Fatos verídicos e momentos surreais se mesclam para se criar uma fabula contemporânea
Sinopse: Cinebiogradia do músico francês Serge Gainsbourg que cresce em Paris na década de 1940 quando era ocupada pelos nazistas. O filme passa ainda pela época de sucesso (1960) até sua morte em 1991.
Normalmente a transição de roteiristas e desenhistas de HQ para uma cadeira de diretor de cinema, por vezes não rendem bons frutos (vide Frank Miller com seu Spirit), mas Joan Star pode se tornar a mais bela e nova exceção. Vindo de uma carreira de mais de 20 anos no mundo dos quadrinhos por lá, Star tem seu primeiro grande filme como diretor cinema em Gainsbourg - o homem que amava as mulheres, produção que retrata em forma de fabula, os altos e baixos do cantor Françes Serge Gainsbourg. Em forma de Fabula, porque Star, desde o inicio dos créditos, retrata a historia do cantor em uma forma cartunesca, surreal, por vezes bem humorada e que não esconde suas origens do mundo das HQ, principalmente quando entra em cena o “outro eu” do protagonista, em forma caricatura dele mesmo, que por vezes age como sua consciência ou simplesmente o lado inocente de Gainsbourg que desperta sempre. Esse personagem, ilusório alias, é magistralmente interpretado pelo ator de Doug Jones que fez dentre outras coisas o fauno no filme O Labirinto do Fauno e antes mesmo de eu saber disso, já sabia que era ele pelos seus trejeitos e voz bem reconhecíveis.
A produção também foi feliz na escolha dos atores e Éric Elmonsino é a alma do filme. Nunca vi realmente o cantor da vida real, mas há quem diga que Elmonsino é idêntico a ele, tanto fisicamente, como na forma que o retratava e 90% do filme vão com tudo nas costas do ator, mas ele soube administrar muito bem atuando com uma naturalidade excêntrica e, desde já, esta entre as melhores interpretações que vi neste ano. Entretanto, o elenco secundário não fica atrás e Laetitia Casta da um show, nos poucos momentos em que aparece em cena, interpretando a musa Brigitte Bardot que foi uma das muitas mulheres que passaram na vida do cantor. Já Lucy Gordon (Bonecas Russas) atua nos momentos de alegria e tristeza da vida do protagonista, interpretando a cantora inglesa Jane Birkin que tentou de todo o custo colocar um pouco de juízo na vida de Gainsbourg.
Com uma bela fotografia e edição de arte que retrata de forma distintas certas épocas da França, Gainsbourg - o homem que amava as mulheres é a mais nova grata e boa surpresa vinda de lá, e com o sucesso desse filme, Joan Star pode muito bem realizar seu sonho de adaptar para o cinema uma de suas series de HQ de maior sucesso da França, O Gato do Rabino
Curiosidades: Esta não foi a primeira tentativa de se fazer um filme sobre a vida de Serge Gainsbourg, mas somente em 2010 a família permitiu que algo fosse feito na linha de "conto de fadas" criado por Sfar, que a pedido da família não revelou alguns segredos.
A atriz Laetitia Casta (Asterix e Obelix Contra César) fez comentários maldosos para o diretor sobre o professor de dança que ela teve para fazer a cena sexy de Brigitte Bardot na canção "Comic Strip";
4 comentários:
Preciso ver esse filme.
Tenho certeza que gostarei desse filme. O Gainsbourg era fenomenal.
O Falcão Maltês
Eu confesso que sou fã do universo musical de Serge Gainsbourg, para tanto, preciso conferir essa cinebiografia. Não sabia mesmo. O ótimo detalhamento do teu texto me deixou com os sentidos mais curiosos, eu diria.
Belissimo blog, o teu, abraço!
Finalmente te linkei ao meu e te sigo aqui.
Assista Cristiano que você não irá se arrepender
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