Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Com a virada de ano
chegando, as distribuidoras pelo visto não quiseram arriscar colocar muitas estréias
para esse final de semana. Com isso, é muito obvio que quem irá sair ganhando
será De Pernas pro Ar 2, que está pegando carona com a onde de sucesso do gênero
comédia do nosso cinema.
Enfim, neste momento
ando matutando em escolher quais os filmes que estrearam neste ano, que merecem
estar na minha próxima parte da retrospectiva 2012. Alguma sugestão? Aguardem a
minha lista.
Bullying
Sinopse:Em 2011,
cerca de 13 milhões de crianças americanas sofreram algum tipo de bullying,
seja na escola, no ônibus, em casa, no bairro em que mora ou através de
celulares ou da internet. Este documentário busca analisar esta situação,
levando em conta tanto as vítimas quanto quem pratica bullying, além do porquê
de tamanho silêncio em torno do assunto, tendo como parâmetro da realidade nos
Estados Unidos.
De Pernas pro Ar 2
Sinopse:Alice aparece
mais rica e poderosa resultado do sucesso da Sexy Delícia. Entretanto manter-se
no topo causa mais estresse e ansiedade do que chegar até ele. Ela está com
cada vez menos tempo pro marido para o filho adolescente e pra si mesma. E
agora? Será que o casamento vai suportar a pressão?
Brichos II - A
Floresta é Nossa
Sinopse:O jaguar Tales e o
quati Jairzinho estão de férias na Floresta da Vila dos Brichos, conhecida
internacionalmente como Brainforest. Ao mesmo tempo o tamanduá Olavo e seu
filho Bandeira vivem aventuras no deserto de Noforest, enquanto o pequeno
joão-de-barro Dumontzinho passa por um intercâmbio estudantil em Iceforest. Os
amigos levam suas respectivas aventuras até que os vilões Mr. Birdestroy
(Marcelo Tas) e AL Corcova (Antonio Abujamra), aliados a Ratão (André
Abujamra), tentam convencer todos a cederem a floresta em nome de uma suposta
modernidade. Sem alcançar o objetivo, Birdestroy e Corcova resolvem tomar o
lugar usando a força bruta.
Quando se chega ao final do ano, você
começa a olhar para traz e se perguntar o que fez nestes 365 dias. Reconheço
que muita coisa que eu queria realizar neste ano não consegui concretizar,
como escrever minhas matérias para um jornal conhecido, mas nem por isso me dei
por vencido. Eu acredito, que eu participando dos cursos pelo Cena Um, eu possa
me por em algum lugar no qual eu deseje, mas até lá é preciso ter paciência, fé
em Deus e acima de tudo jamais desistir, pois se eu parar agora, ai sim serei
derrotado.
Abaixo, segue os últimos cursos que eu
participei dessa ótima atividade:
Nota: Clique nos títulos para terem acesso as matérias que eu escrevi na época de cada curso.
Um dos melhores filmes nacionais de
2012 está de volta em cartaz na capital.
Sinopse: São Paulo inverno de 1971. João Pedro é um diretor de teatro
que está bastante atarefado com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do
trabalho ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido
Comunista que não compreende as opções estéticas e políticas da
peçaparcialmente financiada pelo partido. Paralelamente Getúlio e a namorada
Lilian ambos idealistas decidem colaborar com a resistência à ditadura militar
abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô de Lilian um
militar da reserva.
Mais um ano está acabando e pode-se dizer que foi a época
que mais assisti filmes no cinema, como também tive o privilegio de participar
de inúmeras atividades com relação a essa arte de se contar historias. Dessas
atividades, quem lidera é o Cena Um, que novamente tive o prazer de escrever sobre
o assunto e participar dos cursos que falam por si. Durante quase todo o ano,
mergulhei na historia do cinema de horror, conhecer mais as camadas do cinema
brasileiro, descobrir os enigmas da mente de Cronenberg e dentre outros.
Por isso, tenho mais que agradecer ao Jorge, que cria essas
atividades e traz de longe entendedores do assunto, como no caso de Carlos
Primati, um dos mais experientes sobre o assunto de horror no país.
Abaixo, solto a primeira leva das atividades do Cena Um
que participei neste ano:
(Nota: Clique nos títulos para acessar o material que
escrevi de cada atividade).
Calor danado, mas estou aqui vendo filme até aonde dá. Confiram as dicas em DVD:
Febre do Rato
Sinopse: Zizo (Irandhir Santos) é um
poeta inconformado e anarquista, que banca a publicação de seu tablóide. Em seu
mundo próprio, onde o sexo é algo tão corriqueiro quanto fumar maconha, ele
conhece Eneida (Nanda Costa). Zizo logo sente um forte desejo por Eneida, mas,
apesar de seus constantes pedidos, ela se recusa a ter relações sexuais com
ele. Isto transtorna a vida do poeta, que passa a sentir falta de algo que
jamais teve.
Cláudio Assis não se intimida em
fazer cenas fortes e que falam muito por si. Após os pesados Amarelo Manga e
Baixo da Besta, o cineasta não desacelera e pega fundo na historia de um poeta,
cujas palavras lhe fazem ganhar respeito no lugar aonde vive, além de
facilmente usufruir de muito prazer como o sexo. Embora em circuito restrito, foi
o filme mais comentado da carreira de Assis, que para a surpresa de todos, rodado
com um belíssimo preto e branco e que acaba meio que disfarçando momentos mais
pesados.
O protagonista (Irandhir Santos) é
uma verdadeira metralhadora em palavras e ações, nas quais chegam ao seu auge,
num imprevisível ato final que deu o que falar. Corajoso, polemico e indispensável.
Tropicália
Sinopse:
Uma análise sobre o importante movimento musical homônimo, liderado por Caetano
Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. O documentário resgata uma fase
na história do Brasil em que cena musical fervilhava e os festivais revelavam
vários novos talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria com a ditadura dos
generais no poder, o que fez com que Caetano e Gil fossem exilados do país.
O cinema
brasileiro vive o seu auge no gênero documentário e Tropicália é grande cereja
no bolo. Embora foque o universo musical que moldou no nosso país nos anos 60 e
70, a
arte da musica aqui é apenas o primeiro catalisador que acabou se espalhando em
diversos gêneros daquele período. A mistura de diversas artes daquele tempo
possibilitou um panorama e que acabou sendo muito lembrado ao
longo dos anos.
O cineasta
Marcelo Machado foi fundo na coisa, graças a um precioso material de arquivo
preservado, que se casa com momentos em que clássicos filmes como Terra em
Transe e o Bandido da Luz Vermelha se entrelaçam com as musicas já clássicas
daquela época . Como se não bastasse, a obra tem a participação dos mestres
Gilberto Gil e Caetano Veloso, cujo seus depoimentos (mais imagens raras deles
naquele período) se cria uma viajem no tempo, tanto no auge deles dentro do
movimento Tropicália, como também no período que tiveram que viver na Inglaterra
devido ao período nebuloso da Ditadura daqui.
E ai pessoal. Estou curtindo um
feriadão e por isso estou meio que ausente por aqui, mas não sem deixar de ver ótimos
filmes. Portanto, solto abaixo duas ótimas pedidas que eu vi no cinema neste
final de semana, confiram:
As Aventuras de Pi
Sinopse: As Aventuras de Pi
inspirado no livro de sucesso de Yann Martel A Vida de PI conta a história de
um jovem indiano que após um naufrágio luta para sobreviver em um bote
salva-vidas ao lado de um tigre-de-bengala.
Ang Lee não é um cineasta preso a um
gênero, sendo que já fez de tudo um pouco, desde há filmes épicos orientais (O
Tigre e o Dragão) há adaptação de HQ (Hulk). Portanto, na maioria das vezes é
sempre uma surpresa a sua mais nova produção que for lançar e As Aventuras de
PI não fogem a regra, pois para muitas pessoas, era trama considerada infilmavel
até alguns anos atrás, mas o cineasta vai contra a maré, literalmente. Para
começar, ele usa a ferramenta do momento que é o 3D e para a surpresa de todos,
ela funciona de uma forma absurda, fazendo com que o espectador mergulhe junto
com o jovem protagonista (Sura Sharma), que se vê preso no meio do mar após perder
a família num naufrágio e para o seu azar (ou sorte), tem a companhia de um
tigre de bengala dos mais excêntricos.
Será um absurdo se o filme não for
indicado a inúmeros oscars, principalmente na parte técnica, onde os efeitos especiais
é que moldam a incrível aventura dessa inusitada dupla. Mais do que uma
aventura, o filme é sobre o auto descobrimento dentro de si, sobre os
significados da jornada de cada um e acima de tudo, levanta questionamentos
sobre a existência de Deus e o que é realmente aceitável no mundo real em que
vivemos. Às vezes, historia de pescador é muito mais real do que se possa
imaginar.
O Impossível
Sinopse: Maria
Henry e seus três filhos estão aproveitando suas férias de inverno na
Tailândia. Mas na manhã do dia 26 de dezembro de 2004 enquanto todos relaxam na
piscina do hotel após as festividades de Natal um tsunami de proporções
devastadoras atinge a costa. A família terá de lutar ao lado de dezenas de
milhares de estranhos para se manter unida. Diante de uma das maiores tragédias
de todos os tempos sentimentos como compaixão bondade e coragem irão aflorar e
dar forças para enfrentar uma situação tão adversa.
Milhares de
pessoas morreram quando um tsunami varreu a costa da Tailândia, Indonésia, Sri
Lanka, Índia e dentre outros no final do
ano de 2006. O verdadeiro apocalipse que surgiu para esses países foi devastador,
rendendo cenas dignas de filmes catástrofes e de historias de pessoas que ficaram
marcadas pelo resto da vida. Pensando nestas historias é o que impulsionou o
cineasta espanhol Juan Antonio (O Orfanato), a criar uma teia de eventos, através
do olhar de uma família inglesa, que foi pega desprevenida quando as ondas
chegaram e que fizeram elas se separarem uma da outra. Após a apresentação dos
personagens e do terrível momento das chegadas das ondas, o filme se concentra
na mãe (magistralmente interpretada por Naomi Watts) e ao lado do seu filho
Lucas (Tom Holland, um achado), que
tentam sobreviver em meio a destruição e de outras pessoas afetadas pelo
evento.
Não faltam
momentos em que o filme explora a solidariedade que é despertada em meio ao caos,
que em muitos momentos é representado pelo jovem Lucas, que se vê forçado a
amadurecer precocemente e tentar de todas as formas em ficar firme para não enlouquecer.
Embora o
filme escorregue um pouco a usar certos artifícios, meio que forçados, nos
encontros e desencontros da família no ato final trama, o filme nos prende do
inicio ao fim, ao fazer nos identificar com essas pessoas e fazermos a gente
pensar no que faríamos numa situação como essa.
É o mundo não acabou,
sendo que talvez seja melhor presenciar o apocalipse na ficção mesmo. Com isso,
solto abaixo outras duas opções para se assistir num possível dia fatídico dos fim
dos tempos que, graças a Deus, nunca virá.
MELANCOLIA
Sinopse: Um planeta
chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra, o que resultaria em sua
destruição por completo. Neste contexto Justine (Kirsten Dunst) está prestes a
se casar com Michael (Alexander Skarsgard). Ela recebe a ajuda de sua irmã, Claire
(Charlotte Gainsbourg), que juntamente com seu marido John (Kiefer Sutherland)
realiza uma festa suntuosa para a comemoração.
Simplificando, os
filmes de Lars von Trier são incômodos e geniais. Dito isso, é difícil imaginar
um filme que passe essa sensação de se sentir incomodado, mas ter a certeza de
que assistiu algo de diferente se comparado com os filmes convencionais. Os
seus filmes nada mais são do que uma representação do seu estado de espírito
enquanto estava criando suas obras. Se em O Anticristo, ele estava em um estado
de depressão total, o que ele estava passando então, quando criou esse filme
que passa o temível desconforto de encarar o inevitável? A certeza de que todos
nos teremos um fim?
Assim como em seus
filmes anteriores, a trama começa com um prólogo (belíssimo) onde vemos um
resumo de um ponto de vista diferente de toda historia que virá a seguir.
Embalado com a bela opera de Tristão e Isolda, de Richard Wagner, as cenas são
todas em câmera lenta onde elas mostram tudo e ao mesmo tempo explicam pouca
coisa e as respostas somente viram no decorrer do filme dividido em duas
partes, entretanto, já temos uma idéia do derradeiro final. No primeiro
capitulo, vemos a festa de casamento de Justine (Kirsten Dunst, no melhor
momento de sua carreira) com seu noivo Michael (Alexander Skargard, da serie
True Blood) cuja cerimônia foi paga pelo marido (Kiefer Sutherland) da sua irmã
Claire (novamente Charlotte Gainsbourg de Anticristo).
Já nesta primeira
parte, vemos todas as características que o diretor usou nos seus filmes
anteriores, como a sensação de câmera na mão e sempre focando bastante o rosto
e olhar dos personagens, onde são mostradas gradualmente, as mudanças de
personalidade de cada um. Bom exemplo disso é a própria protagonista Justine,
que se no inicio demonstrava toda a felicidade do seu dia de casamento, aos
poucos, mostrasse uma mulher com inúmeras camadas de personalidade, nas quais
se distancia das suas primeiras cenas dela, antes de ir ao local da
festividade. Ponto para Kirsten Dunst que entrega um dos seus melhores
desempenhos desde As Virgens Suicidas e com certeza poderia ser lembrada no
próximo Oscar. Outro fato interessantíssimo que ocorre durante a festa, é o
fato de o diretor fazer um pequeno retrato da família perfeita “superficialmente”,
mas que por dentro, já não aguenta mais tantas mascaras, nas quais esconde o
que realmente sente com relação à família e casamento. Momento muito bem
representado pela mãe das irmãs (interpretada de forma extraordinária pela
atriz Charlotte Rampling) onde deixam todos os que estão presentes
desconcertados. E se a mãe é assim, vemos um pai no maior desdém pela situação
e pouco realmente se importando com os problemas internos de uma das filhas,
num papel muito bem representado pelo veterano John Hurt (O Homem Elefante).
Somando dois mais dois, essa primeira parte pode ser muito bem vista como um
retrato da desarmonia familiar ou o estado de espírito das pessoas perante o
que estará por vir. E se esse segundo ponto foi mais sugestivo na primeira
parte, na segunda é totalmente escancarado.
Nesta (derradeira)
parte, vemos Claire (Charlotte) tentando de todas as formas manter se firme e
forte (assim como no capitulo anterior) para ajudar sua irmã Justine que se
encontra (a principio) em depressão e cuidar de todas as formas do seu filho.
Ao mesmo tempo fica se sentindo insegura sobre o fato da aproximação do planeta
Melancolia, mesmo que seu marido (Sutherland) sempre tenta deixar claro que
Melancolia irá passar pela terra sem criar maiores danos. O interessante nesta
parte, é que as duas irmãs vão mudando
novamente suas personalidades com a aproximação do fim de tudo. Enquanto vemos
Claire começar a se desesperar e ter sua segurança de si se desfalecer, vemos
Justine aceitando o derradeiro fim, dando ao mesmo tempo a entender que o fim
de tudo seria uma forma de se desvencilhar de uma vida de dor, sofrimento e
desprezo, se tornando então, uma mulher forte perante o fim.
Chegando aos momentos
finais da trama, percebemos que ambas as personalidades das irmãs mudaram de
uma forma como se tivessem trocado de papeis no decorrer do filme, ao ponto,
que podemos interpretar como elas sendo um único ser de múltiplas
personalidades ou unicamente elas representam dois lados da mesma moeda. Ou
então, simplesmente são irmãs vitimas do desprezo paternal (principalmente da
mãe) de uma forma implacável e a aproximação do planeta destruidor nada mais é
do que uma metáfora dessa situação. Por fim, mesmo que o filme não tivesse nada
disso, já valeria pelos minutos finais aterradores em que mostra, não somente o
final das protagonistas (já anunciado no
inicio do filme) como também passa em uma única cena a representação do
inevitável e amargo fim que dificilmente se consegue escapar. O filme acaba e
tentamos mentalmente continuar com historia em nossas mentes, mesmo que isso
pareça um pouco que improvável.
Lars Von Trier é
isso: um incomodo por nos proporcionar sensações das mais diversas, não importa
que tipo de gênero ele faça, sempre estará lá seu estado de espírito em seus
filmes, para nos fazermos sentir a cada momento. Quem procura um filme
catástrofe convencional, passe longe desse. Esse, não é para os fracos.
Procura-se um Amigo
para o Fim do Mundo
Sinopse: Dodge (Steve
Carell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteoro se chocará com
a Terra em um curto espaço de tempo. Decidido a recuperar o tempo perdido, ele
sai numa viagem para encontrar uma namorada dos tempos de escola e acaba
conhecendo Penny (Keira Knightley) no meio dessa confusa história.
Nas vésperas para o
final do mundo (a quem diga que todos nos iremos dessa para melhor em 21 de
dezembro desse ano), era inevitável que o cinema norte americano aproveitasse
desse assunto, que embora já tenha rendido todos os tipos de inúmeros filmes
catástrofes, sempre irão procurar uma forma de se criar uma nova historia para
gerar algum lucro. Embora muitos comparem esse filme com a obra prima
Melancolia de Lars Von Trier, a produção se envereda mais para um humor não
exatamente definido, que por ora lembra humor negro ou pastelão e o que acaba
criando certa irregularidade no decorrer da trama.
Mesmo com essa
indefinição de tom da historia, o filme dirigido pela estreante Lorene
Scafaria, consegue passar uma proposta que soa honesta em alguns momentos, em
como mostrar o que realmente às pessoas fariam numa situação como essa: desde a
beber, transar, ou simplesmente não fazer nada e esperar o inevitável fim.
Neste ponto, somos apresentados a Dodge (Steve Carell), que não sabe o que irá
fazer em seus últimos dias de vida, principalmente se sentindo meio que
perdido, desde que a esposa o abandonou. Neste trajeto, conhece Penny (Keira
Knightley), e que dessa união, nasce uma decisão de ambos caírem na estrada em
meio ao caos, onde cada um tem o seu objetivo a ser resolvido antes do
inevitável fim. O filme se torna interessante, quando dupla se depara com
inúmeras situações inusitadas durante a viagem, onde sempre encontram pessoas,
que agem das formas mais estranhas perante o que está por vir.
Mas o foco principal
está mesmo entre os dois e suas motivações. Sabemos desde os primeiros minutos,
que eles naturalmente irão se apaixonar, mas até lá, ambos vivem num dilema se
devem realizar os seus objetivos antes do fim, ou se entregar a união dos dois.
Embora previsível neste aspecto, acabamos nos simpatizando pelo casal,
principalmente por nos convencer a nos colocarmos no lugar deles, pois tanto
eles, como as situações que eles se envolvem são criveis, mesmo quando o filme
tenta se enveredar por alguns momentos absurdos. Mas se por um lado Steve
Carell se da bem num tipo de humor mórbido (ele já havia demonstrado bem isso
em Pequena Miss Sunshine), ainda não foi dessa vez que Keira Knightley
demonstrou ser capaz de ter uma boa veia cômica. Seus momentos em querer passar
humor acaba por soar caricato demais, principalmente em que ela passa uns
trejeitos e careta meio incômodos, algo que já sinto algum tempo vindo dela,
desde o filme Um Método Perigoso.
Embora com um final
em que o publico em geral não esteja muito acostumado habitualmente, o filme é
previsível, mas não tinha como ser muito diferente disso. O filme talvez nada
mais seja, do que uma forma de dizer para nos, que poucos podem fazer algo a
respeito a esse tipo de situação, a não ser ficar ao lado daqueles que amamos.
Mórbido, mas sincero.