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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Brutalista'

Sinopse: Arquiteto visionário foge da Europa pós-Segunda Guerra e chega aos Estados Unidos para reconstruir sua vida, carreira e casamento. Sozinho em um novo país, ele se estabelece na Pensilvânia, onde um rico e proeminente industrial reconhece seu talento.

O lado autoral se encontra nas mais diversas artes e onde se vê o lado perfeccionista e obsessivo dos seus realizadores. No cinema, por exemplo, há sempre um cineasta que anseia para que o seu filme seja exatamente da forma como ele queria, mesmo quando os engravatados dos estúdios insistem em dar a última palavra. "O Brutalista" (2025) é uma metáfora sobre os mestres das artes, mas como os mesmos podem ser mastigados pelo sistema capitalista que comanda as engrenagens do mundo.

Dirigido por  Brady Corbet, do filme  "Vox Lux - O Preço da Fama" (2019), o filme começa a partir de 1947, onde arquiteto o arquiteto húngaro László Toth (Adrien Brody) e sua esposa Erzsébet (Felicity Jones) que fogem da Europa devastada pela guerra e que buscam por um recomeço nos EUA. O talento do arquiteto chama atenção do industrial milionário  Harrison Van Buren (Guy Pearce) que oferece a László a chance de construir um monumento arquitetônico que representa a terra das oportunidades e daqueles que buscam pelos seus sonhos em território americano. Porém, a cruzada pela realização desse feito possui um alto preço para se pagar ao longo do percurso.

Embora pareça baseado em fatos reais, o diretor Brady Corbet cria uma história original do qual representa inúmeros imigrantes talentosos que buscam realizar os seus objetivos na terra das oportunidades, mas encontrando lá obstáculos que envolvem o poder do dinheiro. É curioso observar, por exemplo, que o longa possui muito em comum com a última obra de Francis Ford Coppola, "Megalópolis" (2024), sendo que em ambos os casos os protagonistas desejam a realização de suas visões e das quais anseiam pela perfeição. Se tira o projeto da construção de monumentos e se tem dois protagonistas que seriam uma espécie de alter egos  dos próprios cineastas contadores de histórias.

Com uma ótima reconstituição de época, onde se destaca a sua fotografia e edição de arte,  Brady Corbet cria o seu épico pessoal sobre quem são realmente as pessoas que construíram os pilares que ergueram o império americano, mas que na maioria dos casos são menosprezados e sendo acusados até mesmo de invasores por aqueles que se dizem que os acolheram. Se no clássico "O Poderoso Chefão: Parte II" (1974), vemos os imigrantes italianos testemunharem todo o glamour desse sonho através da Estátua da Liberdade, aqui a mesma encontra-se invertida e simbolizando a descida ao inferno do protagonista.

Vencedor do Oscar de melhor ator pelo "O Pianista" (2002), Adrien Brody obtém aqui o melhor desempenho de sua carreira, onde o seu  László Toth não esconde as suas cicatrizes emocionais do passado, mas usando as mesmas como ferramentas para emoldurar o que realmente havia testemunhado. Destaque também para Guy Pearce ao interpretar um rico empresário que busca transmitir humanidade para os demais em cena, quando na verdade já se encontra consumido pelas engrenagens que movimentam a sua riqueza. Porém, é Felicity Jones que se sobressai da metade para o final do filme, ao dar vida a esposa do protagonista e cujas cenas transitam entre a fragilidade e a força interior de alguém que sentiu na pele o horror de uma guerra insana.

Com mais de três horas de duração, o filme pode ser acusado facilmente de ser pretensioso, pois o enredo não é algo universal ou que fará com que a maioria se identifique durante a projeção. Ao meu ver, o filme vem em um momento em que a palavra final de um artista pode acabar ficando em segundo plano, pois o dinheiro fala muito mais alto, independente de qual área certos talentos se encontram trabalhando. Em suma, a identidade própria acaba se perdendo e cabe aqueles que apreciam os verdadeiros talentos manterem eles vivos para serem sempre lembrados.

"O Brutalista" é um filme desafiador para um público acostumado ao convencional e que não consegue enxergar o significado da palavra autoral. 

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