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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 24 de março de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - 'É Tempo de Amar'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 23/03/25. 

Sinopse: Em 1947, em uma praia na Normandia, Madeleine, uma garçonete e mãe de um menino pequeno, conhece François, um estudante rico. Com o tempo, descobre-se que François busca escapar ao entrelaçar o destino de Madeleine com o seu próprio. 

Nos últimos tempos eu tenho percebido o lançamento no cinema  de alguns títulos que exploram as consequências que as pessoas convivem após o término da Segunda Guerra Mundial. Se em "O Brutalista" (2024) vemos um EUA que vive só da promessa de um país livre e que acolhe os imigrantes, por outro lado, "A Garota da Agulha" (2024) é um retrato ainda mais cru das mulheres que são deixadas à própria sorte após o término do conflito. "É Tempo de Amar" (2023) segue uma cartilha semelhante com o último filme citado e do qual vemos os personagens lutarem para serem eles mesmos.

Dirigido por Katell Quillévéré, o filme é baseado na história da sua própria avó que havia revelado e seu passado até então não revelado. A trama gira em torno sobre Madeleine que, após o final da Segunda Guerra, precisa se virar sozinha na vida e com o seu único filho que é fruto de um relacionamento com um soldado nazista. Certa vez, na praia da Normandia, ela conhece François e ambos se apaixonam, mesmo quando cada um possui um segredo distinto. Não demorou muito para que o passado venha atrás deles e fazendo com que ambos lidem com os seus próprios temores.

Katell Quillévéré capricha em uma bela reconstituição de época, sendo que o cenário principal que surge que é a praia da Normandia se torna um colírio para os nossos olhos. Esse cenário nos transmite uma certa promessa para novos tempos, sendo que os minutos iniciais são de puro horror, pois vemos a protagonista e outras mulheres serem hostilizadas por terem se relacionado com nazistas e tendo que sofrer com duras consequências. A partir do momento em que ela conhece François parece que há uma busca pela sua redenção, mas isso só não basta.

O filme ainda explora a dura relação entre Madeleine e o seu filho e do qual o mesmo deseja saber sobre o destino do seu pai do começo até o final da obra. Em contrapartida, a protagonista insiste em não revelar nada e ao mesmo tempo demonstrando certa dificuldade de encarar o seu próprio filho, pois infelizmente ela enxerga nele o homem que fez da sua vida um verdadeiro inferno. É nestes momentos em que a atriz Anaïs Demoustier brilha como um todo, principalmente quando o olhar de sua personagem fala por si e não escondendo os seus sentimentos perante a realidade em que convive.

Já François não é muito diferente de sua esposa, já que foge do seu passado, mas não com relacionado sobre a guerra, mas sim procurando fugir de si mesmo. Vincent Lacoste nos brinda com uma atuação assombrosa, onde as suas expressões e seus trejeitos falam por si, principalmente quando ele busca lutar contra algo do qual nasceu dentro dele desde sempre, mas temendo o preconceito de uma sociedade ainda muito conservadora daqueles tempos. Já o soldado americano, sendo interpretado pelo ator Morgan Bailey, se torna uma espécie de catalisador para que o casal central possa realmente se conhecerem, mesmo quando os atos e consequências já não possuem mais volta.

O filme em si fala sobre as guerras intermináveis, seja aquelas entre conflitos entre países, como também aceitar ser você mesmo e tendo que conviver com o preconceito a aflorar de uma sociedade desinformada com relação à verdadeira natureza humana. Embora se estenda por demais em alguns momentos, o filme é aquele caso em que os personagens bem construídos fazem com que o tempo se torne um mero detalhe e fazendo a gente acompanhar passo a passo o destino deles. Ao final, tudo o que resta é aceitar as perdas e conviver com o passado que continuará sempre incrustado nas memórias.

"É Tempo de Amar" é uma curiosa história de amor sobre pessoas que carregam cicatrizes emocionais, mas que precisam saber conviver com elas e consigo mesmo na vida. 

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