Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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NOVO FILME DE LICÍNIO
AZEVEDO GANHA SESSÃO ESPECIAL NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
Nesta segunda-feira,
04 de junho, às 19h30, acontece na Cinemateca Capitólio Petrobras a pré-estreia
do longa-metragem Comboio de Sal e Açúcar, de Licínio Azevedo, um dos diretores
mais importantes da história do cinema de Moçambique. Após a sessão, o diretor
participa de um debate com Nosta Mandlate, Mestre em Ciência Política pela
Universidade Católica Moçambicana e Doutoranda em Sociologia na UFRGS, e com o
pesquisador e crítico de cinema Pedro Henrique Gomes. O valor do ingresso é R$
16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
COMBOIO DE SAL E
AÇÚCAR
Portugal – Brasil –
França – África do Sul – Moçambique
2016 – 93 minutos -
DCP
Direção: Licínio
Azevedo
Distribuição: Livres
Filmes
Moçambique (1988) em
plena guerra civil. Um trem que liga Nampula, estado situado ao norte junto ao
oceano Indico, ao Malawi é a única esperança para centenas de pessoas dispostas
a arriscar a própria vida numa viagem para garantir sua subsistência. Baseado
em um livro escrito pelo próprio diretor.
Cineasta, produtor e
escritor gaúcho radicado em Moçambique desde 1975. Licínio Azevedo trabalhou no
Instituto Nacional de Cinema (INC), acompanhando realizações de Ruy Guerra e
Jean-Luc Godard. Orientou um programa de televisão seminal denominado Canal
Zero, no Instituto de Comunicação Social de Moçambique. Fundou uma empresa de
produção cinematográfica chamada Ébano Multimédia. Seus diversos documentários
foram premiados em todo o mundo. Em 1999, Azevedo recebeu um prêmio da FUNDAC
(Fundo para o Desenvolvimento da Arte e Comunicação) pelo conjunto de sua obra.
NOTA: O filme será exibido na próxima terça feira (05/06/18), as 19horas na Sala Redenção, Capus Central UFRGS.
sinopse: No início um crime é cometido e uma voz em off começa a narrar que tudo começou quando Joe Gillis (William Holden), um roteirista fugindo de representantes de uma financeira que tentava recuperar o carro por falta de pagamento e se refugia em uma decadente mansão, cuja proprietária, Norma Desmond (Gloria Swanson), era uma estrela do cinema mudo. Quando Norma tem conhecimento que Joe é roteirista, contrata-o para revisar o roteiro de Salomé, que marcaria o seu retorno às telas. O roteiro era insuportável, mas o pagamento era bom e ele não tinha o que fazer. No entanto, o que o destino lhe reservava não seria nada agradável.
Hollywood é alvo direto desse filme, onde se faz uma verdadeira critica a essa indústria do entretenimento, onde deixa a carreira da pessoa no auge, mas depois o mastiga e deixa ao esquecimento. Isso o que acontece com os personagens principais da trama, principalmente para Norma Desmond, interpretada magistralmente pela atriz Gloria Swanson que, curiosamente, tem algo de muito em comum com a personagem, já que ambas eram da época do cinema mudo e foram esquecidas com o tempo. Sempre quando a atriz surge com o seu personagem ela simplesmente rouba a cena, com o seu jeito de louca excêntrica e ao mesmo tempo esperançosa, acreditando completamente que irá voltar a fazer filmes.
Destaco também a convincente interpretação de William Holden, no modo como ele vai sendo envolvido por Norma é fabuloso. Talvez o único defeito do filme seja um pouco sua previsibilidade, mas o diretor em nenhum momento se mostra interessado em esconder o que vai acontecer, principalmente pelo início do filme, que já cria todo o clima pesado que a história propoe e já prepara o público para algo pior (o filme começa pelo final), que está por vir. O grande trunfo da história está mesmo no seu desenvolvimento perfeito e na denúncia grave do lado podre de Hollywood, que Wilder já enxergava bem à frente de seu tempo.
Fato curioso também é a participação do personagem, o empregado Max, interpretado pelo ator e diretor Erich von Stroheim, ele foi por algum tempo diretor de filmes mudos, mas acabou fracassando na carreira. O diretor Wilder o chamou para ser o mordomo da personagem e que, curiosamente, tanto o passado do personagem como do ator na vida real ambos também tem muito em comum.
Claro que todo bom clássico tem suas cenas clássicas, destaco o início, onde vemos o personagem de William Holden já morto na piscina e começa a contar a sua história do porque estar ali. O espectador, é claro, é pego imediatamente pela previsibilidade, sabendo que o protagonista da trama irá morrer no final, mas como ele chega ali? Porque foi morto? Essas perguntas e mais outras são respondidas ao longo da projeção até o seu epilogo, que é trágico, triunfante e, talvez para mim, uma das imagens mais perturbadoras que eu já vi na história do cinema. Uma prova de que como Wilder era um diretor a frente do seu tempo, pois simplesmente estava dando uma mordida na mão que o alimentava com esse filme.
Antes que eu me esqueça, uma curiosidade: Cecil B. DeMille diretor de grandes épicos como Os Dez Mandamentos, fez uma participação especial como ele mesmo, na parte onde ele está filmando em estúdio o filme Sanção e Dalila e acaba recebendo a visita da Norma Desmond, acreditando que ele lhe dara uma nova chance para retornar ao cinema.
Enfim, assim como Cidade dos Sonhos (2001), Wilder criou uma obra máxima que mostra todo esse lado podre de Hollywood, e por mais que alguns quisessem que o filme caísse no esquecimento, o público e a crítica jamais se esqueceu dessa obra máxima que colocou o dedo no nariz e disse: "Você me da tudo e depois tira tudo de mim"... Essa para mim é a melhor frase que o filme diz ao espectador que assisti essa obra inesquecível, deslumbrante e arrebatador.
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Sinopse:Hedi é um jovem introvertido, que não espera muito da vida. Ele permite que todos tomem decisões por ele, como sua autoritária mãe, que planeja seu casamento com Khedija, seu chefe, que o manda para viagens em datas comemorativas, e seu irmão, que sempre diz como deve se comportar. Durante um compromisso de trabalho, conhece Rim, que o intriga sobre sua segurança e liberdade, se envolvendo em uma passional relação amorosa. Agora, durante o tempo em que os preparativos do casamento acontecem, Hedi é forçado a tomar uma decisão.
A SUPERFÍCIE DA SOMBRA
Sinopse:Tony, um homem solitário, viaja ao extremo sul do Brasil para ver uma amiga que está à beira da morte. Ele não chega a tempo, mas encontra Blanca, com quem inicia uma relação imprevista. Nesse lugar desconhecido, se depara com uma cidade repleta de pessoas estranhas e acontecimentos misteriosos, ao mesmo tempo em que tenta encontrar sentido nesse lugar.
DEDO NA FERIDA
Sinopse:Ao abordar o sistema financeiro e suas contradições, o documentário faz um questionamento a respeito de um dos principais discursos das autoridades financeiras: de que não podemos gastar mais do que arrecadamos. Através de diversas entrevistas, faz um panorama de como o capital pode influenciar a política e os governos.
EM UM MUNDO INTERIOR
Sinopse:A vida de famílias de classes sociais e regiões distintas, cujos filhos manifestam transtornos sensoriais ou cognitivos. Assim, o documentário busca compreender a percepção do mundo pelo ponto de vista dos jovens com Transtornos do Espectro do Autismo.
EU SÓ POSSO IMAGINAR
Sinopse:Bart possui um relacionamento conturbado com seu pai, que sempre o tratou de maneira dura e nunca entendeu o amor do filho pela música. Juntando suas forças através da religião, Bart resolveu eternizar essa relação em uma canção.
GNOMEU E JULIETA: O MISTÉRIO DO JARDIM
Sinopse:No coração de Londres, na Inglaterra, alguns gnomos desaparecem sem deixar rastro. Gnomeo e Julieta unem forças com os renomados detetives Sherlock Gnomes e Gnomo Watson para descobrir o que está por trás do mistério. Aos poucos, começam a perceber que permanecer apaixonados pode não ser tão fácil como se apaixonar.
JOÃO DE DEUS: O SILÊNCIO É UMA PRECE
Sinopse:A história do famoso médium João de Deus, desde sua infância humilde no interior de Goiás até o presente momento, quando incorpora médicos e parece ter adquirido poderes curativos. O documentário também relata a descoberta do dom paranormal e narra o bullying que o médium sofreu daqueles que duvidavam de sua sensibilidade.
LUA DE JÚPITER
Sinopse:Aryan, um jovem migrante, é baleado enquanto tentava ilegalmente cruzar a fronteira. Depois do choque provocado pelo acidente, acaba descobrindo que agora tem o poder de levitar. Preso em um campo refugiados, ele terá que contar com a ajuda do Dr. Stern, que tem interesses muito específicos em sua habilidade sobrenatural.
NÃO SE ACEITAM DEVOLUÇÕES
Sinopse: Juca Valente é um sedutor descompromissado. Um dia, Brenda, sua ex-namorada americana, abandona a pequena Emma, ainda bebê, com ele. Desesperado, Juca viaja para os Estados Unidos atrás da mulher na esperança de lhe devolver a criança. Seu plano não dá certo e ele fica por lá, trabalhando como dublê de cinema. Quando a menina faz seis anos, a mãe reaparece para pedir a guarda da criança.
PARAÍSO PERDIDO
Sinopse:José tem três filhos, sendo um deles adotivo, e é avô de um casal de jovens. Sua família, marcada por perdas e desencontros, tenta ser feliz numa antiga boate chamada Paraíso Perdido, onde cantam músicas populares e românticas.
Sinopse: Este ícone de filme de horror conta a história do obcecado cientista Dr. Henry Frankenstein que tenta dar vida a uma criatura que foi feita a partir da união de membros de pessoas falecidas. Auxiliado por seu fiel assistente disforme, Fritz, Frankenstein consegue animar seu monstro mas, confuso e traumatizado, o monstro escapa para a cidade e começa a causar estragos.
Baseado no romance de Mary Shelley, é considerado um clássico, pois marca a definição da linguagem do gênero de terror. Foi bastante influenciado pelos filmes do expressionismo alemão (O Gabinete do Dr Galigari,Nosferatu) especialmente na fotografia em preto e branco e no modo de interpretar, repleto de gestos bruscos. Assinala também o surgimento de um dos grandes interpretes de filmes de horror Boris Karloff, até então um ator secundário na época. O ator voltaria em mais dois filmes (A Noiva de Frankenstein e o Filho de Frankenstein) que por sinal, não fazem feio perante a obra original.
O filme foi exibido duas vezes nesse último Fantaspoa de Porto Alegre, sendo que a última exibição acabei indo hoje, mas tive que sair mais cedo. Porém, tive o prazer de apreciar o trabalho da banda Quarto Sensorial, encarregada de criar uma trilha sonora ao vivo para a obra e se casando maravilhosamente com o teor gótico do clássico. Só mesmo os organizadores do Fantaspoa em conseguir tamanho feito.
Saiba mais sobre a programação do Fantaspoa clicandoaqui
Sinopse: Boêmio.
Provocador. Sedutor. Revolucionário. Além de idealizador do
"Pasquim", Tarso de Castro foi um dos maiores jornalistas do Brasil.
Ao investigar sua vida, vem à tona a história de um país embriagado pela
ditadura e pela censura, onde o sonho de democracia nascia de uma geração
libertária.
Em tempos atuais de “jornalistas
fofos”, sendo esse um apelido “carinhoso” criado pelo jornalista de Porto
Alegre Moises Mendes, está cada vez mais raro se encontrar nessa profissão
alguém que se sobrepõem ao sistema atual jornalístico e que acaba se vendendo
pela informação, por vezes, parcial. Contudo, após o golpe de 2016, há um fortalecimento em meio ao jornalismo
alternativo e sendo algo que não se via desde os tempos pós golpe de 1964. Mas independente disso, dificilmente existirá
um profissional como Tarso de Castro que, não somente buscava um furo de reportagem,
como também inseria o seu pensamento crítico em meio a noticias que
obtinha.
Dirigido por Leo Garcia e
Zeca Brito, o filme é uma retrospectiva bem humorada sobre o Jornalista gaúcho
Tarso de Castro, profissional que ia muito além de sua profissão. Através de
conversas entre familiares, amigos, jornalistas e artistas, se têm aqui um
mosaico de informações sobre a vida e a obra desse profissional e de como ele
teve a capacidade de até mesmo driblar a famigerada censura da época da
ditadura. Dentre as suas maiores realizações estão os jornais Pasquim e Enfim.
Assim como em filmes
recentes como Todos os Paulos do Mundo, o documentário constrói uma narrativa
através de cenas clássicas do cinema nacional, além de programas televisivos em
que o jornalista participou e de arquivos de jornais das principais noticias
elaboradas pelo profissional. Contudo, o filme se sobressai ao possuir um ritmo
dinâmico, cuja edição faz com que se crie um verdadeiro balé de imagens
saltando a todo o momento na tela e os primeiros minutos da obra sintetizam
muito bem essa proposta. Obviamente é uma forma em que os cineastas criaram
para representar como era Tarso de Castro, tanto como pessoa como também
profissional, sendo alguém que nunca se acomodava em um lugar, mas sim sempre
estando ativo a todo o momento.
Além disso, os cineastas
foram também criativos na maneira como elaboraram as cenas com os
entrevistados. Dizia-se que Castro trabalhava até mesmo durante uma conversa de
bar amigável, mas quando estava em ritmo de trabalho pelas ruas, sempre buscava
por um telefone mesmo quando não se havia nenhum aparelho a sua frente. Testemunhamos,
por exemplo, pessoas como Caetano Veloso falando sobre ele pelo celular, ou de
amigos e jornalistas sentados num bar relembrando sobre as estripulias de
Castro e gerando os momentos mais engraçados do documentário.
Aliás, é nesses momentos
descontraídos que se é relembrado até mesmo lendas urbanas sobre o jornalista.
Em uma delas, é levantada a hipótese de que ele poderia ter sido um guerrilheiro
e amigo de Ernesto Che Guevara. Ambos realmente se conheceram, mas foi uma
hipótese criada de uma forma mal interpretada pela atriz americana Candice
Bergen que, aliás, foi uma das inúmeras conquistas do jornalista.
Mulherengo e sedutor, Tarso
de Castro conquistou inúmeras mulheres ao longo de sua vida, mas ao mesmo tempo
levantando até mesmo lendas sobre a possibilidade de ter se envolvido com
outros homens. Caetano Veloso, por exemplo, se divertia muito com essa
possibilidade, pois Castro o beijava na frente de todo mundo e não se
envergonhando com relação a isso. Tendo uma opinião forte sobre assuntos políticos,
Castro defendia a comunidade LGBT na época como ninguém e desafiava até mesmo
políticos como Leonel Brizola com relação ao posicionamento dos partidos sobre
o assunto.
Logicamente o documentário
não foge da questão sobre o golpe de 1964, mas que, curiosamente, até mesmo
nesse momento os cineastas fizeram questão de manter o teor bem humorado que
haviam começado. É interessante, por exemplo, como Castro driblava a censura de
uma forma humorada e bem criativa pelos jornais como Pasquim e não temendo nem
com a possibilidade de uma eventual prisão. Somente no ato final do
documentário, onde se é discutido os últimos anos de vida do jornalista, que o
clima fica um tanto mórbido, mas nada que prejudique a proposta convidativa
para se conhecer essa figura importante dentro da história jornalística
brasileira.
Em tempos em que o
jornalismo investigativo do Brasil está cada vez mais escasso, o documentário A
Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro é exemplo de tempos em que um
jornalista de verdade não se vendia fácil ao diabo, mas sim buscava os
verdadeiros fatos de determinados eventos.
Onde assistir: Casa de
cultura Mario Quintana. R. dos Andradas,
736 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas. Itau Cinema: Av. Túlio
de Rose, 80 - Passo d'Areia, Porto Alegre. Horário: 13horas.
Sinopse: O corretor de
imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico conde
Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na
região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.
Um dos atrativos do festival
do Fantaspoa é do evento sempre nos brindar com algumas sessões de filmes
clássicos. Um dos filmes mais revisitados do festival é Nosferatu, clássico do Expressionismo
Alemão e que, para muitos, é considerado a melhor versão sobre Conde Drácula.
Contudo, nunca tive a chance de assistir ao filme com música ao vivo, mas ontem
consegui mudar esse quadro.
Fazendo parte da grade de programação
do festival deste ano, tive a chance de conferir a obra prima do cineasta F. W.
Murnau (Aurora) no Instituto Goethe Cultural. Sinceramente nunca tinha ido ao
local, mesmo ele oferecendo sempre ótimas opções culturais, seja elas da
literatura, música e cinema. Ontem esse tabu foi quebrado e com estilo.
Chegando ao local, percebi
que a recepção já estava começando a transbordar de inúmeros cinéfilos ansiosos
para assistir a obra. Numa sala de somente cem lugares, o local simplesmente
foi tomado e, infelizmente, nem todos puderam prestigiar o evento. Felizmente
consegui o meu ingresso, mas lamentando que certos amigos e conhecidos não tenham
tido a mesma chance.
Dentro
da sala, os organizadores apresentaram a banda que seria encarregada de criar
uma música ao vivo durante a projeção, para que assim tivéssemos uma sensação
de como os filmes mudos eram exibidos antigamente. Curiosamente, a banda que
seria encarregada da trilha sonora, o trio instrumental Skrotes, de
Florianópolis, não pode comparecer devido ao protesto dos caminhoneiros. Eles foram,
então, substituídos pela Jazz à Pampa, formada por Rodrigo Cordeiro, Vinicius
Polleto, Isaias Luz e Térence Veras, com a participação do Ronaldo Pereira, da
Kula Jazz. Para assumir a apresentação, o agrupamento topou o desafio de compor
uma trilha em apenas 48 horas.
Luzes
apagam, o filme começa e a banda criou uma verdadeira magia no local, ao
conseguir inserir uma trilha moldada pelo Jazz, mas que, ao mesmo tempo, se cassasse
com todo o teor gótico que Murnau havia idealizado para a obra em 1922. Mesmo com os seus quase cem anos de idade, é
impressionante como o filme não envelheceu e se tornando digno de ser, ao lado
do O Gabinete do Doutor Caligari, um dos melhores representantes do período expressionista.
Curiosamente, me chamaram atenção algumas cenas, onde determinados detalhes
haviam me passado despercebidos anteriormente e sintetizando ainda mais o lado perfeccionista
Murnal pela elaboração dos cenários daquela época.
Não
é a toa que o filme foi revisitado, refilmado e imitado ao longo do tempo. Não
é à toa, por exemplo, que Tim Burton tenha construído a sua carreira se
inspirando, não somente neste filme, como também no Expressionismo Alemão como
um todo. E não é a toa que, até recentemente, o cineasta Taika Waititi (Thor:
Ragnarok) tenha resgatado a assustadora figura de Nosferatu (Max Schreck) e homenageando-o
no divertido e criativo O que Fazemos nas Sombras.
Luzes
apagadas e aplausos em alto bom som foram ouvidos de dentro e do lado de fora
da sala. Testemunhar Nosferatu sendo exibido na maneira como foi visto pela
primeira vez há quase cem anos foi uma experiência única e para jamais ser
esquecida.
Saiba
mais sobre a programação do Fantaspoa clicandoaqui.
Saiba mais sobre o Instituto Cultural Goethe clicando aqui.