Beau Serge, 1958),
o longa-metragem de estreia, um marco inaugural pouco visto da Nouvelle Vague; Delegado Lavardin (Inspecteur Lavardin,
1986), uma habilidosa trama policial de sua elogiada fase dos anos 1980, Ciúme – O Inferno do Amor Possessivo
(L’Enfer, 1994), uma refilmagem do lendário e nunca finalizado projeto de
Henri-Georges Clouzot, e o político Mulheres
Diabólicas (La Cérémonie, 1995), com Isabelle Huppert e Sandrine
Bonnaire, considerado por muitos fãs a sua obra-prima. Todos os
filmes serão exibidos em 35mm.
Desde os anos de crítica
na revista Cahiers du Cinema, Chabrol defendia a renovação dos filmes de gênero
como uma das principais necessidades do cinema americano. As qualidades de um novo cinema policial que o
francês identificava em obras de cineastas como Otto Preminger, acabaram
pautando, pouco depois, sua própria trajetória cinematográfica: a sofisticação
da mise en scène, a fuga dos clichês no roteiro e a ideia de que o crime não deveria ser o
elemento central. Dizia em entrevistas: meu interesse não estava em desvendar
quebra-cabeças, mas em estudar o comportamento humano.
Dessa forma, a obra de
Chabrol atravessou décadas com inúmeras obras-primas. O diretor iniciou a
Nouvelle Vague no final dos anos 1950, se reinventou no final dos anos 1960 com
thrillers magníficos, documentou o modo de vida francês, dos centros urbanos às
pequenas cidades interioranas, quase sempre trabalhando a partir do cinema
policial, em tramas que revelavam segredos de crimes e assassinatos, mas também
sobre a cultura de seu país. Foi responsável, também, por alguns dos melhores
papéis de grandes atores e atrizes do cinema francês: Jean-Claude Brialy,
Bernardette Lafont, Stephane Audran, Michel Bouquet, Isabelle Huppert, Sandrine
Bonnaire, entre outros.
FILMES
NAS
GARRAS DO VÍCIO
Le Beau Serge (França
1958). De Claude Chabrol. Com Bernadette Lafont, Jean-Claude Brialy. Em preto e
branco/93’.
Convalescente, François volta
para Sardent, um vilarejo do rio Creuse, onde passou a infância. Ele reencontra
seu amigo Serge, que se tornou alcoólatra desde a morte de primeiro filho que
nascera com problemas. François fica penalizado com a brutalidade de Serge com
Yvonne, sua mulher, de novo grávida. Ele tenta em vão levar o amigo para o bom caminho.
Assim, quando Yvonne está para dar à luz sozinha, François sai à busca de Serge
e consegue trazê-lo para junto de sua mulher na hora em que põe no mundo seu
filho, um filho normal.
DELEGADO
LAVARDIN
Inspecteur Lavardin
(França 1986). De Claude Chabrol. Com Bernadette Lafont, Hermine Clair, Jacques
Dacqmine, Jean Poiret, Jean-Claude Brialy, Jean-Luc Bideau. Em cores/100’.
Raul Mons, escritor
católico muito famoso, leva uma vida pacata com sua mulher Helena, sua filha -
uma linda adolescente chamada Veronique - e o irmão de Helena, Claude Alvarez.
Certo dia, Raul Mons é encontrado morto, assassinado numa praia, totalmente nu,
com a palavra "porco" escrita sobre sua nádega. O delegado Lavardin é
enviado no local para fazer um inquérito sobre o crime.
CIÚME – O INFERNO POSSESSIVO DO
AMOR
L'Enfer (França 1994). De Claude Chabrol. Com Emmanuelle Béart,
François Cluzet, Thomas Chabrol. Em cores/100’.
Depois de comprar a "residência do Lago", Paul se casa com a
deslumbrante Nelly. Os negócios prosperam e a vida do jovem casal parece um
sonho. Contudo, Paul está cada vez mais tenso e irascível. Ele começa a tomar
soníferos e uma voz interior semeia a desconfiança. Paul torna-se ciumento e suspeita
que Nelly o esteja traindo. Seu desespero aumenta na mesma medida do exaspero
de Nelly. O sonho chega ao fim quando o ciúme de Paul degenera em paranóia
violenta e cruel. Refilmagem de Chabrol do famoso filme interrompido de
Henri-Georges Clouzot.
MULHERES DIABÓLICAS
La Cérémonie (França
1995). De
Claude Chabrol. Com Isabelle Huppert, Sandrine Bonnaire, Virginie Ledoyen. Em cores/111’
Discreta e calada, Sophie
é escolhida pela rica família Lalièvre para tomar conta de sua mansão e faz
amizade com a curiosa e intrometida Jeanne, dona do correio local. O problema é
que Jeanne tem inveja dos Lalièvre e arquiteta um plano para prejudicá-los.
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