Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Gatsby decide passar um fim de semana em Nova York ao lado de Ashleigh, sua namorada. Aspirante a jornalista, Ashleigh conhece o diretor de cinema Roland Pollard, que a convida para a exibição de seu mais recente trabalho. Gatsby, por sua vez, encontra Chan, a irmã mais nova de sua ex-namorada.
Woody Allen criou ao longo de sua carreira uma filmografia que nada mais é do que uma retrato de sua pessoa. Entre humor, neuroses e polêmicas, colecionou fãs, detratores, mas nunca se desvencilhando de sua real essência. Após anos rodando filmes ao redor do mundo, o cineasta retorna no coração de Nova York para realizar uma típica comédia romântica com a sua marca registrada no filme "Um Dia de Chuva em Nova York”.
O filme conta a história dos jovens Ashleigh (Elle Fanning) e Gatsby, interpretado pelo ator Timothée Chalamet do filme "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017), que formam um casal que planeja uma viagem romântica a Nova York. Porém, quando chegam no local, os planos mudam, pois Ashleigh descobre a possibilidade de fazer uma entrevista com o famoso diretor de cinema Roland Pollard (Liev Schreiber), e Gatsby acaba encontrando a irmã de uma antiga namorada, interpretada pela atriz Selena Gomez do filme "Vizinhos 2" (2016) . Ao longo do passeio, Ashleigh e Gatsby descobrem novas paixões e oportunidades incomuns.
Embora em um primeiro momento a gente sinta uma espécie de déjà vu na trama, é bom ver Woody Allen livre, leve e solto no cenário em que ele construiu a sua carreira como um todo. A trama, por vezes, se torna um mero pretexto para revisitarmos os pontos turísticos da cidade e fazendo a gente se relembrar de seus grandes clássicos que foram como, por exemplo, "Manhattan" (1979). Ao mesmo tempo, ao longo da projeção, testemunhamos inúmeros personagens surgindo em cena e que nada mais são do que alter ego do cineasta.
A partir do momento que Gatsby e Ashleigh pisam na cidade, testemunhamos figuras não interpretadas por Woody Allen, mas cujas as palavras desses personagens falam por ele. Aliás, são por eles que testemunhamos os dilemas que o cineasta sempre enfrentou na carreira, desde a neuroses com os relacionamentos complexos, crises criativas e alguns casos não correspondidos. Se por um lado Liev Schreiber nos apresenta um Woody Allen somente em sua superfície, por outro, Jude Law se diverte ao encarnar um Woody Allen digno e dos velhos tempos.
Mas são através dos personagens Timothée Chalamet e Elle Fanning que o filme se envereda por situações que se tornam uma verdadeira montanha russa. Caminhando pelo universo do sucesso das celebridades, ambos os personagens terão que encarar os seus próprios sentimentos e cuja as suas escolhas podem leva-los a um caminho sem volta. O resultado são situações pra lá de hilárias, onde o cineasta consegue nos passar uma crítica até mesmo ácida sobre o universo dos famosos, onde alguns casos se tornam celebridades instantâneas devido a corrida pelo lucro.
Curiosamente, constatamos que Woody Allen possui uma total afinidade na direção desses jovens atores e provando que eles têm muito ainda a nos oferecer futuramente. Porém, isso não significa que a velha guarda fique de fora e o cineasta nos brinda com uma cena digna de nota, protagonizada pela atriz cherry jones e que havia sido vista recentemente no filme "A Festa" (2017). Atriz pode até não ser indicada ao Oscar por essa cena, mas saímos da sessão com o seu momento na cabeça.
"Um Dia de Chuva em Nova York" é Woody Allen dos velhos tempos, mesmo quando os detratores irão dizer ao contrário.
Cine Esquema Novo 2019 – Arte Audiovisual Brasileira ocorre de 21 a 27 de novembro na Cinemateca Capitólio Petrobras
São quatro mostras, Rodadas de Negócios, duas oficinas e seminário que integram a programação do evento, que em 2019 chega a sua 13ª edição. A Mostra Competitiva Brasil abre sua programação às 18h30 com os filmes Thinya, de Lia Letícia, Sem Título # 5: A Rotina terá seu Enquanto, de Carlos Adriano e a performance inédita do Duo Strangloscope, Aymberê, que integra uma trilogia iniciada em Carcará,apresentada em 2018 em mostra assinada pela dupla catarinense. A obra é realizada através de multiprojetores analógicos com acompanhamento de som digital ao vivo que reúne materiais de filmes alterados, pintados, riscados com a temática dos povos originários contra as injustiças sociais que nos acometem desde os tempos do "descobrimento" do Brasil até hoje.
A Mostra Competitiva Brasil apresenta 33 obras, 28 delas exibidas em sala de cinema, uma performance na Cinemateca Capitólio Petrobras e quatro vídeo instalações expostas no Goethe-Institut Porto Alegre, correalizador do CEN 2019. Temáticas como feminismo, empoderamento e representatividade negra, política atual, colonialismo, questões indígenas, pertencimento, memória, imigração, identidade queer, acessibilidade, entre outras, pautam os títulos selecionados de dez Estados brasileiros e quatro produções assinadas por brasileiros realizadas no exterior (ou em coprodução internacional). A Mostra Competitiva Brasil premiará ao final do evento o Grande Prêmio Cine Esquema Novo 2019, com um troféu assinado por Luiz Roque, criado especialmente para o CEN, além de prêmios em serviços da Locall, KF Studios, TECNA/PUCRS e Fluxo-Escola de Fotografia e Cinema. O júri deste ano é composto pela realizadora Camila Leichter, a crítica de arte e curadora Gabriela Motta e o ator e diretor Silvero Pereira.
“Neste amplo panorama da recente produção autoral e independente do país, fica bastante claro que será uma edição extremamente posicionada e política”, afirmam os curadores que assinam a seleção, Gustavo Spolidoro, Jaqueline Beltrame, Ramiro Azevedo e Vinicius Lopes.A lista integra títulos como A cristalização de Brasília, de Guerreiro do Divino Amor, artista contemplado com o Prêmio Pipa 2019 e que participa pela segunda vez do festival; Swinguerra, produzido para representar o Brasil na 58ª Bienal de Veneza e Rise, vencedor de melhor curta-metragem da Berlinale em 2018, ambos de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, também poderão ser conferidos pelo público do CEN 2019. A brasiliense, radicada no Recife, e o alemão, também baseado na capital pernambucana, são conhecidos por pesquisarem as complexas relações entre manifestações culturais populares, identidade, corpo e gênero.
A programação completa está disponível no site clicando aqui.
Sinopse: Moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável e pelo uso abusivo de crack. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos prestes a ser extinto.
"Era o Hotel Cambridge" (2017) falava de imigrantes e sem tetos que conviviam em harmonia em um prédio abandonado em São Paulo. Porém, a qualquer momento, eles seriam expulsos a mando do governo. Transitando entre realidade e ficção, o filme foi um retrato cru sobre o posicionamento fascista do estado perante pessoas que desejam continuar vivendo e tendo o seu humilde teto. Em tempos cada vez mais fascistas, onde existe um conservadorismo completamente hipócrita, cada vez mais se tem notícias de pessoas pobres que sofrem pelos cortes sociais e que eram o único meio de se manterem na linha. Pessoas viciadas em drogas, bebida e que vivem na rua, ao menos, conseguem ajuda de samaritanos que, mesmo com o pouco que tem, ainda tentam ajudar em tempos críticos. "Diz a Ela Que Me Viu Chorar" trata mais ou menos disso, onde testemunhamos uma espécie de torre de Babel de inúmeras figuras vindas de uma realidade sofrida, mas que o governo autoritário insiste em ignora-las. Dirigido por Maíra Buhler, do filme "A Vida Privada dos Hipopótamos" (2015), o filme desvenda o dia a dia dos excluídos, por mais que suas trajetórias possam ter sido distintas uma da outra, o destino de todos eles acabam sendo semelhantes ao ser refém do próprio vício. Confinados em um prédio localizado em São Paulo, um grupo de viciados em crack luta para reconstruir a própria vida enquanto passa pela difícil fase da desintoxicação. Enquanto alguns encaram a situação com bom humor e otimismo, outros já viram dias melhores. Maíra Buhler procura quase nunca se interagir com os principais personagens que surgem na tela, mas sim para que eles ajam naturalmente e assim testemunharmos o dia a dia deles da forma mais verossímil possível. Com isso, testemunhamos situações até mesmo imprevisíveis, das quais não estavam no script, mas que aconteceram porque isso é o mundo real deles. Ao vermos, por exemplo, alguém quase sendo morto durante uma briga no corredor do prédio, constatamos que aquelas pessoas vivem dentro de uma panela de pressão, pois todos os dias enfrentam os seus próprios demônios internos e para assim conseguirem a sua redenção. Apesar da diretora não interagir, alguns personagens acabam se abrindo na frente da câmera, para assim contarem um pouco de suas histórias, mesmo que alguns ali omitem algumas fases de suas encruzilhadas pela vida. Temos, por exemplo, um morador que filosofa olhando para câmera, onde tenta extrair poesia de sua própria vida sofrida e assim conseguir algum significado naquela realidade, por vezes, distorcida. Em contrapartida, há momentos de até mesmo de humor, quando vemos um rapaz se declarar descontroladamente por alguém através do telefone, mas logo em seguida constatarmos que aquilo era algo muito além do havíamos testemunhado no princípio. Os relacionamentos vistos na tela, por sua vez, são uma forma daqueles personagens abraçarem a única forma de mantê-los vivos, mesmo com toda ajuda que eles recebem daqueles samaritanos que se ofereceram para ajuda-los. Porém, em sua reta final, constatamos que os próprios habitantes daquele lugar se encontram em um beco sem saída e os créditos finais nos faz ficar com um aperto na garganta. Ao cortar os recursos de ajuda para essas pessoas no centro de São Paulo, constatamos que João Doria é mais um de muitos dessa direita que não entende nada sobre como ajudar o povo, mas sim tendo somente a intenção de joga-los todos no esquecimento. "Diz a Ela Que Me Viu Chorar" é um retrato cru de um povo excluído pelo governo, mas que sempre ouvimos a todo momento ao pedirem por socorro.
Sinopse: No Rio de Janeiro dos anos 1950, Guida e Eurídice são cruelmente separadas, impedidas de viverem os sonhos que alimentaram juntas ainda adolescentes.
Embora com certos avanços atualmente é notório que, em pleno século vinte um, as mulheres ainda sofrem preconceito, abuso e autoritarismo vindo justamente do seu próximo. Se isso é percebido em tempos atuais imagine então em tempos mais conservadores, onde já se havia um discurso hipócrita em defesa e a honra da família. "A Vida Invisível" não é somente um tapa na cara ao testemunharmos essa realidade, como também nos dá um fiapo de esperança mesmo quando ela se encontra perdida.
Dirigido por Karim Aïnouz, o mesmo diretor de "Praia do Futuro" (2014) e baseado em “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha, a trama se passa no Rio de Janeiro, anos cinquenta, onde conhecemos Eurídice, interpretada por Carol Duarte, uma jovem talentosa, mas bastante introvertida, enquanto a sua irmã Guida, interpretada pela atriz Julia Stockler, é o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma pianista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor com Antenor (Gregório Duvivier).
É já no primeiro minuto de projeção que Karim Aïnouz nos deixa bastante claro que as duas irmãs protagonistas enfrentarão um inferno em suas encruzilhadas particulares e das quais faram com que fiquem separadas ao longo de suas vidas. Já nas primeiras cenas, por exemplo, sentimos uma química em ambulância entre as duas atrizes, fazendo com que sintamos simpatia pelo carinho em que as suas personagens sentem uma pela outra. A partir do momento em que ambas se separam devido as suas forçadas escolhas, é então que constatamos o quanto as personagens eram ligadas, pois nos passa a sensação de que ambas perderam um pedaço delas mesmas.
A partir daí, elas sentem na pele quando se entregam ao universo dos homens, que aqui retratados não passam de seres autoritários, egoístas e que se acham no poder de fazer o que bem entenderem. Embora a trama se passe nos anos cinquenta, curiosamente, não há aquela típica fotografia de cores quentes que sintetize uma época mais dourada, mas sim um clima mórbido, sombrio e nenhum pouco acolhedor. É nesse cenário, portanto, que ambas sofrem situações parecidas, mesmo estando separadas, onde as investidas dos homens mais parecem estupros e dos quais só acontecem para satisfazerem as suas necessidades.
Em uma realidade tão opressiva, o que resta para ambas é se dedicarem ao que melhor elas fazem. Enquanto Guida demonstra força para trabalhar em um cenário nu e cru, sua irmã Eurídice, por sua vez, se dedica a sua paixão pelo piano, para não enlouquecer em um casamento arranjado e cujo seu marido não passa de um projeto de homem perfeito inacabado. É preciso destacar nesses momentos atuação da atriz Carol Duarte, cujo o olhar de sua personagem transita entre a lucides e a loucura e nos brindando com uma grande atuação em cena.
É preciso destacar também que, embora os homens não passem de seres repulsivos dentro da trama, outros fatores contribuem para que essa realidade se torne ainda mais opressora. Em um país em que a palavra religiosa dita as regras, isso acaba se criando um estado burocrático e do qual não dá nenhum recurso para o indivíduo continuar sobrevivendo. O resultado é um cenário em que as mulheres sobrevivem com que tem em mãos e pela ajuda que recebe do seu próximo mesmo quando as vezes isso se torna em vão.
Logicamente, ficamos ao longo da projeção torcendo pela união das duas novamente, mesmo quando a gente sabe no fundo que isso não acontecerá facilmente. Em uma cena do restaurante, por exemplo, constatamos o quanto elas estavam próximas uma da outra, mas o destino tinha outros planos para elas. A cena, aliás, é digna de nota, pois um suspense não é preciso do uso da violência, mas sim na elaboração de elementos para que nos provoque uma ansiedade verdadeira.
O ato final acaba se tornando um soco no estômago para nós que esperávamos alguma redenção para ambas as protagonistas. Em contrapartida, o filme nos ensina que, por mais que convivemos com uma realidade opressora e mentirosa, por fim, a verdade sempre virá à tona. Portanto, não deixa de ser simbólico a participação mais do que especial e Fernanda Montenegro nos momentos finais do filme e cuja a sua participação é uma mensagem de força e resistência nestes tempos em que tentam nos oprimir, mas que nós não iremos nos calar.
"A Vida Invisível" é sobre a força, amor e a vida de duas mulheres contra o machismo e de uma realidade moldada por um conservadorismo hipócrita e venenoso.
A Sala Redenção – Cinema Universitário tem uma programação que vai privilegiar a quebra de tabus e discussões acerca dos conflitos raciais, na semana de 18 a 22 de novembro. Nos dias 19 e 21 de novembro, às 9h, o professor Nilo Castro, do Colégio de Aplicação da UFRGS, traz os seus alunos e convida o público externo para sessão com debate do filme Infiltrado na Klan, do mestre Spike Lee. O longa retrata a repressão policial contra a população negra nos anos 1970 e mostra os bastidores da Ku Klux Klan, a principal organização racista e de extrema-direita dos Estados Unidos.
Outro ponto alto da semana será no dia 20 de novembro às 19h com a Sessão Inovação nas Telas. A produção trazida para debate será Invictus, dirigido por Clint Eastwood. O roteiro gira em torno da equipe de rugbi da África do Sul na copa do mundo da modalidade nos anos 1990, pós-Apartheid. A tensa relação entre brancos e negros no time e no país é o principal tema do enredo. Como sabemos, os Springboks ganharam o torneio em 1995, em um dos momentos mais felizes daquela nação nas últimas décadas. Nelson Mandela, à época, recém havia sido empossado como presidente.
Além dos filmes que discutem os conflitos raciais do século passado, o Comitê UFRGS do Movimento He for she promove sessão especial com debate sobre o documentário O Silêncio dos Homens. A produção dialoga sobre as emoções e tabus relacionados à saúde masculina, ocultados pelo machismo.
Confira a programação completa no site oficial clicandoaqui.
Sinopse: O enredo destrincha o crime organizado nos Estados Unidos sob a perspectiva de Frank Sheeran, um veterano da Segunda Guerra Mundial.
Adam
Sinopse: A viúva Abla dirige uma modesta padaria em sua casa em Casablanca, onde vive com sua filha de oito anos Warda. Sua rotina é interrompida pela chegada de Samia, uma jovem grávida procurando por emprego e moradia.
As Panteras
Sinopse: Sabina Wilson (Kristen Stewart), Jane Kano (Ella Balinska) e Elena Houghlin (Naomi Scott) embarcam numa perigosa missão global, a fim de impedir que um novo programa de energia se torne uma ameaça para humanidade.
Dora e a Cidade Perdida
Sinopse: A aventureira Dora rapidamente se vê liderando o macaco Botas, o primo Diego, um misterioso habitante da selva, seus pais e um grupo de adolescentes em uma aventura para resolver um mistério impossível por trás de uma cidade perdida de ouro.
Estaremos Sempre Juntos
Sinopse: Três anos depois dos acontecimentos relatados em "Pequenas Mentiras Entre Amigos", o grupo de amigos reencontra-se, pela primeira vez desde essa altura, agora por ocasião da festa de anos surpresa de Max.
Ford vs Ferrari
Sinopse: a incrível história real do visionário designer automotivo americano Carroll Shelby (Damon) e do destemido piloto britânico Ken Miles (Bale). Juntos, eles lutaram contra o domínio corporativo, as leis da física e seus próprios demônios.
Invasão ao Serviço Secreto
Sinopse: Dedicado e sempre focado em seu trabalho, o agente do Serviço Secreto Mike Banning vê sua vida mudar completamente da noite para o dia ao ser acusado de conspirar para o assassinato do presidente dos Estados Unidos.
Veja também: 'Diz a Ela Que Me Viu Chorar' e 'ZOUGUE NAZARÉ' entram em cartaz no Cinebancários.
Após ser consagrado em festivais internacionais, filme brasileiro escolhido para concorrer a uma vaga nos indicados de melhor filme internacional no Oscar 2020 estreia no circuito nacional em Novembro
A VIDA INVISÍVEL estreia no dia 21 de novembro no CineBancários nas sessões das 17h e das 19h30. Com distribuição conjunta da Sony Pictures e Vitrine Filmes, o sétimo longa-metragem da carreira Karim Aïnouz vem conquistando prêmios importantes nos principais festivais do mundo, como o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes – inédito na história do cinema brasileiro –, além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.
Exibido no Toronto International Film Festival para uma plateia com importantes nomes do cinema mundial, como a atriz francesa Isabelle Huppert, o filme teve longos minutos de aplausos ao final da projeção. Foi exibido também em sessão de gala no Zurich Film Festival, na Suíça. No Festival Internacional de Valladolid, na Espanha, o longa ganhou quatro prêmios, incluindo Melhor Atriz para as protagonistas Carol Duarte e Julia Stockler, o prêmio da crítica internacional, o FIPRESCI, além do Sociograph, prêmio destinado ao filme que mais impactou a audiência, através de um dispositivo que mede as reações do público durante a exibição.
Na França, o filme levou o Prêmio do Júri e o Prêmio da Crítica Francesa no Festival Biarritz. Enquanto isso, na Macedônia, ganhou o principal prêmio (Golden Camera 300 para Hélène Louvart) no Manaki Brothers Film Festival, destinado à fotografia cinematográfica.
A VIDA INVISÍVEL, que ganhou sua primeira exibição nacional na abertura do último Cine Ceará, foi o escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Em outubro, o filme ainda será exibido nos festivais Mill Valley, em São Francisco, e o Aspen Film Festival, no Colorado, e no BFI London Film Festival. Esses festivais concentram grande número de votantes do Oscar e dá início à campanha para a premiação em Los Angeles.
A VIDA INVISÍVEL terá distribuição nos EUA pela Amazon Studios e já foi vendido para mais de 30 países, incluindo Grécia; França; Polônia; China; Hungria; Eslovênia; Croácia; Luxemburgo; Bélgica; Holanda; Sérvia; Argélia; Egito; Irã; Israel; Jordânia; Líbia; Marrocos; Emirados Árabes; Reino Unido; Portugal; Itália; Coréia do Sul; Rússia; Cazaquistão; Ucrânia; Taiwan; Suíça; Espanha e Turquia.
O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, A VIDA INVISÍVEL é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas". O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para "intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante".
Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu A VIDA INVISÍVEL como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o "eletrizante e emocionante" filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. "Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa", prevê o crítico, que adverte: "É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais".
O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado "um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Internacional".
Livre adaptação do romance de Martha Batalha, A VIDA INVISÍVEL é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.
SOBRE O FILME
Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra apresenta nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.
"Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação - e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração", conta o diretor.
"Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam ido embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo - elas eram as protagonistas", recorda Aïnouz. "O que me levou a adaptar A VIDA INVISÍVEL foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as de mulheres da geração da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema", completa.
Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.
"Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo e brasileiro? Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta", pondera.
A colaboração de Rodrigo Teixeira com Karim começou nas origens do projeto. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor pensou imediatamente no diretor, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.
"Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade", explica Teixeira. "Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potencial melodrama a ser adaptado. Eu e Karim colaboramos há mais de 15 anos e fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a fazer outro filme juntos", continua o produtor.
As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar com um príncipe encantado e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.
Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.
A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros. A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, da diretora Maren Ade, indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.
SINOPSE
Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.
FICHA TÉCNICA
Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fügen
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos: Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-Polonowski, André Novis Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem: Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil
SOBRE O DIRETOR
Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Aïnouz fez mestrado em Teoria e História do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado e celebrado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível’, tem previsão de lançamento no dia 21 de novmebro de 2019. Para a televisão, codirigiu com Sergio Machado a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes emFortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.