Sinopse: Nicholas Hathaway
(Chris Hemsworth) é um ex-prisioneiro que é também um gênio da informática.
Liberado pela polícia para auxiliar em uma investigação, ele participa de uma
emboscada a uma rede de criminosos, que o faz viajar a Chicago, Los Angeles,
Hong Kong e Jacarta.
Embora seja conhecido como cineasta
de filmes de ação policial, Michael Mann não é um diretor americano dos mais
convencionais. Se formos analisar, ele pode até pegar um roteiro previsível para
se fazer um filme, mas dali sairá algo que vai contra as nossas expectativas.
Exemplos é o que não faltam: Fogo Contra Fogo, Miami Vice e Inimigos Públicos,
são títulos que nos surpreendem da maneira como ele filma e do percurso que a
trama irá tomar.
Em Hacker a situação não é nenhum
pouco diferente, pois embora seja uma trama, cujo seu eco soa familiar e nos
lembre outros filmes, Mann esta ali para ir contra a maré e tentar de todas as
formas nos pegar desprevenidos. Curiosamente,
o lado científico da informática fica bem em segundo plano, servindo apenas
como válvula de escape para mover os piões da trama. A partir do momento que
uma catástrofe nuclear acontece na China, se cria na realidade uma espécie de
filme policial que, por vezes, lembra muito a forma como se criava esse gênero nos
anos 70.
No instante em que o protagonista
Nicholas Hathaway (Chris
Hemsworth) se alia aos agentes liderados por Carol Barrett (Viola Davis), Mann
utiliza a sua câmera para tentar extrair o que ele e os demais personagens
pensam em cena e no que irão fazer em seguida. Basta pegarmos exemplos de cenas das
quais ele foca muito o rostos dos personagens principais, ou até mesmo quando
ele está filmando eles de costas, dando a entender como se ele estivesse nos
pedindo para prestarmos atenção com relação ao que os personagens estão
pensando, mesmo a gente não tendo uma visão da reação dos seus rostos.
Além disso, quando ocorrem
as cenas de ação, elas surgem do nada, em momentos em que (aparentemente)
existe uma calmaria. Quando elas acontecem, Mann cria ângulos inusitados com a câmera,
como se ele estivesse filmando um documentário e indo direto para ação dos
acontecimentos. Isso se aplica ainda mais quando a ação acontece na rua, aonde
o cineasta dá mais a entender que colocou a câmera no ombro e está correndo
junto com os atores, em momentos em que a cenas se encontram extremamente
estremecidas, como se ação fosse realmente real e o som dos tiros (muito
semelhante como em Fogo Contra fogo) fortalece isso.
Portanto é uma pena que,
embora com toda sua competência na forma de filmar, o cineasta não tenha
caprichado melhor na hora na escolha do seu elenco. Chris Hemsworth até que se
esforça bem como protagonista, mas ao mesmo tempo ele não lembra em nada um gênio
da informática e sua contratação está mais do que óbvia que foi uma maneira de
atrair público ao cinema. Outro ponto falho é a criação de um casal forçado na
trama, entre o personagem de Hemsworth e da atriz Tang Wei (Desejo e Perigo),
sendo que, juntos em cena, eles somente funcionam quando o restante do elenco
sai no final do segundo ato da trama (numa sequência imprevisível e explosiva).
Fracasso de público
nos EUA (estreando na época do mega sucesso Sniper-Americano), Hacker infelizmente não passou em nossos cinemas, tendo somente uma
exibição exclusiva na semana passada na P.F Gastal de Porto Alegre. Contudo, é
uma obra como as muitas de Michael Mann, que merecem uma segunda chance agora
em DVD. Um filme que foge do convencional e uma verdadeira aula de como se
filma uma trama que poderia correr o risco de soar como qualquer outra.
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