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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 22 de março de 2018

Cine Dica: A LUTA DO SÉCULO estreia dia 22 de março no Cinebancários



Documentário sobre à história de ascensão e queda dos boxeadores Luciano “Todo Duro” Torres e Reginaldo “Holyfield” Andrade
A Luta do Século, dirigido por Sérgio Machado (Cidade Baixa), estreia em 22 de março de 2018, nas sessões das 15h e 17h. O longa foi premiado pelo júri oficial do Festival do Rio 2016 como Melhor Documentário. A produção é da Lata Filmes, Mar Filmes, Mar Grande Produções, Muiraquitã Filmes e Ondina Filmes. A coprodução é do Canal Brasil e Vitrine Filmes é a distribuidora.
O documentário conta a lendária rivalidade entre os boxeadores nordestinos Luciano “Todo Duro” Torres e Reginaldo “Holyfield” Andrade, dois ídolos do esporte na década de 90, que hoje vivem fragilizados pela extrema pobreza após toda uma era de estrelato.
A Luta do Século narra a trajetória dos pugilistas Reginaldo Holyfield e Luciano Todo Duro, que encontraram no boxe uma maneira de escapar da miséria e tornaram-se dois dos maiores ídolos do esporte nordestino. A rivalidade entre eles colocou em pé de guerra Bahia e Pernambuco nos anos 90. Durante mais de 20 anos, os dois se odiaram tanto que não podiam dividir o mesmo espaço sem se agredir. Eles se enfrentaram 6 vezes, com 3 vitórias para cada lado. Durante as filmagens, os inimigos, já com mais de 50 anos, resolveram se enfrentar pela última vez.

FICHA TÉCNICA:
Produção: Lata Filmes, Mar Filmes, Mar Grande Produções, Muiraquitã Filmes e Ondina Filmes.
Coprodução: Canal Brasil
Distribuição: Vitrine Filmes
Direção: Sérgio Machado
Produtores: Diana Gurgel, Eliane Ferreira, Joana Mariani, Lázaro Ramos, Tânia Rocha
Produção Executiva: Eliane Ferreira
Trilha Sonora: Beto Villares
Direção de Fotografia: Breno Cesar e Jeronimo Soffer
Montagem: Hélio Vilela e Quito Ribeiro
Desenho de Som: Beto Ferraz
Mixagem: André Tadeu
Som Direto: Kleber Morais e Lucas Ramalho
Direção de Produção: Chica Mendonça e Fabíola Aquino
Roteiro: Sérgio Machado e Eli Ramos
Design Gráfico: Daniel Wildberger

SOBRE O DIRETOR
Sérgio Machado foi assistente de direção de Central do Brasil e roteirista de Abril Despedaçado, de Walter Salles. Dirigiu o documentário Onde a Terra Acaba vencedor de 16 prêmios incluindo melhor filme nos Festivais de Biarritz, Rio e Mostra de SP. Cidade Baixa, seu primeiro longa de ficção, foi vencedor de 30 prêmios, entre eles o da Juventude no Festival de Cannes e melhor filme nos festivais do Rio e Huelva. Junto com Karim, dirigiu a série Alice, para a HBO. Tudo Que Aprendemos Juntos, o mais novo filme, foi eleito o melhor longa da 39ª Mostra de SP e vendido para mais de 20 países.

Filmografia
2001: Dirigiu o documentário Onde a Terra Acaba, sobre o cineasta Mário Peixoto.
2005: Dirigiu e roteirizou Cidade Baixa, vencedor de 30 prêmios, entre eles: o Prêmio da Juventude no Festival de Cannes e Festival do Rio.
2007: Dirigiu e roteirizou, com Karim Aïnouz, a série Alice, da HBO.
2009: Dirigiu e adaptou Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado.
2014: Dirigiu o documentário Aqui Deste Lugar, com Fernando Coimbra.
2015: Dirigiu e roteirizou Tudo Que Aprendemos Juntos, vencedor da Mostra de SP.

SOBRE A PRODUTORA – LATA FILMES:
A Lata Filmes foi fundada em 2008 pelo ator, diretor e dramaturgo Lázaro Ramos em associação com a produtora cultural Tânia Rocha. Tem em seu currículo como produtora, coprodutora ou produtora associada, programas e séries para TV, curtas-metragens e longas-metragens, tais como: Programa Espelho (Canal Brasil – 11 Temporadas), Programa O Bagulho é Doido (Canal Brasil – 3 Temporadas), O Curioso (TV Globo – 4 episódios para o Fantástico), Parabólico (série para TV com 2 temporadas - 20 episódios para Canal Futura e Canal Brasil). Os curtas: Braseiro, O Caso de Ester, Como as Nuvens São, A Batalha e Imagens de Cuba. Do Outro Lado de Lá - Piloto de série para TV com 25 min. Os longas-metragens: Tudo que Move (produção), A Luta do Século (produção), O Grande Kilapy (produção associada) e Medida Provisória (coprodução – projeto em desenvolvimento).

SOBRE A PRODUTORA – MAR FILMES:
Joana Mariani Iniciou sua carreira na publicidade enveredando para o audiovisual como assistente de direção. A primeira produção de longa-metragem foi em 2006, com o premiado filme 'O cheiro do ralo'. A partir deste filme, surgiu a Primo Filmes. Pela Primo, Joana esteve envolvida em diversos projetos audiovisuais, como Produtora e Diretora, tanto em longas, curtas e séries de tv. Em 2014 Joana deixou a sociedade para seguir com sua outra produtora: Mar Filmes. Pela Mar, segue realizando seus projetos tanto como produtora e/ou diretora, associando-se à talentos e produtoras renomadas do mercado.

SOBRE A PRODUTORA – MUIRAQUITÃ FILMES:
A Muiraquitã Filmes foi fundada pela produtora Eliane Ferreira e foi uma das produtoras do longa “Fabricando Tom Zé” de Décio Matos Jr, premiado no Festival Rio e Mostra de São Paulo. Produziu outros 2 longas para cinema, além de vários curtas e medias metragens.
Em Setembro de 2015 Pablo Iraola tornou-se sócio da Muiraquitã Filmes trazendo sua experiência internacional para a produtora.
Este ano os filmes recém finalizados, “Vermelho Russo” de Charly Braun e “A Luta do Século” de Sergio Machado, estreiam no Festival do Rio.
A Muiraquitã Filmes tem mais 3 longas em finalização: “Bala Sem Nome” de Felipe Cagno, “Fazenda do Ribeirão do Qüeba” de Helvécio Marins Junior e o documentário Cine Marrocos de Ricardo Calil.
Seus próximos projetos para produção são os longas “Os Arrependidos” de Ricardo Calil, “Para Francisco” de Dainara Toffoli, “Um Animal Amarelo” de Felipe Bragança e “Sol” de Lô Polliti.
Em sua carteira de desenvolvimento de projetos destacam-se entre os projetos desenvolvidos o longa “Aurora” de Karim Aïnouz e a série documental “Verger” de Sérgio Machado.

SOBRE A COPRODUTORA – CANAL BRASIL:
O Canal Brasil tem um papel fundamental na produção e coprodução de longas-metragens, história que começou em 2008 com “Lóki – Arnaldo Baptista”, de Paulo Henrique Fontenelle, que mostrou a vida do eterno mutante. Agora em 2017, o canal atinge a marca de 250 filmes.
Sair do campo da exibição e partir também para feitura fez com que o Canal Brasil atingisse em poucos anos uma importância imensurável dentro do cenário do cinema brasileiro recente. Entre os longas recém coproduzidos estão “Animal Cordial” de Gabriela Almeida; “Divinas Divas”, de Leandra Leal; “Não Devore o Meu Coração” de Felipe Bragança e “Pendular” de Julia Murat.

SOBRE A DISTRIBUIDORA - VITRINE FILMES:
Em sete anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 100 filmes. Entre seus maiores sucessos estão "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, que competiu no Festival de Cannes e levou mais de 360 mil pessoas aos cinemas brasileiros, o documentário "Cinema Novo", de Eryk Rocha, também selecionado para o festival. "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", que alcançou mais de 200 mil espectadores; o americano "Frances Ha", dirigido por Noah Baumbach, indicado ao Globo de Ouro em 2014; Em 2017, a Vitrine lançou "O Filme da Minha Vida", terceiro longa do ator e diretor Selton Mello, e "Divinas Divas", o documentário mais visto no ano.

Grade de horários:
*Não abrimos segundas-feiras

22 de março (quinta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado (com a presença da advogada Karla Meura, da produtora executiva Mariani Ferreira, do Major da Brigada Militar Dagoberto Albuquerque da Costa e a mediação do jornalista Airan Albino)

23 de março (sexta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

24 de março (sábado)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

25 de março (domingo)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

27 de março (terça-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

28 de março (quarta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

C i n e B a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230
Fone: (51) 34331204

quarta-feira, 21 de março de 2018

Cine Especial: Cinema Russo: Parte 1

Nos dias 07 e 08 de Abril eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do curso Cinema Russo: Diretores, Diretoras e um pouco de História, criado pelo Cine Um e ministrado pela editora da revista cinema Teorema Ivonete Pinto e pela pesquisadora de cinema Juliana Costa. Antes disso, eu estarei por aqui postando sobre os melhores filmes daquele país, cujo alguns clássicos nos ensinam até mesmo o verdadeiro significado da palavra “socialismo”.


 O Encouraçado Potemkin  (1925)

Sinopse:Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível. Alguns marinheiros se recusam em comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle. Logo depois dos gatilhos serem apertados Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro é morto. Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia.

Através da descontinuidade, Eisenstein brinca com a “realidade” e inaugura um estilo de montagem que inverte fluxos de movimentos e surpreende o cinéfilo a cada cena. “Eu não sou realista, sou materialista, acredito que a matéria provoca em nós sensações”, já dizia o cineasta. A sequência “A Escadaria de Odessa” tem 11 minutos. Nela se desenrola o massacre do povo de Odessa pelos cossacos - guarda imperial do Czar russo. Mulheres, crianças e homens desarmados são aniquilados sem qualquer economia dramática. Eisenstein procura mostrar simbolicamente como se inicia e desenrola a revolução socialista. As referências à estratificação social russa e a utilização de diversos signos simbólicos faz com que se reproduza em torno do filme todo o movimento social do país.
A cena da escadaria é uma sequência brilhante de enquadramento mostra uma câmara suspensa que corre pelas escadarias e acompanha o movimento nervoso dos cidadãos encurralados. Como não havia trilhos de travelling e muito menos gruas, são surpreendentes as possibilidades exploradas por Eisenstein, que utilizou com maestria a câmera subjetiva nesta sequência. Nota-se também aí o descarte da verossimilhança, uma vez que a escada parece nunca acabar, pois as pessoas correm e não chega a lugar nenhum (a contraposição entre o tempo da narrativa e o tempo da realidade).
O jogo de oposições em conflito fica claro no momento em que os cidadãos em pânico correm em direções contrárias e atravessadas. Não há mais união aqui, pois cada um luta famigeradamente pela sua própria sobrevivência. O pavor é tamanho que até mesmo uma mãe, que tenta fugir com o filho da mira das baionetas sanguinárias, apenas percebe que a criança ficou para trás após algum tempo. Nesta cena, um inesquecível semblante surge no rosto daquela mulher, que presencia o desfalecimento do seu filho e o posterior atropelamento do corpo pelos demais, que ainda têm esperança de permanecerem vivos. É comum o close no rosto dos cidadãos, mas não se vê o rosto dos cossacos, pois eles não são personagens em si, são apenas símbolos de um sistema político vigente, opressor e cruel. 
Surge então uma das mais belas cenas do filme. A mãe, em prantos com o seu filho ferido no colo, solicita aos cossacos que poupem a população. A cena, numa perspectiva alegórica, faz uma clara referência ao fato histórico real conhecido como o “estopim da revolução russa”. O faminto e miserável povo russo acreditava que o Czar Nicolau II não sabia que eles passavam fome e viviam na miséria. Portanto, decidiram escrever uma carta mostrando-lhe a situação, na esperança de que o imperador se sensibilizasse e os ajudasse. No entanto, ao receber a carta, o Czar considerou a iniciativa uma insolência e ordenou aos cossacos o imediato extermínio de todos. Os cossacos se postaram e, ao grito de permissão para atirar, massacraram toda a população. A cavalaria completou o extermínio cegando, com furos nos olhos as crianças e mutilando o ventre das mulheres grávidas. A sequência da Escadaria de Odessa faz uma representação exitosa deste fato histórico.
 

Mais informações sobre o curso você clica aqui.


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Cine Dica: O CASO DO HOMEM ERRADO estreia com debate dia 22 de março



Documentário O CASO DO HOMEM ERRADO estreia com debate no CineBancários

O CASO DO HOMEM ERRADO tem sessão especial seguida de debate no dia 22 de março às 19 horas, com a presença da advogada Karla Meura, da produtora executiva Mariani Ferreira, do Major da Brigada Militar Dagoberto Albuquerque da Costa, do coordenador do Coletivo Estadual de Igualdade Racial dos Bancários do RS Edison Moura e a mediação do jornalista Airan Albino.
O CASO DO HOMEM ERRADO conta a história do jovem operário negro Júlio César de Melo Pinto, que foi executado pela Brigada Militar, em 1987, em Porto Alegre/RS. O crime ganhou notoriedade após a imprensa divulgar fotos de Júlio sendo colocado com vida na viatura e chegar, 37 minutos depois, morto a tiros no hospital. O filme traz o depoimento de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil. Além do caso que dá título ao filme, a produção discute ainda as mortes de pessoas negras provocadas pela polícia. A Anistia Internacional, inclusive, fala de genocídio da juventude negra devido ao grande número de jovens negros assassinados pelas forças de segurança no País. O filme também apresenta dados atuais sobre essa violência contra a comunidade negra.
O longa-metragem finalizado em maio de 2017 trilha um caminho de sucesso para uma produção independente brasileira. Ainda em maio teve pré-estreia no Capitólio com uma marcha do centro da cidade de Porto Alegre até ao cinema com o lema “Vidas Negras Importam”. Em agosto, fez a sua estreia nacional no 45º Festival de Cinema de Gramado. Em novembro, na sua primeira participação internacional em festivais, ganhou o prêmio de melhor filme no 9º Festival Internacional de Cine Latino, Uruguayo y Brasileiro, em Punta del Este. E para finalizar, em dezembro, realizaram o lançamento do documentário na capital mais negra do país, Salvador, na Sala Walter da Silveira, com lotação máxima.
Para seguir nessa trajetória, CASO DO HOMEM ERRADO entra em cartaz dia 22 no CineBancários com a intenção de ampliar o debate em torno do racismo, que mata uma parcela significativa de indivíduos por conta da pigmentação de sua pele. Segundo dados da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados todos os anos. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos. A CPI toma por base os números do Mapa da Violência, realizado desde 1998 pelo sociólogo Julio Jacobo Wasilfisz a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O último Mapa da Violência contabilizou que cerca de 30 mil jovens são assassinados por ano no Brasil e 77% são negros. Ainda de acordo com o Mapa, a taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes maior que a entre os brancos, 36,9 a cada mil habitantes, contra 9,6.

Ficha Técnica
Produtora: Praça de Filmes
Diretora: Camila de Moraes
Roteiro: Camila de Moraes, Mariani Ferreira e Maurício Borges de Medeiros
Produção Executiva: Camila de Moraes e Mariani Ferreira
Elenco: (Depoentes) Juçara Pinto, Paulo Ricardo de Moraes, Ronaldo Bernardi, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, João Carlos Rodrigues, Jair Kirschke, Edilson Nabarro, Renato Dornelles, Paulo Antônio Costa Corrêa, Waldemar Moura Lima, Vera Daisy Barcellos, Romeu Karnikowski, Aline Gerber
Direção de Fotografia: Maurício Borges de Medeiros
Trilha Sonora: Rick Carvalho
Montagem: Maurício Borges de Medeiros
Desenho de Som: Guilherme Cássio dos Santos

Mulheres no Cinema
Realizado pela produtora de cinema gaúcha Praça de Filmes, o documentário tem a coordenação de duas jovens negras, Camila de Moraes que assina a direção e Mariani Ferreira que faz a produção executiva, ambas jornalistas. Segundo dados apresentados no final de janeiro deste ano pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) no estudo “Diversidade de Gênero e Raça nos lançamentos de 2016”, analizando 142 filmes lançados comercialmente no respectivo ano concluiu que mesmo a população brasileira tento 51% de mulheres e 54% de negros, os homens brancos dirigiram 75,4% dos longas-metragens e na outra ponta desta tabela as mulheres negras não assinaram a direção, o roteiro ou a produção executiva de nenhum filme nacional naquele ano.
O estudo mostra que 19,7% de mulheres brancas dirigiram longas. Os homens negros dirigiram 2,1%. O roteiro desses filmes também foi escrito principalmente por homens brancos, 59,9%, mulheres brancas, 16,2%, e parcerias entre homens brancos e mulheres brancas, 16,9%. Os homens negros foram roteiristas em 2,1% dos filmes e estiveram em parcerias com homens brancos em 3,5%. Dados atualizados do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (Gemaa), vinculado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que acompanha o tema, mostram que mulheres negras não dirigiram ou roteirizaram um filme sequer entre os de maior bilheteria no período de 1995 a 2016. Na verdade houve uma queda da presença feminina no audiovisual. Em 2015, mulheres dirigiram e roteirizaram 19% e 23% das obras de espaço qualificado, números que diminuíram para 17% e 21% em 2016. Nos últimos oito anos, conforme o balanço, os índices flutuaram. Mulheres dirigiram 10% dos filmes em 2014, sem nunca ultrapassar 24% de todas as produções, recorde observado em 2012.
“Diante desses dados é preciso criar medidas específicas para garantir um olhar mais plural, pois essas produções que temos são os olhares que vão construir o imaginário das novas gerações, e essas produções são feitas, na maioria das vezes, por homens brancos. As disparidades que vemos são o reflexo da sociedade. Então, nós fizemos questão de ocupar o espaço de direção e produção executiva do documentário ‘O Caso do Homem Errado’, pois é para demarcar espaço, é um ato político, é que para os próximos estudos da Ancine sobre o ano de 2017 tenha registrado, ao menos, uma produção de longa-metragem dirigida por uma mulher negra e que entrou em circuito comercial. Estamos dando um passo de cada vez. Sabemos que temos produções no audiovisual negras, que temos mulheres negras nas mais diversas áreas produzindo e escrevendo uma nova história através desse outro olhar, porém percebemos a dificuldade que é chegar nos registros e regulamentações de toda uma obra audiovisual. No nosso caso tivemos uma parceira com a produtora Praça de Filmes já registrada na Ancine, mas e as produções negras que não tem produtoras como fazem para dar esse passo? O registro é caro, as taxas, os documentos exigidos para exibir o filme em uma sala de cinema ou em TV. É tudo pago. Como conseguir esses recursos financeiros? Essas questões todas surgiram para nós na pós produção do documentário, que está sendo mais difícil que imaginava, pois é um processo executivo, burocrático, que demora, porém por mais exaustas que estejamos, fizemos um acordo de não desistir, de nenhum passo atrás. Vamos ocupar todos os espaços e a sala de cinema do CineBancários é só a primeira desse circuito comercial que se inicia, podem ter certeza que em 2018 vamos fazer vários rolezinhos no cinema com a nossa população negra”, desabafa da diretora Camila de Moraes.

Grade de horários:
*Não abrimos segundas-feiras

22 de março (quinta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado ( com a presença da advogada Karla Meura, da produtora executiva Mariani Ferreira, do Major da Brigada Militar Dagoberto Albuquerque da Costa, do coordenador do Coletivo Estadual de Igualdade Racial dos Bancários do RS Edison Moura e a mediação do jornalista Airan Albino. )

23 de março (sexta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

24 de março (sábado)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

25 de março (domingo)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

27 de março (terça-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

28 de março (quarta-feira)
15h - A luta do século
17h - A luta do século
19h - O caso do homem errado

29 de março (quinta-feira)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h – Zama

30 de março (sexta-feira)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h – Zama

31 de março (sábado)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h - Zama

1 de abril (domingo)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h - Zama

3 de abril (terça-feira)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h - Zama

4 de abril (quarta-feira)
15h - Zama
17h - O caso do homem errado
19h - Zama

C i n e B a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230
Fone: (51) 34331204