Sinopse: Adaptação do livro "Alfred Hitchcock And The Making Of
Psycho". Retrata
os bastidores do clássico do suspense Psicose (1960), com foco no romance entre
o diretor Alfred Hitchcock (Anthony Hopkins) e sua esposa e parceira Alma
Reville (Helen Mirren).
Se hoje curtimos certos filmes,
em que o primeiro nome que vem à mente é do próprio diretor, muito se deve isso
a Alfred Hitchcock, pois ele é considerado um dos primeiros autores na direção,
no qual colocava sua visão pessoal de fazer filmes na tela do cinema. Sua
filmografia é vasta, na maioria positiva e que fez escola: Brian de Palma (Dublê
de Corpo, Vestida para Matar) é talvez o melhor exemplo e o mais bem lembrado
de todos, pois o seu modo de filmar lembra bastante os métodos de filmagens mestre
do suspense. Atualmente, o diretor é mais conhecido do que nunca, mesmo depois de
mais de trinta anos após sua morte e, portanto era questão de tempo que
houvesse um filme que retrate (em parte) a sua vida.
Baseado no livro "Alfred
Hitchcock And The Making Of Psycho", o filme explora um pouco os
bastidores das filmagens, daquele que seria um dos seus maiores sucessos
(Psicose), mas diferente do que muitos imaginam, o filme se concentra mais na
relação do cineasta com a sua esposa Alma Reville (Helen Mirren, competente
como sempre). Se por um lado isso possa parecer um tanto que frustrante, do
roteiro não se concentrar no dia a dia das filmagens, por outro somos brindados
pelo bom desempenho do casal: Anthony Hopkins cada vez melhor, depois do seu
retorno da aposentadoria e aqui finalmente parece se afastar da imagem do seu
mais famoso personagem (Hannibal Lecter). Hopkins interpreta com elegância esse
ícone da sétima arte, onde até mesmo imita os trejeitos que ele possuía, embora
o nariz empinado incessante do ator tenha me incomodado um pouco, assim como a
sua maquiagem pesada, que visivelmente lhe incomodava.
Mas é Helen Mirren que da o
show de interpretação e honra com justiça uma peça chave do sucesso do cineasta
que foi Alma Revile. Sem ela, Hitchcock talvez não tenha tido o mesmo sucesso
que teve, pois Alma dava as suas sugestões certeiras, tanto no roteiro como na
montagem e Mirren passa essa sensação de que ela foi realmente à muleta de
ajuda do diretor. Com isso, o roteiro mostra essa parceria em desequilíbrio, no
momento em que Alma decide ajudar na criação de um roteiro para outro
roteirista, despertando então um ciúme escondido do cineasta, que ao mesmo
tempo começa a enfrentar os seus demônios interiores. Falando neste ultimo, é
um momento em que o filme aproveita, mas logo vai sendo esquecido, sendo que
muitos se perguntam para onde foi parar.
Em vez de terem se
concentrado em algo que seria dispensável em seguida, deveriam então ter
explorado mais os coadjuvantes, sendo que a maioria deles está muito bem: Scarlett
Johansson surpreende pela caracterização perfeita de Janet Lee, assim como
James D'Arcy, uma reencarnação perfeita de Anthony Perkins, numa cena que
sintetiza muito bem o do porque de Hitchcock ter escolhido ele para um
personagem tão complexo. Os poucos momentos que esses personagens secundários
surgem em meio à retratação das filmagens do filme, são dignos de nota (a
reconstituição de como foi à filmagem do chuveiro é perfeita) e que nos faz
lamentar mais ainda pelo fato da produção não ter se concentrado nestes
momentos. Curto, redondinho e com um final que nos brinda com uma cena
deliciosa, onde o cineasta se diverte e se satisfaz com o resultado final de
sua cria, mas que ao mesmo tempo, a trama termina de um modo bem previsível e
com um verdadeiro clima de final de novela. Se não fosse por esses altos e
baixos, o filme faria jus à imagem do mestre do suspense, mas no final das
contas é uma pequena homenagem e sem muitas pretensões.
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