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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: DENTRO DA CASA


Sinopse: Um pouco cansado da rotina de professor, Germain (Fabrice Luchini) chega a atormentar sua esposa Jeanne (Kristin Scott Thomas) com suas reclamações, mas ela também tem seus problemas profissionais para resolver e nem sempre dá a atenção desejada. Até o dia em que ele descobre na redação do adolescente Claude (Ernst Umhauer) um estilo diferente de escrever, que dá início a um intrigante jogo de sedução entre pupilo e mestre, que acaba envolvendo a própria esposa e a família de um colega de classe.

Vi pouco, ou quase nada da filmografia de François Ozon, sendo que o ultimo que me lembro que vi foi 8 mulheres e vendo esse seu ultimo trabalho, faz me arrepender bastante por não ter o acompanhado mais de perto. Baseado na obra do dramaturgo espanhol Juan Mayorga, o filme não só mergulha no universo da literatura, como também é uma espécie de estudo da alma humana, que vai desde as suas obsessões, sonhos, desejos e vidas frustradas. Tudo isso acontece, no momento que o jovem Claude (Ernst Umhauer) se infiltra na família do seu melhor amigo, para então fazer uma analise detalhada do dia a dia deles, escrevendo no seu papel e fazendo ganhar confiança e respeito do seu professor Germain (Fabrice Luchini).
O que começa como uma simples curiosidade e admiração de professor para o seu aluno, acaba se tornando em um verdadeiro jogo de gato e rato, mas que jamais desce para o gênero de suspense, mas que faz com que o espectador tema pelo pior a cada momento que passa. No momento que o jovem invade o universo dessa família, acaba por então descascando as suas verdadeiras personalidades, onde se encontra de tudo um pouco: desejos reprimidos, frustrações, alienações e a quebra da imagem da família perfeita internamente. Tudo isso pelo olhar do jovem, que vai da curiosidade, para o surgimento de um interesse mais sério que começa a sentir por cada um deles, principalmente pela dona da casa (Emmanuelle Seigner).
Na  medida em que a obsessão toma conta do jovem, ao mesmo tempo desperta um desejo de curiosidade e obsessão também no seu professor, desejando então que o seu aluno vá mais ao fundo disso. No decorrer da trama, ficamos nos perguntando quais são os motivos para o professor desejar tanto que o aluno prossiga com isso, que vai de teorias de um possível desejo homossexual, paternidade que nunca chegou ou simplesmente vê nele alguém que ele jamais foi um dia. Além de uma direção agiu de Ozon, o filme conta também com um desempenho incrível de cada um do elenco, principalmente da dupla central Germain (Fabrice Luchini) e Claude (Ernst Umhauer), onde ambos nos rendem momentos inspirados tanto quando estão juntos em cena, como também quando estão separados durante á historia.
Atenção também para o ótimo desempenho de Kristin Scott Thomas, que embora sua personagem seja um tanto que secundaria, se torna peça fundamental no ato final da trama. Um agiu, imaginativo filme e que nos faz querer conhecer mais a filmografia de François Ozon.

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 7

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.  

Lutar ou Morrer 

Sinopse: O chinês Chen Zhen (Jet Li) estuda engenharia em Kyoto e está apaixonado por Mitsuko Yamada, a filha do diretor. Ele retorna para Shangai, ocupada pelos japoneses, após descobrir que o seu mestre de kung fu morreu em uma luta contra o campeão japonês Ryuichi Akutagawa. Zhen tenta provar que o guerreiro morreu envenenado, começando uma disputa que vai colocar a honra da China e do Japão em teste.


Ao fazer um remake do clássico de Bruce Lee A Fúria do Dragão, Jet Li fez o seu próprio clássico. Embora não tenha ido tão bem no mercado asiático, no Ocidente sempre aparece nas listas dos melhores filmes de kung fu de todos os tempos. O filme enfoca o tema clássico da rivalidade entre chineses e japoneses, o que rende lutas espetaculares entre Chen Zen e lutadores japoneses, incluindo uma escola inteira (referência à cena mais conhecida do filme de Lee), um honrado mestre de karatê e um perigoso militar (o responsável pela morte do mestre). A lenda viva Yasuaki Kurata é o mestre que luta com Li e o ensina a se adaptar ao estilo do adversário para vencer, o que será crucial na luta final com Billy Chau, o general assassino. Reunindo algumas das mais insanas lutas de todos os tempos, Lutar ou Morrer é, na humilde opinião (ao lado de Herói), um dos melhores filmes de Jet Li.  


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Cine Dica: FRANCES HA segue em cartaz no CineBancários


O CineBancários segue com o novo filme de Noah Baumbach, FRANCES HA, até dia 15 de setembro, às 15h, 17h e 19h, de terça a domingo. O filme destacou-se nos Estados Unidos como um grande sopro de renovação autoral junto às produções americanas.

Comparado á Manhatan, de Woody Allen, Frances Ha conta a estória de Frances (Greta Gerwig), que mora em Nova York, mas na verdade ela não tem um apartamento. Frances é aluna numa companhia de dança, mas não é de fato uma bailarina. Frances tem uma melhor amiga chamada Sophie, mas na verdade elas não estão se falando mais. Frances se joga de cabeça em seus sonhos, mesmo que a possibilidade de realização seja pequena. Frances deseja muito mais do que tem, mas ela leva sua vida com leveza e uma alegria inexplicável. FRANCES HA é uma divertida fábula moderna, na qual Noah Baumbach explora Nova York, a amizade, classes, ambição, fracasso e redenção.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 

Leia a minha critica sobre o filme clicando aqui. 

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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 6


Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje. 

OPERAÇÃO DRAGÃO GORDO


Sinopse: Ah Lung, rapaz gordo e caipira, vai trabalhar em Hong Kong e acaba tendo que enfrentar os três melhores lutadores do mundo. Fã de Bruce Lee, de tanto observar o seu ídolo, se tornou também um mestre do kung-fu.
  
Esse filme eu descobri através dos meus pais, quando eles assistiam adoidados nas reprises da Band nos anos 80. Operação Dragão Gordo, Sammo Hung, estrela e dirige esta inteligente paródia do clássico de Bruce Lee, Operação Dragão, como um Bruce inflado que nem um suíno. Este filme é uma homenagem fenomenal ao culto a Bruce Lee, de uma forma divertida e respeitosa.
Sammo Hung era praticamente um guri quando dirigiu essa paródia e qualquer semelhança com o Kung Fu Panda não deve ser mera coincidência. O cara é ingênuo, trabalha no restaurante fuleiro do tio, se mete em confusão e luta no melhor estilo kung fu. Até o sonho dele no início lembra o do panda.
O filme na verdade veio na época (1978), para fortalecer mais o gênero de kung fu, misturado com altas doses de comédia, o que distanciava bastante de outros filmes em que eram levados mais a sério como o Dragão Chinês. As cenas de lutas são geniais, mas ao mesmo tempo um verdadeiro pastelão e algo que se viria muito nos filmes seguintes estrelados por Jackie Chan, que alias é grande amigo de Sammo  Hung. O resultado é mais uma ótima diversão para os fãs do gênero.


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Cine Dica: SALA P. F. GASTAL EXIBE SHOAH



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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 5

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.  

O JOGO DA MORTE

Sinopse:  Bruce Lee ele é Bily Lo, um ator de filmes de artes marciais. Sua namorada também está alcançando sucesso como cantora quando um "sindicato" criminoso oferece "proteção" aos dois. Bily sabe que eles serão explorados e não aceita, o que faz com que sejam ameaçados. Para enfrentá-los ele forja a sua própria morte e se infiltra na organização para destruí-la completamente. 

Neste que se tornou um dos mais famosos (e último) filmes de Bruce Lee, ele na verdade nunca conseguiu terminar este filme pois morreu antes, em 1973. Na realidade, quando surgiu a proposta  para Lee atuar em Operação Dragão, ele estava envolvido neste projeto, mas como achou a oferta da Warner mais atraente, decidiu  deixar esse filme de lado, para então se dedicar no filme que o consagraria no ocidente. Assim então, O Jogo da Morte se tornou um filme inacabado, onde boa parte das filmagens feitas são to arco final, onde Lee e outros lutadores participam de um jogo de lutas, onde eles vão subindo numa torre e tem que enfrentar um lutador por vez. 
O filme só seria concluído em 1978, com uma nova historia e se tornou quase autobiográfico, pois o personagem é um ator de artes marciais que finge sua propia morte para escapar de mafiosos para então caça-los um por um. Embora os produtores tenham se esforçado na criação desse filme, não há como negar que ele envelheceu mal em alguns aspectos como trazer o Bruce Lee a vida: foram usados ao todo dois dublês, que na maioria das vezes, hora usava óculos escuros para disfarçar, hora fica ficava de lado ou simplesmente nas sombras para cobrir o rosto. Talvez o pior momento foi já no inicio do filme, onde o dublê tem o seu rosto substituído pela imagem de Lee no espelho, mas que visto hoje em dia é bem nítido a imagem sobreposta em outra.   
Curiosamente, tanto neste filme, como na  continuação de 1981 foram usadas imagens verdadeiras do enterro de Bruce Lee como sendo do enterro do personagem! Apesar de Bruce Lee constar como parte do elenco nos créditos do segundo filme ele nunca esteve envolvido diretamente nesta produção, pois já estava morto. Um ator oriental foi usado no lugar do astro  interpretando um irmão dele na trama e existem algumas cenas com o verdadeiro Bruce Lee, mas retiradas de outros filmes.
Embora com todos esses defeitos, o filme é uma pequena declaração de amor que muitos tinham pelo astro naquele tempo e a produção passou a ser cultuada, tanto que Tarantino prestou homenagem há esse filme no seu Kill Bill.  Destaque para os históricos combates com Chuck Norris (retirado de O Voo do Dragão) e Kareem Abdul Jabbar no embate final da trama. 

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 4

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.  
Operação Dragão 

Sinopse: Lee (Bruce Lee) foi recrutado para investigar um torneio organizado por Han (Kieh Shih), que serve de fachada para a venda de ópio. Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly) lutaram na Guerra do Vietnã e resolveram competir no torneio devido a problemas distintos. Enquanto Roper está fugindo da máfia, devido a dívidas de jogo, Williams está cansado de ser atormentado por policiais racistas e resolveu usar o carro para fugir deles. Lee também entra no torneio e, além de desmascarar Han, tem como objetivo retirar Roper e Williams do local com vida.

Operação Dragão foi o último filme protagonizado Lee antes de morrer, o que é algo que faz deste um dos filmes mais importantes de sua filmografia. Além de ser o filme mais ambicioso de sua época, tratando-se do gênero ao qual faz parte (foi o primeiro filme realizado com a contribuição de um grande estúdio norte-americano, neste caso, Warner Bros), é uma pequena máquina de atores; acredite se quiser, mas um dos dublês do filme é ninguém menos que Jackie Chan (ainda lutando em busca da fama que possui hoje) e a presença de Bolo Yeung que viria mais tarde há se tornar vilão em inúmeros filmes de ação, incluindo alguns protagonizados por Jean Claude Van Damme.
Mas, para falar a verdade, não gosto muito dos ares norte-americanos que este filme tem, até mesmo porque tira um pouco da identidade chinesa que muitos gostariam que ele tivesse. O filme pega atores de todos os lugares do mundo (China, Jamaica, EUA, etc…). Mas isso é o de menos, pois o que realmente não me agradou neste foi o fato do próprio procurar vestir Bruce Lee como uma espécie de agente 007.
O título ‘’Operação Dragão’’ é bastante significativo, pois é com ele que as coisas realmente giram. A trilha sonora, por exemplo, remete ao espectador mais atento a recordar dos grandes clássicos pertencentes à série de filmes 007, sobretudo o primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), protagonizado por Sean Connery. No caso de Operação Dragão, 007 seria Bruce Lee, Dr. No seria Shih Kien (o vilão, Han) e a ilha (o principal palco para toda a trama) seria… a ilha, que havia uma nos primeiros filmes do agente britanico.   
É interessante que até mesmo ocorre a proposta feita pelo vilão ao mocinho, para trabalhar com ele nos seus planos malignos, só que, claro, o mocinho recusa da melhor forma possível. Mas há partes geniais, como quando Lee enfrenta dúzias de seguranças e da um verdadeiro show de artes marciais, ou no grande clímax, onde o nosso herói enfrenta o seu adversário dentro de uma sala de espelhos. Essa cena, aliás, é aquele tipo de seqüência que entra para historia, pois o que vemos ali não é somente um jogo de espelhos, como também um incrível jogo de câmera, montagem e fazendo com que até mesmo ficamos confusos junto com o protagonista, para saber onde está escondido o vilão na sala.    

Por fim, se você quer se aprofundar mais sobre Bruce Lee, não perca este por nada. Há pequenas falhas, mas a ação e o desenvolvimento narrativo bem-sucedido fazem valer a pena, e claro, só por ser um clássico vale a pena.

NOTA: Mal foi divulgado, mas recentemente morreu Jim Kelly aos 67 e que havia se consagrado como um dos lutadores principais de Operação Dragão. Com cabelão black power e 1m88cm de altura, Kelly chamou logo atenção e foi escalado para atuar no filme Operação Dragão (1973), protagonizado por Bruce Lee. Na mesma década, Kelly participou de uma série de filmes de ação do gênero blaxploitation. A seguir, iniciaria carreira profissional no tênis.


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