Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do
curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado
pelo CENA UM e ministrado pelo jornalista Leonardo
BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo
tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como
sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.
IRMÃS DIABÓLICAS
Sinopse: Danielle
(Margot Kidder) é suspeita de ter assassinado seu namorado. Aparentemente, ela
foi vista cometendo o crime pela sua vizinha e repórter Grace (Jennifer Salt).
No entanto, as investigações se complicam quando é revelado que Danielle tem
uma irmã siamesa, que pode estar envolvida com o episódio.
Até
a pouco tempo, eu acreditava que Brian de Palma começou a filmar que nem Alfred
Hitchcock a partir do filme Vestida para Matar. Mas essa obsessão do cineasta
pelo mestre do suspense já vinha de muito antes, mais precisamente em 1973, com
o seu pequeno filme Irmãs Diabólicas. A trama é sobre assassinato, envolvendo
duas irmãs siamesas problemáticas (Margot Kidder), mas isso serve somente como
estopim, para que De Palma possa criar uma trama, cujas peças chaves já até vimos
em outros filmes conhecidos de Hitchcock (desde Psicose há Janela Indiscreta).
Com isso, quando começam a surgir esses momentos, já temos uma noção do que irá
acontecer no final, que felizmente, isso é contornado pela direção eficaz do
cineasta, que se por um lado lembra às vezes Hitchcock, por outro ele consegue
inovar: a cena em que a vitima da trama tenta pedir socorro em uma janela é digno
de nota, pois De Palma cria um verdadeiro jogo de câmera, onde em alguns
momentos, vemos a tela dividida e presenciamos a mesma situação em perspectivas
diferentes.
Para
minha grande surpresa, foi ver Margot Kidder (a eterna Lois Lane de Superman de
78) num papel com tantas camadas complexas e que não teve como eu não deixar de
me lembrar dos problemas de saúde e mentais que ela teve no decorrer dos anos e
que infelizmente a impossibilitou de crescer ainda mais na carreira.
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