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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Cine Especial:Nouvelle Vague do Cinema Coreano: Parte 1



Nos dias 25 e 26 de Junho eu estarei me encaminhando para minha 58ª participação nos cursos do Cine Um. Na próxima aula o tema será Nouvelle Vague do Cinema Coreano  que será ministrado pelo Doutor em Ciências da Comunicação Josmar Reyes. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu estarei postando sobre os filmes que eu assisti desse cinema inovador e corajoso que estourou no início do século 21. 



PARK CHAN-WOOK E SUA TRILOGIA VINGATIVA:



MR. VINGANÇA



Sinopse: Ryu (Shin Ha-Kyun) é surdo-mudo. Sua adorada irmã precisa com urgência de um transplante de rim. Na ausência de doadores compatíveis, Ryu recorre ao mercado negro, mas é trapaceado e perde todas suas economias, bem como o próprio rim. Ryu então é convencido por sua namorada a seqüestrar a filha de 4 anos do empresário Dong-Jin (Song Kang-Ho) para custear a cirurgia de transplante. Mas o seqüestro não funciona como esperado: a irmã de Ryu se suicida e a menina raptada morre afogada. Sem outros motivos para viver, Dong-Jin e Ryu vão preparar implacáveis planos de vingança um contra o outro.

Iniciando a trilogia sobre vingança, o filme trata de vários aspectos além de simplesmente a vingança única e claramente, pois faz uma crítica ao tráfico de órgãos, sequestro e como uma pessoa pode vir a fazer o impensável para ajudar um ente querido.O interessante no roteiro de Wook-Park é a criatividade, não vista só nesse filme mas em todos os outros da “série”.
Percebe-se que não só um personagem procura vingança nos três filmes. Enfim, o filme tem uma direção ótima para um diretor “estreante” no cinema mundial e consegue não só passar cada protagonista como sendo um mero personagem, mas sim cada um como sendo individualmente um ser a ser explorado mostrando suas emoções durante o filme.
 

  OLDBOY



Sinopse: 1988. Oh Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum, bem casado e pai de uma garota de 3 anos, que é levado a uma delegacia por estar alcoolizado. Ao sair ele liga para casa de uma cabine telefônica e logo em seguida desaparece, deixando como pista apenas o presente de aniversário que havia comprado para a filha. Pouco depois ele percebe estar em uma estranha prisão, que na verdade é um quarto de hotel onde há apenas uma TV ligada, no qual recebe pouca comida na porta e respira um gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa, o que faz com que tente o suicídio. Sem obter sucesso, ele passa a se adaptar à escuridão de seu quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo obrigado a cumprir sem saber o porquê.


 A ‘escola Tarantino’ ultrapassou fronteiras e chegou à Coréia do Sul no início do século 21. “OldBoy” é uma das melhores produções que lembram o estilo do diretor norte-americano. Vingança, submundo e muita violência são os ingredientes deste longa ousado, perturbador e espetacularmente subversivo.
O longa tem uma linha narrativa independente e não precisa de seu antecessor para o entendimento da história. “OldBoy” é um ‘soco na mente’ do espectador. A começar pelo ótimo roteiro baseado em um mangá japonês que é repleto de mistério, reviravoltas e violência, tanto física como psicológica.
A trama, que lembra o conceito de “1984” e a subversão de “Laranja Mecânica”, expõe o sentimento humano à ambiguidade, à represália e à insanidade e de uma forma densa, dramática e amorosamente desesperançosa. A boa fotografia, que faz da opressão algo artístico, e a atmosfera underground ditam o ritmo do longa até o clímax surpreendente e fazem o espectador apreciar uma das experiências mais perturbadoras do cinema. Destaque para a antológica cena de luta em um estreito corredor filmado em plano-sequência. 


 

 LADY VINGANÇA



Sinopse: Aos 19 anos Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) é condenada a 13 anos de prisão pelo seqüestro e assassinato de um menino de 6 anos. Ela está acobertando o verdadeiro culpado, seu namorado e professor Sr. Baek (Choi Min-Sik). Quando descobre que está sendo traída, Geum-Ja passa todo o seu tempo na cadeia preparando uma vingança para o ex-amante. Treze anos depois ela sai da cadeia e, com a ajuda de algumas ex-colegas da prisão, encontra Srr. Baek e põe em prática seu minucioso plano. 


Fechando a trilogia da vingança, os momentos mais fortes de Lady Vingança são aqueles que você simplesmente não vê. É o poder da sugestão no cinema e a confiança do diretor na platéia. A violência neste filme é sufocante, mas quase nunca revelada. E ainda assim, muita gente não consegue olhar para a tela. E talvez, o cinema jamais tenha sido tão contundente ao denunciar crimes contra crianças. Não há banalização da violência, mas o cineasta não deixa de mostrar como a mídia se encarrega disso. O que também impressiona em Lady Vingança é como Park Chan-Wook consegue extrair beleza e sensibilidade de um tema tão difícil. Provavelmente, o filme nunca teria saído deste jeito se fosse bancado por um estúdio de Hollywood.




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Cine Dicas: Estreias do final de semana (16/06/16)



As Tartarugas Ninja - Fora das Sombras


Sinopse: Auxiliado pelo dr. Baxter Stockman (Tyler Perry), o Clã do Pé planeja libertar o vilão Destruidor (Brian Tee) exatamente quando ele é transferido para a prisão. Após o plano de resgate ser descoberto por April O'Neal (Megan Fox), as tartarugas ninja entram em ação para impedi-lo - só que fracassam graças à iniciativa de Krang, um ser alienígena que planeja invadir a Terra. Para enfrentá-los, as tartarugas contam com a ajuda de um novo combatente: Casey Jones (Stephen Amell), um policial que estava no camburão que conduzia o Destruidor quando conseguiu escapar.  


Big Jato


Sinopse:Nos anos 70, um homem (Matheus Nachtergaele) trabalha como motorista de caminhão limpa fossa, apelidado de Big Jato, em Cariri, Ceará. Seu filho, Francisco, sempre o acompanha. A cada dia, o menino vê sua vida se transformar, assim como tudo ao seu redor.

 

Como Eu Era Antes de Você


Sinopse: Lou (Emilia Clarke) não tem muitas ambições. Mas sua vida muda quando passa a cuidar de Will (Sam Clafin), um homem que ficou tetraplégico após um acidente de moto. A rotina de ambos é transformada por meio desse contato e os dois acabam se apaixonando.

 

Doce Veneno


Sinopse: Os amigos Laurent (Vincent Cassel) e Antoine (François Cluzet) vão passar férias numa cidade praiana, cada um na companhia de sua filha adolescente. O que era para ser um leve descanso, se torna uma situação complicada para Laurent quando a filha de Antoine começa a dar em cima dele. 



Elvis & Nixon


Sinopse: Em dezembro de 1970, o presidente Richard Nixon (Kevin Spacey) arranja um espaço em sua agenda para atender um pedido do cantor Elvis Presley (Michael Shannon), que queria conhecer o político. O Rei do Rock ficou empolgado, dando de presente um revólver Colt 45 para o governante. Elvis ainda se prontifica a ajudar em campanhas de combate às drogas.  

Paulina


Sinopse: Paulina (Dolores Fonzi) preferiu deixar os estudos em advocacia para fazer trabalhos sociais e ser professora numa região pobre da Argentina. Na segunda semana de trabalho, Paulina é estuprada por um grupo e em vez de abandonar o lugar, segue com sua vida sem imaginar que os agressores são bem próximos dela.

 

Tini: Depois de Violetta


Sinopse:Tini (Martina Stoessel) dedica sua vida à musica, adora tocar piano e encanta a todos quando está nos palcos. O verão está chegando e ela parte para uma viagem que a fará evoluir profissionalmente e intimamente. 



Trago Comigo

Sinopse: O diretor de teatro Telmo (Carlos Alberto Riccelli) é atormentado pelo o que não consegue lembrar de seu passado. Ele foi preso durante a ditadura militar e para tentar relembrar de tudo, decide montar uma peça.

 

Vida Selvagem


Sinopse:Paco e Nora decidem criar os filhos longe da sociedade e sem estudos. Mas a mãe desiste desse estilo de vida, foge com os filhos e consegue a guarda deles. Mas numa visita, o pai  sequestra os meninos e o trio voltar a levar a vida de antes, virando alvo da mãe e da polícia.

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: TRAGO COMIGO



Sinopse: Telmo (Carlos Alberto Riccelli), um diretor de teatro aposentado, foi membro da luta armada durante a ditadura militar e chegou a ser preso por seis meses por conta disso. Porém, ele não consegue se lembrar de nada desse período, além de alguns lapsos momentâneos. Para tentar reativar sua memória e descobrir o que aconteceu, ele decide criar uma peça de teatro. Contando com um jovem elenco de atores, Telmo vai reconstruir a sua própria história.

No filme HOJE, a personagem de Vera (Denise Fraga) está se mudando para um novo apartamento, já que conseguiu através de uma indenização vinda do governo em decorrência do assassinato do seu marido Luiz (César Troncoso) no tempo em que eram militantes. No decorrer da obra, a personagem relembra o seu passado e enfrentando dolorosas lembranças e fantasmas dos quais não consegue desvencilhar. Toda a trama se passa em um único cenário, ou seja, o apartamento, do qual se torna uma espécie peça fundamental para a trama.
Naquele filme, Tata Amaral quis fazer uma trama da qual as lembranças de tempos difíceis como da ditadura se tornassem algo dolorido e que dificilmente a pessoa consegue esquecer. Quem vivenciou sabe o que eram aqueles tempos, mas que não se pode esquecer e que se deve passar como fonte de informação para as novas gerações que mal sabem o que realmente acontecia naquele período. Em Trago Comigo, a cineasta dá continuidade de como se deve da melhor forma possível manter essa história viva e para servir de alerta para que os erros do passado não se repitam em nosso presente. 
Telmo (Carlos Alberto Riccelli) é um ex militante e agora aposentado. Apaixonado pelo teatro decide adaptar a sua vida de luta no palco, para que então, somente assim, não somente exorcize as suas antigas dores, como também consiga lembrar-se de coisas que ele próprio havia esquecido. Contudo, o fantasma de seu antigo amor do qual havia perdido pode se tornar o seu calcanhar de Aquiles para realização de sua obra.
Assim como HOJE, boa parte da trama se passa em um único cenário, ou seja, tudo ocorre dentro do teatro do qual eles irão fazer a peça. Porém, mais do que vermos os personagens centrais ensaiando para a peça, vemos também essas determinadas cenas cortarem para cenas da peça já sendo encenada pra valer. Isso se cria um belo jogo de cena e fazendo com que criamos um quebra cabeça mental, onde comparamos o antes e o depois da cena já orquestrada para um possível público que for assistir.
O casamento entre cinema e teatro não é exatamente novo para o cinema brasileiro autoral de hoje, já que ano passado havia sido lançado o filme Orestes, de Rodrigo Siqueira, e que tratava de temas semelhantes. Curiosamente, ambos possuem o teatro como pano de fundo, dando a entender que essa arte, ou qualquer outra que preze, seja uma espécie de escape para exorcizar os seus demônios pessoais. Outra semelhança é de ambos serem ficção/documentário, já que aqui, a trama principal se entre corta entre depoimentos de ex-militantes e de parentes de pessoas que ainda hoje se encontram desaparecidos desde os anos de chumbo.
Interessante observar que, embora ajam pessoas conhecedoras de história, é impressionante como ainda exista pessoas do nosso mundo real que desconhecem as consequências daquele período e até mesmo desejam o seu retorno. Pegamos, por exemplo, o personagem Miguel Jarra (Felipe Rocha), um ator, aparentemente, limitado de novelas, mas que deseja atuar na peça. Porém, ele demonstra total desconhecimento da época da ditadura e não consegue entrar no personagem, sendo justamente Telmo (Riccelli) quando ele era militante.
Embora seja coadjuvante, o personagem de Felipe Rocha se torna bem interessante no decorrer da trama, já que ele seria uma espécie crítica que a cineasta faz, não somente sobre a geração atual desinformada, como também a geração de atores televisivos, que nada mais são do que meros bonecos que fazem pose de galão. Contudo, o seu personagem vai se transformando, principalmente quando descobre aos poucos o que Telmo realmente passou. Quando chegamos ao final, percebemos uma transformação completa de seu personagem e se distanciando da imagem do que ele foi um dia no princípio do filme.
Claro que a verdadeira alma do longa acaba sendo o próprio Telmo, sendo interpretado de uma forma convincente, para não dizer inesperada, pelo ator Carlos Alberto Riccelli. De forma eficiente, ele consegue passar para nós o fato de seu personagem carregar um grande peso do mundo nas costas, principalmente quando se considera culpado pela perda de um grande amor do seu passado. Riccelli transmite bem para nós, tanto no olhar, como nas palavras e trejeitos, uma pessoa cheia de cicatriz internas e que às vezes uma delas se reabre para lhe atormentar.
Em tempos em que vemos na tv deputados conservadores que idolatram torturadores do tempo da ditadura, filmes como Trago Comigo se tornam obras mais atuais do que nunca e obrigatório para ser visto e revisto por pessoas que procuram os verdadeiros fatos de nossa história.      



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