Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Família
pré-histórica precisa achar um novo lar quando sua caverna é destruída.
Liderados por Grug (Nicolas Cage), só não imaginavam que sair das cavernas ia
render a maior aventura de suas vidas.
Embora nunca tenha criado um
filme que tivesse tamanha criatividade como a sua rival Pixar, a Dreamworks
sempre criou animações que divertissem a família na medida certa, mesmo
apresentando por vezes tramas que já nos da uma idéia do esperar no final. No
caso de Os Croods, a trama da família pré-histórica que tenta sobreviver às
mudanças da terra, oscila entre o previsível, para alguns momentos de pura
criatividade inesperada. O inicio já começa de forma criativa e divertida,
mostrando o dia a dia dessa família e do porque o pai Grug (Nicolas Cage) ser
tão protetor em demasia em proteger o seu sangue, principalmente da filha
rebelde (Ema Stone), que já não agüenta mais viver aquela vida de se esconder
na caverna.
Essa tirada já é bem manjada:
pai que nunca sabe quando deixar livre o seu rebento, algo muito bem visto no
já clássico Procurando Nemo. Aqui, antes mesmo de acontecer, já sabemos que um
imprevisto vai fazer com que aconteça uma cadeia de eventos, para então fazer
com que o chefe dessa família comece a pensar diferente sobre a vida que leva.
Isso não demora muito, pois após a apresentação dos personagens, conhecemos
Guy (Ryan Reynold), um rapaz com a cabeça a frente desse período pré-histórico, que além (claro)
de fazer parzinho com a filha de Grug, será ele que os levará a um novo mundo
cheio de aventuras e que fará com que eles sobrevivam às mudanças da terra.
A partir desse momento, o
filme nos brinda com um mundo selvagem cheio de riquezas e detalhes, onde o 3D
somente aumenta ainda mais essa grandiosidade cheia de cores e que não deve
nada ao universo de Avatar. É claro que em meio a isso, haverá situações em que
a família terá que enfrentar, mas que ao mesmo tempo fará com que eles mesmos
se descubram: Grug, logicamente é o que mais se vê afetado, pois acreditava que
o “novo” sempre era perigoso, quando na verdade sempre criava em volta dele e
de sua família, uma prisão psicológica que nunca o fazia seguir em frente.
Os momentos finais do ato
final são dignos de nota, pois representa tanto o fato da Dreamworks em querer
ousar mais, como também ficar preso a velhas formulas. Quando a gente acha que
o filme está terminando (com um final inesperado e que com certeza marcaria uma
geração inteira de crianças), eis que surgem idéias (literalmente) velhas, para
fazer com que as pessoas de todas as idades saiam das salas satisfeitas e sem
trauma. Das duas uma: ou eles queriam criar uma verdadeira pegadinha para quem
estava assistindo, ou em ultima hora, algum executivo do estúdio se intrometeu
e impediu para que isso acontecesse e ao mesmo tempo pudesse dar uma chance
para a criação de uma futura nova franquia.
Difícil ambição e criatividade
andarem bem de mãos dadas, mas também nada é impossível no universo da animação
de Hollywood.
Nos dias 13 e 14 de abril, estarei participando do curso "MARVEL - 15 ANOS DE AVENTURA NO
CINEMA" criado pelo Cena Um e ministrado pelo critico de cinema ROBERTO
SADOVSKI. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando
sobre as quinze melhores adaptações da Marvel para o cinema (em ordem
cronológica) nestes últimos quinze anos.
THOR
Sinopse: A aventura épica se inicia no planeta Terra nos dias de hoje
até reino de Asgard. O Poderoso Thor é um arrogante guerreiro cujas ações
intempestivas despertam uma guerra antiga. Como castigo Thor é enviado à Terra
e forçado a viver entre os mortais. Uma vez aqui ele aprende o que significa
ser um verdadeiro herói depois que o vilão mais poderoso de seu mundo envia as
forças negras de Asgard para invadir o planeta.
Quando Kenneth Branagh foi anunciado como diretor dessa produção, o
mínimo que se esperava era algo de diferente se comparado as outras produções
que a Marvel levou para o cinema. Mas não é bem assim: como já diz o ditado “em
time que esta ganhando não se mexe” o filme continua da mesma forma que os
filmes do Homem de Ferro 1 e 2 e O Incrível Hulk, como uma boa aventura
misturada com elementos de bom humor na medida certa. O que talvez tenha levado
a contratação do diretor, foi pelo fato da trama carregar momentos
shakespearianos de traições, honra e lealdade nas quais o diretor já
experimentou e muito em filmes que ele dirigiu como o épico Hamlet.
O primeiro ato é magistral, mostrando como é o mundo de Asgard e suas
origens. É neste ponto que Branagh não se intimidou com a grandeza da produção
que se envolveu e fez um belo casamento com efeitos especiais, fotografia,
edição de arte e figurino (esse ultimo, o mais criticado, mas que no final das
contas combinou com esse universo criado). Já neste ato ocorrem umas melhores
cenas de ação do filme onde nosso herói (Chris Hemsworth a vontade no papel)
com seus companheiros e irmão loki (Tom Hiddleston ótimo) enfrentam os gigantes
de gelo em uma seqüência incrível e digna de ser comparada ao Senhor dos Anéis.
Lembrando que o inicio é todo dominado pelo ator Anthony Hopkins, que
simplesmente nasceu para ser Odin e pelo visto esta cada vez mais a vontade em
super produções.
Ao chegar ao segundo ato, a trama se transforma em outro filme, ao
mostrar o herói exilado em meio aos seres humanas e em situações imprevisíveis
e bem atrapalhadas, mas com humor bem certeiro e que faz agente gostar da
situação em que o personagem se mete em meio as pessoas normais. Em
contrapartida, os personagens coadjuvantes que surgem ao lado do protagonista
nesta parte pouco podem fazer na trama, sendo que nem mesmo Natalie Portman
(saída a pouco do filme que lhe deu o Oscar, Cisne Negro) tem algo a
acrescentar, apenas serve para amolecer o coração do herói.
Com um terceiro ato cheio de efeitos especiais, ação e duelos de
interpretação entre os principais protagonistas, o filme termina fazendo agente
se esquecer dos pequenos deslizes do segundo ato e fazendo agente querer mais
aventuras do herói Asgardiano que podem ocorrer numa eventual seqüência ou
então no esperado Vingadores. É esperar pra ver.
CAPITÃO AMERICA:
O PRIMEIRO VINGADOR
Sinopse: 2ª Guerra Mundial. Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem que
aceitou ser voluntário em uma série de experiências que visam criar o
supersoldado americano. Os militares conseguem transformá-lo em uma arma
humana, mas logo percebem que o supersoldado é valioso demais para pôr em risco
na luta contra os nazistas. Desta forma, Rogers é usado como uma celebridade do
exército, marcando presença em paradas realizadas pela Europa no intuito de
levantar a estima dos combatentes. Para tanto passa a usar uma vestimenta com
as cores da bandeira dos Estados Unidos, azul, branca e vermelha. Só que um
plano nazista faz com que Rogers entre em ação e assuma a alcunha de Capitão
América, usando seus dons para combatê-los em plenas trincheiras da guerra.
Até metade da década de 80, os personagens de HQ (no caso, super heróis)
passavam para o leitor historias muito bem definidas. Ou seja: não existia essa
ambigüidade que há atualmente, tanto nos quadrinhos como no cinema, mau era mau
bem era o bem. Mas foi a partir da metade daquela década, que foi introduzido
bastante o lado psicológico dos personagens que fizeram deles mais humanos e
próximos ao mundo real. Mas existem ainda pessoas atualmente que sentem falta
de uma época onde tudo era um pouco mais claro e simples, e com a chegada de
Capitão America: o Primeiro Vingador é voltar a sentir o gosto dos bons e
velhos tempos da era de ouro, tanto dos bons e velhos filmes de antigamente,
como das HQ mais inocentes.
Porém, o diretor Joe Johnston (Lobisomem) fez a lição de casa ao criar a
origem do protagonista de uma forma não rápida, mas gradual e humana, para que
o espectador tivesse tempo para se familiarizar com o personagem. E para nossa
sorte, Chris Evans, (que se a principio havia sido bastante criticado por ter
sido escolhido), soube muito bem passar inocência e doçura do personagem, com o
qual, consegue ganhar a nossa simpatia facilmente. Vale salientar, que o ator
também passou por um duro treinamento físico para ficar com o corpanzil que o
personagem possui. Portanto, é um choque vê-lo transformado, se comparado
quando ele era pequeno e bem magro no inicio da trama (nesta parte, auxiliado a
incríveis efeitos especiais que deixam o Curioso Caso de Benjamin Burton no
chinelo).
Fora o ator, o que muito se temia desse filme também, é que ele se
tornasse uma propaganda sobre o poderio americano, mas essa idéia se desfaz
quando lá no meio da historia, vemos o personagem passando pelo ridículo ao se
tornar mero personagem propaganda do governo. Esse momento nada mais é do que
uma critica bem humorada (e vergonhosa) das maneiras absurdas que o governo
norte americano da época fazia para adquirir dinheiro para combater na guerra.
Com isso, o personagem que foi criado há exatos 70 anos para se tornar um
símbolo para levantar a moral dos soldados da época, também escancara a
hipocrisia escondida por baixo da camada mais inocente daquele tempo.
E como eu disse no inicio do texto, o filme é um retorno aos bons tempos
de filmes de aventura de antigamente, principalmente quando remete a exemplos
como os filmes de Flash Gordon, onde os vilões usam armas lasers para tentar
eliminar os mocinhos e as cenas de ação (apesar de não serem muitas) satisfazem
o espectador à procura de boa diversão. E é claro que um bom filme também não
funcionaria se não tivesse uma boa dose de bons coadjuvantes e isso o filme tem
aos montes. Ao começar pela mocinha durona (e par romântico do herói) Peggy
Carter, interpretada com elegância e firmeza pela atriz Hayley Atwell, e que eu
espero poder vela mais em seguida em outros filmes. Tommy Lee Jones faz as
pazes com uma adaptação de HQ (ele havia atuado como Duas Caras no horroroso
Batman: Eternamente) e faz de seu personagem coronel Chester Phillips, um ser
durão com ar de autoridade, mas não menos divertido, com piadas curtas, rápidas,
mas certeiras. E por fim, Hugo Weaving (Matrix) nasceu para ser o maquiavélico
Caveira Vermelha, pois o ator transmite o ar de maldade no olhar a torto e a
direito, mesmo em momentos onde ele fala frases de efeitos no mínimo que
inocentes para os padrões atualmente, mas que combinam com a proposta que o
filme quer passar.
Embora o ato final seja um tanto que ligeiro em tentar finalizar certos
pontos na historia, Capitão America: O Primeiro Vingador cumpre a sua missão
que é acima de tudo entreter o espectador com quase duas boas horas de aventura
na moda antiga e prova que velhas formulas podem sim serem revistas e muito bem
vindas para as novas gerações, que por vezes, estão cansadas de ver filmes de
ação exagerados e com efeitos especiais enjoativos e descartáveis.
X-MEN: PRIMEIRA CLASSE
Sinopse: 'X-Men: Primeira Classe' conta a história do épico início da
saga dos X-Men e revela a história secreta de famosos eventos globais. Antes
dos mutantes se revelarem ao mundo, e antes de Charles Xavier e Erik Lensherr
assumirem os nomes de Professor X e Magneto, havia dois jovens descobrindo seus
poderes. Nada de arqui-inimigos: naquela época, eles eram amigos íntimos e
trabalhavam junto com outros mutantes (algo familiar, algo novo) para deter o
Armagedom. Nesse processo, uma grave desavença aconteceu, dando origem à eterna
guerra entre a Irmandade de Magneto e os X-Men do Professor X.
Depois do encerramento da trilogia e de um filme meia boca estrelado por
Wolverine, ficava meio difícil imaginar que algo sairia de bom nesse novo filme
dos heróis mutantes. Mas a FOX acerta a mão às vezes e por conta disso, chamou
novamente Brian Singer para colocar ordem na casa, mas dessa vez com produtor.
A direção ficou por conta Matthew Vaughn do elogiado Kiss Kass: Quebrando Tudo
e só pelo fato de já ter uma adaptação de HQ no currículo e por ter injetado
algo de novo no gênero, poderia se esperar algo de diferente nesta nova
aventura e é exatamente isso que acontece.
Contando o passado de alguns dos principais heróis do universo X, o
filme soube explorar ainda mais os conflitos e os dramas que esses personagens
sofrem no seu dia a dia por serem diferentes e isso é muito bem retratado em
Mistica (Jennifer Lawrence sensacional) e Fera (Nicholas Hoult), que são um bom
exemplo de personagens que podem muito bem serem melhores trabalhados, diferente
do que aconteceu na trilogia anterior.
Novamente com um pé no mundo real, o filme soube misturar ficção com
fatos verídicos como no caso dos eventos que por pouco não desencadeou a 3ª
Guerra Mundial nos anos 60. O roteiro enlaça fatos reais com fictícios de uma
forma tão redondinha, que ficamos imaginando o que outros eventos eles poderiam
inventar para que os personagens pudessem se aventurar. Para os fãs das HQ, o
filme é um prato cheio, principalmente por resgatar alguns personagens antigos
que até a pouco tempo pareciam ser impossíveis de ser adaptados para o cinema,
como no caso de Banshee (Caleb Landry Jones) um personagem que sempre achei
meia boca nas HQ, mas que no filme foi muito bem adaptado e fez lembrar os
momentos da HQ da era de ouro dos x-men
como a historia clássica do grupo contra uma ilha viva.
Mas o que faz desse filme especial é o fato de novamente a trama
centralizar na amizade (e desavenças) do Professor x e Magneto, desta vez
interpretados por James McAvoy (Procurado) e Michael Fassbender (Bastardos
Inglórios). Ambos possuem desempenhos excepcionais, principalmente Fassbender
que transmite todo o ódio e desejo de vingança que o personagem sente por ter
perdido tudo na vida e mesmo caindo para o lado sombrio da força, nos o
compreendemos e não rotulamos como vilão, apesar de questionarmos suas ações e
decepcionando seu até então melhor amigo. Não posso deixar de mencionar o
desempenho de Kevin Bacon como o grande vilão do filme Sebastian Shaw: fugindo
do típico personagem megalomaníaco, Bacon se sai bem como um vilão sem
escrúpulos e que não mede esforços para conseguir seus objetivos (a cena onde
ele é responsável por despertar os poderes de Eric é fantástica e angustiante).
Com um ótimo entrosamento entre o drama e ação, e com um ato final que
culmina como o nascimento da maneira que conhecemos Xavier e Magneto, X-Men:
Primeira Classe foi um exemplo de filme para não ser subestimado. Não confie em
cartaz e trailers, só saberemos mesmo do resultado final de um filme ao vermos
na telona. Ou seja: não julgue o livro pela capa e que venham mais aventuras e
conflitos internos desses grandes personagens.
Sinopse: Há cinco
anos, as irmãs Victoria (Megan Charpentier) e Lilly (Isabelle Nélisse)
desapareceram da sua vizinhança sem deixar vestígios. Desde então, seu tio
Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) e sua namorada Annabel (Jessica Chastain) têm
procurado por elas. Mas quando, incrivelmente, as crianças são encontradas
vivas em uma decrépita cabana, o casal se pergunta se as meninas são os únicos
hóspedes que eles receberam em sua casa. À medida que Annabel tenta apresentar
às crianças uma vida normal, ela começa a se convencer que existe uma presença
maligna em sua casa.
Embora seja somente o
produtor (assim como O Orfanato), não resta duvida que Mama, do começo ao fim
pertence a Guilherme Del Toro, o que acaba então sobrando muito pouco para o
novato cineasta Argentino Andrés Muschietti, que acabou chamando atenção do
primeiro, a partir de um curta metragem do mesmo nome. Ao assistir Mama, não
pude deixar de me lembrar da obra prima do cineasta que foi O Labirinto do
Fauno, sendo que aqui, todo aquele clima de conto de fadas gótico está presente
na obra. Enlaçado com velhos ingredientes (mas eficazes) do cinema de horror da
ultima década (vide Chamado, O Grito, A Entidade), desde as sombras em
movimento há espíritos cabeludos, que acabam gerando sustos instantâneos.
Contudo, mais do que
um filme de terror, o filme explora os dois lados distintos da vida materna: de
um lado temos um espírito obsessivo (a Mama), que após ter tido um fim trágico
em vida (num flashback sensacional), não mede esforços para proteger seus novos
rebentos numa casa abandonada, as irmãs Lilly e Victoria,
que após o fim trágico de seus pais (devido ao que aparentou ser uma briga
conjugal), adota as crianças na floresta e fazendo com que elas se tornassem
meio que selvagens. Por outro lado, temos Annabel (a ótima Jessica Chastain), uma
roqueira gótica, que quer passar longe da realidade de ser mãe, mas graças ao
fato do namorado dela (Nikolaj Coster-Waldau) ser justamente o tio das crianças (e que quer adotá-las), terá que aterrissar
forçadamente numa realidade, que aos poucos terá que aprender a gostar. Com
essas duas estranhas mães adotivas, se tem um retrato da obsessão e do lado
desnaturado maternal que as crianças passam hoje em dia, que para o bem ou para
o mal, fazem com que elas amadureçam precocemente.
Mas é claro que estamos falando de um filme de terror, sendo que esses
questionamentos ficam um tanto de lado, quando o suspense, efeitos, edição, luz
e escuridão, formam um mosaico de imagens impressionantes, que quando elas se
chocam, fazem com que o espectador que assiste salte da cadeira sem pestanejar.
Vale lembrar, que as meninas Megan Charpentier e Isabelle Nelisse são na
realidade o grande destaque do elenco. Ao mesmo tempo em que elas nos amedrontam
com um comportamento um tanto que incomum, após terem vivido por alguns anos na
cabana, elas também possuem certa graça, que encanta não só Annabel, mas também
o público que assiste.
Infelizmente o filme não escapa de uns furos gritantes (como vistos nos
primeiros minutos do filme) e peca erroneamente quando tira a malvada Mama das
sombras, o que acaba perdendo um pouco do seu lado sinistro (isso graças a uns
efeitos visuais primários). Embora tenha esses pesares, os minutos finais nos
brindam com situações imprevisíveis, que de uma forma ou de outra, foge um
pouco do convencional dentro do gênero. Abaixo, segue o curta Mama de 2008, que
deu origem ao longa metragem.
Nos dias 13 e 14 de
abril, estarei participando do curso
"MARVEL - 15 ANOS DE AVENTURA NO CINEMA" criado pelo Cena Um e
ministrado pelo critico de cinema ROBERTO SADOVSKI. Enquanto os dias da
atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre as quinze melhores
adaptações da Marvel para o cinema (em ordem cronológica) nestes últimos quinze
anos.
HOMEM DE FERRO
Sinopse: Tony Stark
(Robert Downey Jr.) é um industrial bilionário, que também é um brilhante
inventor. Ao ser sequestrado ele é obrigado por terroristas a construir uma
arma devastadora mas, ao invés disto, constrói uma armadura de alta tecnologia
que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de então ele passa a usá-la
para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de Ferro.
Rendendo mais de $315
milhões nas bilheterias americanas e com mais de 2,8 Milhões de público aos
cinemas do Brasil, Homem de Ferro estréia com alta velocidade e ação nas
alturas quando o genial magnata Tony Stark sobrevive a um ataque inesperado em
território inimigo e escapa depois de construir uma armadura de alta
tecnologia. Quando descobre um nefasto plano com implicações mundiais, ele
veste sua poderosa armadura e jura proteger o mundo como o Homem de Ferro.
Diretamente das páginas das lendárias histórias em quadrinhos, Homem de Ferro é
um herói que não nasceu, foi criado para ser incomparável!
O DVD nacional possui
menus caprichados, sendo que a edição traz dois discos. No primeiro além do
filme, a onze minutos de cenas inéditas, um preview de uma nova versão animada
do personagem, além de um easter egg divertidíssimo que mostra a gravação da ponta
de Stan Lee no longa. Para ativá-lo, basta ir até o "material
especial" e escolher a terceira opção (que é um pequeno logo acima do
botão que volta para o menu principal), O segundo disco reúne uma quantidade de
extras de proporções heróicas. Logo de cara, o especial "Eu sou o Homem de
Ferro" revela todo o processo de criação do filme. Cm quase duas horas,
ele é dividido sem sete capítulos que abordam diferentes momentos da produção.
Há entrevistas, cenas de bastidores e ensaios. O item seguinte, "O Invencível
Homem de Ferro", mostra as origens nos quadrinhos e também traz
depoimentos de escritores e desenhistas. Os efeitos visuais são tema de um
especial á parte bastante interessante. Faltou apenas uma faixa de comentários
em áudio do diretor com o ator principal, mas fora isso é uma edição
caprichada. para se ter na estante.
HOMEM DE FERRO 2
Sinopse: No filme 'HOMEM DE FERRO 2' o mundo já sabe
que o inventor bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.) é o super-herói
blindado Homem de Ferro. Sofrendo pressão do governo, da mídia e do público
para compartilhar sua tecnologia com as forças armadas, Tony reluta em divulgar
os segredos por trás da armadura do Homem de Ferro, temendo que as informações
caíssem em mãos erradas. Tendo Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) e James
"Rhodey" Rhodes (Don Cheadle) a seu lado, Tony estabelece novas
alianças e enfrenta novas e poderosas forças.
Homem de ferro (2008)
foi uma grata surpresa para inúmeros fãs de cinema e historia em quadrinhos. Foi
uma ousadia, principalmente pelo fato de terem pegado um personagem não tão
conhecido pelo publico em geral e lançar numa superprodução que abriria
oficialmente os filmes da Marvel Estúdios, cujo grande interesse é criar filmes
para os seus personagens, interligá-los um com o outro, para dai então,
finalmente se reunirem todos na futura superprodução Vingadores.
Mas talvez a maior bola dentro do filme foi
realmente Robert Downey Jr: vindo de uma carreira difícil, graças ao vicio com
drogas e álcool, ele viu na produção uma grande oportunidade de se reerguer das
cinzas. Tanto o personagem como o ator em si são parecidos um com outro (nos
quadrinhos Tony Stark sofria com a bebida), o que acabou colaborando para tudo
se encaixar perfeitamente e o ator acabou criando talvez o melhor desempenho de
sua carreira, ao fazer um homem de ferro excêntrico, narcisista, mas que acaba
descobrindo algo melhor dentro de si. Mas e a seqüência??
Sem aquele ar de
novidade, o diretor Jon Favreau se concentrou em todo o momento numa trama, que
embora simples no decorrer da película, jamais cai no aborrecimento. Tudo isso,
graças às ótimas piadas certeiras que ocorre durante toda a projeção, que
aliados com uma ótima trilha sonora pesada, ótimas cenas de ação na medida
certa e não um vídeo game ininterrupto como foi Transformes 2. Apesar de haver
mais personagens e mais sub-tramas, o enredo jamais soa confuso, pois ele flui
normalmente para melhor compreensão para espectador, que vai ao cinema
unicamente para se divertir e o que não falta no filme é diversão.
Ver cenas onde Tony Stark mostra toda a sua
fragilidade como ser humano (num momento de pura bebedeira) faz nos identificar
com o personagem, mostrar que é tão humano quanto qualquer um e sempre estará a
mercê de cometer erros. Neste ponto, o filme faz uma leve reverencia a clássica
HQ Demônio da garrafa, onde o personagem sofreu com o vicio da bebida e mesmo
que no filme esse ponto tenha ficado amenizado, os fás logo irão se lembrar
daquela historia. E os coadjuvantes é que fazem a festa: Mickey Rourke, que da
um show fazendo o vilão durão e mal encarado em busca da pura e simples
vingança contra Tony Stark. Gwyneth Paltrow tem um desempenho melhor como
Pepper Potts, mas só um pouquinho (achava ela a única coisa negativa do filme
anterior). Don Cheadle veio para ser o Rhodey Rhodes definitivo com seu alter
ego Maquina de Combate. Sam Rockwell faz Justin Hammer uma espécie de versão de
Tony Stark, se caso ele não tivesse obtido uma segunda chance na vida no
primeiro filme.
Contudo, a grande estrela dos coadjuvantes é
Scarlett Johansson, fazendo a personagem agente Viúva Negra e nova assistente
de Tony Stark. Apesar de eu achar Scarlett um tanto que inexpressiva, sua
personagem séria e durona, caíram como uma luva para atriz e ela simplesmente
não faz feio nas cenas de luta, principalmente onde suas pernas se tornam suas
armas. Não posso esquecer claro da pequena, mas importante participação de
Samuel L. Jackson como líder da agencia SHIELD, Nick Fury, que será o grande
laço que irá reunir os principais heróis que foram já apresentados e que irão
em breve aparecer no cinema. Apesar de o ato final ter sido um tanto que
apressado e a parte que aparece o pai do Tony em vídeo não ter me convencido,
Homem de Ferro 2 jamais ofende a inteligência do espectador e procura acima de
tudo divertir e fazer criar um largo sorriso de satisfação, por unir aventura e
humor na medida certa.
O INCRÍVEL HULK
Sinopse: Vivendo
escondido e longe de Betty Ross (Liv Tyler), a mulher que ama, o cientista
Bruce Banner (Edward Norton) busca um meio de retirar a radiação gama que está
em seu sangue. Ao mesmo tempo ele precisa fugir da perseguição do general Ross
(William Hurt), seu grande inimigo, e da máquina militar que tenta capturá-lo,
na intenção de explorar o poder que faz com que Banner se transforme no Hulk.
Em 2003, a Universal
investiu todas as suas fichas no filme do Hulk, nas mãos do diretor Oscarizado
Ang Lee. A intenção (logicamente) era fazer uma franquia, assim como aconteceu
com X-men e Homem Aranha, pegando na esteira os filmes da Marvel que estavam
fazendo sucesso e como o personagem pertencia à editora, com certeza verdinha
estavam vindo por ai. Mas não foi isso que aconteceu: Ang Lee é um diretor
artístico, que mesmo fazendo ótimos filmes de ação como o Tigre e o Dragão,
sempre deixou em primeiro plano a exploração do lado psicológico dos
personagens e isso ele explorou bastante no filme. Resultado: O filme
decepcionou muita gente que estavam esperando pancadaria do inicio ao fim. Em
vez de um filme repleto de ação, vemos um drama carregado de choques traumáticos
da infância do personagem e fez com que muitas pessoas ficassem afastadas dos
cinemas.
Sempre gostei da
versão de Ang Lee, mas o que ocorreu é que aquele filme estava à frente do seu
tempo e o publico não estava preparado para ele. Com isso, a Marvel agora
produzindo os seus filmes, investiu pesado de novo no personagem, passando a
borracha com relação ao filme anterior. Desta vez foi o diretor Louis Leterrier
(Cão de Briga) na direção: talentoso em filmes de pancadaria acabou escalando
um elenco estelar, ao começar por Edward Norton (Clube da Luta) como Bruce
Banner que se transforma no Hulk, Liv Taylor Willian Hurt e Tim Roth completam o
elenco. Há historia começa num rápido flashback, contando rapidamente a origem
do personagem, que imediatamente somos levados a favela da Rocinha do Rio de
Janeiro (a cena que fazem uma panorâmica na favela, do inicio ao fim é
espetacular) onde Bruce trabalha numa fabrica de refrigerante, que ao mesmo
tempo, busca por uma cura.
Enquanto isso General
Ross (Hurt) manda um combatente (Roth) ao encalço do personagem, que para isso,
fará de tudo para capturá-lo, chegando a um ponto de se tornar o temível
Abominável. Mesmo sendo os mesmos personagens, se compararmos com o filme de
2003, da para notar que são filmes completamente diferentes, sendo que esse é
levado muito mais a ação, mas nunca deixando de lado a construção dos
personagens. Edward Norton, como sempre, faz seu personagem com a maior
competência, representando um homem que se sente preso a uma fera interior. Com
relação ao resto de elenco tudo ok, muito embora pudessem ter sido melhores,
especialmente Hot, que acho um excelente ator desdepulp fiction, mas também não
faz feio.
Mas assim como o
filme de 2003, esta nova versão de novo teve uma bilheteria relativamente
baixa, principalmente se comparada a outras produções que teve em 2008, como o
filme irmão Homem de Ferro. Parece que por mais que o filme seja bom, o publico
não consegue se identificar com o personagem, sendo que outro ponto negativo é
o próprio Hulk, um personagem, que por mais perfeito que seja, é um personagem
digital e sinto que esse é um dos muitos motivos que o publico não se
identifica. Contudo, torço para que o personagem volte para o cinema novamente,
pelo menos no filme dos Vingadores que a Marvel está planejando e isso fica
claro, pois tanto nesse filme como do Homem de Ferro, as pistas ficam
evidentes, principalmente no Hulk, onde Tony Stark (Homem de Ferro) aparece em
uma rápida ponta nos segundos finais do filme.
Por fim, O Incrível Hulk é
entretenimento puro para aqueles que são tanto fãs dos quadrinhos, como fãs da
série de TV, sendo que as referencias a aquela série clássica tem muitas, como
uma ponta hilária de Lou Ferrigno como segurança e até a musica tema série (tan
tan, tan tan). Ou seja, um filme para se assistir curtindo ele, sem exigir
muito.
A revista CULT de abril deste ano, (com Rimbaud na capa...), número 178, na página 18, publicou uma resenha de página inteira do meu livro "Godard, cinema, literatura", muito simpática e cuidadosa. Aos meus amigos
que ainda não leram a Cult deste mês, envio o arquivo com a resenha, caso
O SindBancários abre nesta quarta-feira, dia 10, às 19h, a exposição Dias Andinos, deBernardo Jardim Ribeiro. A mostra poderá ser visitada até 30 de abril, no Espaço Cultural, localizado no andar térreo da Casa dos Bancários.
A fotografia de Bernardo apresenta cenas diárias e cotidianas, testemunhando mais do que o dia a dia nos permite ver. O resultado, ainda que seja fruto do acaso, sugere à nossa reflexão valores maiores e universais do humano. São cenas voláteis que normalmente fogem a um olhar desatento.
“Dias Andinos” resume uma viagem de Bernardo ao Peru e à Bolívia em 2012 e 2013. Nesses países onde felizmente a cultura pré-colombiana subsiste até hoje, onde o quechua e a Pacha Mama são expressões contemporâneas e presentes, sentimos o grande valor da singularidade e da ancestralidade ameríndia. O mais impressionante é que neste ambiente estão cristalizados nos vivos personagens milenares, que assim como nós, estão agindo naturalmente em seus afazeres diários.