Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
O ciclo Panorama do Cinema
Contemporâneo, que apresentou importantes filmes de diversas
nacionalidades desde de março, chega ao fim no dia 26 de junho, com a exibição
ao longo da semana de Minha Felicidade,
de Sergei Loznitsa, O Grande Mestre, de Wong Kar-wai, O Abismo Prateado, de Karim
Aïnouz, e Outubro, de Diego e Daniel
Vega Vidal.
A Cinemateca
Capitólio é um equipamento da Secretaria
da Cultura de
Porto Alegre. O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi
patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDESe Ministério da Cultura. O projeto também
contou com recursos daPrefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização daFundação CinemaRS – FUNDACINE.
FILMES
O Abismo Prateado
(Brasil, 2013, 82 minutos)
Direção: Karim Aïnouz
Violeta (Alessandra Negrini) é uma dentista casada e com um filho,
que tem um dia normal de trabalho. Ao ouvir uma mensagem deixada na secretária
do celular ela entra em desespero. A mensagem foi gravada por seu marido,
Djalma (Otto Jr.), que disse que estava deixando-a e partindo para Porto
Alegre. Ele pede para que Violeta não o siga, mas ela não segue o conselho e
tenta viajar, o quanto antes, para a capital do Rio Grande do Sul.
O Grande Mestre
(Yut doi jung si, Hong Kong, China, França, 2013, 123 minutos)
Direção: Wong Kar-wai
Este drama de ação mostra a história de um dos maiores mestres em artes
marciais da história, Ip Man (Tony Leung), o homem que treinou Bruce Lee. O
lema desta trama é "Nas artes marciais não existe certo ou errado, apenas
o último homem de pé".
Um jovem caminhoneiro se perde no campo russo. Ele acaba
conhecendo um senhor infeliz, prostituta menor de idade, um estranho cigano e
policiais corruptos. Quanto mais ele tenta encontrar seu caminho de volta à civilização,
mais descobre que a força e instintos de sobrevivência substituíram qualquer
forma de humanidade.
Outubro
(Octubre, Peru, Espanha, Venezuela, 2010, 88 minutos)
Direção: Diego Vega Vidal e Daniel Vega Vidal
Clemente é um penhorista pouco comunicativo e a nova esperança
amorosa de Sofia, vizinha solteira, devota em Outubro ao culto do Senhor dos
Milagres. A relação deles começa quando Clemente descobre uma menina
recém-nascida, fruto da sua relação com uma prostituta que desapareceu. Enquanto
Clemente procura a mãe da pequenina, Sofia ocupa-se dela e de fazer a limpeza na casa do
penhorista. Com a chegada destes dois seres na sua vida, Clemente terá ocasião
de repensar às suas relações com os outros.
Nos dias 25 e 26 de
Junho eu estarei me encaminhando para minha 58ª participação nos cursos do Cine
Um. Na próxima aula o tema será Nouvelle Vague do Cinema Coreanoque será ministrado pelo Doutor em Ciências
da Comunicação Josmar Reyes. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui
eu estarei postando sobre os filmes que eu assisti desse cinema inovador e
corajoso que estourou no início do século 21.
O HOSPEDEIRO
Sinopse: Na beira do
rio Han moram Hie-bong (Byeon Hie-bong) e sua família, donos de uma barraca de
comida no parque. Seu filho mais velho, Kang-du (Song Kang-ho), tem 40 anos,
mas é um tanto imaturo. A filha do meio é arqueira do time olímpico coreano e o
filho mais novo está desempregado. Todos cuidam da menina Hyun-seo (Ko
Ah-sung), filha de Kang-du, cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Um dia surge
um monstro no rio, causando terror nas margens e levando com ele a neta de
Hie-bong. É quando, em busca da menina, os membros da família decidem enfrentar
o monstro.
Um novo cinema foi
descoberto no início do século 21, sendo mais precisamente o cinema Coreano.
Isso foi graças ao sucesso da trilogia da vingança comandada por Chan-wook Park,
cujo seu filme mais conhecido acabou sendo OldBoy. Premiado em Cannes e tendo
tido reconhecimento mundial, o cinema Coreano foi cada vez mais observado e com
isso as distribuidoras internacionais não pensaram duas vezes em distribuir
esse genial filme de terror. O diretor Bong Joon-ho aqui, dá verdadeira aula de
como se faz um verdadeiro filme de monstros, ao começar pela primeira aparição
do bicho, que vai de genial, realista e completamente imprevisível. Com toques
de humor negro, o filme também aproveita para alfinetar o governo norte
americano, que mesmo sem querer, é responsável pela criação da criatura. Ao
mesmo tempo a trama aproveita para explorar o tema da segunda chance com os
protagonistas, cujos seus destinos são imprevisíveis aos olhos do cinéfilo. Não
me admiraria se Hollywood quisesse fazer uma bendita refilmagem devida suas
faltas de idéias no gênero.
Mother - A Busca pela
Verdade
Sinopse: Uma mãe
tenta desesperadamente encontrar o homem que incrimou o filho pelo assassinato
que cometeu.
O diretor Coreano Bong Joon-ho deu boas aulas
aos cineastas japoneses de como se faz um filme de monstros com o seu O
HOSPEDEIRO e pelo visto não pretende ficar preso há um único gênero, mas sim
tentar fazer diversos. Porém,se tem
algo em comum nos seus filmes até agora, é suspense com toques de humor negro.
Em Mother- A Busca pela verdade o diretor cria uma bela historia de filme
policial em que nem tudo é o que parece, ao mostrar uma mãe obstinada a todo o
custo a livrar o filho da cadeia por um crime que ela acredita friamente que
ele não cometeu.
Mas o que leva a
protagonista a ir tão longe? Seria por amor ao filho? Culpa por algo do
passado? Ou simplesmente não encarar certos fatos? Esses e outros assuntos são
explorados de forma exemplar pelo diretor com um roteiro criativo e o uso da
medida certa com a sua câmera em momentos de suspense (a cena que a
protagonista se esconde num quarto de uma casa é ótimo) e momentos de diálogos
fortes como, por exemplo, entre a mãe e o filho na prisão.
Kim Hye da um show de
interpretação ao fazer a protagonista mãe insistente e investigativa, onde
acaba guardando certas camadas de culpa dentro de si, mas Won Bin não fica
atrás ao interpretar um adulto com problemas mentais e passar para nós as
incertezas sobre suas ações.
POESIA
Sinopse: Mija tem
mais de 60 anos e vive com o neto adolescente numa pequena cidade do interior.
Ela trabalha acompanhando um senhor deficiente e gosta de se vestir com roupas
elegantes e coloridos chapéus. Sua atração por coisas simples e belas a leva a
se inscrever em um curso de poesia onde se torna uma estudante aplicada. Sua
sensibilidade parece estar afiada como nunca e sua visão do mundo não poderia
ser mais positiva. Mas quando o neto se envolve no suicídio de uma colega a
leveza com que Mija encara a vida entra seriamente em crise. Melhor Roteiro no
Festival de Cannes 2010.
Em um mundo onde o espaço para a comunicação,
mais precisamente para o dialogo uns com os outros, esta cada vez em menor
grau, uma personagem tenta buscar comunicação através do mundo ao seu redor,
através das coisas que passam no decorrer da sua vida e ao longo do percurso
tenta acima de tudo não se esquecer de si própria. Assim é Poesia, do diretor
coreano. Chang Dong Lee que cria aqui a saga de Mija (Yoon Hee-jeong ótima) que
a partir do ponto que sabe que tem omal
de alzheimer, busca um modo de frear a doença através da poesia, mas ao mesmo
tempo que sofre por não conseguir encontrar uma inspiração para escrever um
texto, enfrenta um grave problema vindo do seu neto. Esse, aliás, possui
outem alguma dificuldade em saber ter
afinidade com a sua própria avó.
Colocamo-nos ao lado
de Mia em seu trajeto e nos simpatizamos com ela perante um mundo hostil, que
por muitas vezes ignora ela, seja pelo fato dela estar velha, seja pelo fato de
ela ter um problema grave, isso é o que menos importa. É as pessoas que se
esqueceram ou deixaram de ver o que tem de bom no mundo. Já a protagonista,
mesmo com os problemas, esta viva e tenta achar algum significado no mundo em
que vive, nem que para isso se arrisque em determinados momentos.
Chang Dong Lee cria
aqui então o retrato do humano atual, de que ele está morto, ou cego ou sem
tato para sentir o lugar ou a pessoa próxima, ou então simplesmente foi o
sistema que fizeram nos tornarmos frios com relação a tudo ou a nos mesmo. Um
bom exemplo disso é a reunião de pais que junto com Mia tentam de uma forma
política e ao mesmo tempo fria sobre o assunto, tentar achar um modo de livrar
seus filhos de um crime que eles cometeram e a única pessoa que demonstra uma
reação desconcertada com relação à situação e a própria protagonista que por
muitas vezes parece ignorar ou esquecer-se da situação que presenciou ou que
terá que encarar.
Com o prêmio de
melhor roteiro recebido no festival de Cannes, Poesia é uma produção simples,
mas cheia de conteúdo que nos faz fazer uma breve reflexão de nós mesmos se
estamos ou não cada vez mais nos desligando do mundo. Pelo menos esse filme é
um pequeno belo exemplo para se fazer acordar.
O CAÇADOR
Sinopse: Joong-ho Eom
(Kim Yun-seok) é um detetive que se tornou cafetão por problemas financeiros,
mas está de volta a ação, quando percebe que suas meninas desaparecem uma após
a outra. Uma pista o faz perceber que todas elas estavam com o mesmo cliente,
identificado pelos últimos dígitos do celular. Então, o ex-detetive embarca
numa caçada feroz ao homem, convencido de que ele ainda possa salvar Kim Mi-jin
(Seo Yeong-hie), a última menina desaparecida e acabar com este mistério.
A primeira vista parece um
típico filme policial, mas nos não estamos falando de um previsível filme
americano e sim de um filme Coreano que de uns tempos para cá, esse mercado tem
surpreendido pelas suas qualidades em sempre impressionar com tramas imprevisíveis
desde Old Boy. Em sua estreia como diretor, Na Hong-jin impressiona na direção
com inúmeros momentos com movimentos e truques de câmera impressionantes. Isso
sem falar numa trama que diferente dos filmes policiais americanos, possui uma
imprevisibilidade impressionante com relação ao destino dos personagens.
Fugindo do clichê e impressionando o publico, o mercado cinematográfico Coreano
vai longe.
CRÍTICA À ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA MARCA A ABERTURA DO 3º DIÁLOGO DE CINEMA
Nesta terça-feira, 21 de junho, a partir das 19h30, a abertura do
3º Diálogo de Cinema apresenta os filmes Banco Imobiliário (2016, 65 minutos), de
Miguel Antunes Ramos, e O Castelo (2015, 8 minutos), de Ramos,
Helena Ungaretti,Guilherme Giufrida e Alexandre Wahrhaftig, inéditos em Porto Alegre. A programação tem entrada franca.
Com
a proposta de aproximar a recente produção cinematográfica brasileira e
internacional do público de Porto Alegre,
e contando com o ineditismo na cidade da grande maioria das obras
exibidas, o Diálogo apresenta duas Mostras Competitivas: a Mostra
Diálogo, que exibirá 16 curtas-metragens nacionais, de nove estados; e a
Mostra Cercanias, que exibirá 12 produções gaúchas.
A Mostra Internacional - que conta com o prêmio de júri popular -
exibirá 11 curtas de diferentes países, realizados entre 2013 e 2016, e
que já possuem uma trajetória de passagem por importantes festivais
nacionais e internacionais de cinema. Destaque para
a estreia brasileira de quatro curtas internacionais, como O Retorno de
um Homem (A Man Returned), do diretor libanês radicado na Dinamarca,
Mahdi Fleifel, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim de 2016,
e Atravessando Paredes (It Can Pass Through
The Wall), do romeno Radu Jude, premiado por seu longa-metragem Aferim!
como melhor diretor no Festival de Berlim de 2015.
(Brasil, 2016, 65 minutos) Direção: Miguel Antunes Ramos Brian
anda pelo bairro onde cresceu, à procura de novas áreas para uma
incorporação imobiliária, enquanto Romeo desenha uma estratégia de
marketing. Já Carla, planeja os seus novos
investimentos. O documentário se propõe a estudar o fenômeno da
especulação imobiliária na capital de São Paulo e descobrir os efeitos e
causa deste processo. O Castelo (Brasil, 2015, 8 minutos) Direção: Helena Ungaretti, Guilherme Giufrida, Alexandre Wahrhaftig, Miguel Ramos Devidamente fortificado, um castelo de luxo à beira do rio Pinheiros.
GRADE DE HORÁRIOS
21 a 26 de junho de 2016 21 de junho (terça-feira) 19h30 – Cerimônia de Abertura 20h – Banco Imobiliário + O Castelo
22 de junho (quarta-feira)
18h – Mostra Cercanias 1 (A Saga do Herói, Kaali, Sesmaria, Outono Celeste) 20h – Mostra Diálogo 1 (A Outra Marge, Horror, A Rã e Deus, Rapsódia para o Homem Negro, Sólon) 23 de junho (quinta-feira) 18h – Mostra Cercanias 2 (Horror, Bruxa de Fábrica, Another Empty Space, Entre os Dias) 20h – Mostra Diálogo 2 (A Vez de Matar, a Vez de Morrer, Neandertais, Hospedeira, A Última das Minas, História de Abraim, Ruby) 24 de junho (sexta-feira) 18h – Mostra Cercanias 3 (Sob a Pele de Vênus, Desenredo, Ruby, Nes Pas Projeter) 20h – Mostra Diálogo 3 (Corações Sangrantes, A Casa Sem Separação, Biquíni Paraíso, Viagem à Bicuda, História de uma Pena) 25 de junho (sábado) 17h – Mostra Internacional 1 (Nova Vida, Ramona, Atravessando Paredes, Maria do Mar) 19h – Mostra Internacional 2 (Uma Outra Cidade, Filho do Lobo, O Retorno de um Homem) 21h – Cerimônia de Premiação 26 de junho (domingo) 16h – Mostra Sala de Estar (O Corpo, O Teto Sobre Nós, Pele de Concreto, Objetos) 18h – Mostra Internacional 3 (Provas, Exorcismos, Querido Diretor, Semana na Praia, Leve o que Puder Carregar) 20h – Sessão de encerramento (Garoto, de Julio Bressane)
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133www.salapfgastal.blogspot.com
Sinopse: Paulina (Dolores
Fonzi) preferiu deixar os estudos em advocacia para fazer trabalhos sociais e
ser professora numa região pobre da Argentina. Na segunda semana de trabalho,
Paulina é estuprada por um grupo e em vez de abandonar o lugar, segue com sua
vida sem imaginar que os agressores são bem próximos dela.
Em países como o nosso em
que a lei, por vezes, não é posta de uma forma correta, mas sim substituída de
uma forma, cujos métodos são intolerantes, rápidos e clandestinos. Se me
perguntarem sobre o que eu acho com relação ao aborto eu diria que sou contra, mas
a favor de uma lei legal, para que assim acabem com essas clínicas clandestinas
que somente prejudica ou até mata inúmeras jovens. É fácil apontar o dedo e
acusar, mas quero ver saber dialogar de uma forma construtiva do por que
apontar e julgar sem pensar.
Isso são temas cada vez mais
recorrentes acontecendo em nosso país, principalmente onde passamos por um
momento de crise política e onde ocorrem inúmeros retrocessos contra povo.
Infelizmente a cultura do estupro, por exemplo, é uma realidade crua nossa, da
qual o machismo, infelizmente, somente se fortalece entre homens que acreditam
que podem cometer tal ato. Se o nosso cinema nacional atual não lançou um filme
até recentemente que toque nesses assuntos espinhosos, eis que o cinema Argentino
lança Paulina, um filme mais atual do que nunca.
Paulina (Dolores Fonzi)
possui um futuro promissor na área da advocacia, mas ao invés de segui-la,
prefere dar aulas para alunos de uma região pobre da Argentina e indo contra os
desejos do seu pai (Oscar Martinez) que é um Juiz poderoso. Contudo, numa
determinada noite na estrada, Paulina é pega e estuprada por um grupo de jovens
da região. A protagonista, porém, não recua e continua seus trabalhos na escola,
mas com a possibilidade de estar dando aulas para os seus próprios algozes.
Dirigido por Santiago Mitre (Leonera), o cineasta já nos brinda com um belo “plano sequência’, onde acompanhamos
o dialogo entre pai e filha e os desdobramentos que irão acontecer dessa conversa.
Já no cenário dos acontecimentos, o cineasta é hábil em apresentar dois núcleos
da trama, dos quais ambos irão se colidir numa fatídica noite. Para a apresentação
de ambas, o cineasta tem a proeza de retornar em duas cenas, das quais
enxergamos por outra perspectiva e descobrindo os verdadeiros fatos das ações
de determinados personagens.
Mas por mais que Mitre nos
apresente a sua forma construtiva de filmar, é no roteiro e na estupenda
atuação do elenco é que mora a alma do filme, ao começar pela protagonista
Paulina: interpretada por uma intensidade assombrosa pela atriz Dolores Fonzi,
Paulina é uma rocha com relação no que acredita, principalmente com relação às
leis dos direitos humanos, mesmo tendo participado de uma experiência horrível e
que poderia mudar a sua forma de pensar. Com um olhar que mais parece um oceano
infinito, Dolores Fonzi passa todo o conflito interno que a sua personagem
percorre, mas ao mesmo tempo demonstrando convicção e o desejo de seguir em frente,
mesmo com a possibilidade inevitável de mudanças em seus planos de vida
futuramente.
Por sua vez o seu “pai juiz”,
sendo interpretado com intensidade pelo ator Oscar Martinez, é uma espécie de
outro lado da mesma moeda. Embora pai e filha pertençam no mesmo mundo com
relação às leis criadas por uma democracia, ambos praticam de formas
diferentes. Se por um lado Paulina prefere acreditar no acredita, como no caso
de leis que defenda os direitos humanos e que se coloque elas em pratica de uma forma
coerente, por sua vez, o seu pai usa o seu poder como juiz para praticar a
justiça com as próprias mãos em defesa da filha, o que levam ambos então em conflito.
Ambos em cena dialogando é a
força matriz do filme, já que ali há um confronto entre ação e razão, do qual
faz com que a gente compreenda ambos os lados e fazendo a gente pensar até que
ponto as leis atuais, pondo elas em prática, podem ser exercidas de uma forma
correta num mundo cada vez mais opressor. Paulina é uma força da natureza e que
acredita no que sempre aprendeu ao longo dos anos, mas, se colocando em numa
situação, da qual ela poderia facilmente virar a mesa, mas que prefere então
agir de forma tolerante, compreensiva e agir da forma que não quebre os seus princípios.
Um teste de força de vontade, da qual opiniões diversas se colidem e fazendo com
que pessoas próximas a ela não consigam compreender o seu posicionamento, pois para
eles seria mais fácil cortar o mal pela raiz, ao invés de sentar, entender e
respeitar a posição dela.
Com um final poderoso e que
deixa em aberto as inúmeras possibilidade sobre o futuro da protagonista, Paulina
talvez venha a ser o filme mais universal do momento, do qual ele toca na
ferida de inúmeras questões, mas que infelizmente muitos fogem para não
compreender e sim abraçar uma ação rápida e intolerante.