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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Luto: David Bowie (1947 - 2016)



O mundo da música está de luto, mas quem vive de cinema também está, pois o mestre David Bowie não cantava nos filmes somente, como também demonstrava bom desempenho com a sua veia artística na interpretação. Embora não tenha tido uma filmografia extensa no cinema, Bowie interpretou personagens que se casavam bem com a sua forma de enxergar e criticar o mundo em que vivia e não se importando que os seus personagens não fossem compreendidos por aqueles que esperam o previsível vindo de uma tela de cinema. Acima de tudo David Bowie era um mestre de tudo um pouco e seu legado jamais será esquecido.
Confiram abaixo os cinco filmes essenciais dos quais ele participou:           

 

Labirinto - A Magia do Tempo (1986)

 

Fracasso na época, mas se tornando rapidamente um dos filmes mais cultuados na década de 80, quando se pensa em David Bowie no cinema vem rapidamente a sua imagem nesse filme. Com um visual que tem tudo a ver com a década, Bowie interpreta um mago que, por vezes, lembra até mesmo a Bruxa Malvada do Oeste do Mágico de Oz. Porém, o personagem foi criado pelo próprio Bowie e talvez por isso mesmo que seja o seu papel mais bem lembrado na tela grande. 


Fome de Viver (1983)

 

Fome de Viver (1983), dirigido por Tony Scott, foi mais um filme que, fracassou no princípio, mas logo se tornou cultuado. Um dos motivos para que o filme tenha sido redescoberto rapidamente foi o fato de a produção possuir um visual estético sombrio e que tinha tudo a ver com a moda gótica da época. Na trama  Catherine Deneuve é uma vampira de vários séculos que, se casa com o personagem de Bowie, mas no decorrer dos anos ela começa a se distanciar dele, pois ele começa cair em desgraça devido a um envelhecimento rápido. Um personagem trágico, mas que caiu como uma luva para o artista.   

  

A Última Tentação de Cristo (1988)

 

O filme A Última Tentação de Cristo (1988) já nasceu polêmico, e para incrementar uma cereja no bolo, Martin Scorsese convida David Bowie para ser ninguém menos que Pilatos na trama. A cena por sinal, Bowie interpreta o personagem histórico da sua maneira e fala poucas e boas para Jesus Cristo (Willem Dafoe) antes de ser crucificado.   


 Twin Peaks - Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992)

 

Nessa prequel de Twin Peaks, a série que mostrou como seria as séries de hoje em dia, Bowie  é um agente do FBI sequestrado por seres obscuros daquele universo esquisito vindo daquela cidade. A presença do artista nesse filme não me surpreende, já que a forma como ele via o mundo, e na sua forma de se expressar, não era muito diferente do cineasta autoral David Lynch.

 

 O Grande Truque (2006)


Bowie contracena com Hugh Jackman, Christian Bale e Scarlet Johanson neste que, pelo ranking do IMDB, é um dos 50 melhores filmes da história. E Christopher Nolan reservou um papel bem especial para o artista, interpretando físico Nikola Tesla, pioneiro das experiências com energia elétrica, e peça-chave do filme.


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Cine Dica: Obras-primas de David Lean na Cinemateca Capitólio

CINEMATECA CAPITÓLIO EXIBE A PONTE DO RIO KWAI, DOUTO JIVAGO E A FILHA DE RYAN
 
Nos dias 16 e 17 de janeiro, a Cinemateca Capitólio exibe três obras-primas de David Lean, em cópias 35 mm: A Ponte do Rio Kwai (1957), Doutor Jivago (1965) e A Filha de Ryan (1970). A exibição é uma parceria entre a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre, a produtora Firula Filmes e o Centro Cultural Branco do Brasil. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para idosos e estudantes.   

O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.


GRADE DE PROGRAMAÇÃO

16 de janeiro (sábado)
16:00 – A Ponte do Rio Kwai
20:00 – Doutor Jivago

17 de janeiro (domingo)
17:00 – A Filha de Ryan

DAVID LEAN

David Lean começou sua carreira na época do florescente cinema inglês dos anos de 1930, quando trabalhou como requisitado montador para cineastas como Michael Powell. Ele continuou a exercer essa função em alguns dos seus filmes, além de trabalhar também como roteirista. Em 1942, dirigiu seu primeiro longa metragem, Nosso Barco, Nossa Alma, em parceria com o dramaturgo Noël Coward. Seu primeiro sucesso foi o drama sentimental Desencanto (Brief Encounter), de 1945, apresentado no primeiro Festival de Cannes, onde ganhou o Grande Prêmio.

Diversos filmes de David Lean foram premiados com o Oscar, em várias categorias. Dois deles  ganharam o Oscar de Melhor Filme - A Ponte do Rio Kwai, de 1957 (sete Oscars), e Lawrence da Arábia, de 1962 (sete Oscars). Doutor Jivago, de 1965, outro grande sucesso de Lean que ganhou cinco Oscars, inaugurou a longa parceria do diretor com o compositor Maurice Jarre, autor de diversas trilhas sonoras.

Em 1999, o British Film Institute fez uma lista com os 100 melhores filmes britânicos do século XX. Cinco filmes de David Lean ficaram entre os 30 primeiros e três deles entre os cinco primeiros colocados.

David Lean possuía um domínio profundo das técnicas cinematográficas, interessado, sobretudo, em contar uma historia e comunicar sentimentos. Desfrutando uma liberdade poucas vezes vista em Hollywood, o cineasta britânico pôde construir um estilo próprio e uma perspectiva de mundo única, desenvolvendo uma linguagem de planos gerais grandiosos, elaborados movimentos de câmera e planos sequências onde os diálogos se desenvolvem sem interrupções da montagem. Perfeccionista ao extremo, lutava para fazer os filmes a seu modo e sem interferências, buscando extrair de cada plano o máximo, esperando dias pelo por do sol perfeito, por exemplo, e acabou por reinventar a ideia de épico hollywoodiano.

Para ele, a realidade deveria ser dramatizada e o papel do realizador era justamente apagar os traços da técnica. Lean alcançou uma autonomia que poucos outros diretores tiveram dentro do sistema dos grandes estúdios e talvez seja o cineasta mais exemplar no que diz respeito a narrativa transparente que caracteriza o cinema clássico norteamericano.

FILMES

A Ponte do Rio Kwai
(The Bridge on the River Kwai, 1957 | 161 min | 35mm)

Depois de liquidar suas diferenças com o comandante de um campo de prisioneiros japonês, um coronel britânico coopera para supervisionar seus homens na construção de uma ponte ferroviária para os seus captores – enquanto permanece alheio aos planos dos Aliados para destruí-la.

Direção: David Lean | Roteiro: Carl Foreman e Michael Wilson | Fotografia: Jack Hildyard

Doutor Jivago
(Doctor Zhivago, 1965 | 192 min | 35mm)

O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução Russa pela ótica de Yuri Zhivago, um médico e poeta. Yuri fica órfão ainda criança e vai para Moscou, onde é criado. Já adulto se casa com a aristocrática Tonya, mas tem um envolvimento com Lara , uma enfermeira que se torna a grande paixão da sua vida. Lara antes da revolução tinha sido estuprada por Victor Komarovsky, um político sem escrúpulos que já tinha se envolvido com a mãe de Lara, e se casou com Pasha Strelnikoff, que se torna um vingativo revolucionário. A história é narrada em flashback por Yevgraf de Zhivago, o meio-irmão de Yuri que procura a sua sobrinha, que seria filha de Jivago com Lara. Enquanto Strelnikoff representa o “mal”, Yevgraf representa o “bom” elemento da Revolução Bolchevique.

Direção: David Lean | Roteiro: Robert Bolt | Fotografia: Freddie Young

A Filha de Ryan
(Ryan’s Daughter, 1970 | 206 min | 35mm)

Em uma cidade irlandesa, um rapaz com deficiência mental expõe para todos da cidade que uma mulher casada está tendo um caso com um oficial britânico.

Direção: David Lean | Roteiro: Robert Bolt | Fotografia: Freddie Young

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Spotlight: Segredos Revelados



Sinopse: Um grupo de jornalistas descobre documentos que provam crimes sexuais cometidos por padres contra crianças em Boston. Eles preparam uma série de reportagens reveladoras, evidenciando os abusos cometidos por sacerdotes da Igreja Católica.

 

Um dos segredos para o sucesso do clássico Todos os Homens do Presidente era pelo fato do filme não se encarregar de somente retratar os motivos que levaram o estouro do escândalo watergate (1972), como também retratar qual é o verdadeiro papel de um jornalista profissional, ou seja, investigativo. O filme estrelado pelos astros Robert Redford e Dustin Hoffman serviu de modelo para outros filmes que viriam a seguir nas décadas seguintes, como no caso Zodíaco de David Fincher. Spotlight: Segredos Revelados talvez venha a ser mais um novo discípulo do clássico dos anos 70, mas ao mesmo tempo falando e muito por si por tocar num assunto espinhoso. 
Marty Baron (Liev Schreiber) manda um grupo de jornalistas de Boston investigar supostos casos de padres abusando sexualmente de crianças durante décadas. O grupo liderado pelo jornalista Walter Robinson (Michael Keaton) decide então escavar cada pista do que eles puderem descobrir. Mal eles sabem que, na realidade, os horrores que essas crianças passaram estão muito além de Boston.
Embora polêmico, o filme de Tom McCarthy (O Visitante) não procura demonizar a igreja Católica, mas sim procurar e divulgar uma lista completa de indivíduos que, se dizem a serviço de Deus, mas que não passam de lobos vestidos de cordeiros. Além disso, o filme se envereda mais para o papel do jornalista investigativo, fazendo da trama um verdadeiro filme policial e não meramente um drama. Agiu como ninguém, a câmera de McCathy não deixa escapar nenhum dos personagens principais, e criando então um verdadeiro mosaico, dos fatos que nos são apresentados durante as investigações individuais de cada um deles.
Demonstrando serem verdadeiros profissionais da área, os personagens optam em não discutirem o certo e errado sobre o papel da Igreja Católica durante a sua história, mas sim buscarem os verdadeiros fatos, pois querendo ou não, há pessoas próximas a eles que convivem com a igreja todos os dias. Uma vez que as emoções começam a dominar o lado profissional deles, se começa a perceber que o papel da igreja sempre esteve presente em suas vidas. Marty Baron (Liev Schreiber), por exemplo, optou ir à busca desses fatos ao lado desse grupo de jornalistas por motivos claramente pessoais, mesmo nunca demonstrando as suas reais motivações, mas sim escancarando somente o seu lado profissional no caso.
O mesmo não acontece com Michael Rezendes (Mark Ruffalo, ótimo): determinado, e sempre persistente em busca aos fatos, Rezendes gradualmente se deixa ser levado pelas emoções no caso em que trabalha. Não que o seu passado tenha algo de similar com que ele investiga, mas sim compreendemos as suas frustrações, e desapontamento pelo que sente perante a igreja e quando ele desabafa na frente dos seus colegas acaba se tornando uma das melhores cenas do filme. Com trejeitos e cacoetes visíveis, Ruffalo novamente cria um personagem que se difere do que ele já fez anteriormente na carreira.
E se o desempenho de Rachel McAdams se apresenta um pouco decepcionante no decorrer do filme, o mesmo não se pode dizer do desempenho do ex-Batman Michael Keaton, que, após ressurgir das cinzas com Birdman, ele demonstra total controle na interpretação em meio a inúmeros interpretes, e sempre quando está em cena contracenado com outros, nossas atenções sempre estão em volta dele. Aliás, o personagem de Keaton possui um momento que, sintetiza qual o verdadeiro papel da pessoa, em reagir ou não sobre tais fatos como esse da igreja quando se descobre e quais as consequências uma vez que não se faz nada a respeito sobre isso. É nesse momento em que o filme nos convida para nos colocarmos no lugar do personagem, e fazer com a gente se pergunte, sobre qual é o nosso papel uma vez que descobrimos sobre casos que não deveriam ficar no escuro.
Como eu disse acima, Todos os Homens do Presidente serviu de modelo para os filmes que viriam a surgir no decorrer das décadas, mas aqui a coisa se torna ainda mais explicita. Se naquele filme havia um misterioso personagem que ficava na penumbra (o tão famoso Garganta Profunda), para dar informação precisas para os jornalistas, aqui o personagem misterioso surge sempre com uma voz peculiar através de uma ligação telefônica. Á formula atualizada não é nenhuma maravilha, mas é uma homenagem mais do que clara ao clássico filme.
Com um final em que os personagens alcançam os seus objetivos, Spotlight: Segredos Revelados vem para questionar o mundo jornalístico de hoje que, cada vez mais se preocupa com a audiência, ao invés de investigar e lançar os verdadeiros fatos de determinados assuntos, seja ele político ou religioso.   


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Cine Curiosidade: Globo de Ouro 2016: Vencedores



Como eu amo cinema gosto de assistir a premiações para poder ver meu filme preferido ganhar. O problema é ter que aturar, na maioria das vezes uma cerimônia morna; sem graça; piadas americanas sem sentido; tradutores brasileiros que não conseguem fazer o trabalho direito e ter que aturar tudo isso até as duas da madrugada. Se é assim no Oscar no Globo de Ouro de ontem não foi diferente.
Pelo menos alguns momentos bons eu pude prestigiar, como ver o veterano Sylvester Stallone ganhar o prêmio de ator coadjuvante, por um papel que ele criou há quarenta anos. E o que dizer de Lady Gaga dando uma de atriz e ganhando o prêmio pelo seu desempenho na série  American Horror Story: Hotel? Quando se acha que já viu tudo a vida nos prega uma grande surpresa!



Confiram os vencedores:

    

CINEMA



Melhor filme de drama

O Regresso



Melhor ator em filme dramático

Leonardo DiCaprio – O Regresso



Melhor atriz em filme dramático

Brie Larson – O Quarto de Jack



Melhor diretor

Alejandro González Iñárritu – O Regresso



Melhor filme de comédia ou musical

Perdido em Marte



Melhor ator em comédia ou musical

Matt Damon – Perdido em Marte



Melhor atriz em comédia ou musical

Jennifer Lawrence – Joy: O Nome do Sucesso



Melhor ator coadjuvante

Sylvester Stallone – Creed: Nascido para Lutar



Melhor atriz coadjuvante

Kate Winslet – Steve Jobs



Melhor roteiro

Steve Jobs



Melhor animação

Divertida Mente



Melhor trilha sonora

Os 8 Odiados



Melhor canção original

“Writing’s On The Wall” – 007 Contra Spectre



Melhor filme estrangeiro

O Filho de Saul (Hungria)



TV



Melhor série dramática

Mr. Robot



Melhor série cômica

Mozart in the Jungle



Melhor ator em série dramática

Jon Hamm – Mad Men



Melhor atriz em série dramática

Taraji P. Henson – Empire



Melhor ator em série de comédia

Gael Garcia Bernal – Mozart In The Jungle



Melhor atriz em série de comédia

Rachel Bloom – Crazy Ex-Girlfriend



Melhor ator em minissérie ou telefilme

Oscar Isaac – Show Me A Hero



Melhor atriz em minissérie ou telefilme

Lady Gaga – American Horror Story: Hotel



Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme

Christian Slater – Mr. Robot



Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme

Maura Tierney – The Affair



Melhor minissérie ou telefilme

Wolf Hall




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