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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Cine Dica: CLÁSSICOS RESTAURADOS DE MIKE NICHOLS E LUIS BUÑUEL EM CARTAZ



FILME SUL-AFRICANO EM PRÉ-ESTREIA
 A BELA DA TARDE

As cópias restauradas dos clássicos A Bela da Tarde, de Luis Buñuel, e A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols, ganham mais exibições na Cinemateca Capitólio Petrobras até o dia 24 de janeiro. O sul-africano Os Iniciados, de John Trengove, um dos 9 pré-selecionados para o prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2018, ganha sessão de pré-estreia no sábado, 20 de janeiro, às 14h. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

FILMES

OS INICIADOS
Inxeba
88 min., 2017
África do Sul/Alemanha/Holanda/França, DCP
Direção: John Trengove
 Cabo Oriental, África do Sul. Xolani, um solitário operário, ausenta-se de seu trabalho para ajudar nos ritos de circuncisão Xhosa de iniciação à masculinidade. Em um remoto acampamento em uma montanha, jovens se recuperam enquanto aprendem os códigos masculinos de sua cultura. Neste ambiente de machismo e agressão, Xolani cuida de Kwanda, um rebelde novato de Joanesburgo, que questiona os códigos patriarcais de iniciação, enquanto o próprio Xolani sofre entre seu mundo familiar tradicional e sua própria realização. Representando a África do Sul, Os Iniciados está entre os 9 pré-selecionados para o prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2018.

A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
(The Graduate)
Estados Unidos, 1967, 105’, DCP
Direção: Mike Nichols
Distribuição: Zeta Filmes
O recém-formado Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) conquistou todas as honras possíveis na universidade, porém, o verdadeiro propósito da vida, bem como o futuro, lhe parecem conceitos evasivos e intangíveis. Facilmente induzido a ter um caso com a devastadora Sra. Robinson (Anne Bancroft), tudo se torna complicado quando seus pais insistem para que ele tenha um encontro com Elaine (Katharine Ross), filha de sua amante.

A BELA DA TARDE
(Belle de Jour)
um filme de Luis Buñuel
100 min., 2001, França, DCP
Distribuição: Zeta Filmes
A bela e jovem dona de casa Severine Serizy (Catherine Deneuve) não consegue conciliar suas fantasias masoquistas com a vida cotidiana ao lado do zeloso marido Pierre. Quando seu amigo Henri menciona um secreto bordel de classe alta, dirigido por Madame Anais, Severine decide visitá-lo e, eventualmente, passa a trabalhar lá durante o dia sob o nome de Bela da Tarde. Porém, quando um de seus clientes se torna possessivo, ela precisa tentar voltar à sua vida normal.

GRADE DE HORÁRIOS

18 a 24 de janeiro de 2018

18 de Janeiro (quinta)
14h - A Bela da Tarde (em cartaz)
16h – Alma em Suplício (Mostra L.A. por ela Mesma)
18h – Eles Vivem (Mostra L.A. por ela Mesma)
20h – Sessão especial de Pela Janela + debate com Caroline Leone

19 de Janeiro (sexta)
14h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)
16h – Zabriskie Point (Mostra L.A. por ela Mesma)
18h – Crepúsculo dos Deuses (Mostra L.A. por ela Mesma)
20h - Os pensamentos que outrora tivemos (Mostra Thom Andersen)

20 de Janeiro (sábado)
14h – Os Iniciados (sessão de pré-estreia)
16h – Olivia’s Place/Reconversão (Mostra Thom Andersen)
18h – Los Angeles por Ela Mesma (Mostra Thom Andersen)

21 de Janeiro (domingo)
14h - A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)
16h – California Sun/ A trilogia de Tony Longo/ Get out of the car/ Um trem chega à estação (Mostra Thom Andersen)
18h - (I) FRAME/Eadweard Muybridge, zoopraxógrafo (Mostra Thom Andersen)
20h - Marseille Après La Guerre/E quando eu morrer, não ficarei morto... (Mostra Thom Andersen)

23 de Janeiro (terça)
14h - A Bela da Tarde (em cartaz)
16h – Chinatown (Mostra L.A. por ela Mesma)
18h30 (Um filme de rock ‘n’ roll)/O pavão (The Peacock)/ Juke – Passagens dos filmes de Spencer Williams/ California here I come (Mostra Thom Andersen)
20h – Koh + Hollywood Vermelha (Mostra Thom Andersen)

24 de Janeiro (quarta)
16h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)
16h - A Morte num Beijo (Mostra L.A. por ela Mesma)
18h – Alma Torturada (Mostra L.A. por ela Mesma)
20h – Eles Vivem (Mostra L.A. por ela Mesma)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: VERÃO 1993


 NOTA: filme exibido para os sócios  do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sábado (13/01/18).

Sinopse: A menina Frida perdeu a mãe. Agora ela tem de deixar Barcelona e ir morar no interior da Catalunha. Lá, a garota é criada pelos tios e precisa se adaptar a nova vida com as regras e limites de sua nova família.



Verão 1993 é escrito e dirigido por Carla Simón, onde ela nos brinda com uma direção de atrizes mirins incríveis. Com um elenco afiado e escolhido a dedo, o filme investiga sobre a infância da própria cineasta. As duas crianças em cena foram achadas numa seleção de elenco que durou meio ano. É preciso levar em conta que localizar uma menina de talento, além de ter que interpretar a própria cineasta quando ela era jovem, não é das tarefas mais fáceis para se cumprir. Porém, Laia Artigas é um verdadeiro achado, da qual merece ser reconhecida pelo seu talento e torcer para que não suma do mapa do mundo artístico.
Assim como ocorre nos EUA, mulheres cineastas tem se destacado no cenário independente espanhol. São as mulheres que estão dando um novo fôlego para o cinema daquele país. Trabalhos como o de Carla Simón, Roser Aguilar (Brava) e Elena Martín (Júlia ist) estão circulando pelos festivais do mundo com sucesso de crítica e público.
Em Verão 1993, a cineasta usa a sua câmera como uma espécie de ponto de vista da jovem Frida (Laia Artigas) que, com pouca idade, precisa saber lidar com a perda dos pais devido ao vírus da Aids, sendo que ainda era um tempo em que o vírus ainda era pouco conhecido. Esta perda recente altera radicalmente a vida da pequena jovem, ao ponto de ter que se mudar para Barcelona em uma pequena cidade do campo. Frida passa então a viver com seus tios e a pequena filha do casal. Aos poucos ela consegue chamá-los de mãe e pai, mas o luto e adaptação perante um novo cenário são abordados gradualmente, uma vez que todos precisam criar novos laços para se manterem firmes em meio as dificuldades dos dias que virão. Mudanças precisam ser estabelecidas, ao ponto que todos da trama sentiram elas, mas cada um de uma forma distinta.
Embora a Aids esteja como pano de fundo na trama, o tema é trabalhado pelo roteiro sem qualquer maniqueísmo. Preconceito falta de informação sobre a doença se destaca, mas é usado unicamente para mover os seus respectivos personagens e dando destaque a suas reais personalidades perante as situações que ocorrem. Aliás, o roteiro cria situações narrativas de forma bastante curiosas onde, por exemplo, jamais permite haver respostas simples, tal qual a percepção de uma criança de 6 anos de idade que recebia informações de uma forma gradual e que não lhe afetasse emocionalmente. 
Devemos levar em conta que a doença era tratada como um enorme tabu perante a sociedade. Por esse meu pensamento, concluo que o filme obtém de uma forma leve, mas nunca demais, apontar maneiras para melhor explicar para uma jovem vida em tentar entender esse problema que assim veio do mundo dos adultos. Conduzindo o roteiro e a câmera de uma forma natural, a cineasta Carla Simón cria um ambiente que transita pelo documental, sem jamais esbarrar por um lado pretensioso ao reconstituir a sua própria infância. Ao testemunharmos a jovem protagonista libertar o choro do qual ela havia guardado durante todo o filme, a diretora exorciza então uma parte triste do seu passado, mas tendo a certeza que conseguiu obter o seu maior objetivo.
Verão 1993 é sobre ter que amadurecer perante uma realidade, por vezes, opressora mas que sempre haverá um fio de esperança para aliviar essa cruzada na vida.  


Nota: o filme segue em cartaz na Casa de Cultura Mario Quintana, nº 736. Sala Eduardo Hirtz. Horário 15h.   


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Cine Dica: Sessão comentada do filme Pela Janela

CAROLINE LEONE DEBATE PELA JANELA NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
Na quinta-feira, 18 de janeiro, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras realiza uma sessão especial de lançamento do filme Pela Janela, com a presença da diretora Caroline Leone. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

PELA JANELA
Brasil – Argentina, 2018, 84 minutos, DCP
Com Magali Biff e Cacá Amaral
Direção: Caroline Leone
Distribuição: Vitrine Filmes

Sinopse: O filme conta a história de Rosália (Magali Biff), uma operária de 65 anos que dedicou a vida ao trabalho em um fábrica de reatores da periferia de São Paulo. Ela é demitida, e, deprimida, é consolada pelo irmão José (Cacá Amaral), que resolve levá-la junto com ele em uma viagem de carro até Buenos Aires. Na viagem, Rosália vê pela primeira vez um mundo desconhecido e distante de sua vida cotidiana, começando uma jornada que sutilmente transformará uma parte essencial dela mesma.

Festivais e Prêmios
46º International Film Festival Rotterdam 2017 – Seção Bright Future – Prêmio FIPRESCI (Prêmio da Crítica Internacional)
Habana Films Festival – Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano – Prêmio de Contribuição Artística
45º Festival de Gramado – Competição Oficial
41ª Mostra Internacional de São Paulo
X Janela Internacional de Recife
Festival East West Russia 2017
Malatya IFF (Turquia) – International Competition Films
12º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro – Melhor atriz pra Magali Biff, Melhor ator coadjuvante para Cacá Amaral e Melhor Som.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Viva - A Vida é uma festa

Sinopse: Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos.

Foi-se o tempo em que os estúdios americanos olhavam somente para o seu próprio umbigo e se dando conta finalmente que o mundo não pode ficar isolado mas sim explorado.  Ao se darem conta em que não podem mais dependerem das bilheterias locais, os estúdios Disney/Pixar, por exemplo, decidiram investir pesado na diversidade cultural. Viva  - A Vida é uma festa talvez venha a ser o melhor exemplo dessa investida, mas feita de coração e com o pensamento sempre na elaboração de uma boa história.
A trama se passa numa cidade do México, onde está ocorrendo os preparativos para o Dia dos Mortos, onde os familiares rezam pelos seus entes queridos e dando-lhes oferendas. Porém, o pequeno protagonista Miguel esta mais interessado em ser um grande músico, assim como o seu ídolo da música do passado. Porém, Miguel sofre resistência de sua família, mas isso é apenas o princípio de uma grande aventura cheia de emoções e reviravoltas.
Dirigido por  Lee Unkrich e Adrian Molina, o filme já é para mim um dos que melhor traduz a qualidade do estúdio Pixar. Ao retratar os dois mundos que surgem na tela, tanto dos vivos como dos mortos, o filme possui um requinte sedutor, onde cada cena é cheia de inúmeros detalhes, dos quais sintetizam toda uma cultura do México verdadeira e tão pouco vista no cinema americano. Não há uma caracterização caricata dos personagens mexicanos, como tanto era visto nos filmes de antigamente, mas sim de uma forma honesta, respeitosa e muito bem vinda.
Contudo, o roteiro não possui uma grande originalidade. Para aqueles que esperam algo que supere a obra prima do estúdio que é Divertidamente pode acabar se decepcionando, mas acho que a intenção nem era essa, mas sim unicamente se criar uma boa história. E a boa história é aquela mesma velha fórmula de sucesso, onde vemos o protagonista ir em busca de seus sonhos, nem que para isso tenha que ir além desse mundo.
Se num primeiro momento aventura de Miguel parece que irá se enveredar para um cenário parecido do que foi visto no já clássico A Noiva e o Cadáver de Tim Burton, eis que os cineastas Lee Unkrich e Adrian Molina desconstroem todo esse meu pensamento. Há uma preocupação em querer se discutir sobre questões sobre a vida e a morte dentro da trama, mas tudo contado de uma forma convidativa e da qual não irá assustar as crianças. Aliás, novamente o humor irá fazer alegria dos marmanjos que levam os seus filhos ao cinema, pois desde Toy Story a Pixar gosta de inserir piadas em que os adultos compreendem muito melhor o sentido delas.
Porém, o ato final é onde se encontra todo o coração, coragem e alma do filme. Em sua busca pela realização de seu sonho, Miguel descobre que há valores mais importantes para serem preservados e ao mesmo  tempo o filme toca na ferida com relação ao universo das celebridades, cuja sua beleza se encontra somente nos palcos, mas por detrás da cortina há sempre um lado mais sujo. Em tempos em que celebridades instantâneas ganham os holofotes, é sempre interessante assistir um filme que vai contra essa tendência, mas sim valorizando o que há de melhor nos princípios mais básicos da vida. 
Viva  - A Vida é uma festa, pode até não ser o melhor filme da Pxar, mas é uma deliciosa aventura que transita entre a vida e a morte de uma forma divertida e bem colorida.