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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Cine Especial:MARIO BAVA:Maestro do Macabro:Parte 4

Nos dias 10 e 11 de Outubro,  eu estarei no Cine Capitólio,  participando do curso Mario Bava: Maestro do Macabro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo doutor em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em romance gótico, Fernando Brito. Enquanto atividade não chega, irei falar dos principais filmes desse diretor que foi fonte de influência para inúmeros outros diretores como Francis Ford Coppola e Tim Burton. 


O CICLO DO PAVOR (1966)



Sinopse: No século XIX, médico é chamado a um pequeno vilarejo para fazer autópsia em mulher que morreu sob estranhas circunstâncias. Instigado pelo mistério da morte e pela suspeita de ter sido provocada por um ritual, começa a investigar o caso por conta própria e se depara com uma inimaginável maldição.


O roteiro simples é uma marca registrada de Bava, mas não se enganem, pois o simples é muito diferente de ruim, a simplicidade do roteiro é a tela em branco que permite a Bava criar sua narrativa pictórica para contar a história. Quando a tensão do filme aumenta o espectador é induzido ao medo, cores fortes, o claro, o escuro são usados sem nenhuma preocupação com a realidade, estão ali apenas para a sensação visual do medo, a sensação de assistir O ciclo do pavor é a de estar dentro de um pesadelo, onde o inexplicável é aceito de forma natural.  Neste pequeno fragmento do filme é possível conferir um pouco do lirismo e a atmosfera onírica criada pelo maestro do macabro.



 Hércules no Centro da Terra (1960)



Sinopse: Hércules precisa lutar contra um monstro de pedra, recuperar uma maçã dourada da árvore de Hespérides e enfrentar horrores de Hades para salvar sua amada das garras do perverso Lyco (Christopher Lee).


Hercules no Centro da Terra é o segundo filme de Mario Bava, mas já demonstra que A Máscara do Demônio não foi um acidente de percurso. Já com estrada no gênero (havia fotografado os dois primeiros filmes do ciclo, Hercules [1957] e Hercules Unchained [1958], e foi o responsável pelos efeitos especiais em inúmeros outros dirigidos por amigos), o diretor demonstra maturidade e força transformando o que podia vir a ser um conto da Carochinha numa assustadora viagem ao Inferno, com todos os tipos de belzebus possíveis e imagináveis. Aqui, Hércules é interpretado por Reg Park que, foi três vezes (1951, 1958 e 1965) Mr. Universo (e que alguns anos depois entregaria o cetro para um certo Arnold Schwarzenegger). Carismático no papel, o suficiente para, por exemplo, não ser engolido por atores mais talentosos e experientes em cena, como Christopher Lee. Esse ultimo, aliás, nos brinda com uma performance sincera e emocionada como Lyco, o rei que faz um pacto com o Inferno, oferecendo o sangue de Dejanira, mulher de Hércules, em troca de vida eterna Seria fácil partir para a caricatura e transformar um personagem destes em um vilão de desenho animado, com caras e bocas, mas Lee, o eterno conde Drácula, consegue entregar um personagem mais complexo e variado do que o próprio roteiro pedia.


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VINGADORES: A ERA DE ULTRON


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 Jurassic world

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Força Maior
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Cine Dica: CURADOR DA VERSÁTIL DEBATE GIALLO PSICODÉLICO NO PROJETO RAROS

Nesta sexta-feira, 09 de outubro, às 20h, o Projeto Raros exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3o andar) o giallo psicodélico Todas as Cores da Escuridão (Tutti Colori del Buio, 1972, 94 minutos), de Sergio Martino. Depois da exibição, acontece um debate com Fernando Brito, pesquisador e curador da Versátil Home Video. Neste ano, a distribuidora presenteou os fãs brasileiros dos thrillers italianos com o lançamento de uma elaborada caixa contendo quatro clássicos do gênero, incluindo, além do seminal Seis Mulheres para o Assassino, de Mario Bava, outra obra cultuada de Sergio Martino, O Estranho Vício da Sra. Wardh. O filme será exibido em cópia digital com legendas em português.
Fernando Brito está em Porto Alegre para ministrar um curso sobre a obra de Mario Bava na Cinemateca Capitólio, nos dias 10 e 11 de outubro. Mais informações: http://cinemacineum.blogspot.com.br/2015/08/mario-bava.html

TODAS AS CORES DA ESCURIDÃO

Jane (Edwige Fenech), uma mulher atormentada por fantasmas do passado e por uma gravidez interrompida drasticamente, envolve-se com uma macabra seita de adoradores do demônio. O filme foi lançado nos cinemas brasileiros em 1975 com o título Os Sonhos Eróticos de uma Mulher Insaciável.
Sergio Martino pode não ser conhecido como um dos grandes mestres do cinema fantástico italiano, mas certamente Todas as Cores da Escuridão figura entre os melhores filmes do horror feitos no país. Apesar de ser um giallo atípico, sem a presença de um assassino misterioso e cheio de referências à magia negra e ao ocultismo, traz o que o subgênero tem de melhor: mise en scène precisa, fotografia psicodélica, atmosfera onírica, musas estonteantes e uma trilha sonora cheia de estilo, cortesia do mestre Bruno Nicolai. O filme é um herdeiro assumido de O Bebê de Rosemary, clássico de Roman Polanski. 

PROJETO RAROS
09/10 - 20h
TODAS AS CORES DA ESCURIDÃO
(Tutti Colori del Buio - Itália, 1972, 94 minutos)
Direção: Sergio Martino
Elenco: George Hilton, Edwige Fenech, Ivan Rassimov


Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: PERDIDO EM MARTE



Sinopse: O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra.


Em 1978, o diretor Richard Donner (A Profecia) decidiu aceitar a oferta de dirigir Superman: O Filme, mas com o intuito de injetar nesse projeto um alto-grau de verossimilhança, ou seja: fazer com que a gente acreditasse que um homem podia realmente voar. De uns anos para cá, é curioso observarmos que, alguns filmes de ficção científica, se preocupam em nos apresentar tramas das quais nos passa de que aquilo pode realmente ser crível. Se os criadores de filmes recentes, como Gravidade e Interstellar investem pesado em ficção com um pé na realidade, Perdido em Marte chega ao mais novo patamar dessa obsessão pela verossimilhança dentro dos filmes de ficção.
Baseado na obra Andy Weir, o mais novo filme de Ridley Scott (Blade Runner) conta a história de um grupo de astronautas da NASA que pisaram pela primeira vez em Marte. Durante a expedição, uma tempestade de areia os atinge e os obriga a deixar o planeta. Porém, um deles chamado Mark Watney (Matt Damon) ficou para trás e foi dado como morto. Quando Watney finalmente dá sinais para a terra que sobreviveu, começa a missão da NASA em saber de qual maneira melhor para resgatá-lo.
A partir do momento em que o protagonista começa a ter que se virar para tentar sobreviver enquanto a cavalaria não chega o roteiro a todo o momento se preocupa em nos mostrar como cada passo do personagem em viver um dia de cada vez naquele planeta pode “sim” ser possível. Porém, o que poderia gerar um dramalhão, o personagem não perde tempo com lágrimas, mas sim usa o que tem de disponível, mais com que aprendeu ao longo da vida, para obter as coisas mais básicas para viver, desde plantar batata para comer e criar água num lugar que não existe nenhum dos dois.
Com isso, há um belo cruzamento de fórmulas de sucesso já vista em outros filmes sobre sobrevivência, como Apollo 13 e Naufrago (ambos com Tom Hanks) e vistos aqui se transforma numa trama fresca e muito bem digerida, mesmo para aqueles que torcem o nariz para filmes do gênero ficção. O feito para isso foi o fato dos criadores terem pedido consulta a todo o momento pela própria NASA, com o intuito de mostrar o que era possível ou não na tela. O divertido disso é o cruzamento de realidade com a ficção, como quando Watney resgata o pequeno robô Sojourner (desativado em solo marciano em 1997) com intuito de usá-lo para se comunicar com a NASA.
Mas se os pontos altos da trama é vermos o protagonista tentar sobreviver em marte, em solo terráqueo a coisa não é muito diferente e nos brinda com grandes momentos protagonizados pelos atores Jeff Daniels e Sean Bean que, interpretam os personagens que lideram a equipe em terra, e que precisam solucionar a maneira ideal para trazer o astronauta de volta. Se há uma dose de verossimilhança em vermos o personagem de Damon em sobreviver em solo marciano, às tentativas dos técnicos da NASA em achar uma solução de melhor resgate soam tão reais que, elas não devem nada a reconstituição perfeita que foi vista no filme Apollo 13, sendo que esse último foi baseado realmente em fatos verídicos.
Porém nem tudo são flores, pois a união da NASA com o governo Chinês na missão de resgate vista no filme soa como forçada demais, pois esses últimos estão unicamente trama, para o filme ser vendido e bem aceito no mercado cinematográfico de lá. Atualmente, uma boa fatia em que um filme arrecada em bilheterias se consegue nos cinemas da China e atualmente Hollywood faz de tudo para conseguir uma boa aceitação por lá, chegando até mesmo em modificar determinados roteiros de alguns filmes. Outro ponto negativo é o fato da equipe comandada pela personagem Melissa Lewis (Jessica Chastain, de Interstellar) que, tem a missão de retornar e resgatar o seu companheiro em solo marciano possui poucos momentos em cena o que é uma pena, já que os personagens são bem carismáticos e roubam a cenas nos poucos momentos que aparecem. 
Felizmente todos esses problemas se dissipam, no momento em que chegamos ao ato final e vemos a tão complicada missão de resgate sendo executada. É nesse momento que Ridley Scott poderia ser seduzido em elaborar inúmeras cenas de ação desnecessárias, mas ao invés disso, tudo ocorre de uma forma bem convincente e casando com a proposta inicial do filme que eu havia dito acima. Aliás, é preciso reconhecer que aqui, o 3D é muito bem executado, nos fazendo sentir que estamos testemunhando realmente marte a nossa frente e fazendo com que a gente não se arrependa em ter pagado um ingresso mais caro. 
Com atuações convincentes e humanas, Perdido em Marte veio para fortalecer cada vez mais essa obsessão (no bom sentido) de Hollywood em nos querer vender uma trama que cruza sempre o nosso mundo real com uma ficção crível. Resta agora saber quando a ficção e realidade vistas no cinema se tornaram uma só, ao ponto do cinéfilo não saber mais como separar esses dois lados da mesma moeda.  

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